DA SÉRIE: ENSAIOS QUE NOS LEVAM A PENSAR
Segundo ensaio
ARMAGEDOM NO
“BILDERWORLD”
COM SUA “IN” JUSTIÇA
SOCIAL
E a lenda de que a
Rainha “Austríaca” da França
Maria Antonieta
respondera ao seu Ministro
Que, se o povo
reclamava das maçãs podres,
Então que se lhes dessem brioches!
Projeções para um futuro não tão distante!
1)ANB). Tudo tem um
sentido, não há nada sem sentido, mesmo algo feito com o propósito de não ter
sentido tem o sentido de não ter sentido, talvez até um sentido dúbio, mas
sempre o tem. Não há nada sem propósito, por mais que disfarcem, sempre deixam
as pontas dos cordões aparecerem. Quem souber ler nas entrelinhas com mais acuidade e clareza, lerá a intenção escondida, por mais hábil que seja o
disfarce. No dia 11 de fevereiro ano de 2005, portanto dois anos após a sanção
presidencial que fez entrar em vigor o “Estatuto do Desarmamento” com a Lei nº.
10.826 de 22 de fevereiro de 2003 – como disse, dois anos após entrar em vigor
esta lei – fiz um sucinto escrito a um primo e amigo a que chamei de “CARTA A
DEUSDETH” com 18 páginas, onde, de forma mais sucinta ainda, preconizei, entre
outros assuntos, o seguinte: sucesso econômico e
egoísmo andam "pari passu". Em minha leiga análise, o egoísmo é o princípio e a
causa de todo mal. Por egoísmo, as famílias se isolam dentro dos grupos familiares
com a mesma economia, onde também os grupos sociais se isolam com outros grupos
sociais com a mesma faixa econômica. O melhor exemplo disso é o aparecimento de
organizações como o “Clube Bilderberg” e similares. A concentração da riqueza
nas mãos de poucos nos destruirá como sociedade organizada já que os governos
dos países não vão, não pretendem ou não conseguem controlar a progressiva e
ascendente curva do crescimento demográfico. Quando o planeta estiver
superlotado ou “entupigaitado” de enchedores de latrinas, a grande maioria faminta e inevitavelmente empobrecida! Fará indubitavelmente, uma caçada generalizada aos gananciosos e egoístas. Será
uma verdadeira loucura, um verdadeiro safári, daí advirá o caos social. Basta
um dar o primeiro exemplo, abatendo a primeira caça.
EIS UM TRECHO DA REFERIDA CARTA
2)ANB). Caro Deusdeth,
não sei se chegou ao teu conhecimento, que hoje, dia 17-01-05, saiu ou deu (não
sei se sai ou se dá! ou os dois), creio que se diz “foi ao ar”, no Jornal
Nacional da indefectível Rede Globo, que um dia terá seu devido momento
escatológico. (O motivo dessa previsão futurística, é que ela troca o direito
do povo humilde de meu país pelo dinheiro dos governos corruptos). O Jornal neste dia relatou que um grupo de
sábios apresentou um estudo a ONU (em treze volumes) para acabar com a miséria
nos países pobres ou em vias de desenvolvimento no prazo de vinte anos. Assim,
em 2025, estaria extinta a pobreza no planeta, se não extinta pelo menos
grandemente minorada. O ano de 2005 começou bem. No entanto, sabe a proposta
que apresentaram como genial, pelo menos foi a escolhida para ser anunciada
nesta edição do Jornal da Globo? Dar mosquiteiros para os povos da África
(faminta e aidética), para proteger as crianças dos mosquitos da malária. Ora, um
mosquiteiro é um bem material, que, logo, logo será trocado por comida (já te
disse que burrice é como rocha e erva daninha em campo aberto: nem fogo
destrói. Acho mais parecida com erva daninha, pois renasce com facilidade e
incomoda pra chuchu).
