DA SÉRIE: ENSAIOS QUE NOS LEVAM A PENSAR
Subsérie: A memória e a
ressonância mórfica, numa abordagem mecanicista do tema.
Décimo terceiro ensaio
da Obra 21
O RECÔNDITO
DO “SER”
E A MENTE HUMANA
Uma singela
tentativa de ampliar o conhecimento sobre o nosso “eu” interior, com reflexoS
na visão que temos de nosso próximo, nesse ensaio incluo uma transcrição “ipsis
litteris” de um artigo do biólogo e filósofo Rupert Sheldrake.
O QUE SERIA
A MENTE HUMANA.
1”ORDS”. O recôndito do “Ser”
continua desconhecido, sendo a razão de inumeráveis estudos, o recôndito
conteria a essência da essência? Até o momento, não somente isso, praticamente,
desconhecemos tudo que se relacione com o recôndito do "Ser". Na
etimologia, é também o âmago, o íntimo e desconhecido da nossa mente ou do eu
interior. Mas, o que seria realmente a mente humana? Nossa essência seria nossa
mente? Ou conforme Martin Heidegger, a mente seria a essência da essência do
“ente” ou o “isto é”. Este é o maior mistério existente no universo. E nunca
recebeu de nenhum ramo da atividade intelectual humana qualquer resposta que
viesse dar uma consistente e razoável definição de que seria o “ente” ou a
essência do “Ser” pensante e falante, as perquirições são muitas, e as
respostas verdadeiramente concludentes nunca conseguiram ultrapassar o número
zero. Tal é o tamanho do mistério que envolve essa fugidia e estranhíssima
criatura chamada “Ser”. Debalde a filosofia o tentou. A dificuldade é tamanha,
que até hoje, (com todo desenvolvimento que atingimos em todos os setores referentes
ao “Ser”, ligados à episteme humana, não se chegou a uma conclusão definitiva
sobre o que seja a consciência. Tudo me leva a crer que o conhecimento
científico do homem, não possua caráter evolutivo na área espiritual, ou seja,
a ciência não sendo capaz ou não seria montada com a finalidade de evoluir a
espiritualidade do “sapiens”. Ao que podemos perceber, a ciência criada pelo
próprio homem trabalha no sentido de promover a sua involução. O conhecimento
científico moderno, ou ciência. Teve início no século XVI, e ao que vemos, a
espécie tem regredido no campo da espiritualidade. A ciência não somente nos
trouxe a tecnologia, mas, também muita barbárie. Analise as ações praticadas
pelos homens durante a última segunda grande guerra mundial. Evoluímos ou
regredimos? Como disse, a ciência não contribui para a evolução do “sapiens” no
campo espiritual. Pois, o conhecimento pretérito sempre será substituído por
novos conhecimentos científicos mais avançados, o que faz aumentar a fé na
ciência, e diminuir a fé na espiritualidade. Resultado, a ciência tornou-se uma
fábrica de ateus, e o pior, de ateus embrutecidos exatamente pela falta de fé
no divino, terreno fértil para florescer a barbárie. O homem ainda não possui
suficiente evolução espiritual para entender o que seja a Inteligência Cósmica,
que chamamos de Deus, no entanto, neste estágio em que se encontra, não vai
conseguir viver sem uma, mesmo que seja uma falsa divindade. A bagagem de conhecimentos
que conseguiu formar num tempo anterior ao raiar do século XVI, foram
conhecimentos empíricos, e que foram completamente
substituídos pelos novos conhecimentos sob a égide dos laboratórios
da física newtoniana, da química, do eletromagnetismo, no início do século
XX floresceu a física, relativista e a quântica,
da química moderna, da astronomia, e da cosmologia, o que produziu uma imensa
quantidade de cientistas ateus, em que uma imensa maioria se transformaram em
professores de seguidas gerações de novos alunos ateus, donde sai novas
gerações de professores ateus, imaginem o resultado disso, em seguidas gerações
de alunos. Isto em todos os países. Em quinhentos anos, início do século XVI
até hoje, a ciência, embora, ela em si, não seja a culpada, está, os
praticantes da ciência, estão antes de tudo, ao contrário do que pensam,
diminuindo a razão e a inteligência dos “sapiens”, pois, seus cientistas
embevecidos com a própria ciência, tornada mecanicista e atomista pelos
próprios cientistas, que se tornam ateus pelo conhecimento do funcionamento da
natureza adquirido nas universidades, estes cientistas com deficiência de
inteligência, temem confessar o que a razão lhes diz, que uma Inteligência
Cósmica que transcende tudo, criou o universo e o homem como partícula
inteligente pensante. Partícula que toma conhecimento de si própria e do próprio
universo. Quando na realidade a ciência nada mais seja que uma das milhares de
formas de se fazer a leitura dessa imensa obra da Inteligência Cósmica, obra
que chamamos de universo. O resultado observado, é que o conhecimento
científico do homem, possui caráter evolutivo, como disse antes, pois conhecimentos
pretéritos são completamente substituídos por novos conhecimentos, o que torna
a história da ciência uma história fragmentária, não possuindo o conhecimento,
portanto, uma sequência de fases, só assim compreendo a episteme humana.
