MOCIDADE E VELHICE
O
jovem sonha quando um dia for velho...
O
velho sonha quando um dia foi jovem...
Febris vozes dos corações a espargir
paixões,
Tumultos e gritos da mocidade em
aprendizado,
Pueris soluços por um amor perdido, oh!
Razões!
Pra querer tudo de uma vez, oh! Ser
desajuizado!
Pressentindo tais enganos que a vida
nos oferece,
Vivendo em constante alerta, então se
desespera,
Vendo morrer a esperança, e pedindo em
prece,
Que o amor não morra, é tudo que da vida
espera.
Desamores que só aumentam com o passar
do tempo,
Só aos jovens é dado acreditar nos
sonhos mais risíveis,
Incredulidade, sempre a perseguir o
velho mais atento,
Pois aos velhos é dado ver os fatos em
cores bem visíveis.
Sois jovem, acreditas em tudo, mesmo em
sonhos virtuais,
Vives de ilusões e de quimeras, nunca
vendo a realidade,
Sois velho, descrês de tudo, por suas
experiências pessoais,
Ou acreditas em tudo e em nada, como
uma só fatalidade.
Ser jovem é ser velho, como a vida é a morte
por antecipação,
Ser é vivenciar sua presença no mundo
sem nenhuma ubiquidade,
Ser velho é ser jovem, como a morte é a
vida sem esta obsessão,
Não Ser é não sentir em si a
consciência da vida em sua totalidade.
Ser velho é ter a certeza dentro de si,
que tudo na vida são sonhos...
Ser jovem é esperar que tudo em volta
de si se torne cumplicidades,
Querer é poder; conseguindo realizar os
sonhos mais bisonhos.
Não querer, é ver todos os sonhos serem
desfeitos em banalidades.
O segredo da juventude é não ter
consciência de que a vida passa.
Assim como passam os dias e as noites, pois,
nunca voltam mais,
O segredo da velhice é bem saber que a
duração da vida é escassa,
Assim como é escasso o tempo para
aprender as coisas mais banais.
Edimilson Santos Silva Movér
Vitória da Conquista, Ba.
07 de dezembro de 2006
MOCIDADE E VELHICE - POESIA (62)