DA SÉRIE: ENSAIOS QUE
NOS LEVAM A PENSAR
Subsérie: Divagações na forma de uma ficção
cosmológica.
Capítulo 05 da Obra “O
Ser e o Existir”
A FORMAÇAO DO UNIVERSO
(UMA CRIATIVA E DIVERTIDA ABSTRAÇÃO
MENTAL)
A CERTEZA DA EXPANSÃO
ATUAL
GERANDO A DÚVIDA SOBRE UMA
CONTRAÇÃO FUTURA
(NUMA ANÁLISE METAFÍSICA)
1*
A única certeza que temos sobre a formação do universo é de que pela eternidade
a fora a maneira de como se formou o universo sempre será uma hipótese. A
ciência cosmológica desenvolvida e ensinada por todas as universidades do planeta,
portanto de todos os povos e países evoluídos, onde, principalmente, todos os institutos
afetos à cosmologia, têm como verdade definitiva o evento da singularidade que
gerou o Big-Bang. Esta certeza advém da comprovação experimental do estado de
expansão do universo, comprovação confirmada pela certeza matemática de que os grandes
grupos de galáxias do universo estão em expansão. (Uns em relação aos outros),
e não as galáxias isoladamente umas em relação as outras dentro dos grupos. Então,
através de simples dedução lógica, chega-se à certeza cosmológica de que retroagindo
esta expansão ao início desta mesma expansão leva-nos a um universo num estado
de singularidade e consequentemente a um posterior Big-Bang. Mas, a única certeza
comprovada por observações astronômicas é o estado de expansão, o mais é a mais
pura especulação matemática, sendo uma abstração e elucubração das mentes dos
cosmólogos! Qualquer pessoa com inteligência mediana pode criar vários modelos
de universos em expansão sem que os mesmos necessariamente atinjam o estado de
singularidade e sem o alardeado Big-Bang. Posso imaginar este nosso Universo
como tendo a forma de um imensurável campo de forças (campo eletromagnético de
Maxwell). Tendo este campo a forma de um túbulo toroide longilíneo ou de um
túbulo com formato externo elipsóidico.
2*
Numa das extremidades deste campo, este universo estaria em expansão e na outra
extremidade estaria em contração! Conforme se no polo positivo ou negativo do
campo. Se os corpos massivos deste universo num momento qualquer, estiverem
saindo (se afastando de um dos pólos), os grupos de galáxias estarão em expansão,
obviamente todos se afastando uns dos outros. Conforme a sua posição neste
campo você estaria em uma ou noutra situação, digamos, na parte externa do
campo estaria num universo com movimento linear tendendo para o movimento
elipsóidico. e com movimento em sentido
oposto aos corpos que estivessem passando pela parte interna do campo. Embora de
minha parte tenha preferência pelo modelo do universo atemporal e cíclico, (Em elucubrações
mentais pelos insights ou caminhadas pelo cosmos pude observar que o fator
criador do cosmos tem preferência pelo fator gerador do absurdo), motivo que me
induz “no momento” a optar pelo modelo do universo com formação atemporal.
3*
A teoria da formação do universo criada pela ciência cosmológica, é
impermanente, (é como o próprio universo, em que a única permanência existente é
a impermanência), a teoria mais aceita inclui inevitavelmente um estado
atemporal contido dentro da própria singularidade. A aceitação do principio de
que o tempo só pode existir na presença do movimento da matéria inserida ou
contida num ambiente espacial é que me levou até a proposição do universo
atemporal do quarto “insight” esta concepção é de uma lógica arrasadora. A análise
de uma concepção racional de um modelo de universo com uma singularidade levou-me
até a esta dúvida! Como poderemos ter absoluta certeza de que a eternidade seja
realmente eterna neste tipo de universo! Só consegui encontrar e visualizar a
eternidade no modelo de universos-de-universos. Restando-me a beleza e a lógica
do modelo de um universos-de-universos que estaria contido dentro de uma inevitável
eternidade. A descrição do modelo de universo-de-universos está transcrita
“ipsis litteris” no capítulo de nº 03 da obra "Os Três Insights".
A CONCEPÇÃO METAFÍSICA
DA SINGULARIDADE
4*
Voltemos ao nosso universo singularizante. Naturalmente que o caminho para se formar
uma concepção de uma fase anterior à singularidade, só nos é possível no campo
da conjectura metafísica, a ciência só tem uma única certeza, é que o universo
está em expansão, com comprovação matemática contida na análise do "redshift" da
luz oriunda de galáxias distantes. A astronomia Confirmou que os grupos de galáxias
estão se afastando uns dos outros, portanto a contração e a resultante
singularidade não passa de uma simples conjectura dedutiva. Então só com a análise
metafísica chegaremos a um Universo em contração. O que proponho é uma síntese de
um evento que só ocorre em oposição ao conceito de expansão. Ao considerar a
contração do universo para um único ponto estamos admitindo, (sendo este corpo
esférico ou não), como sendo esta uma contração radial.