Continuamos dizendo que a ciência “evolui”, pois, falta-nos um verbete para
dizer que ela avança em fases, então comumente, utiliza-se o verbo evoluir, mas,
na realidade ela não evolui. A ciência de toda a natureza é existente e
completa em si, o que evolui é o conhecimento dos cientistas sobre a ciência. Os
setores da ciência como; neurologia, psicologia e a psiquiatria, em suas áreas
ligadas à pesquisa científica do “Ser” não conseguiram descobrir nem mesmo o
que seja a consciência nem tampouco onde fica a morada dessa senhora, e assim,
não se chegou a nenhuma resposta definitiva sobre o que seja o “Ser”, ou
“ente”, mente, consciência, enteléquia, identidade, eu, personalidade, e
pasmem, não definiram nem onde seria a morada de nossa memória. Para assombro
dos cientistas mecanicistas, mas, não meu! Uma nova proposta foi tornada
pública em 1981, ela chama-se Ressonância Mórfica, criada pelo biólogo,
bioquímico, parapsicólogo e palestrante inglês Rupert Sheldrake, (1942- ****),
ele criou e desenvolveu os conceitos da “Ressonância Mórfica” e dos “Campos
Morfogenéticos”. Esta teoria prediz que: a turma que representa a mesma coisa, antes
citada, como o Ser”, o “ente”, mente, pensamento, consciência, enteléquia,
identidade, eu, personalidade, inclusive nossa memória, não residam em nosso
cérebro, em nossos neurônios, isto tem atordoado os cientistas, se não
residimos em nosso cérebro, onde residimos então! A teoria da Ressonância
Mórfica nos propões que o ”Ser” não está dentro de nosso organismo! E de que na
realidade o nosso corpo é que está dentro do “Ser”? Então, é o “Ser” que nos
envolve! E de que na realidade nossa aura seja a energia de nosso “Ser”, mas,
não seria a energia de nosso organismo, como seres espirituais sejamos o que
percebemos como nossas auras! Esta proposição é de difícil compreensão e
aceitação para os cientistas mecanicistas. A biologia caminha serenamente, e
provavelmente irá no futuro resolver este impasse. Depois de 1981 com o advento
da teoria da Ressonância Mórfica preconizada e defendida por Rupert
Sheldrake, talvez a neurociência no futuro, tenda a acreditar que nossa memória
não tenha residência fixa em nossos neurônios. Sempre acreditei que à medida
que o conhecimento, ou o que chamamos de ciência do homem se desenvolvesse
nessa área, o mistério tenderia a aumentar! É de enlouquecer! Debalde a
filosofia tentou resolver o mistério, que a filosofia nunca chamou de mistério,
unicamente, por vaidade, no entanto, nunca o conseguiu resolver. A psicologia e
a psiquiatria são ciência irmãs, a última sempre tentando encontrar o caminho
da cura para este “Ser” quando doente, um "Ser" extremamente abstrato e inatingível, seus responsáveis, os psiquiatras, sempre andaram no escuro. A vaidade dos cientistas da psicologia e da
psiquiatria é tão ativa que os levam a não perceber que eles têm acesso somente
à personalidade formada durante a existência dos pensantes, e de que é
impossível ter acesso aos seus espíritos. Dentro dessas ciências há mais
questões por responder que respondidas. (Não é pra menos”, as duas lidam com a
maior complexidade do universo, chamada de “Ser” pensante. O interessante é que
à medida que estas ciências “evoluem”, (isto, com as restrições acima), o
mistério aumenta. O que acontece é que o número de questões a serem respondidas
simplesmente aumentam a cada passo “evolutivo” dessas ciências, pois tanto as
velhas, como as novas perguntas nunca são todas respondidas, então as perguntas
novas não respondidas somam-se às velhas, e o número só tende a aumentar.
