DA SÉRIE: ENSAIOS QUE
NOS LEVAM A PENSAR
Subsérie: Ficções sobre as ideias de os
“Os Três Insights”
O MUNDO
MAYA E A REALIDADE ABSOLUTA,
DESCREVENDO
O INDESCRITÍVEL, O DUPLO "EU".
1)OMMEARA). Não desejo que estas visões
aconteçam a nenhum outro ser humano, pois são de difícil compreensão e tão
perturbadoras que podem levar à loucura. Quando destas visões, meus sentidos
funcionavam de formas diferentes: nenhum sentido estava no lugar certo e eu
podia ver com a mão, cheirar com o pé, ver com a ponta do dedo; era uma
loucura. Depois da visão, ao caminhar pelo passeio, eu via claramente o que se
passava atrás de mim; parecia que meus sentidos estavam por todo o meu corpo. O
que mais me deixava em estado de alerta é que, durante e depois das visões,
minha mente funcionava como se eu estivesse do lado de fora de meu corpo, sendo
que, decorridos alguns dias das visões, esta faculdade desaparecia por
completo. Tentarei dar aqui uma esmaecida ideia do que pude entender destas
revelações; é impossível descrever com palavras algo indescritível!... Assim
mesmo tentarei! Ao se passar por tais experiências, tem-se o sentimento de
absoluta realização como ser vivente; sente-se como se fosse possuído pela
certeza maior da realidade do existir; de repente, o que os Vedas ou Hinduístas
chamam de "maya" fica claro
como o dia; deixa de ser uma ideia abstrata e torna-se uma realidade palpável e
de cunho existencial; torna-se uma fina lâmina: de um lado, o mundo ilusório “maya” (onde se vive uma realidade de um
lado só), onde a acuidade de nossos sentidos, embora “perfeitíssimos”, não nos permite
vivenciar a plena realidade da natureza, e devido às suas limitações, não
conseguimos captar a plenitude dos fenômenos físicos que nos cercam.
2)OMMEARA). Do outro lado, a realidade ampla
e total, onde os sentidos humanos desaparecem, onde um só sentido é auto suficiente;
visão, audição, olfato, tato e paladar são substituídos por algo como se fosse
um sentido de integração "interpenetrante". Parecia que o meu “eu exterior” fazia
parte de tudo, como se fosse onisciente e onipresente. Era como se eu fizesse
parte de tudo que me cercava (ao mesmo tempo, sentia-me dividido em duas
entidades): uma real e ativa dentro do meu corpo, e a outra etérea e não ativa,
só consciente, e externa ao meu corpo; este meu “eu” externo percebia tudo, até
mesmo fora da minha área de visão. Sempre após os “insight”, nos primeiros dias após as visões, podia sentir tudo num
raio de até cinquenta metros ao redor de mim. No dia seguinte à visão do
"Universo reverso", numa quinta-feira, eu podia sentir o que se
passava a mais de três quilômetros de distância. Neste dia, temi por minha
sanidade mental, mas, com o passar dos dias, a sensação de onisciência
desaparecia paulatinamente; não posso descrever esta sensação com palavras; é
como se tudo estivesse dentro de mim, como se eu fizesse parte de tudo, e não
como se eu estivesse em todo lugar; não dá para explicar! Nestes dias, eu sabia
com antecedência o que alguém ia me dizer, no entanto não podia ler o
pensamento de ninguém, e bem que eu o tentei!
A RADIOEMISSÃO E O SOBREVÔO
MENTAL, A
MARAVILHA DOS SONS DA TERRA (OS SONS QUE
NÃO
SÃO SONS).
3)OMMEARA). O fato que me deixou mais perturbado foi passar a
perceber que o pensamento humano provocava um zunido no ambiente (isto foi o
que achei no primeiro momento). Este fato descobri depois do primeiro ”insight“; um dia após o “insight”, em Salvador, no dia 21/08/99,
foi num sábado, por volta do meio-dia: entrei num supermercado em Itapoã e
percebi o zunido dentro do ambiente e vindo das pessoas; fiquei atônito! Pude
perceber que no local onde a aglomeração era maior, o zunido era mais intenso;
não era mais alto; era somente mais intenso. Descobri também que algumas
pessoas zuniam com mais intensidade que a maioria. Até hoje não consegui uma
explicação para tal fenômeno (me refiro ao zunido). Pude perceber, também, que
este zunido não era percebido pela minha audição; não sei como percebia aquilo;
só sei que percebia. Passados uns dias, esta capacidade de perceber o zunido
desapareceu. Aí eu me dei conta de que podia ter feito outras experiências,
mais aprofundadas neste segmento das minhas faculdades perceptivas alteradas
pelos “insights”, ou visões, ou seja
lá o que tenha acontecido. Talvez já alertado para o fato, na última visão
ocorrida na madrugada de 20/12/99, um pouco antes de terminar a visão, num relance,
percorri toda a superfície do planeta, aí então percebi que cada povo emite um
zunido diferente. Na minha passagem sobre o planeta (o que não durou mais que
poucos segundos) dava para perceber claramente as fronteiras dos países, pela
diferença do zunido. Neste sobrevoo, descobri algo que me intrigou! Alguns
países emitiam dois zunidos distintos: Onde percebi isto claramente foi na
Índia. Sei disso porque, ao longe, e do lado esquerdo, eu via a cordilheira do
Himalaia com a sua cumeada toda branquinha.
