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CONVITE PARA O ENTERRO DOS MEUS FANTASMAS
Vamos então dirigir o
foco deste arrazoado para o que nos diz o contido na “Obra: “Preconceito
Linguístico”, (O que é, e como se faz), Marcos Bagno
19)CPOEDMF). Mário Perini, no livro que citamos acima, chama a atenção para a “propaganda enganosa” contida no mito de que é preciso ensinar gramática para aprimorar o desenvolvimento linguístico dos alunos:
DA
SÉRIE: ENSAIOS QUE NOS LEVAM A PENSAR
Subsérie:
Estudos filológicos
CONVITE PARA O ENTERRO DOS MEUS FANTASMAS
1)CPOEDMF). Este ensaio, como não poderia
deixar de ser, é dedicado aos expoentes da Fina Flor do Lácio: Camões (é o
primeiro que me vem à mente), talvez em sonho, não sei por que, mas só o vejo
com os dois olhos abertos, bem abertos; interessante, nunca o vejo manaio; Eça
de Queiroz, Antenor Nascentes, Rui Barbosa, de fraque, Humberto de Campos, um
Antero de Quental, sisudo, todos indiferentes à minha piedade; vejo-os sempre
saindo dos túmulos, em fila, andando em minha direção, de penas em punho, para
me corrigir ou me admoestar; estes são os meus fantasmas!
2)CPOEDMF). O tema em pauta, foi denominado por Marcos Bagno de (Mito número 7), –
este mito trata da separação entre a “língua falada e a língua escrita”, e a
gramática normativa. Torna-se necessário que se faça uma apresentação do nosso
anfitrião aos nossos ilustres leitores: O professor Marcos Bagno é tradutor,
escritor e linguista, sendo Doutor em Filologia e Língua Portuguesa pela
Universidade de São Paulo (USP). Professor de Linguística do Instituto de
Letras da Universidade de Brasília, (UNB). Dele é o (Mito número 7). Sua
produção literária na área de “línguas” ultrapassa as duas dezenas de títulos.
Sendo portanto, uma autoridade no assunto.
Edimilson Santos Silva
3)CPOEDMF). Nesse ensaio; tomaremos conhecimento de um tema sumamente
interessante! Que é sobre a cobrança que todos nos fazem, por não sermos
especialistas na fala, nem na escrita da “Fina Flor do Lácio”.
No entanto, tenho
certeza que alguns outros colunistas deste Blog o são, não digo especialistas,
mas, pelo menos dominam com certa facilidade a gramática que, pretensamente
impõe uma norma culta à fala e a escrita da língua. No meu caso em particular!
Escrevo de ousado que sou! Mas, confesso que passei a olhar com outros olhos o
problema da aplicação da gramática normativa, à escrita. (Isto, quanto à sua
aplicação nos meus singelos escritos). Qualquer pessoa que não possuir um
completo domínio da gramática normativa, e ler o livro “PRECONCEITO
LINGUÍSTICO”, (O que é, e como se faz), do professor Marcos Bagno, das “Edições
Loyola”, passará a ter imediatamente outra visão sobre o assunto. No momento
vamos analisar somente o que nos esclarece o cientista da língua, professor
Marcos Bagno, no Capítulo de número 7 (sete), ou o Mito número 7 (sete). É
PRECISO SABER GRAMÁTICA PARA FALAR E ESCREVER BEM, (pp.62-68).
4)CPOEDMF). Primeiramente vou apresentar os meus veneráveis fantasmas, aos meus
amáveis leitores, Para depois enterrá-los solenemente, (enterrar os fantasmas,
claro), se é que seja possível enterrar um fantasma! Depois trato do Mito
número 7 (sete), do professor Marcos Bagno. No futuro, com o auxilio deste
linguista e de seus colegas, ainda iremos ao enterro da gramática normativa.
Isto segundo o próprio Marcos Bagno.
5)CPOEDMF). Depois de ler o livro deste ilustre cientista da língua, não vejo mais
motivos para ter estes saudáveis, rotineiros e salutares encontros oníricos com
estes meus já familiares fantasmas. Tudo na vida torna-se uma rotina, até
encontro com fantasmas, embora seja uma rotina onírica! Assim, fica aqui o
solene, (e alegre), convite para o enterro dos mesmos, na esperança de que cada
um leitor, de “per se”, também faça o enterro dos seus fantasmas, naturalmente
que este convite é dirigido unicamente a quem os possuir...
6)CPOEDMF). Em agosto do ano de 2003 dirigi uma carta a um filólogo, (que se
tornou meu amigo através da net), por sinal nunca mais o vi, amigo virtual é
assim mesmo, “virtual”, carta esta, com o seguinte conteúdo, ou vazada nos
seguintes termos: Eis aí um exemplo do dinamismo da língua, eis aí, uma “coisa”
que nunca consegui compreender; (claro que estou brincando com o leitor!). Como
é que se consegue vazar uma carta? Será que é dobrando-a, e segurando-a pelas
extremidades das dobras ou pontas, depois fazendo um pequeno furo no centro da
dobra para que por ali vaze o que foi escrito? Será!!!...
