DA SÉRIE: ENSAIOS QUE NOS
LEVAM A PENSAR
Subsérie: Temas filosóficos relativamente
polêmicos. Pois, o “nada” nunca deixará de ser o “nada”, e óbvio, que o “tudo”
sempre será o “tudo”. Ensaio em forma de carta aberta ao dono do “Blog do Zé
Pensador”, pessoa extremamente inteligente, o advogado José Mário Ferraz.
PEQUENO
TRATADO DO “NADA”
Distinto pensador José Mário
Ferraz, aqui estarei analisando o que não seja o “nada”. Pois, pois, não vejo
como analisar uma coisa que não contenha a essência do “vir a ser”, do “isto
é”, a essência do “phaenomena”. Julgo que este “não ser” e que esta “não posse”
da essência, a torna uma coisa não analisável. Como é impossível testar esta
coisa num laboratório, aqui, utilizaremos somente nossa mente como ferramenta
de análise.
INTRODUÇÃO:
Esta
introdução estará contida em forma de capítulos, nos marcadores de leitura de
número 1 ao 8
1”PTDN”. O “nada” ao
ser analisado como “alguma coisa”, obviamente que esta “alguma
coisa” não é o “nada” que se analisa, na realidade veremos no final,
que este tema nos leva a um grande imbróglio, que ao que aparenta, não tem
solução... Sabemos que o tema ainda não foi resolvido pela filosofia nem pela
ciência, e não o será por mim! Mas, como não sou nem cientista nem
filósofo, mas, tão somente um ensaísta, possuo ampla liberdade para analisar
qualquer tema, por mais esdrúxulo que seja, no entanto meu bom senso
me diz que: Devo dar somente um despretensioso palpite, e nada mais. O
assunto “Die frage nach dem
nichts”, abordado por alguns filósofos alemães, como Liebniz, Heidegger e
Schelling, merece um ensaio à parte, sendo a questão básica, ou “grundfrage” o
ser e o não ser, ou o tudo e o nada. Uma abordagem filosófica atual
considerando a descoberta ou o insight tido pelo homem da física quântica não
muda essa questão.
2”PTDN”. Amigo José Mário, não
dá para imaginar até onde chega a capacidade de elucubração do intelecto
humano, refiro-me às mentes dos poucos pensadores do passado que se dedicaram
ao estudo minucioso e abrangente do tema deste ensaio! Sei, e estou convencido
de que não possuo uma vírgula da capacidade de análise dos mestres do saber do
passado, mas, eles são meus faróis, e assim, não andarei por caminhos escuros
ou sendas desconhecidas.
3”PTDN”. A análise do oposto
ao “tudo”, ou “nada”, mal começa, e já deduzimos que: Embora, com a mais
absoluta falta de evidência de sua existência, o “nada” continua
sendo denominado indevidamente de “nada”, como se este “nada” fosse alguma
coisa. Ora! Algo que pode ser nominado de qualquer coisa, ainda é alguma coisa,
portanto, não é o “nada” nem uma coisa nenhuma. Vemos logo no início desta
análide que o “nada” nos parece mais uma “coisa” que uma anticoisa.
4”PTDN”. A ciência, a razão e
a lógica nos diz que: Todas entidades a que chamamos de pártículas e
subpartículas, e que formam o universo possuem o seu oposto, que são as
antipartículas e as antisubpartículas, mas, que não são o “nada”. Mas, nossa
razão nos diz que mesmo utilizando de uma lógica simplista podemos
deduzir que: tudo pode ter seu oposto, menos o “tudo”! Pois, o universo é
formado por este “tudo” e o oposto deste tudo é o “nada”, ora! Se o “nada”
existisse o universo na condição de “nada” não existiria. Portanto o oposto do
“tudo” não deve existir. Mesmo se existiu um universo ou um “tudo” anterior que
decaiu em energia, e se transformou na tão falada singularidade, nãose
transformou num “nada”, mas sim, em energia, que se transformou no universo
atual. Daí vem a lógica de que a matéria das estrelas que ultrapassam o
horizonte de eventos nos buracos negros se transformam em energia.
5”PTDN”. Se no futuro
descobrirem que existe o “nada”, ele com certeza estará fora do espaço físico
que nosso universo ocupa. Pois, a afirmação da existência do oposto do “tudo”,
nos leva ao “nada”, e esta afirmação equivaleria a proposição da existência de
um universo feito de “nada”, que seria um antiuniverso, já que nosso universo é
feito de “tudo”! Esta real inexistência do “nada”, possibilitaria a real
existência do (“tudo” e do “nada”) no mesmo espaço e ao mesmo tempo, ora! Este
“nada” estaria então, coexistindo com o “tudo”, desde quando o universo “nada”
não estaria ocupando o espaço ocupado pelo universo “tudo”. Donde,
deduzir-se-ia que esta concomitância de universos, poderia também ser o
resultado de um universo oscilante entre
o “tudo” e o ”nada”! Num momento seria o “tudo e noutro momento seria o “nada”.
Sendo que o tempo dessa oscilação seria irrelevante. Portanto, se tal fosse
verdade, num momento não estaríamos aqui para observar o universo e noutro o
universo não estaria existente para nossa observação, como nossa existencia
seria intermitente, então, num momento seríamos existentes, noutro inexistentes,
assim, num momento que fizéssemos parte do universo “nada” não poderíamos
observar o universo “tudo”, por sermos o universo “nada”, quando o universo
“nada” estivesse existindo, estaríamos no universo “tudo”, e assim, não
veríamos o universo “nada” onde também existiríamos como “nada”. Quando o
universo “tudo” e “nada” estivesse ossilante não existiríamos para que o
pudèssemos observar o universo, nem tão pouco o universo existiria para que pudessese
ser observado! Como somos o próprio universo a observar o próprio universo!
Este fato, de forma cabal e definitiva, nos demonstra o valor antrópico da
proposição: E portanto, como estamos a observar o universo! Deduz-se que o
“nada” não deve existir. Conforme o que nos diz a física relativista, nada que
já existiu, algum dia deixará de existir.
Tudo que existe no universo pode se apresentar ao nosso entendimento, sob dois
aspectos. Um sob o aspecto de matéria, “hádrons e férmions” e o outro sob o
aspécto de energia, fótons, e elétrons. Ambas “Matéria e Energia”, são
reversíveis, matéria pode se transformar em energia, e energia em matéria, conforme
a equação E=m/c2 e a energia pode se transformar em matéria,
conforme a mesma equação anterior, mas, de forma inversa, M=e*c2 assim
fica estabelecido que matéria pode se transformar em energia. Portanto, ambas
são reversíveis.
6”PTDN”. O que me leva a
inquirir! Seria possível fazer uma análise do “nada”? Uma inexistência! Creio
que sim, mas, de uma maneira nova, completamente inusitada e nunca dantes
tentada pela filosofia nem pela ciência. Poderíamos assim, tentar comprovar no
mínimo, sua duvidosa existência, ou sua tão apregoada inexistência.
7”PTDN”. Como seu nome já o
indica e diz que: o “nada” seja o “nada” ou coisa nenhuma e de que o que se
nomina de “tudo seja o “tudo”, ou a coisa toda. Mesmo assim! A burrice dirá!
Este conceito de uma oscilação entre dois estados é incoerente, este é um
raciocínio inconsistente e furado, é uma estultícia! Mas, não o é! Esta
proposição da existência do oposto ao “tudo” junto ao “tudo” de forma oscilante
é consequência da impossibilidade da existência das duas entidades no mesmo
espaço e ao mesmo tempo. Sendo portanto, uma abstração proposicional! Se fosse
possível e acertada a proposição oposta, o seria porque o “nada” não seria o
“nada” e porque o “tudo não seria o “tudo. E aí sim, o raciocínio
então, realmente seria uma parvoíce. Portanto, se o raciocínio
da primeira proposição fosse furado, o seria por que
deveria ter vazado por um buraco existente no intelecto da burrice.
