DA SÉRIE: ENSAIOS QUE NOS LEVAM A
PENSAR
Subsérie: Analisando sob a ótica da
física e da
filosofia algumas abstrações
existenciais humanas.
O TEMPO E O LIVRE ARBÍTRIO,
FRENTE A CERTEZA E A INCERTEZA
Elucidando assuntos comportamentais complexos.
Tese:
1)OTEOLA). Dentro do tempo não existem
diferenças entre as certezas nem entre as incertezas. Uma certeza sempre será
uma certeza, assim como, uma incerteza sempre será uma incerteza. Não existindo
portanto, uma certeza incerta, nem uma incerteza certa. Deste postulado
deduz-se que, uma certeza só pode ser limitada por seu oposto, que é a
incerteza, nunca por outra certeza, se o limite de uma certeza fosse outra
certeza, esta certeza seria contígua à esta certeza, e faria parte da mesma certeza.
Como não há diferenças entre as certezas, nem entre as incertezas. O que é
válido para as certezas, também o será para as incertezas.
Antítese:
2)OTEOLA). Se o universo fosse
formado somente por certezas ou somente por incertezas, ele não existiria. Se a
incerteza de Heisenberg atingisse as partículas que regem a força forte ou a
mediação dos glúons, e a força fraca ou mediação dos bósons W e Z, os átomos
não existiriam e nem tão pouco o universo. Se a certeza cobrisse todo o mundo
das partículas e das subpartículas eliminando a incerteza de Heisenberg, os
fótons não existiriam nos padrões em que eles existem e se comportam, num
momento como partículas, noutro como ondas. Eliminando assim, até mesmo no
interior dos fótons, no espaço ou escala de Calabi-Yau, de 10-33cm,
as esferas de sete dimensões, o que equivaleria a eliminar o tecido do universo
e assim, eliminar o próprio universo. E mesmo numa escala superior, sendo
eliminados os fótons, que são partículas resultantes da força eletromagnética,
a luz seria eliminada! Se for eliminada a incerteza existente dentro dos
orbitais atômicos, os elétrons desapareceriam e com eles toda a vida existente
no planeta, pois, todos os seres vivos dependem da eletricidade para estarem
vivos, inclusive todas as células. Não há exceções, até os grávitons e os
neutrinos, embora o primeiro seja potencialmente atuante com relação à matéria,
e o segundo seja completamente indiferente a ela. No entanto, estas partículas
terão que ser conservadas, mesmo pertencendo a campos díspares da física do
universo. Se estas partículas, (grávitons e neutrinos), fossem eliminadas o
universo também o seria! E se a terceira força fundamental ou eletromagnetismo,
existisse sem os fótons e suas consequências e incertezas quânticas, o universo
não existiria como nós o conhecemos, no mínimo seria um universo de completa e
absoluta escuridão! Ora! Sem a Luz! Consequentemente, não haveria testemunhas
vivas e pensantes para analisar e testemunhar a existência deste universo
completamente escuro, muito menos para escrever um ensaio sobre estas
abstrações existenciais. Disso podemos deduzir que:
Síntese:
3)OTEOLA). Obedecendo o que nos
propôs Descartes, deduz-se com base no raciocínio elaborado na tese, que por
sua vez gerou a antítese, o seguinte: Uma certeza que circundasse outra
certeza, no tempo, esta circunscrição seria integral e, com limite indiviso à
estas mesmas certezas, este raciocínio nos diz que toda certeza será sempre
contígua e cercada eternamente por uma incerteza, obviamente “divisante”! E
toda incerteza também será sempre contígua e cercada eternamente por uma
certeza também “divisante”. O maravilhoso destes raciocínios é que eles nos
dizem taxativamente, que no mundo das “análises” dos comportamentos humanos, e
por analogia, estes comportamentos serão sempre compostos probabilisticamente e
equitativamente de certezas e de incertezas, contíguas, mas, não interferentes.
Portanto o nosso mundo é feito de cinquenta por cento de certezas e de
cinquenta por cento de incertezas. O coroamento disso tudo é que estes
raciocínios nos dizem categoricamente que nosso mundo existencial é simétrico.
Já o mundo físico, devido à quebra de simetria, permitindo a existência de mais
partículas de matéria que partículas de antimatéria, torna-se assim, assimétrico.
Nosso mundo existencial, portanto, é que é simétrico! Sendo feito de metade
perfeição, e metade imperfeição. Metade som, metade silêncio, metade pureza,
metade impureza, metade compreensível, metade incompreensível, metade bem,
metade mal. Este último conceito, absolutamente, não se trata, do maniqueísmo.
4)OTEOLA). Assim deduzimos que
todas as entidades do universo, físicas e não físicas com relação ao mundo
existencial, possuem duas faces. (No mínimo a de fora e a de dentro, no
universo não existe, uma só entidade física, sem um exo e um endo). No entanto,
tendo-se que observar a textura cognoscível que o universo físico, visível, nos
oferece, ela é composta (grosso modo), por setenta e três por cento de energia
escura, vinte e três por cento de matéria escura, ambas invisíveis e
desconhecidas em sua intimidade física, e os restantes quatro por cento são
representados pelas partículas bariônicas, ou matéria normal, sensível e
visível, de que se compõem o nosso planeta, o nosso sistema solar, nossa
galáxia, finalmente, todas as galáxias, poeira estelar, protogaláxias,
quasares, nebulosas existentes no universo como “entidades” físicas, e
etc.
O MUNDO NA REALIDADE, É FEITO DE
SURPRESAS PROVOCADAS PELAS INCERTEZAS, NUNCA TEREMOS CERTEZA SE AO MEIO DIA
ALMOÇAREMOS, OU SE À NOITE IREMOS À MISSA COM AQUELA GRAVATA
5)OTEOLA). Aqui no nosso mundo
material acontecem as coisas mais estranhas e sem nenhuma explicação plausível!