7)CPOEDMF). A poucos dias tive uma prova viva do dinamismo da língua, estando em
visita a um filho em Abrantes de Camaçari, quando chegou a hora de meu neto,
(Hobert Rocha Santos Silva), ir para o Colégio, este meu neto de quinze anos,
um aluno brilhante, campeão de xadrez do colégio Mendel, que já é poeta e
escritor, e que faz o último ano do segundo grau, dirigindo-se para o portão,
gritou para mim! Vazei vô! Tchau... Eu já tinha encontrado um exemplo
semelhante no livro do Bagno. (Claro, que o verbo “vazar” na frase da carta é
utilizado no sentido de escrever, e o meu neto estava utilizando o mesmo verbo
em substituição ao verbo “ir” ou “partir”). O “vazar” da carta já está
incorporado à forma culta, e o outro “vazar”, com certeza não demorará muito
para estar.
8)CPOEDMF). Eis a minha carta ao filólogo:
Caro Amigo dos Anzóis
Pereira e Coisas e Tais
Somos, com certeza,
(cada um de “per se”), um universo à parte; se assim não o fosse, seríamos como
nossos irmãos irracionais, “individualizados”, mas com procedimentos típicos de
manada, com ações e atitudes grupais etc, em que, num milhão de indivíduos, ninguém
se destaca, salvo nos comportamentos instintivos, da disputa na reprodução e pela
sobrevivência. A igualdade mais marcante dos seres humanos é exatamente a
diferença inerente a cada um. Quando encontrardes muitos indivíduos iguais,
defendendo os mesmos princípios ou crenças, desconfie deles! Principalmente dos
não questionadores, pertencentes à grupos com as mesmas crenças religiosas,
científicas, filosóficas ou políticas, via de regra são fanáticos, com visão
distorcida da realidade, mais parecendo habitantes da caverna de Platão.
A única esperança de
cura para um fanático é rezar pela próxima encarnação; com sorte, ele talvez
escape deste pesadelo. Perdoe-me por ter que ser mordaz, mas nesses casos
torna-se necessário ser duro. Impossível enfrentar um exército de fanáticos com
buquês de flores! Desconfio das multidões unânimes, pois, nelas vejo algo que
me cheira a “algo de podre no Reino da Dinamarca”. A única “qualidade” da
multidão é ser burra. Não creio que paire sobre a multidão o “Master Mind”.
Também não acredito na máxima de que toda a unanimidade seja burra; os
julgamentos unânimes nem sempre são burros, o caminho não é este. O caminho é a
análise dura e fria, mas, racional dos procederes humanos.
O que leva os homens ao
erro sempre são outros homens; desconheço o caso em que, ”intencionalmente”, o
cachorro levou o dono ao crime! Sei, e sei bem, que a união faz a força e que o
que nos fez progredir como espécie em evolução foi o instinto gregário. No
entanto, na minha individualidade, sou de comportamento arredio; isto vem da
minha natureza, do meu instinto, está no meu cérebro límbico; está no meu lado
zoo, e todos o temos. Não chego a ser tímido, mas não me sinto bem nas
aglomerações, principalmente nas reuniões sociais! Desconfio dos homens de
gravata! Se possível, leve um papo com um homem “desconhecido” e de short, na
praia, e, depois, converse com este mesmo homem no trabalho, já de paletó e
gravata; analise se por ventura são as mesmas pessoas! Acredito que deduzirás
que não! É muito comum a pessoa mudar em função do traje e do ambiente. Nada
tenho contra o paletó e a gravata, pois são somente dois pedaços de pano. No
entanto abomino o uso do “smoking” e da gravata (são mutiladores da
personalidade). Claro que estou tratando do homem comum, como a mim. Usei
gravata uma única vez na vida; mas tive quatro fortíssimas razões ou desculpas
para fazê-lo: era inexperiente, era jovem, ia me casar e estava apaixonado.
Neste caso, o instinto prevalece e tudo é válido.
Confesso! Nunca fui ao
casamento de um filho, nem a uma de suas formaturas; de vez em quando, um
aniversário me pega de surpresa: somente de surpresa. Também tenho outros
defeitos ou qualidades; mais defeitos que qualidades. Por exemplo: quando
começo a escrever, me apiedo dos filólogos, principalmente dos puristas. Por
vários dias, fico imaginando! Camões (é o primeiro que me vem à mente), talvez
em sonho, não sei por que, mas só o vejo com os dois olhos abertos, bem
abertos; interessante, nunca o vejo manaio; Eça de Queiroz, Antenor Nascentes,
Rui Barbosa, de fraque, Humberto de Campos, um Antero de Quental, sisudo, todos
indiferentes à minha piedade; vejo-os sempre saindo dos túmulos, em fila,
andando em minha direção, de penas em punho, para me corrigir ou me admoestar;
são os meus fantasmas!