8”PTDN”. Como seu nome já o
indica e diz, de que o “nada” seja o “nada” ou coisa nenhuma e de que o que se
nomina de “tudo seja o “tudo” ou a coisa toda. Ou talvez, se penetrarmos mais
no estudo destas “anticoisas”, ou seja, penetrarmos mais no estudo do “tudo” e
no estudo do “nada” venhamos a descobrir que o “nada” seja somente uma
elucubração como disse, proposicional, portanto, uma elucubração
mental de algo inexistente, ou uma não essência, e o estudo do “tudo” nos
levaria até a uma melhor compreensão da existência do “tudo” ou da “coisa toda”
e, a uma melhor compreensão do “porquê” da inexistência do “nada”, num universo
que é composto unicamente pelo “tudo”, e que o oposto deste “tudo”, é
o que podemos e devemos chamar de “nada” e também de “coisa nenhuma”
ou de nihil. Confirmando, exemplificando, e, de que, o
(nihilo nihil fit) dos filósofos, nos diz que: (Nada surge do nada). Ora! Como todos aceitam isto como uma verdade
axiomática, o “nada” não existe! E, “c’est fini”: Encerremos aqui, esta longa,
mas, necessária introdução, e então...
VAMOS
ENTÃO! AO ESTUDO DO “NADA”
9”PTDN”. Devido a fatos
adiante relatados e independentemente do resultado deste estudo, reservo-me o
direito de me considerar um “nada”. Disso não abro mão! Senão! O
“nada” me escapa por entre os dedos e me foge da análise pretendida. Observe
bem! Que não estou propondo adiante que só se possa analisar o “nada” por um
analista na condição do “nada”, pois, o “nada” procurado é um ente propenso a
uma inexistência, portanto, propenso a ser incapaz de qualquer ato, e este analista
estaria nesta mesma condição. Mas, um espectador na posição e não na condição
de “nada” teria uma visão, não digo mais real, mas no mínimo, teria um ângulo
de visão mais diferenciado desta realidade denunciadora do
“nada”. Esta visão e realidade não nos mostraria o “nada”, mas sim,
a ausência do “nada” e a forte e marcante presença do “tudo”. Como isto no
momento é somente uma divagação, uma elucubração, vamos adiante testá-la com
uma estruturada proposição.
10”PTDN”. Aqui fica posto que:
Ao longo deste ensaio onde analiso o “nada”, me reportarei sempre ao pensador
maior da minha terra, sendo pessoa da mais extremada perspicácia e
inteligência, o José Mário Ferraz. Foi ele que entre outras conversas no beco,
me perguntou como quem não quisesse “nada”, - (Movér! será que existe
o “nada”?) - Foi o suficiente para aquilo ficar martelando no
“meu juízo”, coisa que também ponho sua existência em dúvida, refiro-me ao
“meu juízo”.
11”PTDN”. Aqui neste ensaio
tratarei de várias proposições filosóficas, e em particular das que
abordam o “nada’ como um conceito "intelectível" e portanto, factível
de apreensão pela razão humana. Não cuidarei das concepções filosóficas que no
passado, simplesmente, descartaram o “nada” como matéria de estudo! Senão! Como
justificar estes estudos do “nada”? A priori o “nada” existe sim! Pelo menos
como conceito do oposto ao “tudo”, mas, não existe como uma essência, nem o
“phaenomena” de Platão, ou como o “vir a ser”, o “isto é”, de Immanuel Kant.
12”PTDN”. Nos tempos modernos
existe uma necessidade premente do “nosce te ipsum” latino ou do “gnōthi seauton” grego,
recomendado por Sócrates... Ou seja, o conhecido: “Conheça-te a ti mesmo”.
Pois, esse autoconhecimento, nunca é de fácil aquisição, ou mesmo possível! Creio,
que esta falta de desconhecimento da essência de si mesmo é o que leva a
sociedade humana a se comportar como uma imensa manada! Será mera coincidência
a grafia desta palavra terminar em nada? Sei e bem sei que a grafia e
a ortoépica das palavras não possuem significado místico, mágico,
esotérico ou ontológico, ou mesmo secreto, considerando que no
planeta existe em torno de sete mil línguas distintas faladas e a maioria com
sua própria e também distinta escrita. Citado por Jared Diamond, Armas, Germes
e Aço – Edit. RECORD, 13ª edição, pag. 17 .
13”PTDN”. Algo externo a mim
me faz crer, ou melhor, nos faz crer que o raciocínio humano seja universal, e
de que uma janela em qualquer língua, sempre será descrita e raciocinada como
uma janela, e uma esfera como uma esfera. Nisto não há o que
discutir! Isto, nos expõe e nos leva ao estudo e à força dos
símbolos! É genial a ideia da semiótica! Só delineada recentemente
no final do século XIX por Sanders Pearce.
14”PTDN”. Quanto ao
autoconhecimento, esta recomendação de se buscá-lo é anterior à Sócrates, e
sempre esteve disponível no pórtico do templo de Apollo em Delfos. Não se
conhece ao certo, o nome do primeiro autor desta inteligente recomendação. Esta
recomendação é antiga na Grécia antiga e também antiga no antigo Egito, e tem
muitos pais, pelo menos uns dez filósofos são tidos como autores desta
recomendação. Por falar em pai. Isto me faz lembrar um certo aeroporto, de uma
certa cidade, que possui mais pai que peixes de cardume ou pombas de bando,
nessas sociedades quem chegar primeiro será um provável pai, mas, uma
paternidade disputada por muitos pretensos pais! Mas, não verdadeiros, e digo
mais, o mais antigo pai não foi aquele que o localizou para ser materializado
naquelas coordenadas pela primeira vez! Mas, sim, aquele que primeiro propôs
sua criação, com um registro público! Num Blog, Site, Jornal, uma proposição em
um decreto de lei, municipal, estadual ou federal! Ou mesmo feito por uma ONG.
Muitos serão os pais, mas, de um outro aeroporto em um outro lugar qualquer!
Daí advém portanto, a polêmica sobre a paternidade do aeroporto, que, ao que
parece corre o risco de resultar no tema deste ensaio. A verdade é que sua
localização foi estudada por outros motivos, e por conta própria por mim e
entregue ao senhor José Maria Cayres Alves. zemaria@maxtour.com.br
Ele é o Presidente
do Movimento “Conquista Pode Voar Mais Alto”, o estudo foi feito no princípio
do ano de 2008 mas, o passei para as mãos do senhor José Maria Cayres Alves em 2009.
Observem bem, quando vai ser inaugurado este aeroporto! Aqui me reporto à quem
o idealizou ou o reivindicou primeiro, ou primeiro teria lutado por
sua concretização! E esta, seria a história primeva e verdadeira da paternidade
do referido aeroporto, muitos anos antes de 2009 este senhor e exemplar cidadão
já lutava pela construção do aeroporto novo, o título de “pai do aeroporto” pertence
por direito, ao senhor José Maria Cayres Alves, presidente do
Movimento “Conquista Pode Voar Mais Alto”.
15”PTDN”. Sabe meu amigo e
pensador José Mário! O “tudo”, aquele “tudo” que é o oposto do
“nada”, naturalmente como um “tudo”, e como tudo, também tem sua primeira vez!
E, esta é a primeira vez, de muitas das futuras vezes, que me verei diante da
elaboração de tão difícil e complexa conjectura! O que me perguntas, eu, como
tu, também não sei, e nem creio que alguém saiba o que seja o “nada”! Mas,
também não deixarei de pelo menos tentar analisar o que denominam erradamente,
(como se fosse uma coisa existente), de “nada”, ou no mínimo tentar elucubrar o
que não seja o “nada”.
