DA SÉRIE: ENSAIOS QUE NOS LEVAM A PENSAR
Subsérie: Analisando verdades, as quais não
são consideradas, como existentes.
Décimo oitavo ensaio da Obra 21
O MEDO DOS GOVERNANTES
(E DOS RICOS)
Com enfoque específico ao caso
brasileiro,
onde desarmaram e traíram o povo brasileiro.
1)OMDG). Este será o mais curto da
série dos 21 ensaios que compõem esta pequena obra, e o motivo que me leva a
tratar este assunto de forma tão sinóptica é bastante elementar! Não posso, não
devo e não tenho como tornar uma coisa simples numa coisa complexa... Nada
causa mais medo a um governante que um povo enfurecido. Desde os tempos antigos
que se procurou conter a fúria dos povos com as mais diversificadas artimanhas.
Discursos, promessas, ameaças com os fogos dos infernos etc. No princípio das
primeiras sociedades organizadas, tentou-se acalmar os azedumes de humor das
hostes enfurecidas por meio da força bruta, na maioria das vezes com o auxílio
dos aparatos militares... Logo, logo se descobriu que esses métodos extremos
para conter ou diminuir o descontentamento causam mais mal que bem aos cofres
do Estado. É sabido que nada causa mais dor que o ataque ao bolso do cidadão ou
o ataque aos cofres do Estado, pois, ao utilizar métodos coercitivos violentos,
cria-se um maior número de descontentes, que, no futuro, se voltam com uma
carga maior de reivindicações, impossível de ser atendida. Não se sabe de qual
povo saiu o astuto governante que inventou um método infalível e o mais barato
de todos para acalmar as multidões. Tudo nos faz crer que no Império Romano
este método já estivesse institucionalizado desde seus primórdios. Portanto o
método deve ser anterior à amamentação da “Loba”. Assim não julguemos mal os
descendentes de Rômulo e Remo. Nesta altura, os leitores já descobriram que o
método a que me refiro é o clássico “Pão e Circo”. No início deste trimilênio,
os governos são muito mais eficientes no trato com as multidões enfurecidas que
os antigos governos imperiais! Parece-me muita coincidência que se tenha desarmado
o povo brasileiro logo agora neste início de século. Como descobriram que as
multidões iriam para as ruas? Ora! Já estava na mente do governo subjugar a
população! Claro que sim!
2)OMDG). No segundo artigo, eu
disse que: Tudo tem um sentido, não há nada sem sentido! Mesmo algo feito com o
propósito de não ter sentido tem o sentido de não ter sentido, talvez até um
sentido dúbio, mas sempre o tem. Não há nada sem propósito. Por mais que o
disfarcem, sempre deixam as pontas dos cordões aparecerem. Em função do que,
passo a crer que os sentidos das coisas são urdidos com cordões de variadas
tessituras e cores. O que agora estou a vislumbrar no sentido oculto do
desarmamento da sociedade brasileira é a ponta de um cordão com uma nova cor e
um novo entrelace. Talvez a cor amarela, “a cor da sabedoria”, e a tessitura da
seda, pois é bem mais fácil lidar com um povo inteiro desarmado que enfrentar
uma pequena multidão armada até os dentes, (interessante, nunca vi ninguém
carregar uma arma na boca! À exceção da língua, que é a mais poderosa de todas
as armas).
3)OMDG). O governo, já prevendo o
tempo das futuras refregas com as multidões enfurecidas, que é o tempo
decorrido entre o tempo das maçãs podres e o tempo da Queda da Bastilha, os enfrentamentos
serão na base do gás do choro e do spray de pimenta, e haja pimenta! E haja
choro! Vamos ter um longo período em que não se carpirá mais os mortos por
absoluta falta de lágrimas, todas gastas nas ruas nos constantes enfrentamentos
com a polícia. Haverá um tempo em que seremos chamados o povo que ri, por falta
absoluta de lágrimas para chorar. O que provocará o descontentamento do povo
será a quebradeira total, que levará as massas urbanas a uma total falta de
dinheiro até para comprar o próprio alimento! Os povos dos campos comerão
raízes, mas comerão! Não me venham com essa de bolsa família. Como poderá haver
bolsa família se o governo estará completamente arruinado?