Creio que vou tomar
capricho e aprender, pelo menos, os rudimentos mais elementares da “Fina Flor
do Lácio”. Assim tomarei menos o seu precioso tempo. Espero um dia ter a honra
e o prazer de conhecê-lo pessoalmente e, assim, poder usufruir de um (mesmo
curto) bate-papo.
P.S.
Quanto ao seu não julgamento, não se preocupe; a minha intenção é esta mesma, (não ver os conceitos dos “insights” sob julgamento). Por terem origem exotérica/filosófica, são dirigidos ao homem comum e, por terem natureza metafísica, dispensam julgamentos de caráter científicos; a obra é tão somente a descrição dos “insights”, não tendo, assim, cunho contestatório de nenhuma área do conhecimento humano. A diversidade dos temas abordados pode ter me levado a algum erro conceitual; foi minha intenção levar aos leigos, pelo menos de forma simplificada e geral, pequena parte dos conhecimentos já acumulados pelo homem.
Espero não ter emitido conceitos incompatíveis com os postulados da ciência oficial. As contestações da ciência moderna, atualmente, são feitas na área da relatividade geral e da física quântica, isto pelos próprios físicos teóricos. Quanto ao professor de física, estou enviando um exemplar, para que você o encaminhe ao mesmo; ficarei agradecido se ele puder fazer uma crítica e uma correção nos conceitos científicos emitidos no ensaio; só queria que ele deixasse os conceitos cosmogônicos, contidos em toda a obra, no que tange aos “insights”, intactos, como estão, pois errados ou não, são frutos dos próprios “insights”. Mesmo por que; o “mistério maior” está em qualquer ponto; e não num ponto específico do riacho da montanha.
Quanto ao seu não julgamento, não se preocupe; a minha intenção é esta mesma, (não ver os conceitos dos “insights” sob julgamento). Por terem origem exotérica/filosófica, são dirigidos ao homem comum e, por terem natureza metafísica, dispensam julgamentos de caráter científicos; a obra é tão somente a descrição dos “insights”, não tendo, assim, cunho contestatório de nenhuma área do conhecimento humano. A diversidade dos temas abordados pode ter me levado a algum erro conceitual; foi minha intenção levar aos leigos, pelo menos de forma simplificada e geral, pequena parte dos conhecimentos já acumulados pelo homem.
Espero não ter emitido conceitos incompatíveis com os postulados da ciência oficial. As contestações da ciência moderna, atualmente, são feitas na área da relatividade geral e da física quântica, isto pelos próprios físicos teóricos. Quanto ao professor de física, estou enviando um exemplar, para que você o encaminhe ao mesmo; ficarei agradecido se ele puder fazer uma crítica e uma correção nos conceitos científicos emitidos no ensaio; só queria que ele deixasse os conceitos cosmogônicos, contidos em toda a obra, no que tange aos “insights”, intactos, como estão, pois errados ou não, são frutos dos próprios “insights”. Mesmo por que; o “mistério maior” está em qualquer ponto; e não num ponto específico do riacho da montanha.
Veja bem!
O ponto de vista
enunciado nas palavras dirigidas aos meus familiares é abrangente e tem
aplicação a todo o relacionamento humano.
Com toda a admiração e
o respeito, do aprendiz de aprendiz de rabiscador,
Edimilson Santos Silva
Movér
Camaçari, Ba. - Vila de
Abrantes, 18 de agosto de 2003
Fim da carta ao filólogo.
9)CPOEDMF). O professor Marcos Bagno abre o seu livro com uma frase lapidar do
filósofo Baruch de Spinoza, que diz: “Sedule curavi humanas actiones non
ridere, non lugere neque detestare, sed intellegere”. 1
10)CPOEDMF). Na mitologia do preconceito linguístico o Mito de número 7 na página
62 da 45a edição do livro (Preconceito Linguístico) das “Edições Loyola”,
possui o seguinte título: “É preciso saber gramática para falar e escrever bem”.
11* Aqui transcrevo “ipsis litteris” o que nos diz o arauto da derrocada
da gramática normativa. Marcos Bagno, linguista e cientista da língua, pois
todo linguista é um cientista da língua. Luiz Carlos Clagliari também comunga
com esta opinião. Esta mesma opinião eu encontrei no mestre Antenor Nascentes,
até mesmo o francês Jean-Jacques Rousseau sempre vociferou contra a gramática
normativa. Portanto, esta briga, é briga de cachorro grande! Então, como
cachorro de tamanho 0 (zero), talvez menor ainda, estou fora...
Eis a transcrição:
12)CPOEDMF). Página 62 [...] - É difícil encontrar alguém que não concorde com a
declaração:
“É preciso saber
gramática para falar e escrever bem”, Ela vive na ponta da língua da grande
maioria dos professores de português e está formulada em muitos compêndios
gramaticais, como a já citada Gramática de Cipro e Infante, cujas
primeiríssimas palavras são: “A Gramática é instrumento fundamental para o
domínio do padrão culto da língua”.