16”PTDN”. Meu entendimento,
mesmo a soalheiro, portanto, na sombra não vê nesse dia a direção do clarão do sol da
lucidez, e nem mesmo viu o negrume da noite da mais completa
escuridão intelectual a me negar a elucidação, ou me ofuscar o entendimento do
que seja o “nada”. Em função de que; nem mesmo o dia mais ensolarado do verão
do meu viver, nem a noite mais fria do inverno da minha curta existência
conseguem impedir que eu analise o “nada”, o “universo”, e a “mim mesmo”...
Creio que esta tríade seja a mesma coisa, ou no mínimo, tecido do mesmo fio e
tear. Não me tomes por um nihilista, considere esta singela análise do “nada”
como uma simples proposição diferenciada, ou até mesmo estulta, do que seja o
mais difícil, estranho e fugidio conceito filosófico que é o conceito de
“nada”. Pois, por ser o “nihil”, o “nada”, sempre nos escapa por entre os
dedos. Onde, logo nesta primeira definição e proposição já notamos sua
estranheza conceitual. Como pode o “nada” que é coisa nenhuma, ou seja, uma
inexistência, uma não essência, nos escapar por entre os dedos? Julgo ser
necessária uma compreensão mais aprofundada do “Ser” e do que seja nossa
consciência e nossa existência, para termos condições e parâmetros
para analisar com mais acurácia o “nada”.
17”PTDN”. Sou obrigado,
portanto, a iniciar fazendo uma análise de mim mesmo. Observe que me refiro à
nossa consciência, enteléquia ou ente pensante e o grafo como “Ser”
e de que o ser material como corpo físico que somos, é grafado como “ser” e o
verbo ser é grafado como ser mesmo, sem aspas “ ”.
18”PTDN”. Temos que ter em
vista que durante todo o decorrer deste ensaio o animal humano é tratado como
um ente dual, corpo material e consciência ou enteléquia. Sem se fazer esta
distinção a todo o momento, ou sem ter isto em mente, não há como chegar a uma
análise do “nada”. Como pretendo fazer e farei!
19”PTDN”. Primeiro: É
dificílimo analisar a si próprio, isto, já com fundamento e base nos fatos acima
citados, e de que mesmo assim, me considero um “nada” existencial. Segundo: A
dificuldade existente na autoanálise é a mesma que se encontra ao se tentar
analisar o “nada”. Terceiro: Esta autoanálise torna-se necessária para que se
possa, (pela própria similitude destas entidades), alcançar um possível
entendimento da análise do “nada e do “Ser”. Veremos no fim, no fim, que
realmente ambos são um “nada”, um não, dois nadas. Isto, quando do homem se faz
sua projeção como enteléquia ou consciência. Sendo completamente impossível
fazer uma análise de nós mesmos e de nossos semelhantes enfocando somente seus
corpos materiais, pois, o corpo material ou “ser”, não tem
relevância diante da supremacia da sua consciência,
enteléquia, espírito ou o que mais quiserdes chamar. Já
conhecemos suficientemente nosso organismo material, e a sua mais profunda
estrutura biológica já foi muito bem dissecada e definida, sua análise,
portanto, nada mais seria que um longo, mas, simples relatório de laboratório.
A proposição de se procurar conhecer a si mesmo, nos remete ao questionamento
do que somos como enteléquia! E não do que somos como corpos físicos. O que
realmente vemos ao longo dos estudos filosóficos sobre nossa alma, é a mais
completa escuridão, nem uma luz, por menor que seja apareceu. Gerando uma
inquietante certeza de que nunca chegaremos a conhecer a nós mesmos, tanto é,
que a orientação do filósofo maior da Grécia, para o “nosce te ipsum”, continua
mais válida que nunca, parece-me, meu caro amigo José Mário pensador, que o
homem nunca chegará a conhecer a si próprio, uma das razões disso, é sua
efemeridade existencial, dentro do sistema fechado do “Ser”, onde, por tão
pouco tempo habita e existe. Não podendo transferir para seu semelhante, nem
mesmo para a posteridade dentro do sistema aberto do “ser” fenomenológico
existencial, o conhecimento que adquiriu dentro do seu próprio sistema fechado
noumênico, do “Ser” mas, que por sua vez, também é existencial. O que
percebemos é que a evolução do “Ser” ou espírito, fica ou está fora da
percepção de nossa consciência ou “eu”, mais difícil é avaliar o grau dessa
evolução.
20”PTDN”. Em virtude da
exiguidade de tempo de relação com o “Ser”, e da clausura em que o “Ser” se
encontra dentro do seu sistema noumênico existencial; nada, absolutamente nada
do seu autoconhecimento pode ser transferido ao seu semelhante devido ao
anteparo natural existente entre os dois sistemas. A segunda lei da
termodinâmica não é válida como em qualquer sistema fechado, especialmente o do
“Ser”, só existindo entropia no sistema aberto do “ser’. O “Ser”
como um sistema fechado não pode se comunicar com um “Ser” seu semelhante por
ser outro sistema fechado, ambos estão impossibilitados de se comunicarem e
desnecessário seria, pois, dizer, são um único modelo de sistema. Esta clausura
torna os “Seres” o “nada”. Isto me leva a crer que o “nada” seja como a
realidade que Krishnamurti nos diz que seja: – A realidade não é cognoscível
pela mente, porque a mente é o resultado do conhecido, do passado. A Realidade
não é contínua, não é permanente, porém uma coisa que se precisa descobrir
momento por momento. - Krishnamurti, como um “Ser” inteligente que foi, estava
nos dizendo que nossa mente, nossa consciência antes do aprendizado é um vazio,
é um “nada”. Talvez o “nada” possua as mesmas características da realidade, de
Krishnamurti, e nossa mente, nosso entendimento, seja fruto da coisa
apreendida, da memória, e de que seja coisa do passado. Com relação à nossa
mente, não existe o amanhã sem o hoje, como não existe o hoje sem o
ontem... Isto é o que nos propõe este grande pensador. E assim, ela,
(nossa mente ou nosso entendimento), não tem como abarcar e transmitir o
entendimento do que seja o “nada”, pois, o “nada” transcende a percepção da nossa
mente factual e atual, que tem suporte em fatos “acontecentes” relacionados ao
passado e, portanto, à nossa memória. Portanto não podem alcançar o “Ser” por
ter nosso entendimento origem na comunicação do sistema fechado do “Ser” com o
“ser”. E com uma única via de comunicação! Do “Ser” na direção do “ser”. Nunca
na direção contrária! Sempre se processando em escala quântica no ambiente do
sistema neuronal do “ser”. Confundindo assim, a neurociência e sobretudo o
entendimento e a psicologia dos humanos. Sabemos que o “eu” ou a personalidade
humana, é formada ao longo da sua existência.
A ANÁLISE DOS “ENTES”
21”PTDN”. Os filósofos gregos inteligentemente
já separavam os dois entes existentes no homem, como hoje o faz a
neuropsicologia nos institutos de estudos avançados da consciência e da
enteléquia humana. Os primeiros pensadores modernos, a exemplo de Schopenhauer,
que nominava estes dois “entes” de “eu interior” e de “eu exterior”. Os diretores dos institutos de
estudos avançados da consciência declaram que não se chegou, ainda, a um
consenso sobre a questão. O homem e seu pretenso
autoconhecer, se isolam do lado de fora, e não dentro do sistema fechado do
“Ser”, e não conseguem sair da gaiola do fenômeno humano. O real “autoconhecimento”,
é noumênico, é fruto da ideia, sendo abstrato por si mesmo, o que o consagra
como um “autoconhecimento intransferível” por ter origem num sistema fechado,
portanto, torna-se nihílico pela sua "inalcançabilidade", sendo
transcendente ao próprio “Ser” somente em escala quântica ele alcança
o “ser” material neuronal. Já este “ser” se nos apresenta como o nosso
entendimento, isto em cada existência, e se apresenta como o que chamamos de
personalidade! É com esta personalidade que reagimos como “seres”, como,
indivíduos! É existente como a memória completa de cada existência
ou akasha. Em cada vida, molda-se uma personalidade e uma memória distinta. Já
o “Ser” é a nossa enteléquia, nossa consciência, nossa essência, é o nosso “eu”
interior d’agora, observado por Schopenhauer. Os pensadores modernos Martin
Heidegger, (1882-1976) e Nicolai Hartmann
(1889-1975), contemporâneos não
conseguiram concordar quanto a definição do “Ser” e do “ente”, não chegaram a
um denominador comum, estas discordâncias resultam sempre numa “coisa” o que é
pior para a filosofia, é somente defini-los como eu o faço: o “Ser” é o
espírito, a consciência, a enteléquia! Já o “Ente”, eu em particular,
vejo-o assim: Tenho-o como a personalidade, fruto do aprendizado pelo corpo
físico, pelo sistema neuronal do cérebro, o problema é que o “Ser” e o “ente”
se confundem dentro da gaiola do fenômeno humano. A dificuldade em separá-los
persegue até mesmo os grandes pensadores. Imaginem um zé mané como eu, tentando
resolver esta pendenga! Tudo isso, tem origem na antiga dicotomia grega entre o
“nóumena” da ideia, da abstração da coisa em si, e do “phenomena”, a coisa
material em sua absoluta concretude.