Utilizando um conceito
da física de Newton (lei da atração universal) podemos admitir que quanto mais próximo
do centro radial, mais velocidade o corpo viajante possui, considerando que
esta contração iniciou-se quando toda a massa já possuía tinha um raio de 20 bilhões de anos
luz, ao atingir um raio de singelos 380 mil anos (considerando que a expansão fosse = a "c" podemos admitir que a
descomunal massa contida nesta esfera de raio de 380 mil anos já tenha
alcançado um estado físico semelhante a um plasma de altíssima densidade onde
não há nenhum vazio entre as partículas que compõem esta esfera. E de que a
massa em deslocamento na direção do centro radial já tenha alcançado uma
velocidade com um número infinito de vezes maior que a velocidade da luz. Ora!
Se não há nenhum vazio também não há nenhum espaço intra-atômico. Se não há
nenhum espaço intra-atômico, também não há qualquer movimento. Onde não há
movimento, não existe o tempo, pois o tempo é considerado com lógica como resultante
do movimento da matéria. Assim proponho o evento do fim/início do Universo como
um evento atemporal. Este estado em que a esfera do não tempo com um raio de 380
mil anos se contrai na velocidade = a "c", até a dimensão zero. E volta
a se expandir com a mesma velocidade até o raio de 380 mil anos luz do início
do não tempo, é este um estado de um Universo atemporal. Neste estado a
matemática temporal dos físicos não tem nenhum poder “equacional”, fator e motivo, pelo
qual os físicos não podem emitir pareceres matemáticos sobre quaisquer fases deste
evento anterior ao Big-Bang. Ali está o imponderável não “matematizável”, o não
detectável por nossos métodos e instrumentos atuais. Matematicamente é nesse estado físico atingido aos 380 mil anos distantes da singularidade e é nessa fase de expansão que a matemática dos cosmólogos prevê o surgimento das primeiras partículas de prótons e elétrons a se ligarem formando os átomos do hidrogênio eletricamente neutro, esta é a famosa e tão falada fase da 1ª recombinação da matéria no cosmos em formação. Coisa nem tão difícil de se compreender, mesmo por uma mente comum como a nossa, minha e de meus leitores.
A ETERNIDADE NO
UNIVERSO EXTERNO
5*
O que tento demonstrar de maneira lógica e racional é que dentro deste evento
nada se pode conjecturar, e de que o decaimento desta esfera de plasma em
contração até o estado de singularidade com dimensão zero foi precedido de um ante
Big-Bang, e de que até chegar a 380 mil anos luz de distância até o ponto zero em
que ocorre a singularidade, não houve então nenhum Big-Bang na singularidade, o
que houve na verdade foi a inversão da força de gravidade e de que o Big-Bang ocorreu
no momento em que a esfera de plasma alcançou novamente o raio de 380 mil anos
luz em sua desabalada expansão. É muito difícil descrever um evento ocorrido na
ausência do tempo. Nosso ser, nossa linguagem, nosso poder de entendimento e de
descrição e percepção está por demais ligado aos nossos sentidos afeitos a estados
fenomênicos temporais, dificultando a descrição de um evento que “é”
absolutamente atemporal. Meu mestre Stephen W. Hawking observou embora tardiamente, que a
seta do tempo nunca se inverte, mas até hoje não disse nada a respeito da
inversão da gravidade. Este evento a que denomino de Universo no estado atemporal,
é o mesmo universo em que Hawking chegou logicamente à conclusão de que o tempo
nunca se inverte mesmo na condição de um universo em contração e eu concluo de que
ele, o “tempo”, se anula na completa ausência de espaço. Uma das principais condições
válidas e inerente a um “não espaço” é de que a matéria seja ausente de
movimento em numa condição quântica completamente ausente de vazios! Mesmo na
escala de 10-48cm muito abaixo da escala de Calabi-Yau de 10-33cm. A ausência de
espaço até mesmo nessa escala estaria impossibilitando o movimento das partículas sub-atômicas.