13)CPOEDMF). É muito comum, também, os pais de alunos cobrarem dos professores o
ensino dos “pontos” de gramática tais como eles próprios os aprenderam em seu
tempo de escola. E não faltam casos de pais que protestaram veementemente
contra professores e escolas que, tentando adotar uma prática de língua menos
conservadora, não seguiam rigorosamente “o que está nas gramáticas”. Conheço
gente que tirou seus filhos de uma escola porque o livro didático ali adotado
não ensinava coisas “indispensáveis” como “antônimos”, “coletivos” e “análise
sintática”.
14)CPOEDMF). Por que aquela declaração de número 7 é um mito? Porque, como nos diz
Mário Perrini em Sofrendo a Gramática, (p. 50), “não existe um grão de
evidência em favor disso; toda a evidência disponível é em contrário”. Afinal,
se fosse assim, todos os gramáticos seriam grandes escritores (o que está longe
de ser verdade), e os bons escritores seriam especialistas em gramática.
15)CPOEDMF). Ora, os escritores são os primeiros a dizer que gramática não é com
eles! Rubem Braga, indiscutivelmente um dos grandes de nossa literatura,
escreveu uma crônica deliciosa a este respeito chamada “Nascer no Cairo, ser
fêmea de cupim”.
16)CPOEDMF). Carlos Drummond de Andrade (preciso de adjetivos para qualificá-lo?),
no poema “Aula de Português” também dá testemunho de sua perturbação diante do
“mistério” das “figuras de gramática, esquipáticas”, que compõem “o amazonas de
minha ignorância”. Drummond ignorante?
17)CPOEDMF). E o que dizer de Machado de Assis que segundo, Luiz Carlos Clagliari,
ao abrir a gramática de um sobrinho, se espantou com a própria “ignorância” por
“não ter entendido nada”? Esse e outros casos são citados por Celso Pedro Luft
em Língua e Liberdade (pp. 23-25). E esse mesmo autor nos diz (p. 21):
18)CPOEDMF). Um ensino “gramaticalista” abafa justamente os talentos naturais,
incute insegurança na linguagem, gera aversão ao estudo do idioma, medo a
expressão livre e autêntica de si mesmo.
19)CPOEDMF). Mário Perini, no livro que citamos acima, chama a atenção para a “propaganda enganosa” contida no mito de que é preciso ensinar gramática para aprimorar o desenvolvimento linguístico dos alunos:
20* Quando justificamos o ensino de gramática dizendo que é para que os
alunos venham a escrever (ou ler, ou falar) melhor, estamos prometendo uma
mercadoria que não podemos entregar. Os alunos percebem isso com bastante
clareza, embora talvez não o possam explicitar; e esse é um dos fatores do
descrédito da disciplina entre eles.
21)CPOEDMF). E Sírio Possenti, já citado, (não aqui no mito 7), (grifo meu),
lembra-nos que as primeiras gramáticas do Ocidente, as gregas, só foram
elaboradas no século II a.C., mas que muito antes disso já existira na Grécia
uma literatura ampla e diversificada, que exerce influência até hoje em toda
cultura ocidental. A Ilíada e a Odisseia já eram conhecidas no século VI a.C.,
Platão escreveu seus fascinantes Diálogos entre os séculos V e IV a.C., na
mesma época do grande dramaturgo Ésquilo, verdadeiro criador da tragédia grega.
Que gramática eles consultaram? Nenhuma! Como puderam então escrever e falar
tão bem sua língua?
22)CPOEDMF). O que aconteceu ao longo do tempo, foi uma inversão da realidade
histórica. As gramáticas foram escritas precisamente para escrever e fixar como
“regras” e “padrões” as manifestações linguísticas usadas espontaneamente pelos
escritores considerados dignos de admiração, modelos a ser imitados. Ou seja, a
gramática normativa é decorrência da língua, é subordinada a ela, dependente
dela. Como a gramática, porém, passou a ser um instrumento de poder e de
controle, surgiu essa concepção de que os falantes e escritores da língua é que
precisam da gramática, como se ela fosse uma espécie de fonte mística invisível
da qual emana a língua “bonita”, “correta” e “pura”. A língua passou a ser
subordinada e dependente da gramática. O que não está na gramática normativa
“não é português”. E os compêndios gramaticais se transformaram em livros
sagrados, cujos dogmas e cânones têm que ser obedecidos à risca para não se
cometer nenhuma “heresia”.
23)CPOEDMF). O resultado dessa inversão dos fatos históricos é visível, por
exemplo, na Gramática de Cipro e Infante que, na p. 16, afirma:
24)CPOEDMF). Aqui se estabelece que a norma culta, ou seja, o padrão linguístico
que é normativo e socialmente é considerado modelar [...] As línguas que têm
forma escrita, como é o caso do português, necessitam da Gramática normativa
para que se garanta a existência de um padrão linguístico uniforme [...]