22”PTDN”. A melhor ideia,
embora inconsistente, do “Ser” imaterial é o que nos propõe o espiritismo, mas,
humanizaram demais a imagem da consciência ou “Ser”, e a desfiguraram, o
espiritismo nos mostra a memória do “Ser” como o próprio
“Ser”. Essa inconsistência dimana, creio eu, do que Kardec nos
diz no Evangelho Segundo o Espiritismo, que: Nem toda a verdade será revelada
aos homens! Claro, devido a sua ainda pouca evolução espiritual. A razão disto,
está fundamentada no fato de que o homem como enteléquia ou consciência é um
sistema complexo fechado, com memória perpetua, eterna na direção da seta do
futuro, mas, que teve um início, a partir de sua criação como energia, e se
energia, portanto, indestrutível, sendo ao mesmo tempo um “Ser” impessoal,
imaterial, inominável e perpetuamente desconhecido para o “ser” material,
representado aqui nesse planeta “hoje”, pelo humano. Pelo comportamento da
espécie com relação ao meio ambiente, muito brevemente teremos que sair do
planeta, ou desapareceremos como espécie. Sendo o homem a maior complexidade material
do nosso universo próximo e conhecido. Um conhecimento contido e oriundo de um
sistema fechado e com tal complexidade perde a condição de se expor a uma
análise com esta mesma complexidade sistêmica e fechada, na direção
e para um sistema simples e aberto, que é o sistema a priori e necessário
fenomênico do entendimento humano do “ser” material, principalmente quando este
“ser” complexo é exposto através da escrita ou da fala. A noumenalidade, do
sistema fechado do “Ser”, torna impossível transferir seu conhecimento
para nosso sistema existencial material "cognocente",
fenomênico causal e aberto do sistema responsável pela comunicação através,
(como disse), da fala e da escrita. Assim como o entendo e ele o é, e se
comporta como “ser” material! A psicologia transpessoal do Grof só tem acesso
às diversas memorias em separado, onde uma desconhece a outra, por serem
memórias distintas formadas em tempos distintos e sobretudo, por organismos
distintos, portanto, esta psicologia trata de seres com pessonalidades formadas
em “seres” materiais, e portanto, Grof não tem acesso ao “Ser” que tudo abarca.
Daí a minha proposição e dedução de que o “Ser” é inalcançável! O “Ser” é
a esssência, o nosso eu interior, é o que chamam de “espírito”. Resumindo! O
sistema fechado antrópico do “Ser”, É o sistema da enteléquia, da ideia, do
raciocínio e da razão, da abstração. Donde advém a dificuldade do “ser” se
autoconhecer, ou seja, se conectar a este “conhecer”, ou seja! Transferir este
autoconhecimento do “Ser” para o sistema antrópico aberto do “ser” material
falante e pensante, “eu” ou personalidade. Este “ser” a que me reporto é
a resultante do sistema pensante acoplado à vida material. E que não
é a enteléquia, também não é o corpo material, sendo portanto, o “eu”
é o entremeio formado com a junção destes dois “entes”, o “Ser” e o “ser”, e
que chamamos de personalidade. Sendo um ser ainda em formação, é ao
mesmo tempo inteligente, e não inteligente! É muito difícil entender a
separação existente entre os dois sistemas ou entre os dois seres, que sabemos
e temos consciência que existem, um como o “ser” material ou corpo físico
pensante, pessoal e falante, e o outro como o “Ser”, que é o espírito, enteléquia
ou consciência, e que o percebemos como o “Ser” imaterial. As consciências ou
“Seres” noumênicos só conseguem se comunicar como o “ser” através do corpo
material deste, e se faz notar e se faz e se torna presente através da fala do
“ser”, e isto o “Ser” consegue através do sistema neuronal do “ser”,
que ativa o sistema material fonador. Lembre-se, como disse
anteriormente, o sistema antrópico, referindo-me, à essência do “Ser” imaterial
pensante; é um sistema fechado. Portanto, não temos como penetrá-lo. Entenda
que: O termo entropia e termodinâmica aqui referidos são alegóricos, onde o
conceito de “calor” ou “energia” da termodinâmica foi substituído obviamente
pelo conceito de “informação”. Desta forma, a irreversibilidade do sistema do
“Ser” para o sistema do “ser” estaria associada à complexidade e distinção existente
entre os dois sistemas, e estaria representada pela impossibilidade da troca de
informação numa via ou direção. Quem conhece do assunto verá que seria a mesma
conceituação proposta por Ludwig Eduard Boltzmann para a termodinâmica em 1877.
23”PTDN”. O homem como
universo pessoal engloba o “Ser” e o “ser”. Este ente sendo tão complexo que é
descrito como o próprio universo físico tomando conhecimento de si próprio. Ele
é, o que realmente ele o é! E nada mais que isso. Isto se o tomarmos como um
“Ser” dual, matéria e espírito. Se o olharmos com a ótica do monismo, ele se
dilue dentro de um tempo máximo de 40 mil dias. O universo do homem como “Ser”,
aqui referido diz respeito somente ao seu intelecto, e que também é chamado de
sua consciência. A dificuldade natural que a neurociência enfrenta ao tentar
analisar a consciência do homem, pode ser atribuída ao desconhecimento de como
o “Ser” ou consciência como um sistema fechado interage com o “ser”
material que é um sistema aberto. Esta comunicação é feita através (mas,
somente através), de nosso sistema físico neuronal, disso deduz-se que o nosso
sistema neuronal é um veículo de comunicação de uma única via, desconhecendo-se
uma via de comunicação do “ser” na direção do “Ser”! Naturalmente que a
inexistência desta outra via incapacita o “ser” de se comunicar com o “Ser”.
Donde advém a necessidade da presença do ”Ser” imaterial interagindo com o
“ser” material, para este, se comunicar com o mundo que o cerca! Através dos
cinco sentidos, com os quais formamos nossa percepção, a detecção dos estímulos
ou o que chamamos de sensação, daí advém os sistemas epicrítico e protopático, a
propriocepção, termosensibilidade, e a sensação de dor, tão necessária a
manutenção da integridade física do nosso organismo material, isto, enquanto
vivo. Digo enquanto vivo, o cérebro!