Finalmente! Em 1981 eis que aparece alguma esperança de elucidarmos o "mistério
maior", e talvez num futuro próximo possamos responder à pergunta! (Quem somos
nós?). E o faremos com a teoria da Ressonância Mórfica, que inclui o conceito
de “campos morfogenéticos”, pois, depois da estruturação da física quântica,
nas primeiras três décadas do século passado, considerada a “excelência” das
ciências, por se tratar exatamente do fundamento de tudo existente no universo!
As questões pertinentes à pergunta (quem é o “Ser”) tornaram-se ainda mais
difíceis de serem respondidas. Será que a física penetrando na intimidade da
matéria de que somos constituídos, calou a filosofia para sempre? Tudo que a
filosofia disser, (no momento), sobre o “Ser” será tido no mínimo, como inconsistente,
inadequado, inábil, e com certeza errado. O “Ser” material quando sob uma
abordagem quântica profunda, simplesmente não existe, pois ele se apresenta em
algum momento na sua essência mais profunda, ora como uma incerteza, ora como onda, ora como uma partícula, ou
ora como o gato de Scrödinger, vivo e morto ao mesmo tempo, podendo até estar
em dois lugares ao mesmo tempo. Durma com um barulho deste, e diga que tem
dormido bem! Fundamentando-se nesta contextualização, este singelo ensaio em
princípio, está impossibilitado de elucidar a questão. Devendo ser considerado
como uma propedêutica desse tema. O que posso e pretendo fazer é deixar de lado
o que a religião e a filosofia pensam e dizem sobre o assunto, e direcionar o
enfoque para as últimas proposições que uma pequena parcela da biologia tem
tentado divulgar como postulado maior da ciência da vida. Portanto, este ensaio
será uma abordagem sistêmica e holística de um assunto que até hoje tem sido
tratado pela ciência de forma atomista e mecanicista! Assim, este ensaio terá
caráter estritamente semiológico e heurístico como explicação básica do que
seja o “Ser”. Depois da descoberta que o universo evoluiu a partir da
indefectível “singularidade” que já continha em si, um universo uno e
energético, na fase anterior ao Big-Bang, ou seja, na própria “singularidade”,
ficou assente que a evolução seria inerente ao próprio universo, e não somente
uma particularidade do “Ser” pensante. Podemos aceitar então, de forma
compreensível e mais natural que: Se o universo evolui! Tudo que nele é contido
é passível de evolução, inclusive suas leis físicas, (isto nos é proposto pelo
cientista Rupert Sheldrake). Uma grande verdade que nos trouxe a teoria do
Big-Bang somada a recente descoberta de o universo está em expansão, é de que o
universo evolui. O postulado da teoria de um universo em expansão comporta a
priori o conceito de evolução, pois tudo que está em movimento está sujeito a
alterações físicas e energéticas. Eis, aí, a nossa esperança de elucidar o
mistério da “essência” do “Ser”. Rupert Sheldrake é um cientista/filósofo, não
sei se mais filósofo ou mais cientista, ele tem escrito e feito conferências em
um grande número de universidades, suas palestras estão sendo levadas ao
conhecimento de todo mundo através de seu site na internet: www.sheldrake.org/ este site é muito
conhecido, visto, e lido principalmente, no ambiente acadêmico, sobretudo no
mundo científico ligado a alta pesquisa teórica da neurociência, na busca do
“Ser”, o que comporta e inclui os altos estudos da consciência humana. Este
pensador inglês vem divulgando uma ideia que embora não seja nova (as suas
bases foram lançadas em 1920 pelos biólogos), ela é inusitada, por conter em si
