DA SÉRIE: ENSAIOS QUE NOS LEVAM A PENSAR
Subsérie: Estudos cosmológicos heurísticos
Capítulo 01 da obra “O ser e o existir”
A TRANSDUÇAO DE FORÇAS
NO (FIM/INÍCIO)
1*
Tomo por princípio básico, o fato de que existe estreita relação (tudo/nada), ou
transdução da multiplicidade para a unicidade e (início/fim), ou transdução da unicidade
para a multiplicidade. Assim, houve dentro do mesmo tempo e do mesmo espaço,
dois sentidos nas transformações compreendidas como convergências e divergências
dinâmicas das energias na aproximação para o aniquilamento na singularidade e
no retorno ao estado de formação do universo material. Esta verdade será
analisada e pretensamente demonstrada de forma axiomática no decorrer desta
apreciação sobre o início e o uno.
No princípio era o
nada em sua acepção mais absoluta, onde o “tudo” estava confinado na
singularidade do existir do Cosmos. Na expressão “o início e o uno” as
transduções destas energias estão fundamentadas na expectativa da astrofísica e
da cosmologia de que todo início pressupõe um estado “uno” e de que todo fim
pressupõe o encontro final da soma do todo, portanto a transformação do “todo”
em uma energia compacta contendo o todo da energia expandida (Cosmos), que
tenderá no futuro (após a fase conhecida como singularidade), a se transformar parte
em matéria, (por sinal muito pouco +- 4%) Em oposição ou, em outras palavras, o
início configura a transdução de toda energia do universo em estado negativo
para uma nova energia com valência positiva. É de difícil entendimento o
conceito de um universo em singularidade, a nulidade de toda energia constante no
universo material contido num ponto infinitesimal, segundo a física; ponto este
menor que o núcleo de um átomo, este conceito do nada absoluto dificilmente tem
forma conceptual no nosso universo existencial, sobretudo tridimensional.
2*
Isto é mais facilmente concebível como um conceito matemático, mesmo assim de
dificílimo entendimento, o nada absoluto nos assombra e nos confunde, porque
seria a negação do próprio conceito de ser e do próprio universo, que por si
mesmo requer um parâmetro material e existencial para se conceituar e
expressar. Tanto é que: mesmo os físicos que conceberam a singularidade sempre
tiveram dificuldade para demonstrá-la e sobre tudo crer de forma insofismável
nesta abstração matemática, mesmo a filosofia sempre relutará em admitir este
conceito sob pena de crer e pregar a negação de si própria, invalidando mais
uma vez o “cogito ergo sun” de Descartes. Por quase três séculos prevaleceu o
conceito mecanicista/determinístico de universo, este conceito de mundo chamado
paradigma laplaciano/newtoniano/cartesiano vem sendo paulatinamente desmontado,
isto desde Maxwell e Planck com a compreensão dos campos eletromagnéticos e dos
pacotes de energia “quanta”. A física quântica muito tem contribuído nestes
últimos cem anos para a formação de um conceito Holístico do universo em que
vivemos.
3*
No entanto, a despeito do novo mundo quântico, os físicos teóricos e os matemáticos
se valem dos conceitos criados por eles mesmos (como defesa de suas colocações)
assumindo que a matéria tem valor positivo e a gravitação como tendo valor
negativo; assim, toda a gravidade existente no universo é considerada como uma
energia de valor negativo e como compensação, toda a matéria existente é
considerada como energia de valor positivo, então estes valores se equivalem em
sua soma algébrica em que eles se anulam permitindo matematicamente a
existência de um estado de singularidade no fim/início do universo. Com estas conceituações matemáticas tidas
como reais é possível visualizar um universo cíclico, singularizante e eterno,
a teorização de tais, e de outros conceitos vem permitindo aos filósofos e aos físico-matemáticos
criar modelos teóricos das mais disparatadas formas de universos conceituais;
dos mais críveis aos mais incríveis. A única dúvida que encontrei nestes
estudos é o postulado da incoerência do (Não tempo), resultante da ausência de
“movimento” num estado de singularidade, uma singularidade assume a
inexistência de matéria, portanto sem “movimento”, o obviamente sem o ente “tempo”.