3)ANB). Voltemos ao
nosso ensaio: aqui trato objetivamente e especificamente da ganância e do
egoísmo no Brasil. Como sempre, por ser o país do “jeitinho”, tentou-se dar um
rumo diferente à premissa de um desastre futuro, objetivando cortar o mal pela
raiz e de uma maneira muito engenhosa! Prevendo futuros percalços, no confronto
inevitável entre as duas classes, a minoria rica, talvez 10% ou menos, e a
maioria pobre, os outros 90% ou mais disso (dos habitantes do país) – e não me
venham com esta conversa de que “bolsa isso” e “bolsa aquilo” está tirando
alguém da pobreza, e olhe que quanto mais tempo passar esta diferença tenderá a
aumentar – simplesmente e engenhosamente transformaram a ação do desarmamento
em um paradigma nacional, transformando o ato perpetrado contra a maioria da
sociedade como um problema que interessasse a toda a sociedade, quando, na
verdade, o desarmamento só interessava à classe do topo da pirâmide.
Simplesmente cortou-se o direito da grande maioria de se defender dos bandidos
ou, até mesmo, de poder achacar a minoria dominante, tirando-lhes os “meios” pelos
quais poderia pressionar a classe dos ricos usurários, egoístas e gananciosos.
Estes “meios” seriam, sem dúvida, a posse das armas de fogo. Pelo decreto,
somente as forças policiais e as forças armadas poderiam estar de posse de
armas de fogo e, naturalmente, alguns civis ricos para proteger suas fortunas e
sua integridade física. Pois para ter direito como civil à posse de uma arma,
este civil teria que justificar a necessidade de alguma posse, esta
justificativa inevitavelmente o classificaria como rico, pois, lógico, pobre
não tem posses. Se fosse para defesa própria, todos teriam este direito, e isto
foi negado à maioria. O Decreto nº. 10.826 de 22 de fevereiro de 2003 determina
que somente poderá andar armado no Brasil os responsáveis pela garantia da
segurança pública, integrantes das Forças Armadas, policiais, agentes de
inteligência, agentes de segurança privada e um número significante de civis
ricos, (aqueles com posses), únicos com direito ao porte concedido pela Policia
Federal. Assim fica restrito o uso de armas de fogo pelas organizações do
Estado ou pelas organizações controladas pelo mesmo Estado. Parece que o tiro
está saindo pela culatra! A marginalidade, percebendo que a população está
completamente desarmada, tem aumentado assustadoramente a sua ação, e, ao que
parece, dentro de pouco tempo, a coisa vai se tornar incontrolável. Todas as
camadas sociais sempre contribuíram com uma parcela de elementos para compor a
marginalidade, sendo esta contribuição proporcional ao número de cada camada
social. Ora, como a camada mais numerosa da sociedade é a camada mais pobre,
deduz-se facilmente donde vem o grosso da marginalidade criminosa que ora
assombra o país. Como esta parcela de uma classe tão espoliada da sociedade
consegue se armar? Ora, via sequestros, roubos de Bancos, assaltos e,
principalmente, via tráfico de drogas, que gera o capital para a compra ou para
a importação destas armas. Deve-se, no entanto, observar que o dinheiro que
movimenta o comércio das drogas tem origem, em quase sua totalidade, nas
classes mais ricas, ou seja, as classes dominantes do país, as chamadas classes
“A” e “B”, ou direita e esquerda, sendo a classe “B” a que montou o desarmamento de toda a sociedade. Preparem-se para uma Ditadura
4)ANB). Traduzindo em
miúdos, ao que me parece, o “Estatuto do Desarmamento” tornou-se ineficaz, e o
tiro está saindo pela culatra. A prova é a quantidade e a qualidade das armas
na posse dos marginais. Hoje em qualquer cidade do Brasil até pivete assalta em
plena luz do dia, na certeza de não encontrar nenhuma resistência. Também todos
os marginais indiscriminadamente contam com a certeza da impunidade, todos os
dias os meios de comunicação anunciam aos quatro ventos (ou ondas hertzianas?)
que o sistema prisional brasileiro não comporta mais “hóspedes” e, de reforço,
vem o conhecimento de que toda população civil está completamente desarmada, no
trabalho, na rua e no lar, (intenção primeira do decreto do desarmamento)! Aonde iremos parar? Você sabe aonde? Vejamos se
conseguimos descobrir! Quando a pirâmide da população alcançar o patamar de 5%
na riqueza e 95% na pobreza, nesta altura é de se prever que as armas dos
marginais passarão em grande número para as mãos dos seus filhos e dos filhos
do sofrimento gerado pela pobreza, ou seja, aos seus companheiros de classe,
incluindo, nessa altura, os marginalizados, os revoltados, os desempregados,
parentes e amigos. (Os números 95% e 5% são empíricos). Então, aí, vai ser um
Deus nos acuda! A grande caçada começará, e será um início sem fim ou retorno.