4)OMDG). Nessa altura do
campeonato os sistemas previdenciários públicos e privados estarão em completa
falência. Isto estará! A falência financeira total do Estado e a consequente
falência de grande parte das empresas nos levarão a um índice de desemprego
absurdo e desumano. Será que a população brasileira sabe que, dentro de vinte
anos, o Brasil já consumiu todo seu petróleo? E nem falar em importar petróleo,
pois, nesses tempos, somente as nações mais ricas se darão ao luxo de importar
petróleo! É bom que saibam que daqui a vinte anos a maioria das indústrias de
automóvel estará completamente falida, à exceção das indústrias de caminhões e
de tratores agrícolas, que atenderão a grande demanda das indústrias dos
combustíveis da biomassa. Será que os brasileiros sabem que, dentro de vinte
anos, mais da metade das terras agricultáveis do país estará dedicada à
produção dos combustíveis da biomassa, o que provocará uma grande alta nos
preços dos alimentos, causa primeira da fome, que se alastrará nos lares dos
desprotegidos, e se alastrará como erva daninha em campo aberto? A alimentação,
como dizem, custará os olhos da cara, e não adianta procurar os olhos nos
bolsos já vazios! Não se aflijam! Este será somente o princípio “das dores!” O
pior virá depois! Nesses tempos, os arrastões e os saques serão coisas
rotineiras! O povo em sua santa sabedoria sabe que, antes das grandes partidas,
é necessário treinar! E os treinos já começaram: na semana que passou, houve
dois arrastões na Baixada Santista. Será que os governantes atuais sabem que a
fórmula mágica do “Pão e Circo” tem um segredo? Ela só funciona se contiver os
dois componentes, mas, como arranjar o primeiro componente se os campos que o
produziam em abundância estarão ocupados com a produção dos combustíveis para
os automóveis dos “protegidos” da sorte (sem eufemismo, chamemo-los de ricos)?
5)OMDG). É deste quadro dantesco,
que pintei nestas poucas linhas, de onde virá o medo dos (governantes). Os
governantes atuais estão cavando as sepulturas dos governantes futuros. Quem
quiser ganhar aplique o seu dinheiro nas ações das indústrias dos carros
blindados, pois meirinhos, juízes de todos os níveis, prefeitos, governadores,
senadores, deputados, até os vereadores só irão às ruas no interior de carros
blindados. Quase me esquecia! Estou ficando senil só em pensar no futuro.
Esqueci-me de que todos os parentes de primeiro e de segundo grau das classes
anteriormente citadas também só irão às ruas nestes veículos, mais por medo do
que por necessidade. Tornei a me esquecer de uma classe até um pouco numerosa,
mas bem pequena em relação à população total do país. Trata-se da classe dos
ricos, que também só sairá às ruas em automóveis blindados. Como serão as
eleições nestes tempos? Creio que não haverá mais eleições, pois todos serão
nomeados. Será que um povo faminto irá às urnas? Pobre democracia... Pobre
democracia! Durou tão pouco...
6)OMDG). (As
informações aqui contidas, quanto à duração das reservas totais do petróleo
brasileiro são da própria Petrobras). Consultem no Google digitando
simplesmente: DURAÇÃO DAS RESERVAS DO PETRÓLEO BRASILEIRO, o site da Petrobrás
vos informará!
Quem leu a CARTA A DEUSDETH sabe que
está próximo o tempo das grandes caçadas...
Edimilson Santos Silva Movér
Vitória da Conquista, 5 de janeiro de
2009.
moversol@yahoo.com.br
O MEDO DOS GOVERNANTES, - Décimo oitavo ENSAIO da Obra 21 (20)