25)CPOEDMF). Ora, não é a gramática normativa que “estabelece” a norma culta. A
norma culta simplesmente existe como tal. A tarefa de uma gramática seria, isso
sim, definir, identificar e localizar os falantes cultos, coletar a língua
usada por eles e descrever essa língua de forma clara, objetiva e com critérios
teóricos e metodológicos coerentes. Sem isso não podemos confiar em gramáticas
como a de um Domingos Paschoal Cegalla, que afirma simplesmente:
26)CPOEDMF). Este livro pretende ser uma Gramática Normativa da língua Portuguesa
do Brasil, conforme a falam e escrevem as pessoas cultas na época atual
[Novíssima Gramática da Língua Portuguesa, p. XIX].
27)CPOEDMF). Mas quem são estas “pessoas cultas da época atual”? Com que critérios
o autor as classificou de “cultas”? Com que metodologia precisa identificou o
modo como elas “falam e escrevem”? Pois é isso precisamente que mais
necessitamos hoje no Brasil: da descrição detalhada e realista a norma culta
objetiva, com base em coletas confiáveis que se utilizem dos recursos
tecnológicos mais avançados, para que ela sirva de base ao ensino/aprendizagem
na escola, e não mais uma norma fictícia que se inspira num ideal linguístico
inatingível, baseado no uso literário, artístico, particular e exclusivo dos
grandes escritores. Afinal, um instrutor de auto escola quer formar bons
motoristas, e não campeões internacionais de fórmula 1. Um professo de
português quer formar bons usuários da língua escrita falada, e não prováveis
candidatos ao prêmio Nobel de literatura!
28)CPOEDMF). Por outro lado, não é a gramática normativa que vai “garantir a
existência de um padrão linguístico uniforme”. Esse padrão linguístico (que
pode chegar a certo grau de uniformidade, mas nunca será totalmente uniforme,
pois é usado por seres humanos que nunca hão de ser criaturas físicas,
psicológica e socialmente idênticas), como dissemos, existe na sociedade,
independentemente de haver ou não livros que o descrevam.
29)CPOEDMF). As plantas só existem porque os livros de botânica as descrevem? É
claro que não. Os continentes só passaram a existir depois que os primeiros
cartógrafos desenharam seus mapas? Difícil de acreditar. A Terra só passou a
ser esférica depois que as fotografias tiradas do espaço mostraram-na assim?
Não. Sem os livros de receitas não haveria culinária? Eu sei muito bem que não:
a melhor cozinheira que conheço, capaz de preparar centenas de pratos
diferentes, os mais sofisticados, é uma pernambucana de quase oitenta anos, cem
por cento analfabeta.
30)CPOEDMF). Este mito está ligado à milenar confusão que se faz entre língua e
gramática normativa. Mas é preciso desfazê-la. Não há por que confundir o todo
com a parte. Lembra-se do que eu falei na abertura do livro sobre a gramática
normativa ser um igapó? Acho que vale a pena repetir aqui. Na Amazônia, igapó é
uma grande poça de água estagnada às margens de um rio, sobretudo depois da
cheia. Acho uma boa metáfora para a gramática normativa. Como eu disse,
enquanto a língua é um rio caudaloso, longo e largo, que nunca se detém em seu
curso, a gramática normativa é apenas um igapó, uma grande poça de água parada,
um charco, um brejo, um terreno alagadiço, à margem da língua. Enquanto a água
do rio/língua, por estar em movimento, se renova incessantemente, a água do
igapó/gramática normativa envelhece e só se renovará quando vier a próxima
cheia.
31)CPOEDMF). É a mesma coisa que nos explica, em termos científicos Luiz Carlos
Clagliari em Alfabetização & linguística:
32)CPOEDMF). A gramática normativa foi num primeiro momento uma gramática
descritiva de um dialeto de uma língua. Depois a sociedade fez dela um corpo de
leis para reger o uso da linguagem. Por sua própria natureza, uma gramática
normativa está condenada ao fracasso, já que a linguagem é um fenômeno dinâmico
e as línguas mudam com o tempo, e, para continuar sendo a expressão do poder
social demonstrado por um dialeto, a gramática normativa deveria mudar.
33)CPOEDMF). Se não é o ensino/estudo da gramática que vai garantir a formação de
bons usuários da língua, o que vai garanti-la? Existe muito debate a respeito
entre os linguistas e os pedagogos. O certo é que eles são praticamente
unânimes em combater aquele mito. Há lugar para a gramática na escola? Parece
que sim. Mas também parece ser um lugar bastante diferente do que lhe era
atribuído na prática tradicional de ensino da língua.
34)CPOEDMF). De todo modo, algumas pessoas muito competentes já explicaram tudo
isso melhor do que eu seria capaz. Por isso, ao leitor e à leitora interessados
neste tema recomendo a leitura, entre outros, dos já citados livros: Sofrendo a
gramática, de Mário Perini. Por que (não) ensinar a gramática na escola, de
Sírio Possenti, e Língua e liberdade, de Celso Pedro Luft, e também Linguagem
língua e fala, de Ernani Terra; Contradições no ensino de português, de Rosa
Virgínia Mattos e Silva, e Gramática na escola, de Maria Helena de Moura Neves.
Esses linguistas nos ajudam a compreender melhor os mecanismos de exclusão que
agem por trás da imposição das normas gramaticais conservadoras no ensino da língua
e de que modo poderíamos, em nossa prática pedagógica, tentar desmontá-los.