Transcrevo adiante
alguns conceitos físico-filosóficos do fim/início constantes na quarta visão
descrita no (O Universo atemporal) da obra “Os três insights”.
A ATEMPORALIDADE NO UNIVERSO.
4*
O Universo que nós habitamos tem a descrição do seu começo, meio e fim feita da
forma mais simples possível, na realidade só a interpretação matemática cria a
complexidade nos eventos que descrevem o iniciar do Universo, a sua existência
e o seu final. Nossa matemática nunca conseguirá descrever ou interpretar com
precisão e minúcia, nenhuma destas três fases. Principalmente o fim/início,
pois estas são fases atípicas e atemporais.
O FIM/INÍCIO, SOB O ENFOQUE DA
CIÊNCIA.
5*
Quando citei a abordagem de Hawking “sobre a origem e destino do Universo”, me
esqueci de chamar vossa atenção para o fato de que o livro de Hawking foi
escrito em 1988. Nesta data a astrofísica ainda considerava a expansão do
Universo como em fase de desaceleração, quando hoje no ano de 2003, admite-se
este movimento como em fase de acentuada e progressiva aceleração, embora sem a
poder explicar. Isto se dará quando a ciência compreender o que seja o duplo
escuro, a “energia e a matéria escura”. Veja o capítulo (O ENÍGMA DA VELOCIDADE
DAS GALÁXIAS, Universo Reverso pág. 11) No mais os parâmetros ainda são os
mesmos, principalmente os valores da energia do Universo que continua sendo
considerada igual a (zero), pois a física admite a energia gravitacional como
negativa, e a energia da matéria como positiva, motivo pelo qual a soma da
energia total do Universo é igual a (zero). A única condição exigida para o
confinamento de todo o Universo numa singularidade é: que a soma de toda a energia do Universo tenha valor nulo. Daí a
validade do conceito de uma singularidade no Universo. É interessante observar
que a ciência considera não existente, ou não analisável, qualquer evento
anterior à singularidade. A metafísica não aceita, obviamente a validade desta
postura, nem poderia...
A
REINVERSÃO GRAVITACIONAL OU (BIG-BANG)?
6*
Recordemos sequencialmente os fatos: a duração dos eventos na singularidade
após o Big-Crunch foi de fração de bilionésimos de segundo, os mais importantes
fenômenos ocorridos foram a inversão da seta gravitacional, e o conseqüente
início da inflação instantânea, como uma grande explosão silenciosa, gerando
uma infinidade de pequenas esferas em direção e no sentido radial, este
movimento foi acompanhado do crescimento dessas esferas, que se transformariam
em bilhões de outras pequenas esferas contidas nas esferas maiores, a que
chamei de protogaláxias primitivas. Durante estes ultra-rápidos bilionésimos de
segundo de duração, no estado “primordial” do Universo como uma (singularidade)
ocorrem inúmeros e estranhos fenômenos. Destes fenômenos o mais importante é a
“definição” e conseqüente separação da matéria que se forma em dois padrões e
frações distintas, sendo uma pequeníssima fração em matéria aglutinada na parte
mais externa do Universo inflacionário esférico que representa a matéria
massiva, de que em última instância somos constituídos, nós, e o nosso
Universo. Por ter sido formada em primeiro lugar a frente da expansão,
tornou-se a parte massiva mais externa da esfera da inflação. A outra fração
(quase cem por cento), como matéria não aglutinada (isto por condicionantes
quânticas), transformou-se no que denominamos de matéria e energia escura. Após
a segunda inversão ou o “Big-Bang” quando retorna a atração gravitacional foi
que esta fração maior ficou definitivamente contida próximo ao centro da grande
esfera, sendo que a fração menor continuou sua trajetória em forma de expansão
radial para o espaço exterior, para num futuro distante ser frenada e
recapturada pela atração gravitacional da grande massa de matéria escura
contida na segunda esfera, próximo ao centro do Universo. Foi após o Big-Bang
que decorreram os tão falados (trezentos mil anos), tempos da formação do
universo material. Como os físicos não podem utilizar a matemática para
analisar o Universo em seu estado anterior à singularidade, as abordagens
metafísicas sempre prevalecerão, ( na realidade a ciência nem considera a
cosmologia como uma ciência). Estas abordagens podem ser feitas
indistintamente, por físicos teóricos ou por metafísicos, o importante é a
teorização, não importa o grau de acerto, sempre será uma análise metafísica. O
ser humano sempre teorizará! A busca nunca terminará!... Com a ajuda de “eus
exteriores” ou não, uma teoria metafísica nunca poderá ser efetivamente
comprovada.