24”PTDN”. O povo da neurologia
desconhece completamente como, o que chamamos de consciência ou enteléquia,
interage com nosso cérebro, no entanto, eles já sabem como o cérebro interage e
se comunica com os diversos órgãos de nosso organismo, mas, só isso! Não sabem
como isto é feito, ou qual é o fundamento deste processo de comunicação do
“Ser” com o “ser”, e o pior, debita a função da consciência aos neurônios, que
são órgãos materiais, como se eles fossem factíveis e capazes de produzir
consciência. Ultimamente isto é debitado às assembleias de neurônios. O certo é
que a neurologia desconhece completamente o que seja a consciência humana. Isto
nos confessa o decano da neurociência, António Damásio da University of Southern California, USA. Em
seu “Livro da Consciência” (2010), ele nos faz ver isso. Todos os entes
viventes no planeta, possuem consciência, pois, são uma junção destes dois
sistemas, um notadamente material e o outro reconhecidamente imaterial. Todos
os animais, indistintamente possuem uma consciência , naturalmente que cada
consciência possui seu próprio grau de evolução, também é natural que cada
necessidade de cada espécie animal molda e estabelece o grau de evolução dessa
consciência. E a comunicação entre todos eles só é factível no campo pertinente
ao “seres” materiais. Terminantemente, não há como os ”Seres” imateriais se
comunicarem entre si, eles como consciência só se comunicam com o universo
através dos sistemas materiais de cada espécie animal. Isto, nenhum “Ser”
humano, racional e consciente dentro da sua condição de “Ser”, pode
contradizer... Senão os animais não existiriam, inclusive os animais humanos!
Que embora pensantes continuam animais. Os “Seres” pensantes só se comunicam
através da fala material, ou da escrita também material, da gestualidade, da
expressão corporal e etc. obviamente e naturalmente todas oriundas do “ser”
material, sendo esta comunicação feita entre os “seres” e não entre os “Seres”,
pois, só a percebemos e acontece unicamente entre os “seres”. O “Ser” ou nossa
consciência é uma entidade completamente fora do alcance de nosso entendimento
ou razão, como “seres materiais que somos. As pessoas com pouca percepção da
realidade da existência dos seres vivos! Questionarão! E as
comunicações espíritas praticadas em todo mundo? Ora! Meus amados irmãos! Estas
comunicações se dão entre “seres” materiais e memórias de “seres” materiais” ou
personalidades de “seres” materiais que se formaram em diversas vidas passadas
aqui, de um mesmo espírito você se comunica com diversas personalidades
formadas em diversas vidas, nunca com o espírito que viveu estas diversas
vidas, o espírito é partícula da divindade criadora do universo e da vida. O
espírito dos humanos é um imenso e um único organismo que gosto de chamar de
“Grande Ser”! Eita povinho chucro! Não entendem um fato tão lógico e simples
assim! Cada espécie de vida existente no planeta tem origem num “Grande Ser”
específico daquela espécie, a medida que os “seres” de uma espécie evoluem, o
“Grande Ser” daquela acompanha aquela evolução e evolui no mesmo grau também,
não é tão difícil de entender isso! Quantas espécies existem!
Tantos “Grandes Seres” existem também. Não confundir com o “Ser Maior” que é o
criador de tudo! O interessante é que Hippolyte Léon Denizard Rivail, nosso
amado Alann Kardec, recomendou insistentemente em toda sua obra! Que: Seus
seguidores” ou seja, os “espíritas” utilizassem a razão, e nunca a fé cega
para analisar as
coisas pertinentes as crenças, as religiões e em,
especial especialíssimo, a “Divindade”. Esta proposta pode
parecer meio incompreensível, mas, é de uma simplicidade, uma pureza, e de
uma lógica infinita. Não adianta descrer da verdade! Não é de nosso domínio
mudar a verdade.
25”PTDN”. Voltemos ao micro e
ao macrouniverso. Gauthama Budha já nos dizia sabiamente que: Tudo está
estreitamente inter-relacionado e de que, o “Um” contém o “Todo”, e o
“Todo” contém o “Um”. Mesmo os Vedas na antiga Índia muito antes de Budha já
diziam que: O micro está dentro do macro e o macro está dentro do micro. Não
sei bem, confesso, mas, talvez os Vedas estivessem nos dizendo que nosso
intelecto pode abarcar todo o macro universo. Condição em que, o macro se
encontra completamente dentro do micro. No entanto, esta proposição tem um
valor relativo, pois, (pelo menos eu desconheço), pois, desconhecemos a
dimensão do micro e do macrouniverso referido pelos antigos Vedas. Vejo
mais coerência e lógica na proposição do Príncipe dos Príncipes; com
o “Um” e o “Todo”. Somos então! Uma pequena complexidade dentro de uma grande
complexidade. Sendo que, esta mesma grande complexidade, por sua vez, também
pode sob certas ‘injunções” estar dentro desta pequena complexidade, que somos
nós. Esta interação entre estes dois mundos, a ciência moderna e a filosofia a
percebe e a concebe dentro do que chamam de holismo, A ciência, a filosofia e a
teologia tentaram debalde, explicar o que seja o “Ser” pensante! A neurociência
dos nossos dias confessa com humildade que desconhece por completo o que seja
nossa consciência ou enteléquia, portanto, não sabem o que seja o “Ser”
pensante e falante que habita este planeta. Destes três ramos do conhecimento
humano, dois deles são lógicos e racionais, o outro, creio que nem seja
conhecimento, mas, burrice mesmo! Os três, podem não saber o que seja a
essência do “homo sapiens sapiens”, e eu também não! Mas, incrível como possa
parecer, eu sei o que seja o tudo e o “nada”. Meu amigo, José Mário Ferraz,
filho de Leon Ferraz, e neto de Belizário Ferraz de Oliveira, o “nada” sou eu,
o “tudo” é o universo, incluso nele o homem. E não devo discutir coisas da
magnitude desta proposição, nem comigo mesmo, sob pena da validação da pecha
que pesa sobre o aporte das pedras pelos Correias.
26”PTDN”. Prezado José Mário!
Por ser esta uma maneira nova de se analisar o homem e o universo em
que ele vive, e como teoria e proposição, parte, ainda encontra-se
dentro de meu intelecto como parte das minhas gavetas. Quando eu as esvaziar e
as publicar, aí sim, ambas as partes (o homem e o universo), podem ser
discutidas e questionadas por qualquer “pensador”, que é como gostas de chamar
os filósofos.
27”PTDN”. Quando nos pomos na
condição de nada, conseguimos sair dos sistemas fechados tão bem descritos por
Bertalanffy na década de 1930), e assim, conseguimos ter uma melhor visão
externa destes mesmos sistemas.
28”PTDN”. Se tentardes ver o
homem de dentro da gaiola do fenômeno humano, só verás a mesmice do existir
cotidiano, o “tudo” só pode ser visto de fora do “tudo”, veja que este é um dos
enfoques do “tudo” prometido, creio que a tentativa de analisar o homem como centro
do mundo, no seu antropocentrismo, foi o maior mal da filosofia! O “egoísmo”,
resultante da clausura da gaiola do fenômeno humano, causou
a profunda introspecção dos filósofos matando a análise filosófica
do “Ser”, concentraram-se demais no interior do homem, no que chamavam de alma.
Temos que procurar nossa essência fora de nós mesmos. Creio que o “Ser” assim
como ele é abordado, seja um grande vazio, no sentido de não existir onde o
procuram. Segundo a proposição da teoria de Rupert Sheldrake, a consciência é
externa aos seres. Fora de nosso sistema material aberto, e mesmo fora de todos
os sistema abertos, mesmo nos mais simples e mais próximos, sem considerar seu
grau de evolução. Nunca estando dentro destes sistemas, sempre fora do universo
de cada sistema, inclusive e principalmente fora do sistema do “ser”. Dirão!
Esta é uma proposição ilógica e inconsequente, mas, por séculos, buscamos o que
seja o homem dentro do homem, e a busca foi em vão! Lembra-te meu
amigo pensador de que dentro do “eu” no mais profundo do “Ser”, encontraremos a
cada passo, sistemas sempre cada vez mais complexos, e sempre fechados.
29”PTDN”. Para apurar tua
visão tendes que ser um “nada”! Isto sem a decantada introspecção. A questão é
sair, (deixar de “ser”), deixar de fazer parte do conjunto humano.