[...]
35)CPOEDMF). - Aqui termina a fala do nosso ilustre linguista, Marcos Bagno.
36)CPOEDMF). O volume de críticas é muito grande, quando se escreve sem obedecer a
burrice contida na gramática normativa. A liberdade tolhida de escrever o
português livremente, fora, (das normas), da gramática normativa tem deixado
uma imensidão de pessoas com um imenso talento e conhecimento à margem do mundo
dos “escritores”. Particularmente, eu não sei se isso é bom ou danoso, para o
desenvolvimento do pensamento nacional! O que sei, e tenho certeza, é que nunca
tive medo de críticas. Ora, se o que escrevo é lógico, é racional, é
compreensível, é coerente, é inteligível, não vejo por que, ou por qual razão
eu seria proibido, (por mim mesmo), de escrever!!!... Pois, devido a existência
do artigo 19 da “Declaração Universal dos Direitos do Homem”, ninguém pode
proibir o homem de escrever ou falar.
37)CPOEDMF). Tenho a mais absoluta certeza de que não existe no Brasil uma lei
proibindo escrever sem obedecer a gramática normativa. Não se pode confundir
talento, conhecimento, verve poética, com obediência ao que prescreve a
gramática normativa. O recurso utilizado pelos escritores que, por um motivo ou
por outro não dominam o que prescreve a gramática normativa, é pagar aos
“gramáticos normativos” para corrigir seus textos. Qual é o volume de dinheiro
que se gasta por ano, com estas correções de textos? Quantos milhões de reais,
os pais (assalariados) gastam na compra de livros de gramática normativa? Quem
saberá me responder? Segundo o Marcos Bagno uma despesa inútil, será isto
justo? Fora deste fato, o que nos entristece, é que muitos jovens veem seus
sonhos de se tornarem possuidores de títulos universitários, tolhidos pelas
temidas provas de redação, como se as universidades só formassem escritores?
Torno a vos perguntar, isto é justo, é inteligente? De que adianta, impedir que
um jovem passe num vestibular de medicina, por que sua nota de redação foi
insuficiente, se o que ele vai escrever ninguém vai conseguir ler, às vezes nem
os farmacêuticos conseguem. Quanto aos relatórios médicos! Eles são sempre
escritos em computadores, que automaticamente os corrigem. Será! Que não
estamos deixando de ter um competente médico? Que talvez um dia viesse a salvar
a vida de um “gramático normativo”?
38)CPOEDMF). Espero que não tenha tomado o tempo do leitor, o que de melhor se
falou sobre o assunto veio do cientista da língua, Marcos Bagno, isto é o que
se observa neste “ensaio dos outros”, (antes que o digam). Não me vejo
capacitado para fazer uma crítica tão contundente, quanto o professor Marcos
Bagno o faz nos assuntos em questão; mas isto, não impede que eu sinta e
compreenda o problema criado pela gramática normativa, para os usuários do
português escrito e falado no Brasil, principalmente para aqueles que tem algo
para escrever.
39)CPOEDMF). Depois de ter abordado o interessante tema do Mito 7 vejo-me tentado
a transcrever mais algumas páginas do livro do Marcos Bagno, e é o que farei, no
entanto, não comentarei o transcrito, deixo esta tarefa para o leitor, assim,
ele tirará suas próprias conclusões sobre as dez cisões do Bagno.
40)CPOEDMF). Nas (PP. 142-145), Marcos Bagno criou um quadro interessante, com dez
tópicos, os quais, conforme prometido, não vou comentar, e nem é necessário.
DEZ CISÕES para um
ensino da língua não, ou menos, preconceituosos.
1) Conscientizar-se de
que todo falante nativo de uma língua é um usuário competente dessa língua, por
isso ele SABE essa língua. Entre os 3 ou 4 anos de idade, uma criança já domina
integralmente a gramática de sua língua. Sendo assim,
2) Existem diferenças
de uso ou alternativas de uso em relação à regra única proposta pela gramática
normativa.
3) Não confundir erro
de português (que afinal, não existe) com simples erro de ortografia. A
ortografia é artificial, ao contrário da língua, que é natural. A ortografia é
uma decisão política, é imposta por decreto, por isso ela pode mudar, e muda,
de uma época para outra. Em 1899 as pessoas estudavam psycologia e história do
Egypto; em 1999 elas estudam psicologia e história do Egito. Línguas que não
tem escrita nem por isso deixam de ter sua gramática.
4) Reconhecer que tudo
o que a gramática tradicional chama de erro é na verdade um fenômeno que tem
uma explicação científica perfeitamente demonstrável. Se milhões de pessoas
(cultas inclusive) estão optando por um uso que difere da regra prescrita nas
gramáticas normativas é porque há alguma regra nova sobrepondo-se à antiga.
Assim o problema está com a regra tradicional, e não com as pessoas, que são
falantes nativos e perfeitamente competentes de sua língua. Nada é por acaso.