Os dirigentes do país (e não me refiro aqui especificamente aos “governantes”
atuais, refiro-me aos dirigentes de todas e quaisquer épocas), parece-me, foram, eram ou
são, ou serão loucos ou extremamente burros, pois a consequência de uma sociedade tão
injusta não poderia ser outra. Tanta ganância, tanta usura, tanta burrice só
poderia dar nisso. Simplesmente estamos criando um inferno para nossos
descendentes e nada mais. Qualquer aprendiz de demógrafo pode calcular que o
risco de um desastre social cresce de forma quase que exponencial com um
crescimento fora de controle de uma população em sua maioria pobre. E então
advirá o caos social, não há bolsa família que evite a desgraça que se aproxima,
mesmo porque o Estado entrará em falência moral e econômica muito antes disso;
logo logo, o número de marginais ultrapassará de muito o número dos mal
remunerados e sofridos soldados mantenedores da ordem pública. Um rico para sair à rua
terá que ter como proteção um carro de segurança na frente outro atrás, um de
cada lado, um por cima e outro por baixo. E talvez não volte vivo para sua
fortaleza de concreto e aço, pois somente o rico que morar neste tipo de moradia
estará com vida nestes tempos futuros, de acerto de contas e coisas e tais. Não
entendo para que tanta ganância, tanta usura, tanta falcatrua, por que tanto
roubo, tanta desonestidade, tanta sonegação de impostos, para quê? Será que
todos estão loucos ou cegos e não conseguem ver e entender o tamanho do abismo
que estão criando para si próprios e para seus descendentes? Sempre digo que
nunca vi caixão mortuário com gaveta, com cofre ou com reboque! Aí me pergunto
como e para onde vão levar e gastar estas fortunas, fruto da ganância e da
usura! Um grande porcentual destas fortunas é constituído de bens imóveis, de
difícil transferência para o exterior. Sempre construídas em detrimento da
maioria do povo brasileiro. Os brasileiros paulatinamente estão perdendo a
esperança de dias melhores... E não venham me dizer que isto é próprio do
regime capitalista! Há países capitalistas onde tais singularidades não
ocorreram e não ocorrem e são países extremamente bem sucedidos. Aqui nesse 4)ANB)., analiso e refiro-me especificamente, ao caso do Brasil, mas, podemos extrapolar essa visão para todas as Nações do planeta.
5)ANB). Parece-me que a
lição mais difícil de aprender é a dos peixes e dos anzóis! Eis outra que
ninguém aprende! É impossível viver como minoria rica junto a uma imensa
maioria miserável! O resultado disso, todos que num futuro não muito distante, estiverem vivos verão...
6)ANB).Em
quanto tempo, as maçãs que estão dando ao povo brasileiro ficarão podres? Não é
tão difícil calcular! Lembrem-se da queda da Bastilha! Quantos dias se passaram das maçãs podres até
a queda? É só verificar! Mesmo que a intenção subliminar não tenha
sido a exposta neste ensaio, (quanto ao desarmamento), o resultado sem sombra
de dúvida, o foi. Somente aquele que estiver inteirado sobre
o que é o Clube Bilderberg, entenderá o eufemismo contido no “Bilderworld”.