Veja que não estou propondo o isolamento nem a introspecção, muito menos a
meditação que serão sempre péssimas conselheiras! Como pode o homem
introjetar-se na sua essência que é seu espírito ou alma, se este está fora de
seu alcance. A melhor alegoria a que posso recorrer é esta que proponho
adiante! Sua conceituação mais básica pode ser entendida como uma realidade,
como um modelo fenomenológico real, entenda isto como uma “coisa” factível de
vivenciar! Abarcando sempre de cada vez, um sistema mais complexo. Pois é
assim, que somos, “nós e o universo”. Aquele que tem dentro de si o conceito do
macro universo entende facilmente esta proposição. Nenhum efeito causal
existencial tem origem no micro universo. O universo das escalas inferiores à
escala humana, não afetam a psique humana, o “Ser” é imune e
indiferente a elas. Explica-se! Um meteorito que risca o céu ao penetrar na
atmosfera, ou uma pedra atirada em nossa direção ativa nossos sentidos e nos põe
em estado de alerta e nos preocupa, ativando instantaneamente nosso
entendimento, mas, somos completamente indiferentes aos prótons, nêutrons e
elétrons de nossos átomos, e também indiferentes às nossas moléculas, que
formam todo nosso organismo.
30”PTDN”. Portanto, esta, a
seguir é a alegoria! Em ordem crescente de escala e complexidade! Deixe de
“ser” em tua sala para mentalizardes melhor tua casa, deixe de
“ser” em tua casa para melhor mentalizardes tua cidade, deixe de
“ser” em tua cidade para melhor mentalizardes teu Estado, deixe de
“ser” em teu Estado para melhor mentalizardes teu País, deixe de
“ser” em teu País para melhor mentalizardes teu planeta, deixe de
“ser” em teu planeta para melhor mentalizardes teu sistema
solar, deixe de “ser” em teu sistema solar para melhor
mentalizardes tua galáxia, deixe de “ser” em tua galáxia para melhor
mentalizardes teu universo, e dentro deste universo mentalize a si próprio.
Tendes que deixar de “ser” em todos os sistemas adjacentes crescentes, para
abraçardes mentalmente o sistema maior do universo que engloba o “tudo” e o
“nada”, onde alí está incluso o homem como “Ser”, tendes que nele mergulhar!
Pois só assim o homem consegue ter uma visão plena e global do existir dele
próprio e do universo. Vendo maravilhado que o homem é um “nada” dentro desta
perspectiva. Não sou reticente, nem gosto de meias verdades! Aquele que não
consegue saber nem onde está, como pode saber quem ele é? Pois, como disse
Ortega Y Gasset: O homem é ele e suas circunstâncias. Protágoras dizia que o
homem seria a medida de todas as coisas, enquanto Hobbes achava que o homem
seria o lobo do homem. Observe que cada uma dessas assertivas possui
a sua verdade. Mas, repito sempre! Nós somos o tudo e o
“nada”!!!... É disso que é feito o universo, isto é o que me diz no
geral a física newtoniana, a relativista e a quântica, e no particular a
filosofia. Ora! Se o único fundamento existente no homem como “Ser”, para poder
se conhecer o homem, é a própria razão do homem, e esta mesma razão jamais
chegará a conhecer o homem na condição de “Ser”! Justamente porque a razão é de
uso exclusivo do “eu”, do “ser” pensante e material! O homem é a soma do “Ser”
e do “ser”, enquanto vivo! Quando a morte os separa, o “ser” desaparece
fisicamente, só permanece existindo sua memória akashica, e o “Ser”. Daí!
Deduz-se com toda lógica que o homem é o “nada” em todo seu absolutismo e
potencialidade, e nada mais. Observe que: Quando do desaparecimento
do homem, (ou morte, ou MO, como dizia minha neta Luna), das essências dos dois
seres, isto é; do “Ser” e do “ser”. A única essência que não deixa essência é o
“Ser”, portanto, seria este o melhor candidato a ser “nada”. Desde quando, o
“ser” nos deixa como essencia a sua memória akáshica. Que sob certas injunções rigorosas
podemos ter acesso.
31”PTDN”. Distinto José Mário
Ferraz! Como já te afirmei, eu sou o “tudo” e sou o “nada”! Em prosa e em
versos isto eu o afirmo. E é nisso que eu creio! Observe que neste ensaio de
2002, adiante transcrito fica explícito que: Existem muitas formas de interação
do macro com o micro cosmos, no ensaio abaixo escrito há mais de dez anos tive
meu primeiro contato direto (convivi), com o mundo das escalas liliputianas,
eis o que vi e encontrei!
Transcrevo aqui, o capítulo 05
da minha Obra “Os três Insights” de 1999.
Já estamos em 2013, mas, o que
são 14 anos diante da janela da eternidade?
A transcrição está contida no
marcador de leitura 32”PTDN”., até
o 35”PTDN”.
O MICRO COSMOS
(As girantes argolinhas
girantes)
QUARKS OU TIJOLOS FUNDAMENTAIS
DA MATÉRIA!
PACOTES RETORCIDOS, FEITOS DE
PACOTES RETORCIDOS QUE, SÃO FEITOS DE PACOTES RETORCIDOS, QUE, POR SUA VEZ, SÃO
FEITOS DE PACOTES RETORCIDOS!!!...
32”PTDN”. No segundo “insight”,
meu "eu exterior" onisciente teimava em dar respostas para as quais
não havia sido emitida nenhuma pergunta! Isto me deixou sem entender “nada”!
Ouvi isto, (nos “insights”, "ouvir" quer dizer
"viver"), o tijolo fundamental da matéria está bem longe de ser
alcançado pela física de partículas. Os modelos básicos da matéria ou “bárions
e mésons” são em número reduzido; suas variantes é que são em grande número. No
macrocosmo eram feitas alterações de escalas; no microcosmo o que eu sentia era
como se fizesse mergulhos, um de cada vez! Talvez por um condicionamento da
minha mente, a cada mergulho eu descia um patamar na estrutura do microcosmo.
Eis o que encontrei, ao mergulhar na intimidade do átomo: me deparei com um
sistema solar estranho; o sol central era extremamente diminuto e sem luz, com
um sistema planetário maluco, com órbitas estranhas e extremamente distantes do
sol central! Ao que pude ver e entender os planetas saltam de uma órbita para
outra, tendo as órbitas todos os sentidos, e óbvio, várias direções. Não
havendo regularidade nem no sentido dos movimentos, nem na distância ou altura
das órbitas com relação ao sol central, ou núcleo. A única
regularidade que encontrei foi no tamanho dos planetas; as órbitas são
elípticas e pouco alongadas e bem próximas, vistas de fora; vistas de dentro,
são, ao que me pareceu, aproximadamente circulares, ou as duas coisas ao mesmo
tempo; não sei como um movimento pode ter duas formas! Um só
planeta, num só instante, percorre todas as órbitas possíveis dentro do
sistema, visitando, assim, nesta fração de tempo de "um só instante"
todos os espaços contidos dentro deste micro sistema solar. Existe sim! Uma
esfera orbital definida. Não existindo um plano orbital como uma eclíptica. O
átomo em que fiz o mergulho era de um elemento com um número muito grande de
elétrons, as órbitas são em número tão grande, chegando a se transmutar tão
rápido que o átomo visto de fora parecia um capucho de algodão, bem alvo e
esférico; não entendi por que, sendo as órbitas tão próximas, os elétrons não
se chocavam! Aguardei em vão o quarto “insight” para elucidar este fato,
e ele não ocorreu.