6*
Considerando o nosso Universo inserido num universo-de-universos, o tempo não
deixou de existir no espaço externo à esfera de plasma do universo atemporal, a que chamamos de singularidade. E
este fato nos leva a compreender que após o início do evento da anulação do
tempo que provocou a expansão, a matéria surgida nas bordas desta esfera em
expansão mergulhará dentro do tempo circundante a esta esfera. Este é o tempo
do universo-de-universos a que chamo de “eternidade”. Somente assim conseguimos
debilmente conceber e identificar um vislumbre da única e real “eternidade”.
Eternidade esta externa ao nosso universo cíclico do eterno retorno, Anterior a
tudo e a todos, vem a concepção do universo do eterno retorno de Sócrates e de Platão.
Todos conhecem o “niilisíssimo” filosófico, princípio que algumas escolas de
filosofia defendem até nos dias atuais. Embora o admire, não comungo com os raciocínios
pessimistas de Nietzsche perante o existir do Ser! Saudemo-lo, no entanto, quanto
à sua clareza de raciocínio e à sua retomada da antiga visão do universo do eterno
retorno cosmológico dos gregos.
FINALIZANDO
7*
Compreendamos a dificuldade e o quão sutil é a percepção dos físicos teóricos
ao analisarem um universo em formação, todas as condições a serem submetidas à
sua análise e a força de suas equações são à priori, condicionadas por
argumentos de terceiros, antes tidos por estes mesmos físicos teóricos, como
argumentos inconsistentes, a física abre caminho por entre brechas apertadas, e
sempre sai adiante sob pena da "estaticidade" ou da regressão ou do recuo, nunca
do avanço. A imensidão de argumentos, passíveis de analises matemáticas lhes
proporcionam, quase sempre soluções e resultados inesperados, e isto em um
tempo brevíssimo, em 1900 o conceito de pedaço de energia não era bem
compreendido nem mesmo pelo próprio Max Planck, e sem o conceito de “quanta” a
física não ultrapassaria os grilhões da física newtoniana e seu tempo absoluto,
Ainda havia a falta da compreensão da interrelação existente entre o magnetismo
e a eletricidade. Mesmo a física relativista einsteiniana sucumbiria não fossem
os esforços de Maxwell, “matematizando” o conceito de “campo eletromagnético”
com suas celebres quatro equações. A ciência do homem parece-me com uma escada
infinita, cada mente por sua vez, e de “per-se” constrói o seu próprio degrau,
os diversos ramos desta ciência se comportam como vigas e pilares de um único e
imenso edifício, eis o que na realidade é a ciência como um todo. A totalidade
da argamassa deste imenso edifício foi amalgamada no cadinho da sopa cósmica do
início do Universo. É interessante observar algo curioso, embora todos
construam seu degrau sobre os degraus de outrens, todos, via de regra: agem
heurísticamente. O grupo de Copenhague quando se deparava com problemas
insolúveis, (o que era frequente), diziam, (as bases da solução já foram
estabelecidas, a questão é encontrá-las).
O que queriam dizer é que era impossível achar a solução para um
problema inexistente, ou ainda não criado. Antes mesmo de Einstein expor em
1916 sua teoria geral da relatividade a base da física quântica estava
estabelecida pelo grupo de Copenhague, mesmo sem ter estabelecido a estrutura
completa do átomo (ainda faltava o próton que só deu as cara com Rutherford
por volta de 1919, o nêutron outro
fujão que só veio conhecer a face do inglês Chadwick em 1932.
Só em 1965 Murray Gell Man e George Zweig receberam a visita de alguns
quarks de baixa energia, os outros, travessos corredores de picula, sumiram,
por isso, Murray Gell Man e Zweig não conseguiram conceber de imediato, matematicamente,
todos os seis quarks. A física teórica tem a função de “ponta de lança
avançada” penetrando fundo no território inimigo, no caso a (natureza),
mandando informações para a retaguarda, (cérebros dos físicos experimentais nos
laboratórios). No campo “laico” quem executa esta função é a ficção científica.