4)OMMEARA). Na Austrália pude perceber a emissão de somente um
zunido. Na escala em que eu via a Terra, minha visão, ou entendimento, abarcava
a paisagem de polo a polo, sendo a Terra esférica; não sei e não pude entender
como aquilo era possível! A maioria dos países eu via em conjunto, alguns
isoladamente, não sei por que. Os zunidos que a África Central emitia me
pareceu de um só povo; era um só zunido, e o que mais me marcou a lembrança é
que o zunido me pareceu que estava morrendo; isto me encheu de tristeza. Ao que
me lembre, foi a única vez nos “insights”
que experimentei este sentimento. Senti vontade de gritar! Salvem a África,
pelo amor de Deus! Depois de passar sobre a África, minha percepção e
entendimento do zunido aumentou. Entendi que o zunido era diferenciado porque
traduzia o estado de espírito de quem o emitia. Este mapa do planeta se
delineou na mente do meu "eu" interior, isto imposto pelo "eu
exterior”. Sobre todo o planeta vi medo e ansiedade, medo, muito medo! Vi medo
nos Estados Unidos da América, em toda a Europa, Rússia e China, ódio e rancor
no Oriente Médio, fé na Índia, Nepal e no Tibet; nestes países os zunidos são como
faróis; nostalgia nos países Andinos, Alegria no México, no Brasil, nos países
do Caribe e em algumas partes da Polinésia. Vi muita apatia nos campos da China
e do Japão. Mesmo onde encontrei fé e alegria, há medo.
5)OMMEARA). O medo e a apreensão estão destruindo aos poucos a
esperança da humanidade em seu futuro. Urge que se tomem medidas práticas, para
que se reverta este quadro tenebroso. Paira sobre o planeta um sentimento de
ganância e falta de fraternidade. Até hoje, já passado quase um ano, ainda não
consigo entender como, ao escutar aqueles zunidos, vinha-me à mente aquela
ideia do estado de ânimo do planeta! Uma certeza ficou comigo: a humanidade
ainda não se conscientizou de que a vida no planeta, incluindo a vida desta
mesma humanidade, é um imenso e único organismo. Neste sobrevoo, tive a certeza
de que o zunido não era um som, mas, sim, algo como uma energia, ou como um som
de rádio, ligado na faixa de ondas curtas e, mal sintonizado, emitindo um ruído
numa freqüência muito alta. Além da percepção do ouvido humano; ao entender
este fato, minha faculdade de perceber o zunido foi multiplicada por cem. Neste
ponto, vi que o ato de iniciar, entender, alarga as fronteiras do próprio
entendimento. O ato de entreabrir é que leva a escancarar a porta. E assim,
lembro-me de que de outra vez ouvi do mesmo! - Impossível terminar sem antes
iniciar! - Ele me mandava procurar obedecer à ordem natural dos acontecimentos,
quando, no afã de descobrir, atropelava inadvertidamente a ordem natural dos
eventos. E em pleno voo sobre o nosso planeta, tive a plena consciência de que
tudo emite um zunido intenso, em milhões de frequências diferentes. Os continentes,
os polos, as montanhas, os vales, as matas, os cerrados, os desertos, os rios,
os lagos, as vilas, as cidades grandes e pequenas, todo ambiente onde exista
vida no planeta emite um zunido. Depois que vivenciei esta maravilha que ocorre
com o nosso planeta, entendi como era fácil para os animais migrarem, pois a
superfície da Terra era como se fosse um imenso mapa de frequências
vibratórias, diversas, constantes e imutáveis, em se tratando da parte sólida
do nosso planeta. O zunido era emitido por todos seres vivos, animados e
inanimados, sendo que os zunidos dos seres inanimados eram de forma diferente,
era perene e uniforme, me pareceu zunidos cada um, com uma nota só. Não percebi
nenhum zunido sobre o mar, exceto nas zonas costeiras, principalmente nas
praias e zonas de mangue. Estas áreas geram um zunido intenso e constante.