33”PTDN”. Os átomos vistos em conjunto
são enfileirados, nas mais diversas formas. Quando me aproximei de um planeta
ou elétron, tive certeza! O elétron é imaterial, mesmo eu sabendo que sua massa
é 1836 vezes menor que a do próton, o elétron me parecia imaterial, e tive uma
surpresa: diferentemente do que esperava, ele não era esférico, mas
ligeiramente alongado, com o lado mais afilado sempre voltado para o núcleo, e
não é opaco; mais parece um pacotinho de luz, translúcido, formado por um
número muito grande de pacotinhos de luz, "quarks?", (acho que
não; a física quântica me diz que os “quarks” só estão presentes no
interior de prótons e nêutrons). Aquelas coisinhas luminescentes possuíam a
mesma forma do elétron, estavam todas alinhadas e voltadas para a ponta mais
afilada do elétron portanto, também voltadas para o núcleo. Esta imagem do
elétron ficou literalmente impregnada em minha retina por quase quinze dias; cheguei
a pensar que aquilo não ia desaparecer, pois para onde eu dirigia o olhar lá
estava aquela imagem miudinha e linda. Ia me esquecendo, o lado ou a ponta do
elétron oposta à ponta voltada para o núcleo, me pareceu ter um furo ou ser
côncava. Sem nada perguntar, vi-me diante do núcleo, que me pareceu estático,
duro, frio, escuro e imenso. Não compreendi como um objeto formado por
estranhos pacotes de correntes retorcidas, podia ser tão polido e brilhante,
mesmo não possuindo nenhuma luz. Deparei-me com uma estrutura estranha parecida
com o elétron, embora não o fosse, pareciam uma só entidade. Decidi penetrar na
zona desconhecida da intimidade da matéria; já esperava encontrar os “quarks”
e espero tê-los encontrado. Só não entendi de que eram feitos os elétrons, pois,
não entendi também de eram feitos aqueles “filetinhos” de luz, todos voltados
para o núcleo. Confesso que não sei como descrever o que encontrei; é
dificílimo! Diante do núcleo não percebi a forma dos prótons, nem dos nêutrons;
eu tinha diante de mim, uma imensidão de estruturas e me perguntei: é isto que
é o “quark”? Quando me aproximei, tive uma grande surpresa! Ao percorrer
a superfície do núcleo, vi que a entidade “quark” tinha mais de cem
arrumações ou ordenamentos diferentes e era formada por um número imenso de
outras entidades menores com os mesmos ordenamentos ou arrumações da entidade principal.
Aí me decidi: vou dar um mergulho nesta estrutura menor. Outra surpresa!
Encontrei a mesma estrutura da entidade anterior; dei novo mergulho, outro
nível abaixo: a mesma estrutura em um nível inferior; então dei, o que achei
que seria o último mergulho: nova surpresa; encontrei uma estrutura menor, mas,
com a mesma estrutura de pacotes de correntes retorcidas, e com a mesma
arrumação ou ordenamento da entidade principal! Depois de descer a exatos
sessenta e seis níveis, encontrando sempre uma entidade menor e com a mesma
estrutura, e ordenamento, decidi examinar a estrutura das correntes de que se
formavam todos os monólitos! Comecei de cima, pela primeira estrutura, e o que
encontrei me deixou boquiaberto; era uma estrutura bem simples, como posso
dizer! Um pacote ou monólito formado por milhares de correntes retorcidas;
estas correntes têm elos com formato de anéis, são anéis, mesmo, com forma de
anéis de arame transparentes, com formato sempre circular. Estas correntes têm
elos com um a seis anéis; ao chegar ao nível trinta e três, encontrei uma
entidade diferente.
34”PTDN”. Este monólito não tinha os
anéis entrelaçados; nesta entidade, os anéis eram somente justapostos,
enfileirados, só giravam, mas me pareceram estáticos completamente estáticos!
Ao passar para o próximo nível, notei uma nova mudança, embora os anéis
continuassem sem se entrelaçar, agora já não eram mais estáticos; vibravam
intensamente e pareciam eletrificados, e como no nível anterior, não eram em
forma de correntes retorcidas; um nível adiante, já a forma de corrente
retorcida e a estranha energia estavam sempre presentes. O interessante é que
estes anéis nunca se tocavam; estes pacotes de correntes sempre retorcidas
podem ser compostos de uma corrente retorcida a até mais de cem correntes, e
sempre retorcidas. Estes elos circulares, quando isolados, têm a forma de
pequenas moedas ou lantejoulas furadas e que, ao se aproximarem de outras
moedas, imediatamente se entrelaçavam com as outras moedas e, automaticamente,
tomavam a forma de anéis, formando correntes sempre retorcidas com vários
números de correntes. A alteração na estrutura das correntes era ao nível da
estrutura dos elos ou voltas. Na realidade, são estas voltas menores contidas
nas voltas maiores que possuem voltas menores ainda, e que por sua vez, possuem
voltas ou anéis ainda menores que, ao que me pareceu, decrescem sempre,
fundamentando sua estrutura sempre nas voltas ou elos, ou anéis; desviei minha
atenção para a estrutura destes anéis e entendi que esta estranha estrutura era
formada literalmente de “nada”, isto mesmo: de coisa nenhuma! Dentro dos anéis
não encontrei “nada”; nem partículas, nem energia, nem “nada”; só movimento.
Todas giravam em altíssimas velocidades; não sei como “nada” pode ter
movimento; a razão me diz que não existe o “nada” pois se existir passa a ser
algo, assim o “nada” seria uma essência e não a não existência ou não essência!
E isto é uma incoerência! Mas era isto mesmo; pareceram-me feitas de “nada”!
Todas giravam; nada podia interferir no estado das moedinhas furadas; só outras
moedinhas, pois quando se aproximavam imediatamente se entrelaçavam já no
formato de anéis; se os anéis formam as correntes que formam os monólitos que
formam os “quarks” que formam os prótons, nêutrons e elétrons
que formam os átomos que formam as moléculas que formam a matéria de que somos
constituídos e se estes anéis são formados de “nada”, há de se deduzir e
convir! Simplesmente nós não existimos! Isto mesmo!
35”PTDN”. Isto me deu certeza de
que não existimos. Quando
estava no meio dos mergulhos, subitamente as estruturas mudaram; pareceu-me que
eu tinha mudado de uma estrutura morta para outra viva. As estruturas
anteriores eram estáticas, paradas; só os movimentos circulares dos anéis se
faziam notar! Nas novas estruturas havia algo como uma energia percorrendo toda
a extensão dos minúsculos monólitos; pareceu-me que eu tinha passado de uma
estrutura sem carga elétrica, neutra, morta, para outra eletricamente
carregada, viva e vibrante. Os pequenos anéis que formavam as correntes
tornaram-se mais visíveis e alternaram os sentidos de seus movimentos; agora,
cada elo tinha o movimento num sentido: um era dextrogiro; o próximo
sinistrógiro; o outro dextrógiro; o próximo sinistrógiro, e, assim, indefinidamente!
