A PAIXÃO DA PAIXÃO
Não me apaixonei por ti...
Por ti, eu enlouqueci...
A negação...
Eu nunca me
apaixonei por ti...
Quem sou eu!
Nunca me apaixonei
por ti, nunca!
Simplesmente, me enlouqueci
por ti.
A paixão...
Ó! Diáfana e
dolorosa loucura
Que vive a
atormentar meus últimos dias,
Eu não quero mais te
ver, ó louca paixão...
Simplesmente, nunca
quis...
A lembrança...
Dentro da minha
lembrança
Só vejo a sombra daquele
lindo rosto,
Se fazendo presente
no meu pensamento
Dentro da obscura
solidão em que mergulhei.
O sonho...
Nem sequer sonhei
com o teu sonho,
Que era o meu único
sonho,
Sonhei foi com a
lembrança calcinada
Do meu desespero, já
no seu último estertor.
A imagem...
Só vejo a tua
inebriante imagem
Que não sai da
minha mente,
Por mais que tente
te esquecer
Não me esqueço por
um só instante.
A esperança...
Minha única
esperança é que:
Com o passar dos
dias, das semanas,
Dos meses, dos
anos, dos séculos...
Finalmente, a
paixão se consumirá.
O tempo...
E nós dois, (eu e a
paixão), desapareceremos,
Nós, e o nosso
desditoso amor,
Dentro das brumas
do impiedoso tempo,
Tempo que não me fará
esquecer de ti...
O poeta...
Lembro-me do poeta
que dizia:
“E viva eu cá na
terra sempre triste”.
O mar de Goa levou
meu amor,
Só salvei os meus
poemas.
A solidão...
Nenhum veleiro veio
em meu socorro,
Nadei até a praia,
e o desespero me acolheu,
Passei a morar na
casa da solidão...
Meu sofrimento
aumentou de forma dolorosa.
O rosto...
A nuvem distante
tinha o teu rosto,
A sombra no canto
tinha o teu rosto,
A gaivota a voar
distante trazia-me
Tua imagem de anjo,
que possuís.
A voz...
Para meu desespero
até o vento traz o teu perfume
A voz do vento
martela meus ouvidos...
- “esqueça-a, ela
não te quer mais”-,
Nem um piedoso anjo
do céu vem me consolar...
A razão...
Aquela mesma
(paixão da paixão)...
Que mata e machuca
os corações de forma dolorida
Fez sua morada em
mim
Destroçando o que
restava da minha razão...
A casa...
O desespero tomou
conta da minha alma,
Como se meu coração
não fosse a casa do amor,
Mas sim, a casa do
sofrimento,
Onde a dor da tua
ausência mais se faz presente.
O incêndio...
Vagarosamente...
O tempo virá em meu
socorro
E dissipará as
cinzas daquele incêndio,
Que há tanto tempo
consome minha alma.
O esquecer...
O tempo
transformará e aliviará o meu sofrer,
Jamais te esqueci!
O tempo me ensinará
a viver sem ti
Mas, dificilmente me
ensinará a te esquecer...
O último canto...
Meu “Ser” ao te
perder
Desligou-se
completamente da realidade,
Vivendo como o
cisne que perdeu sua alma gêmea,
Estando a espera da
bendita hora, para iniciar o seu último canto.
Edimilson
Santos Silva Movér
Vitória
da Conquista, 06 de fevereiro de 2011
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