6* Suponho que a vida sob a água deva ter outro plano
vibratório. Ao raciocinar nos animais, recordo-me do fato de ter observado dois
zunidos sobre a Índia. Um destes zunidos pode ser de origem animal! Na Índia,
os animais vivem sob menos pressão dos humanos! Se este padrão de vibração
nunca foi percebido ou detectado pela ciência do homem, é porque está do outro
lado da lâmina que separa a realidade "maya"
da realidade total e absoluta de que nos falam os Vedas antigos. O “eu
exterior” não se referia ao “Veda”,
ao “Dársana”, nem ao “Vedanta” de (500 a .C.) e muito menos ao “Sufismo” que floresceu no fim do primeiro
milênio, na Índia e na Pérsia, ele se referia ao povo Veda que habitou a antiga
Índia entre seis e sete mil anos atrás. Há de se observar, que, o hinduísmo é
tão velho quanto a própria Índia. Na Índia como no antigo Egito, no período de
(6000 a
7000 a .C.)
houve uma concentração de sábios Capelinos.
Origem da alta religiosidade dos povos
da Índia, e do povo Egípcio. Os povos da
Índia são os responsáveis pelo início da grande evolução espiritual dos povos
da Terra, os Egípcios pelos primeiros avanços
tecnológicos, sob o manto da religiosidade iniciaram e desenvolveram a engenharia,
a medicina, a astronomia, a matemática, a agricultura, e a tecelagem, etc. etc.
No entanto na atualidade, talvez, eu disse talvez, somente os físicos quânticos
saibam a que realidade nos referimos; só quem trabalha com a física de
partículas e penetra nas profundezas do solo ou galga os altos dos montes para
tentar captar partículas cósmicas, pode
ter idéia de que natureza é a vibração em referência. Na
realidade, é impossível perceber o imperceptível. Não podemos esperar que um
humano que possui seu exclusivo plano vibratório entenda esta realidade
planetária.
(O
PARADOXO) QUANTO MAIS SE APRENDE MENOS SE SABE
7)OMMEARA). Depois de tudo isto relatar, fiz
referência somente a uma pequena parcela dos fatos ocorridos durante os três “insights”. É incrível! Ao invés de
minhas indagações, dúvidas e incertezas terem sido diminuídas, aumentaram!
Embora minhas cem antigas perguntas tenham sido respondidas, estas cem
respostas geraram outras mil perguntas, que agora se acham sem resposta. É o
eterno paradoxo dos humanos: ao se resolver um enigma, criam-se dez novos
enigmas. Isto aumenta minha certeza de que sou menor do que penso que sou! À
medida que vamos decifrando os segredos do Universo, vamos progressivamente nos
tornando menores em conhecimento, de forma que nosso avanço no desvendar,
crescerá numa progressão aritmética, e nosso avanço no desconhecer crescerá
numa progressão geométrica. Isto é real em todo ramo do conhecimento humano:
quanto mais se avança numa área, menos se conhece naquela área, e teremos de
conviver eternamente com este paradoxo (enquanto existirmos como espécie).
Quando esta ideia me foi imposta, de imediato lembrei-me de Malthus: depois de
mais de cento e sessenta anos de sua morte, ele ainda está presente na ideia de
uma entidade Cósmica!
A PERPETUIDADE DA VIDA NO UNIVERSO
8)OMMEARA). A vida é eterna e cíclica em
termos cósmicos. Três fatores perpetuam a vida no Cosmos, como a vida no Cosmos
se apresenta nas mais diversas formas e comportamentos! A melhor maneira de
perpetuar estas diversas formas de vida é isolando-as, e o melhor isolamento é
a distância, sendo a distância o primeiro
fator perpetuador. O isolamento pela distância é imenso entre as diversas
formas de vida e só há uma maneira de quebrar este isolamento: esta única
maneira é o desenvolvimento tecnológico, e só existirá pleno desenvolvimento
tecnológico se ele for acompanhado do segundo
fator perpetuador, que é o desenvolvimento espiritual ou moral. Se não houver
desenvolvimento espiritual ou moral, qualquer sociedade inteligente e em início
de desenvolvimento no Universo ou tende a se autodestruir ou a nunca alcançar
pleno desenvolvimento tecnológico, e, assim, nunca conseguirá quebrar o
isolamento imposto pelas distâncias colossais que separam as diversas formas de
vida existentes em um número infinito de mundos habitados. Estes dois fatores perpetuadores demonstram
de forma cabal a infinita inteligência do "Criador". Estas condições
tornam eterna a paz entre as diversas inteligências do Universo. O terceiro fator perpetuador é o que
perpetua o próprio Universo; é o ciclo, singularidade, inflação, Big-Bang,
expansão, contração, e de novo, singularidade, inflação etc. São estes três
fatores que tornam a vida eterna e cíclica em todos os infinitos Universos
existentes.
