A ROSA DOS MENINOS
Pensem nas crianças mudas telepáticas
Pensem nas meninas cegas inexatas,
Pensem nas meninas cegas inexatas,
Vinícius
de Moraes
Esqueceram as
crianças que morrem de fome?
Esqueçam os malucos
governos insanos!
Que o filho do
morro por si mesmo se dane?
Mandantes covardes governos
tiranos!
Deixaram a menina
rota mal vestida!
Vivendo na rua sem
ter esperanças,
Trocando seu corpo
por uma comida?
E eles nos salões, a
encherem as panças!
Dólares em cuecas,
reais nas suas malas,
Presídios lotados e
mortes sem fim...
Escolas invadidas
em todas suas salas,
Nunca vi nada igual
e, tão triste assim!
Pobreza inaudita,
só ataca aos mais dóceis.
Por culpa dos
ricos, avaros e ignóbeis.
Guerras terríveis o
futuro nos traçam
Falanges e gangues que
nos ameaçam.
Vi lá do alto, a Rosa
de Hiroxima
Qual nuvem imensa
cobrindo a cidade
Matando a esperança
e a doce menina,
Sucumbe o planeta
sem a sua mocidade.
Mil dores, mil
sentires, mil chorares,
Inda vejo o poeta
do Condor dos ares...
Livros, à mão cheia
anuncia o Castro!
Vi no horizonte o
fulgor do astro
E o rugir medonho
do fragor da luta,
Eis que a guerra
maldita e a dura disputa
Virá acabar com a
vida dos meus pequeninos,
Instantes últimos, da
insanidade humana!
Ruirá então, a única
esperança dos meninos.
Vitória da
Conquista. 08/10/06
A ROSA DOS MENINOS - POESIA (86)fcw