um enfoque novo, e que tem causado furor no mundo científico. A parte da
população não ligada às coisas da ciência da vida passa ao largo sem nada perceber
ou conhecer a respeito dessas ideias. A teoria de Rupert tem mais cores de
misticismo e metafísica que mesmo cores de ciência, no entanto, a abordagem que
ele faz sobre sua teoria é extremamente científica. A essência de sua teoria os
místicos e as religiões orientais sempre a pregaram, certamente que com outras
palavras, mas, sempre o fizeram. Na sua essência o que prega o biólogo inglês é
que o universo é fruto da evolução, é vivo e pulsante, e o mais importante, ele
apregoa que o universo possui memória, tudo que sofre modificação, se
desenvolve e possui memória, os cristais, as plantas, os animais, o homem é
óbvio que tem, mas o que ele apregoa com mais ênfase é que todos os seres vivos
possuem memória desde quando óvulos! Inclusive as sementes, uma semente de
Cedro sabe que é um Cedro e cresce como um Cedro, uma semente de Jacarandá não
se desenvolve como um Pau Brasil, uma semente de Pimenta crescerá sempre como
uma Pimenteira. Só entenderá esta proposição quem se aprofundar na teoria, e
tiver profundos conhecimentos da biologia da fauna e da flora, para os leigos em
neurociência esta teoria não é uma teoria óbvia. À sua teoria ele deu o nome de
teoria da “Ressonância Mórfica”. Em 1981 ele publicou o livro “Uma Nova Ciência
da Vida”, na época este livro causou muita polêmica, foi pouco compreendido,
mas com o passar do tempo a biologia teórica absorveu a “essência do cerne” da
teoria, e tudo se acalmou. Na época a revista “Nature” o classificou como um
forte candidato à fogueira, por outro lado a revista “New Cientist” classificou
sua teoria como “uma importante investigação científica a respeito da natureza
da realidade biológica e física”. A teoria não é nova, o enfoque e a
abrangência que Sheldrake dá a sua teoria é que é nova. A visão de mundo da
maioria dos biólogos ocidentais, e mesmo de todos os países é atomista,
reducionista, mecanicista, portanto, uma visão materialista, para os biólogos
que têm este tipo de universo como real, e o tem como seu universo existencial,
é extremamente difícil perceberem o mundo holístico proposto por Rupert
Sheldrake na sua teoria da Ressonância Mórfica. Desta extrema dificuldade de
perceber é de onde advém a demora e a “lerdeza” da teoria para ser absorvida e
aceita como uma verdade axiomática universal. Talvez passe vários séculos para
que uma teoria com estas proposições possa ser aceita “como disse”, como uma
verdade universal, principalmente pela ciência neurológica ortodoxa. A não
aceitação das teorias sobre conceitos abstratos, envolvendo a “imaterialidade”
provém da dificuldade ou mesmo da impossibilidade de uma comprovação da teoria
por experimentação em laboratório, o máximo que se consegue, é em última
instância, a análise de resultados de fatos não experimentais. Estas “análises
de resultados” são frequentemente consideradas como frágeis e inconsequentes.
2”ORDS”. Tenho um amigo,
que na época, 1996, cursava o último ano de biologia numa faculdade de
Salvador-Bahia, residindo em Vila de Abrantes, que “quase” se desentende comigo
quando lhe expus a teoria de Sheldrake, a salvação foi um seu professor do
curso de biologia que era versado em biologia molecular, e que descobri depois,
era muito inteligente, ele
dominava a física quântica
como um físico quântico, e já era conhecedor da teoria da Ressonância Mórfica.