A GRANDIOSIDADE DA CONCEPÇÃO DA
ETERNIDADE,
ONDE PREVALECE A MAIS SINGELA
SIMPLICIDADE,
NUM UNIVERSO DE UNIVERSOS.
9)OMMEARA). No término do primeiro “insight”,
foi-me dito que existiam muitos Universos! Ao pensar ou “inquirir” como seria
um Universo de Universos, esta idéia me foi imposta: em forma de imagens, de
uma beleza infinita e deslumbrante. Assim, de pronto, delinearam-se em minha
mente estas imagens. Vi um número infinito de esferas luminosas e pulsantes,
nas mais diversas dimensões. Parte destas esferas era visivelmente em fase
crescente, outras, em fase decrescente. Tentei sair do Universo de Universos,
mas não consegui! Pareceu-me que este Universo de Universos ou TUDO, como ele o
chamou, era infinito; em qualquer direção que me dirigisse, só encontrava o
infinito pleno de esferas luminosas. As esferas crescentes eram sempre
luminosas; as esferas em fase decrescentes também eram luminosas, mas só até
atingirem a dimensão aproximada de 1/5 do seu diâmetro maior, ou menos um
pouco. Ao alcançarem 1/5 de seu tamanho máximo, elas se apagavam; parecia que
repentinamente absorviam toda a luz em seu redor, desaparecendo como esfera
luminosa, passando a ser uma esfera escura, sem emitir nenhuma luz. No entanto
todas continuavam visíveis e ainda em fase decrescente, sendo iluminadas pela
luz das outras esferas crescentes. Ao decrescerem e alcançarem um tamanho
diminuto, quase imperceptível, e logo
voltarem a uma nova fase crescente escura; repentinamente, explodiam em luz. Minha visão
abarcava uma área muito extensa do TUDO e era como um pipocar de luzes. Este
mundo de Universos era tremendamente dinâmico, aí, sim, encontrei um mundo
isotrópico e homogêneo. Os Universos eram aproximadamente equidistantes e em
constante movimento. Era um mundo de
luz, com um som bem audível; este som era o mesmo da radiação de fundo do nosso
Universo! Era o mesmo som do Mantra, só que, inconcebivelmente mais sonoro.
Esta foi a última e a mais majestosa visão que tive no primeiro “insight”. Naquele instante, lembrei-me
das afirmativas de Jesus Cristo, “EU
SOU A LUZ”. João 8,12 e 12,46. Quantos mistérios nestas palavras! Esta
linguagem de imagens foi utilizada por diversas vezes nos “insight”, mas esta foi a mais deslumbrante e elucidativa de
todas. Ao findar esta visão, comecei a
escrever, relatando os fatos ocorridos no “insight”,
mas, naquele instante, só estava interessado na faceta científica e
cosmogônica da visão. O dia estava amanhecendo; foi aí que adentrei o quarto
do meu filho para comentar o curto texto recém-escrito. Ainda possuo este texto
original, no qual não relatei estas visões do Universo de Universos. Não só
esta, mas dezenas de outras não foram mencionadas.
10)OMMEARA). Mesmo agora não relato tudo o que vi; lembro-me que tentei de todas as formas
ter uma visão externa do TUDO; ele era infinito em todas as direções; era
impossível ter uma visão externa ou sair do Universo de Universos, embora mesmo
que só com a mente! Que grandiosidade! É de arrepiar. Até hoje só consigo
concebê-lo internamente, não conseguindo ter uma visão externa do TUDO, por mais
que tente. E o som? Inconcebível! Há pouco tempo ouvi o som do Mantra gravado
por um coral de monges; parece-me feito para um filme; lindo, mas é só um
pálido reflexo do verdadeiro som dos Universos. À noite, é só me concentrar no
assunto e escuto “relembro” claramente o som Divino. A tentativa de transcrever
o que vivenciei fica por aqui mesmo. É impossível dizer o indizível, relatar o
“irrelatável” ou até mesmo pensar o impensável. Tive visões nos “insights” sobre outros assuntos, mas que
vão morrer comigo, sendo impossível descrevê-las com palavras. O que sempre me
deixou impressionado foi a duração dos “insights”!
Cada um de “per se” teve, com a mais
absoluta certeza, a duração de não mais que poucos segundos. Acredito que o
“tempo” como nós o percebemos é uma ilusão, não representa a realidade do
existir universal, mesmo porque, o tempo é relativo e não absoluto! Isto instintivamente o percebemos. Que o
diga, os que esperam e os confinados.
Edimilson Santos Silva
Movér
Itacaré, agosto de
1999
moversol@yahoo.com.br
A rememoração dos “Insights”
não se deu de imediato, nem em ordem cronológica, ficou muito difícil situar as
lembranças dentro do tempo, e a qual “Insigth” pertenciam, as separei pelos
assuntos, e nunca pude saber se eu estava certo quanto a isso.
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