5) Conscientizar-se de
que toda língua muda e varia. O que hoje é visto como “certo” já foi erro no
passado. O que hoje é considerado “erro” pode vir a ser perfeitamente aceito
como “certo” no futuro da língua. Um exemplo: no português medieval existia um
verbo leixar (que aparece até na Carta de Pero Vaz de Caminha ao rei D. Manuel
I). Com o tempo, esse verbo foi sendo pronunciado deixar, porque [d] e [l] são
consoantes aparentadas, o que permitiu a troca de uma pela outra. Hoje quem
pronunciar leixar, vai estar cometendo um “erro” (vai ser acusado de desleixo),
muito embora essa forma seja mais próxima da origem latina (compare-se, por
exemplo, o francês laisser e o italiano lasciare). Por isso é bom evitar
classificar algum fenômeno gramatical de “erro”: ele pode ser na verdade, um
indício do que será a língua no futuro.
6) Dar-se conta de que
a língua portuguesa não vai nem bem, nem mal. Ela simplesmente VAI, isto é,
segue seu rumo, prossegue em sua evolução, em sua transformação, que não pode
ser detida (a não ser com a eliminação de todos os seus falantes).
7) Respeitar a
variedade linguística de toda e qualquer pessoa, pois isso equivale a tudo,
respeitar a integridade física e espiritual dessa pessoa como ser humano,
Porque:
8) A língua permeia tudo, ela nos constitui enquanto seres humanos. Nós somos a língua que falamos. A língua molda nosso modo de ver o mundo e nosso modo de ver o mundo molda a língua que falamos. Para os falantes de português, por exemplo, a diferença entre ser e estar é fundamental, eu estou infeliz é radicalmente diferente, para nós de, eu sou infeliz. Ora, línguas como o inglês, o francês e o alemão têm um único verbo para exprimir as duas coisas. Outras, como o russo, não tem verbo nenhum, dizendo algo assim como. Eu – infeliz, (o russo, na escrita, usa mesmo um travessão onde nós inserimos um verbo de ligação).
8) A língua permeia tudo, ela nos constitui enquanto seres humanos. Nós somos a língua que falamos. A língua molda nosso modo de ver o mundo e nosso modo de ver o mundo molda a língua que falamos. Para os falantes de português, por exemplo, a diferença entre ser e estar é fundamental, eu estou infeliz é radicalmente diferente, para nós de, eu sou infeliz. Ora, línguas como o inglês, o francês e o alemão têm um único verbo para exprimir as duas coisas. Outras, como o russo, não tem verbo nenhum, dizendo algo assim como. Eu – infeliz, (o russo, na escrita, usa mesmo um travessão onde nós inserimos um verbo de ligação).
9) Assim: uma vez que a língua está em tudo e
tudo está na língua, o professor de português é professor de TUDO. (Alguém já
me disse que talvez por isso o professor de português devesse receber um
salário igual à soma dos salários de todos os outros professores).
10) Ensinar bem e
ensinar para o bem. Ensinar para o bem significa respeitar o conhecimento
intuitivo do aluno, valorizar o que ele já sabe do mundo, da vida, reconhecer
na língua que ele fala a sua própria identidade como ser humano. Ensinar para o
bem é acrescentar e não suprimir, é elevar e não rebaixar a autoestima do
indivíduo. Somente assim, no início de cada ano letivo este indivíduo poderá
comemorar a volta às aulas, em vez de lamentar a volta às jaulas.
41)CPOEDMF). Prezados e estimados leitores do BLOG do Paulo Nunes.
Espero não ter tomado o vosso precioso tempo, e de que tenhais absorvido a essência do que propõem os linguista no geral, e o professor Marcos Bagno no particular, no que toca e faz referência nestas poucas páginas que transcrevi do seu esclarecedor livro: “PRECONCEITO LINGUÍSTICO”, (o que é e como se faz).
Espero não ter tomado o vosso precioso tempo, e de que tenhais absorvido a essência do que propõem os linguista no geral, e o professor Marcos Bagno no particular, no que toca e faz referência nestas poucas páginas que transcrevi do seu esclarecedor livro: “PRECONCEITO LINGUÍSTICO”, (o que é e como se faz).
Esta obra do professor
BAGNO, é composta de 186 páginas, das quais transcrevi exatamente 10. Eu não
sei se esta obra se encontra à venda nas livrarias de Conquista. Mas, ela pode
ser adquirida através do endereço eletrônico:
Em Vitória da Conquista, existe uma livraria
que, em caso de falta de uma obra, a proprietária faz o pedido na hora... Isto,
sem acréscimo algum... Esta livraria é o Cairo Center.
42)CPOEDMF). Ao postar o meu primeiro ensaio no BLOG do Paulo Nunes, para evitar
desentendimentos “desnecessários” com os gramáticos “normativistas”, logo no
início do ensaio inseri um dos meus direitos como ser humano, contido na
“Declaração Universal dos Direitos do Homem”, o seu artigo 1º) diz: Todos os
homens nascem livres e iguais em dignidade e direitos. São dotados de razão e
consciência e devem agir em relação uns aos outros com espírito de
fraternidade. E no seu artigo 19º) diz: Todo o homem tem direito à liberdade de
opinião e expressão; este direito inclui a liberdade de, sem interferências,
ter opiniões e de procurar, receber e transmitir informações e ideias por
quaisquer meios, independentemente de fronteiras.