Esse professor conseguiu acalmá-lo, fazendo-o ver que a teoria existia, mas,
ainda estava sub judice, e que tudo que ele tinha aprendido no curso de
biologia continuava válido. Desde o princípio notei que sua resistência em
aceitar esta nova proposição do Sheldrake se prendia aos valores por ele
depositados nos conhecimentos adquiridos no curso de biologia. Com certeza
haverá muita resistência e dificuldades a vencer para se universalizar estes
novos conceitos, principalmente, nas universidades de pouco ou nenhum renome,
elas naturalmente, fogem destes temas ainda não totalmente aceitos como
verdades científicas universais, temendo o descrédito e mesmo o ridículo em que
incorreriam ao ensinar assuntos tão controversos. Com certeza Rupert Sheldrake
escapará da fogueira, mas pelo menos durante esse século XXI provavelmente, não
será agraciado com um prêmio de peso como um Nobel. Embora sua descoberta valha
muito mais que isso. Sua teoria é tão velha quanto a ideia de que o mundo
material que nós percebemos à nossa volta seja uma ilusão. Os Vedas na antiga
Índia há mais de três mil anos já tinham conhecimento desse fato, e até o
início do século XX não tínhamos nós, (os ocidentais), como entender isso, foi
somente com o advento da física quântica que se tornou possível entender de que
forma o mundo é uma ilusão, ou seja, é “Maya”. Com o novo modelo de átomo, onde
o seu núcleo é tão diminuto, que se crescermos um átomo onde o seu núcleo passe
a ter um diâmetro de 30 cm, os elétrons em sua órbita mais externa estarão a
500 metros de distância do núcleo. Percebe-se assim, que as partículas
bariônicas possuem imensos vazios no seu interior. Se possuíssemos visão mais
acurada, veríamos através da matéria, então os Vedas estavam certos ao dizerem
que o mundo é uma ilusão. Com a universalização dos conceitos sistêmicos e
holísticos, talvez esta compreensão seja facilitada aos modernos cientistas,
que pensam que tudo sabem. Existem conceitos que nos enternecem e nos fazem
sentir mais esperançosos e divinizados como seres humanos, mas, nos assusta e
nos confunde o entendimento do existir. Conforme as leis da física quântica nós
não existiríamos, como seres materiais, seríamos somente um amontoado de átomos
com suas camadas de elétrons em disparada, somente isso. Também o holismo nos
põe diante de um mundo virtual, e a semiótica nos remete a um mundo
extremamente simbólico, universal e impessoal, onde não somos nada relevantes
como seres. Talvez, nem mesmo individualmente sejamos necessários ou de alguma
importância para o existir da humanidade ou da vida planetária. Isto, talvez
por termos sidos formados dentro dos conceitos já ultrapassados do atomismo
criado por Leucipo e seu discípulo Demócrito, o determinismo de Laplace e o
materialismo filosófico deflagrado a partir do século (VII a.C.) na Grécia
antiga pelos filósofos pré-socráticos. Mesmo com todo o uso da inteligência dos
filósofos modernos, e aqui incluo pensadores do passado como Descartes,
1596-1650, de Baruch de Espinoza, 1632-1677, John Locke, 1632-1704, e sobretudo
Immanuel Kant,1724-1804, este teve a sorte de beber de todas estas fontes. Não
somente estes, mas toda a filosofia com todo seu aparato intelectual nunca
conseguiu penetrar um milímetro sequer na essência da essência do “isto aí”, do
“é”, ou “ente”, do “tò” grego ou “Ser”. Não utilizo aqui a distinção
heideggeriana, entre o “ente” e o “Ser”. A grande verdade é que o aparente
materialismo do cosmos, levou o homem a acreditar piamente no seu próprio
materialismo, tornando principalmente os cientistas em ateus irredutíveis, isto,
devido à falsa aparência material do mundo em que vivemos.
SOBRE A TEORIA DE
SHELDRAKE
3”ORDS”. Não posso, nem devo
tornar este ensaio em um prolegômenos dessa interessante teoria do Rupert
Sheldrake, vamos a ela de forma sucinta, mas sistematizada, em 1920 foi
difundido pelos biólogos, dentro do mundo da biologia a teoria dos Campos
Biológicos ou Campos Morfogenéticos, “coisas absolutamente abstratas”, que eram
os campos das formas vivas, talvez influenciados pelas descobertas (1873), dos
campos eletromagnéticos pelo cientista inglês James Maxwell, também “coisas
absolutamente abstratas”. No século passado, Sheldrake levou ao conhecimento do
mundo, através de seu livro A New Science of Live, 1981, (Uma Nova Ciência da
Vida), suas descobertas e análises, o que resulta em suas crenças, do que
chamou de Ressonância Mórfica, parecida com a teoria dos campos morfogenéticos
dos biólogos de 1920, no entanto, bem diferente em sua forma e no conceito
geral. Não posso dizer que Sheldrake ampliou o conceito de campos
morfogenéticos, de tão diferentes que eles são, embora parecidos, são
completamente díspares, os campos morfogenéticos se atém as formas dos seres
vivos, enquanto vivos e cada um “per se”. A Ressonância Mórfica se reporta aos
seres sempre em abrangência grupal, embora a função do “ser” seja individual.