COMO INTERAGIMOS COMO PARTÍCULAS
DO UNIVERSO,
(COSMOS), COM RELAÇÃO AO HOLISMO
E A UNICIDADE
DO INCONSCIENTE COLETIVO DE JUNG
7*
Nos abismos do inconsciente coletivo dos Seres sencientes existe uma infindável
procissão de respostas numa marcha impressionante! Prontas para atenderem
prontamente às nossas inquirições. A única dificuldade para obter-se as
respostas corretas são justamente as fórmulas utilizadas na elaboração das
perguntas (se consistentes ou não), isto, com as respostas conjuntamente
elaboradas com as inquirições. No nosso universo que é um universo feito de
dúvidas, todas as dúvidas serão elucidadas e compostas por perguntas e
respostas elaboradas simultaneamente. Tudo no existir obedece ao princípio da
não exclusão dos opostos, não se faz nenhuma pergunta sem que se elabore
primeiramente sua resposta, da mesma forma é impossível pensar em uma resposta
sem que tenha sido feita com antecedência uma pergunta. Isto quer dizer que as
duas entidades são não excludentes, isto é, nenhuma das duas pode existir
isoladamente. Ao pré-supormos um questionamento criamos automaticamente sua
solução. A real dificuldade é encontrar o caminho para se chegar a esta solução,
normalmente o inconsciente coletivo propaga as inquirições a múltiplos setores
afetos a estas mesmas inquirições, que são setores afetos às atividades
concernentes aos assuntos correlatos às perquirições! Daí, ser comum as
descobertas de respostas simultâneas, dadas por mentes de “Seres” distintos e
normalmente afastados entre si. Ora! Se as respostas já estão prontas, e se as
mentes se interconectam! Mentes distintas podem chegar a resultados semelhantes
em lugares e tempos distintos. Para perguntas consistentes, respostas
consistentes. Para perguntas inconsistentes, resultados inconsistentes...
8*
É por isto que se afirma! Cada questionamento trás em si a metade de sua
solução. Mas, somente a metade! No desenvolvimento da humanidade, em especial
na descoberta de fatos científicos, (de qualquer magnitude) é comum ocorrências
de resultados e múltiplas coincidências simultâneas no tempo e no espaço, a que
Carl Jung e Einstein conjuntamente estudaram e denominaram de “sincronicidade”.
A ciência da lógica “por excelência” criada pelo filósofo e lógico norte-americano
Charles Sanders Peirce denominada de “Semiótica”, a reconhece como a
conectividade das mentes, que ao interagirem entre si unem os dois mundos
(micro e macro). Fazendo com que as mentes interajam diretamente com a matéria,
tendo sido exaustivamente comprovada a interferência da mente humana nos
experimentos quânticos. Unindo de maneira inquestionável as mentes ao universo.
É a prova e o reconhecimento definitivo da unicidade do Cosmos. É o
reconhecimento da integração definitiva “holística” em toda sua amplitude ou
potencialidade do “Ser” com o universo.
10*
Nunca entendi, nem aceitei a idade do universo como sendo de 13,7 Ga.
Recentemente a NASA recalculou-a para algo em torno de 176 Giga anos. Setembro
de 2009.
Edimilson Santos Silva
- Movér
Maio de 2006
Revisto em setembro de
2012
A TRANSDUÇAO DE FORÇAS NO (FIM/INÍCIO) - ENSAIO