43)CPOEDMF). Eu já disse, na carta ao filólogo, que a igualdade mais marcante dos
seres humanos é exatamente a diferença inerente a cada um.
Também costumo apregoar
a crença, de que o homem é um “Ser” não analisável, por isso, pode-se esperar
tudo dos homens, em vista do que: iniciei o ensaio da “CARTA À NINGUÉM”, a ser
postada no blog do Paulo Nunes com a citação dos dois artigos da Declaração
Universal dos Direitos do Homem.
44)CPOEDMF).* Sim! Eis a tradução da frase de Baruch de Spinoza:
(1) (Tenho-me esforçado por não rir das ações humanas, por não deplorá-las nem odiá-las, mas por entendê-las).
(1) (Tenho-me esforçado por não rir das ações humanas, por não deplorá-las nem odiá-las, mas por entendê-las).
45)CPOEDMF). A meu ver, esta frase de Spinoza representa a maneira de ver o
“assunto”, (linguística versus gramática normativa), do professor Marcos Bagno,
e esta também é a visão de grandes vultos da literatura mundial. Por exemplo:
Rousseau, (Genebra, 28 de Junho de 1712 — Ermenonville, 2 de Julho de 1778), no
rodapé, de uma das suas cartas, já dizia: [....] Sei, é verdade, que a primeira
regra dos nossos escritores é a de escrever corretamente e, como dizem eles,
falar francês: isso resulta de terem pretensões e de desejarem parecer que
possuem correção e elegância. A primeira regra para mim, é de que não me
preocupo de modo algum com o que possam pensar de meu estilo, consiste em
fazer-me compreender. Não hesitarei, sempre que, com o auxilio de dez
solecismos, puder explicar-me com maior vigor e clareza. Contanto que eu seja
mais compreendido pelos filósofos, de boa vontade deixo aos puristas correrem
atrás das palavras. [...]
Rousseau, logo acima destes dizeres, nos brinda com uns versos do poeta romano Horácio: - Se eu pudesse acrescentar alguma coisa, por que haveria de ser invejado, uma vez que a língua de Catão e de Ênio enriqueceu o idioma pátrio?
Rousseau, logo acima destes dizeres, nos brinda com uns versos do poeta romano Horácio: - Se eu pudesse acrescentar alguma coisa, por que haveria de ser invejado, uma vez que a língua de Catão e de Ênio enriqueceu o idioma pátrio?
46)CPOEDMF). Estes são os versos com a formatação e na língua original:
47)CPOEDMF). Ego cur, adquirere pauca Si possum, invideor, com língua Catonis Et
Enni Sermonem patrium ditaverit?
48)CPOEDMF). Quintus Horatius Flaccus, (Venúsia, 8 de dezembro de 65 a.C. — Roma,
27 de novembro de 8 a.C.), Catão e Cipião levaram o poeta Ênnio em 204 a.C.
para Roma. Como Ênnio dominava três idiomas: o osco, sua língua materna, o
grego, em que foi educado, e o latim, falado no exército romano, em que serviu
durante a segunda guerra púnica, iniciou ensinando grego. Como professor gozou
da simpatia de patrícios ilustres, entre os quais Cipião o Africano, e
tornou-se cidadão romano (184 a. C.). Faleceu em Roma e, além da famosa epopéia
Annales, onde conta a história de Roma desde os tempos lendários, (da Loba),
até seus dias, escreveu também tragédias e poesias de inspiração filosófica e
moral e foi introdutor do hexâmetro no latim, o típico verso grego, - Rousseau
deve se reportar a este fato histórico, a que se referia Horácio.
49)CPOEDMF). Ora! Se Horácio, naquela época, já justificava suas acresções de
palavras gregas ao latim, era porque sofria críticas, e Rousseau também o fez
pelo mesmo motivo. Portanto: nada a temer de críticas de gramáticos, elas são
inevitáveis, e sempre existirão... Portanto, façam “OUVIDOS MOUCOS” às
críticas, e assim: “Vive la liberté d'expression, aux grammairiens, les
haricots”.
50)CPOEDMF). Meus caros, pacientes e estimados leitores! “Não tomem este escrito
como um ataque motivado pela minha força, mas sim, como uma defesa, motivada
pela minha fraqueza”.
51)CPOEDMF). O próximo ensaio será dedicado a quem se lembrar, e identificar o
filósofo que disse isso.
Bibliografia:
Preconceito Linguístico (o que é, e como se faz) Marcos Bagno, Editora Loyola.
Edimilson Santos Silva
Mover
Licínio de Almeida,
Bahia, 20 de agosto de 2010
77-99197 9768
moversol@yahoo.com.br
CONVITE PARA O ENTERRO DOS MEUS FANTASMAS - ENSAIO (128)fcw