PS
7)ANB). Estas
proposições acima são tão somente um ponto de vista heurístico sobre a
violência futura nas cidades grandes. Num futuro muito próximo, a violência se
espalhará por todas as cidades! Esta violência é fruto de um dos problemas das
classes citadinas, que é a má distribuição da riqueza no ambiente em que vivem
e a falta de oportunidade para se alcançar a prosperidade. Sem uma base
educacional adequada não há como conseguir empregos bem remunerados e dignos,
que, por sinal, não existem, por falta de uma política desenvolvimentista
ativa. A lavoura voltada para a grande produção naturalmente ao mecanizar-se
gera o êxodo para as cidades! Mesmo nas pequenas propriedades é comum a
mecanização, talvez premida pelas leis trabalhistas, o que gera mais êxodo,
mais desemprego e mais violência. É comum o trabalhador rural não aceitar que
se assine sua carteira de trabalho por um curto período, sempre relativo à
duração da colheita, pois, assim, iria perder seus benefícios trabalhistas,
como seguro desemprego etc. ou mesmo as bolsas isso e bolsa aquilo! São
bastante comuns no campo as altas multas trabalhistas na época das colheitas,
por falta de carteiras assinadas, e coisas mais simples como: Botas, luvas,
capacetes, e outras quinquilharias, o que gera mais êxodo, e mais mecanização, e
o círculo vicioso se perpetua inchando as cidades e tornando-as economicamente
inviáveis.
8)ANB). Há sempre um
“boom” na indústria de máquinas agrícolas, por que será? Já a violência no
campo que atinge a classe dos campesinos, especificamente os (sem terras), foi
estudada de forma científica, metódica e com profundidade pelo Prof. Carlos
Walter Porto. Aos que se interessarem pelo assunto, informo que existe uma
interessante pesquisa feita pelo Professor da Universidade Federal Fluminense
(UFF) Dr. Carlos Walter Porto Gonçalves, Diretor do Laboratório de Estudos de
Movimentos Sociais e Territorialidades, que pode ser acessado pelo Google, com
custo “zero”, teclando a seguinte frase: VIOLÊNCIA E DEMOCRACIA NO CAMPO
BRASILEIRO: O QUE DIZEM OS DADOS DE 2003. Nesta pesquisa, colaboraram o
geógrafo-pesquisador Hugo Fioravante e a estagiária Andressa Lacerda. Ou
pode-se comprar a revista da editora do CES Centro de Estudos Sociais da
Faculdade de Economia de Coimbra- Portugal. Este artigo foi publicado na
revista Crítica de Ciências Sociais de nº 75 de 2006 da mesma Universidade e
tem o preço de 14 Euros, mais a postagem para o Brasil. Esta pesquisa data de
2003 e, portanto, foi feita com dados anteriores à data do decreto do “Estatuto
do Desarmamento”, e não consequência deste. O artigo faz uma análise da
violência no campo brasileiro, com base em dados relativos à violência sobre as
pessoas, às lutas sociais e de poder. Estes dados foram coligidos pela Comissão
Pastoral da Terra (CPT). Esta pesquisa torna-se extremamente interessante
porque enfoca a visão colonialista do poder judiciário, mesmo em 2003, o que
nos faz imaginar os horrores da era do Brasil Colônia. O que levou a grande
maioria da população do campo para compor as periferias miseráveis das grandes
cidades brasileiras, sem sombra de dúvida, foi este tipo de visão, uma visão
distorcida da realidade da população brasileira do campo, que sempre foi
tratada como se não fosse formada por brasileiros. Agora é completamente
impossível voltar atrás. Lembrem-se da lição de Canudos! Canudos é uma
vergonhosa mancha na história do Brasil. Um conhecido provérbio chinês diz:
(Existem três coisas que não voltam atrás! A palavra dita, a flecha atirada e a
oportunidade perdida). Parece-me que estamos perdendo ou já perdemos a
oportunidade de levar nossa nação para os trilhos da prosperidade e da paz
social. É interessante observar que só tomei conhecimento da pesquisa do
Professor Walter Porto, após ter escrito o singelo ponto de vista “profético”
da CARTA A DEUSDETH. Se é que posso denominar assim, este meu ponto de vista.
Este ensaio bem
que poderia ser intitulado: ELUCUBRAÇÕES FUTUROLÓGICAS. Bem que poderia! O
futuro dirá... Ou ASSIM CAMINHA E CRESCE A VIOLÊNCIA EM NOSSO PAÍS. Será que a
violência tem algo a ver com a ressonância mórfica? Bem que poderia ter! Num
dos próximos ensaios tratarei disso.
Edimilson Santos Silva Movér
Vitória da
Conquista, 1º de junho de 2007.
moversol@yahoo.com.br
ARMAGEDOM NO “BILDERWORLD” - Segundo ENSAIO da Obra 21 (4)