Abrangendo tanto os seres superiores, como os inferiores como as células, o
reino das plantas e até os cristais estão sujeitos à Ressonância Mórfica, na
teoria do Sheldrake, os planetas, os sistemas planetários, as galáxias, o
universo enfim, ele defende a teoria de que tudo no universo possui memória resultante
da ressonância mórfica. Para uma melhor e maior compreensão do leitor, seria
mais acertado juntar um artigo do próprio Sheldrake, resultado de uma
conferência sua e traduzido do site: www.sheldrake.org/ -- desconheço o autor da
tradução, a transcrição é “ipsis litteris”.
Resumo dos comentários e do
texto traduzido livremente do site: www.sheldrake.org/
Neste artigo Sheldrake
confirma a teoria de Darwin para quem os hábitos dos organismos eram de vital
importância. Na hipótese da causação formativa, a teoria propõe que a memória é
inerente à natureza. A maior parte das, assim, chamadas leis da natureza são
mais como hábitos.
EIS A BASE DA
TEORIA
DOS CAMPOS
MORFOGENÉTICOS DA BIOLOGIA.
ONDE ESTE ASSUNTO
É TRATADO DE FORMA GERAL
DESDE 4”ORDS”. ATÉ 8”ORDS”.
4”ORDS”. - “Todas as células
vêm de outras células, e todas as células herdam um campo organizacional.
Embora os genes façam parte da organização celular, participando diretamente no
controle e da informação da síntese das proteínas, não pode explica-la. (...).
os genes não podem por si mesmos determinar formas; (...), não fosse assim,
moscas de frutas não pareceriam diferentes de nós. A maioria dos biólogos do
desenvolvimento aceita a necessidade de uma concepção holística ou integrativa
da organização viva, e desde 1920 que muitos desenvolvem a proposta de que a
organização biológica depende do campo, diversamente chamado (entre outros
nomes) de campo biológico ou mais como (campo morfogenético) – “.
5”ORDS”. – “Sheldrake sugere
que os campos morfogenéticos trabalham imprimindo padrões que de outro modo
seriam de atividades randômicas ou indeterminadas. (...) Os campos
morfogenéticos não são fixos para sempre, mas se desenvolvem, e foram
transmitidos por seus antepassados por um tipo de ressonância local, chamada de
ressonância mórfica. O campo organizaria a atividade do sistema nervoso como se
fosse herdado através ressonância mórfica, transmitindo uma memória coletiva e
instintiva. Cada indivíduo simultaneamente escreve sobre e contribui para a
memória coletiva da espécie. 2. A ressonância do cérebro com seus próprios
estados passados também ajuda a explicar as memórias dos indivíduos, animais e
humanos. Não é necessário de que todas as memórias estejam estocadas no
cérebro. Grupos sociais possuem memórias distintas e são igualmente organizadas
por campos –“.
A MEMÓRIA E A
NATUREZA
6”ORDS”. – “Do ponto de vista
da hipótese da ressonância mórfica, não é necessária a suposição de que todas
as leis da natureza fossem completamente formadas no momento do Big-Bang, como
um tipo de código napoleônico cósmico, ou que existam num reino metafísico além
do tempo e do espaço (hipótese realista, na filosofia, nas ideias de Platão –
todos os conceitos universais existem à priori, num reino metafísico além do
tempo e do espaço) – “.