8*
Compreendo e sei que a matemática utilizada para estabelecer os valores e o
tempo em que decorreram as diversas etapas da formação do Universo, tem como
ferramenta de cálculo o conceito de “tempo”. utilizada no decaimento de diversos materiais como: o rênio-187 com uma meia idade de 40 bilhões de anos, sendo o rênio-187 um isóbaro. Usa-se também o urânio (U238), com vida média de 4,5 bilhões de anos, ou o tório (Th232), com vida média de 14 bilhões de anos. As análises da idade do universo conseguidas com estes diversos elementos está em torno dos 14 bilhões de anos, coerentes portanto com os "redshifts" da luz oriundas do campo profundo. Estas análises nos oferecem
resultados, (para a maioria das pessoas, sendo na maioria das vezes
incompreensíveis), mesmo o físico que lida com os resultados destes cálculos
matemáticos, não possuem órgãos fisiológicos que permitam a percepção de tais
lapsos de tempo, assim estes conceitos físicos são de difícil compreensão. O
erro dos físicos é tentarem extrair resultados convincentes de suas
elucubrações matemáticas utilizando o parâmetro “tempo”, quando utilizam este
parâmetro advém a inconsistência. Isto, considerando que a massa de todo o
Universo tenha sido condensada e comprimida em um espaço menor que o de um
núcleo de um átomo. Ora! Teremos que considerar que esta massa em forma de
energia, em seu retorno a um novo Universo de matéria, neste caso, a energia
não se comportaria como os físicos o supõem, isto devido a um fato elementar
meu caro Watson! A energia contida na singularidade se expande por 380.000 anos
sem abrir espaço para formar as partículas, a partir desta "era" ocorre a formação
das primeiras partícula, elétrons e prótons carregados que se uniram para formar os
primeiros átomos de hidrogênio de carga neutra, esta fase é chamada pelos
físicos de era da primeira recombinação, embora inacreditável, mas é assim!
Ora! O tempo é uma resultante do movimento da matéria contida em um espaço e,
como não foi formado espaço nem matéria durante esta fase de expansão, deduz-se
até estes 380.000 (trezentos e oitenta mil anos) de expansão tenha sido somente
um evento dimensional, pois, não houve tempo algum, motivo pelo qual, as
equações dos físicos não funcionam para este intervalo, observe o diagrama que
propomos no quarto “Insight” na obra “Os Três Insights”
FIM [ 0 ]
[0]
INÍCIO
Fim do tempo
|
- 380 mil anos da física
cosmológica
|
+380 mil anos da física
cosmológica
|
Reinício do tempo
|
Gravidade normal
|
Hiper gravidade atrativa
|
Hiper gravidade repulsiva
|
Gravidade normal
|
Contração normal
|
Hiper contração
|
Hiper inflação
|
Expansão normal
|
Tempo normal
|
(Singul
Não
Tempo
|
aridade)
Não
Tempo
|
Tempo normal
|
ESTADO
PRIMORDIAL DE UM UNIVERSO COM UMA FASE ATEMPORAL
As
setas acima, são as setas do tempo
TEMPO
NORMAL 0 Não Tempo 0
Não Tempo 0 TEMPO NORMAL
Observe
que as duas setas no sentido do passado só são permissíveis dentro do não
tempo. Que segundo a cosmologia durou 380.000 anos, ora se não havia espaço no universo! Como existiria tempo nessa fase de expansão? Já na
fase da contração final, ela se inverte, e na fase da hiper inflação, ela
estranhamente torna a inverter o sentido esperado e natural. É como se fosse uma fuga. Aqui, temos que
entender que a singularidade, só tem a duração de um trilionésimo de segundo
do nosso tempo normal.
O
PRIMEIRO 0 (ZERO), ENTRE AS SETAS A ESQUERDA SERIA A PRIMEIRA ANTIRENORMALIZAÇÃO.
O
SEGUNDO 0 (ZERO), ENTRE AS SETAS A DIREITA SERIA A PRIMEIRA RENORMALIZAÇÃO.
(O conceito de antirenormalização para mim, é não "raciocinável e obscuro"). Pois, seria o início do não espaço, obviamente o início do não tempo. Se não o posso mentalmente racionalizar! como calculá-lo?
(O conceito de antirenormalização para mim, é não "raciocinável e obscuro"). Pois, seria o início do não espaço, obviamente o início do não tempo. Se não o posso mentalmente racionalizar! como calculá-lo?
Espero
ter conseguido pelo menos facilitar ao caro e inteligente leitor, uma melhor compreensão do
quanto é difícil uma conjetura dos primórdios do Universo em formação, num
ambiente atemporal. Sem um mínimo de entendimento da relatividade einsteiniana na
área da cosmologia, não vejo como perceber e mentalizar as elucubrações e proposições
aqui apresentadas, o entendimento do efeito quântico pode ser nulo, somente prótons e elétrons do hidrogênio neutro se formaram na 1ª recombinação. A medida que o universo expandia e resfriava, paulatinamente os demais elementos iam se formando...
Vitória da Conquista,
Bahia
Setembro de 2006
Revisto no outono de
2012,
pela alma penada de
pela alma penada de
Edimilson Santos Silva
Movér
A FORMAÇAO DO UNIVERSO -- ENSAIO