Tudo devido as certezas e as incertezas. O teu amigo mais sincero te trai. O
teu inimigo mais rancoroso te livra do afogamento. O que mais te ajudou te joga
no abismo. O que sempre te deu prejuízos te salva da quebradeira. Assim!
Lembra-te sempre que: Assim como tu, os teus semelhantes possuem também duas
faces. Estas faces são contíguas, mas excludentes, uma nunca fará
simultaneamente parte da outra. E assim, estarás num momento de frente com a
certeza num outro momento estarás de frente com a incerteza do existir. Num
momento dado, o calculista deixará o ferro trabalhando no limite de escoamento,
depois se faz a inocente pergunta, como aquela ponte caiu? Como aquele prédio
ruiu? Num momento dado, o médico prescreve um medicamento errado ao paciente, o
que causará a morte deste e, depois os familiares dizem, foi o destino. Num
momento dado, um piloto com quatorze mil horas de voo empurra os manetes para
frente, ao invés de puxá-los para trás, o os parentes chorarão para sempre os
seus mortos. Num momento dado, o pai mata o filho ou o filho mata o pai, e
ninguém encontra a razão para este horror. Aí o passageiro sobrevivente, que
estava sentado logo atrás do motorista, passa o resto de sua vida perguntando,
o porquê do motorista do ônibus “num momento dado”, ter entrado naquela
contramão sabendo que poderia morrer? Tudo isso é porque o mundo é feito de
certezas e de incertezas em números equivalentes, mas, sendo excludentes nunca
estarão juntas, face a face! Tudo depende do momento, se o momento certo ou se
o momento incerto. As decisões humanas, por mais que se pense e repense, para
melhor poder tirar proveito delas, nunca poderão ser encontradas dentro de um
tempo determinado e propício! Elas serão sempre tomadas em frações de
bilionésimos de segundo. Daí advém a importância do “momento” temporal em
nossas vidas. O pior é que nunca conheceremos ou saberemos qual é o momento
certo nem o incerto. Este desconhecimento confundiu o grande pensador Arthur
Schopenhauer na sua análise do (Livre Arbítrio), não aceitava o “quidquid fit,
necessario fit” como também eu nunca aceitei, mas não encontrava suporte para
contradizê-lo, segundo Schopenhauer tudo o que acontece, tanto as coisas
mínimas como as maiores, devem se suceder, (acontecer), necessariamente, nunca
abrangendo todo o espectro da vontade. Schopenhauer não contava era com um
número maior de incertezas que de certezas que somente a física moderna
revelou! O anteriormente conhecido confirmaria de vez o livre arbítrio. A
existência das certezas e das incertezas com potenciais equivalentes, elimina
matematicamente a proposição do “quidquid fit, necessario fit”, no nosso mundo
existencial. Eliminando destarte o livre arbítrio. Pois, tudo que existe é o
resultado do que é feito. Coisa que o meu ensaio não o faz ou propõe. Agora
retira-se o véu! Este ensaio propõe eliminar sim, a doutrina da predestinação
cristã, coisa inventada pela igreja de Roma para justificar o sofrimento, a
miséria e a pobreza em que viviam e era imposta aos fiéis. Ninguém teve
coragem, no devido tempo, para ir de encontro aos poderosos! E hoje temos um
mundo assustadoramente miserável, que assusta e mete medo até, ou
principalmente aos próprios poderosos. Quanto ao “Livre Arbítrio” do grande
pensador alemão, Arthur Schopenhauer, futuramente vos apresentarei um pequeno
ensaio sobre o mesmo. A interação existente entre os dois mundos, o existencial
e o físico! É facílima de ser percebida, ela está na verdade axiomática de que:
O homem é o universo tomando conhecimento de si próprio, estando como objeto
físico ou “ser material”, sujeito e estas mesmas leis físicas. Daí, advém esta
fortíssima interação, entre estes dois mundos. Todas as abstrações
existenciais, ad hoc, dependem do tempo, que é preenchido menos por certezas e mais
por incertezas. Você não deve apoiar nem incentivar as idiotices de seus
semelhantes, mas, tem a obrigação de respeitá-las. Senão desaparece a liberdade
no planeta. Lembre-se a liberdade é o bem maior dos animais pensantes, que
chamamos de homens. Por isso, um homem sem liberdade é como um animal acuado e
trancado dentro da sua caverna existencial. No triângulo universal, os ângulos da
Liberté, Egalité. Fraternité, desaparecendo o ângulo da Liberté, os outros dois
tornam-se inviáveis. É por isso, que propositadamente, ela, a Liberté, vem na
frente do famoso dístico. “Liberté, Egalité. Fraternité”.
O FUTURO ESPERADO
6)OTEOLA). Caro leitor! Não tome
este singelo ensaio como uma verdade axiomática, como um postulado ou um
princípio filosófico, ou mesmo uma previsão catastrofista, sendo simplesmente,
um pequeno e despretensioso estudo da interação existente entre os dois
universos. O universo existencial e o universo físico. Mas, no entanto, deves
considerar e admitir que o tempo presente é, e está, e o tempo futuro será e
estará permanentemente cercado pelas incertezas! Incertezas estas, que a cada
dia que passa aumentam, o que torna mais distante um mundo de certezas.
Portanto, como a seta do tempo sempre aponta para o futuro, e como as
incertezas aumentam! Inescapavelmente, então, a seta do tempo tende a apontar para o CAOS.
Edimilson Santos Silva Movér
Vitória da Conquista, 09 de junho de 2010
moversol@yahoo.com.br
Atualizado em 31/03/2018
O TEMPO E O LIVRE ARBÍTRIO - ENSAIO (31)