7”ORDS”. (...) – “Se nós
queremos continuar com a ideia de leis naturais, podemos dizer que se a
natureza evolui, suas leis também evoluem. Assim como as leis humanas evoluem
no tempo. Mas então, como as leis naturais seriam lembradas ou utilizadas? A
metáfora da lei é embaraçosamente antropomórfica. Hábitos são menos centrados
no homem. Muitos organismos tem hábitos. Mas, só os homens tem leis. Os hábitos
da natureza dependem de um esforço de similaridade não local. Por meio da
ressonância mórfica os padrões de atividade nos sistemas auto-organizantes são
influenciados por padrões semelhantes no passado, dando a cada espécie e a cada
tipo de sistema auto-organizantes uma memória coletiva. Acredito que a seleção
natural dos hábitos, terão papel essencial em qualquer teoria integrada da
evolução, incluindo não apenas a biológica, mas a física, a química, a
cosmologia, a área social, a ciência por excelência, e a cultura em geral. Os
hábitos estão sujeitos à seleção natural. E quanto mais frequentemente são
repetidos, mais prováveis eles se tornam. Os animais herdam os hábitos de
sucesso de suas espécies como instintos. Nós herdamos hábitos corporais,
emocionais, mentais culturais, incluindo os hábitos de nossas linguagens,
independentemente dessa diversidade, são chamados simplesmente de Hábitos –“.
CAMPOS DA MENTE
8”ORDS”. – “Os campos mórficos
subjazem nossa atividade mental e nossas percepções, e levam uma nova teoria da
visão. 3. A existência desses campos é experimentalmente testável por meio da sensação
de ser observado. Há muita evidência de que esse senso realmente existe. 4. Os
campos mórficos de grupos sociais conectam juntos membros do grupo mesmo quando
estão milhas distantes, e promove canais de comunicação por meio do qual os
organismos podem se tocar a distância. Eles ajudam a prover uma explicação para
a telepatia. 5. Telepatia é normal, não paranormal, natural não sobrenatural, e
é também comum entre pessoas, especialmente pessoas que se conhecem bem. Os
campos mórficos de atividade mental não são confinados ao interior de nossa
cabeça. Eles se estendem muito além de nosso cérebro por meio da intenção e
atenção. (...). os campos de nossas mentes se estendem muito além de nossos
cérebros. Escrito por Sheldrake em fevereiro de 2005 – “.
OS FINALMENTES
9”ORDS”. Tenho certeza que a
transcrição “ipsis litteris” acima, do artigo do Rupert Sheldrake tenha levado
mais informação ao leitor que alguns artigos escritos por mim sobre o assunto.
A Ressonância Mórfica vai ser assunto a ser discutido pelos próximos séculos,
não custa tentar entender, pelo menos “entender”, seus fundamentos mais
elementares, já que é um assunto extremamente complexo e controverso, tanto é,
que tem criado uma grande cisão no campo da biologia moderna. Mas como não sou
biólogo e muito menos filósofo, também, não me contento com o pouco que pude
até o momento entender da matéria, isto não impede que eu continue a pesquisar
a área. Sendo um assunto que talvez nos traga algumas respostas, “no futuro”,
sobre a origem da vida, o que será de interesse de toda a humanidade. A
despeito do que opine e pense as religiões e a filosofia, a Ressonância Mórfica
ainda vai dar: (muito pano “pras” mangas). E como vai dar!
CARÍSSIMOS AMIGOS
E RARÍSSIMOS LEITORES
10”ORDS”. O próximo ensaio (me
refiro ao décimo quarto ensaio), será voltado para a difícil “tentativa”, de
alcançar uma melhor compreensão do que somos, e do que chamamos
de: (“Ser”, “Mente”, “Tò”, “Consciência”, “Enteléquia”, “Ego”,
“Ente”, “Eu”, “Sopro”, “Espírito”, “Alma”, e outras lagartixas! E o
que mais acertado julgardes e quiserdes chamar. E de como a ressonância mórfica
poderia vir desde muito tempo alterando o comportamento de parcela da sociedade
brasileira para o mal, principalmente para a "Violência".
Edimilson Santos Silva Movér
Vitória da Conquista,
22 de julho de 2008
Revisado em 29 de abril de
2021
77 99197 9768
O RECÔNDITO DO "SER” - Décimo terceiro ENSAIO da Obra 21 (15)