Ao pensar o porquê dessa alternância, esta certeza se apossou de mim! (Essa
alternância é o que os físicos chamam de violação de CP, é o ato causador dessa
violação, que é a base do existir do Universo, e ainda me disse! Esqueça os
espelhos), quando ouvi isto fiquei sem entender “nada”! Só mais tarde
pesquisando e procurando melhorar meu conhecimento na área da física de
partículas me recordei da proposição dos espelhos, passando a entender o que
naquele momento era para mim sem nenhum sentido. Só no terceiro “insight“,
consegui entender que esta alternância é que dá origem a força forte, fazendo
frente ao poder destruidor das antipartículas, elas não deixaram de existir no
Universo, somente deixaram de ser detectáveis pelas partículas e convivem dentro
das próprias partículas. Sem que eu perguntasse, ainda disse, que a fissão era
a quebra parcial dessa alternância e a fusão seria a quebra total. E entendi
mais, que sem a presença das antipartículas não era possível nem a fissão nem a
fusão. Quando terminei o mergulho tive quase a certeza de que tinha saído de um
nêutron e penetrado num próton. Isto é tudo o que entendi da estrutura
maravilhosa e multidimensional dos “quarks”. Se é que podemos
chamar estas estruturas de quarks. Há uma maneira mais
fácil de descrever os “quarks”! Imagine um “quark” como
um monólito principal formado por cem milhões de monólitos menores com formato
de pacotes de correntes retorcidas, sendo cada monólito menor formado por cem
milhões de monólitos menores com formato de pacotes de correntes retorcidas
(cem milhões, aqui, é somente um número como outro qualquer). Sendo estes
monólitos menores também formados por cem milhões de monólitos menores com
formato de pacotes de correntes retorcidas, e, assim, sucessivamente e indefinidamente,
(isto é o que me pareceu!), e olhe que desci a mais de sessenta níveis e
desisti, retornando ao monólito principal. Depois, analisando o ocorrido, não
entendi como é que, ao descer ao nível mais baixo, vi-me de súbito no patamar
superior. Talvez tivesse ido ao fundo e retornado de patamar em patamar,
pensando que estava descendo sempre, quando, na realidade, fui ao patamar mais
interior do quark de um nêutron e retornei gradativamente num quark de um
próton ao patamar exterior ou superior. Confesso que não sei; é extremamente
difícil perceber a realidade quando se faz uma incursão desta natureza. Espero
que tenha ficado explicitado que estes mergulhos foram feitos: ao que me
pareceu, na estrutura de um único “quark”, embora eu tenha percorrido
toda a complexidade da estrutura do núcleo, e, assim com a minha pequenez
humana, fiz uma singela incursão, inesquecível, inacreditável e indescritível
aos confins do “nada” e ao início de tudo.
Itacaré, Bahia, junho de 2002
Fim da transcrição do ensaio
de 2002
36”PTDN”. Voltemos a nossa análise do
oposto ao tudo, que é nominado de “nada”. O conceito de “nada” é de difícil
compreensão por uma mente ou enteléquia, mesmo com grande poder de análise
dedutiva. Se bem analisada a proposição do ente “nada” leva-nos a conceber um
vazio absoluto, o que nem a física quântica ousa propor, mesmo com a nova
teoria das cordas cósmicas, pois, o que nos propõe é justamente o contrário;
que entendemos e vemos quando chegamos ao mais profundo espaço do micro cosmos.
Neste mundo das “cosmic strings” o conceito de tecido do espaço é o resultado
do entrelace das cordas no espaço de Calabi-Yau, a coisa é proposta de forma
muito clara, não havendo espaço vazio nem no interior das subpartículas
atômicas, nem no interior do “tudo”, pois, tudo absolutamente tudo, inclusive o
espaço sideral é preenchido pelas cordas. A escala de 10-33 onde
permeiam as cordas cósmicas é uma escala tão diminuta que um físico
inteligente, nos propõe imaginarmos um átomo com a dimensão do universo visível
ou conhecido na escala de 1028 ou seja, com a dimensão de 13,81
bilhões de anos luz de raio, neste átomo universo veríamos uma corda com a
dimensão de 10 metros de altura e 10 metros de copa, com a sua forma
equivalente à de uma árvore, sendo cada corda colada uma na outra. Portanto, se
na escala do espaço de Calabi-Yau não há espaço vazio! Muito menos na escala de
101 cm que é a escala do
universo onde vivemos.
37”PTDN”. O que nos leva à conclusão de
que não existe um vazio absoluto no universo, e claramente deduzimos que não
existe o “nada” no universo.
38”PTDN”. O “nada” não pode ser
concebido nem mesmo filosoficamente, pois, ao concebê-lo já criamos “algo”, e
de forma alguma, este “algo” criado pode representar o “nada” ou o “nihil”,
que, por ser “nada” este “nada” a priori e necessariamente, não pode ser
representado por algo concebível e estruturado pela razão humana.
39”PTDN”. Voltando ao “conheça-te a ti
mesmo”, ao “nosce te ipsum” latino, ou ao “gnōthi seauton” grego.
O autoconhecimento infinito
proposto por Jiddu Krishnamurti: Jiddu nos diz no seu livro: A Primeira e
Última Liberdade. - Quanto mais uma pessoa se conhece, tanto mais clareza
existe. O autoconhecimento é infinito; nunca se chega a um remate, nunca se
chega a uma conclusão. É um rio sem fim. Estudando-o e penetrando-o mais e
mais, encontramos a paz. Só quando a mente está tranquila – em virtude do
autoconhecimento e não da autodisciplina – só então, nessa tranquilidade, nesse
silêncio, pode manifestar-se a realidade.
40”PTDN”. Creio que ao se alcançar esta
realidade última, proposta por Krishnamurti, aí então, de posse desta realidade
veríamos a impossibilidade da existência do “nada”.
41”PTDN”. Estes raciocínios liquidam e
sepultam definitivamente a possibilidade de concebermos ou demonstrarmos o
conceito de “nada”. Segundo meu entendimento, o conceito do “nada” como o
oposto ao “tudo”, como uma entidade “filosofável”, seria sem forma, vazio e
inexistente.
42”PTDN”. Dentro da filosofia
definitivamente, o único local onde seria factível de existir o “nada”, seria
dentro da vontade e da intelecção humana, então, obviamente que como conceito,
e este conceito de “nada” só pode ser apreendido dentro do intelecto humano
como uma abstração, no entanto, sendo naturalmente, de impossível demonstração
e comprovação. Creio que ficou assente que o “nada” não existe como ente, e de
que o melhor candidato a “nada”, seria o “Ser”. Embora nada tenha ficado
provado, pois, tudo, absolutamente tudo, referente ao “nada’, é de impossível
comprovação.
43”PTDN”. Veja meu distinto pensador, o
que me veio à mente, no distante ano de 1999. Uma das razões em
função de que: Não abro mão de ser um “nada”. Isto para um melhor entendimento
do porquê da minha proposição do meu nihilismo como “Ser”, sendo que,
naturalmente este nihilismo não é o meu caminho filosófico!
Transcrevo aqui, para
finalizar, um pequeno trecho do Capítulo 20 da minha Obra “Os três Insights” de
1999
44”PTDN”. -A aplicação dos princípios
bayesianos no estudo do comportamento humano, em se tratando de grandes massas
ou sociedades humanas, torna tudo muito previsível, extremamente previsível.
Este remate só contém fatos comuns, e declarações comuns, e do conhecimento de
todos; o que fiz foi somente uma rememoração destes fatos, um reavivamento;
isto mesmo, um reavivamento da memória. É um paradoxo: quanto mais aprendo,
menos sei! Novamente enfrento outra dura constatação: nada sou, agora, sim,
mais sei que nada sou. Sou um montão de argolinhas girantes; é só isto que sou.
Um nada. Nem um. Sou simplesmente nada. Nada, absolutamente nada. Agora posso
contestar físicos e filósofos; o nada existe! Sou eu. Itacaré-Bahia, início do verão
de 1999
45”PTDN”. Pois, pois, meu amigo e
mestre, José Mário Ferraz; estas destoadas e parvas elucubrações foi o que saiu
da minha “ainda” assustada e insignificante mente, tentando te responder sobre
o que seria esta “antientidade” chamada por todos de “nada”. Entenda que o “mente
assustada” é por conta da nova sapiência da manada que aos poucos vai
acordando... Indo para as ruas reclamar do governo nefasto que esta mesma
manada elegeu! E ao que parece, a manada aos poucos vai se descolando da
burrice, que é mais facilmente encontrável em quem se comporta como manada.
Observe meu ilustre pensador, que a burrice é inerente ao homem! Sábios e tolos
a praticam! Creio que a burrice seja a mais antiga companheira do homem, e de
que seja feita de araldite, pois, não descola do “ser” que a adota, a burrice é
típica do “ser”, que se nos apresenta como manada...
Edimilson Santos
Silva Movér
Vitória da
Conquista-Bahia-Brasil,
20 de julho de
2013
Rev. Maiquinique-Bahia,
03/11/2021
77-99197 9768
PEQUENO TRATADO DO “NADA” - ENSAIO (123)oks