DA SÉRIE: ENSAIOS QUE NOS LEVAM A
PENSAR
Subsérie:
Nada mais que: Ocidentais leigos em filosofia oriental, tentando entender os
conceitos das ciências Esotéricas Teosóficas.
A
PRIMEIRA E ÚLTIMA LIBERDADE
Por:
Jiddu Krishnamurti --1895-1986
Prefácio
de: Aldous Huxley --1894-1963
Eis
Krishnamurti em sua essência...
[...
- Estou apenas a ser como um espelho da vossa vida, no qual podeis ver-vos como
sois. Depois, podeis deitar fora o espelho; o espelho não é importante. - ...]
Krishnamurti
Uma
síntese de posturas filosóficas, contidas em propostas krishnamurtianas que
alterarão inevitavelmente, o atual paradigma humano.
Análise
da obra por: Edimilson Santos Silva Movér
Preâmbulo:
1”APEUL”.
Normalmente, costumo dedicar meus insossos ensaios a um amigo presente ou a uma
pessoa que já se foi, desta, para o nada incognoscível e vazio, que os néscios
dizem que sabem o que é e onde fica! Estas apreciações ou estudos, sobre o
pensamento de Krishnamurti, possuem num momento enfoque mecanicista, e noutro, enfoque
espiritualista. O estudo que pretendo desenvolver neste ensaio será fruto de
leituras anteriores, e não somente sobre a desta obra, mas sobretudo, da
essência do pensamento de Jiddu Krishnamurti, e do prefaciador da obra, o
filósofo e escritor Aldous Huxley e, como isto será feito por minha mente
questionadora! Daí, advirá a pluralidade e ambiguidade dos enfoques! O estudo
será dirigido principalmente, ao pensamento de Jiddu Krishnamurti, com
referência a essência do contido nesta obra: A Primeira e Última Liberdade, e
noutros textos de sua lavra, portanto, são estudos, (como disse), não somente
resultantes da leitura deste livro. Estas ilações "protofilosóficas"
d’agora, eu as dedico ao meu irmão maçom, Dr. Francisco Françu Gomes Assemany,
(pessoa culta e mestre no uso do raciocínio), médico residente nessa cidade de
Camaçari-Ba., onde se dedica com amor a sua profissão e aos seus clientes, ele
é um cidadão de ilibada transcendência moral, possui uma mente brilhante, muito
inteligente! Em qualquer tema que ele aborde! Lá estará presente a lógica, a
seriedade e a razão. Sempre que tenho oportunidade de escutá-lo, proferindo
uma, ou várias de suas palestras, ali encontro, e estão, os raciocínios mais
elaborados, as filigranas do pensar escorreito, pensar este, (tão recomendado
por Krishnamurti), que são entrelaces de raciocínios que ele tece com maestria.
Talvez, nem o perceba, constrói com naturalidade e até despercebidamente, a
tese, a antítese, sempre coroando seu discurso com uma síntese aprimorada,
isto, em cada tema abordado. No ambiente em que escuto suas palestras, o
tempo é muito restrito, mesmo assim, nunca o vi deixar um assunto sem o devido
tratamento e conclusão. Dedico a meu irmão Françu, com profundo respeito,
principalmente, à sua visão “da vida” em geral, especialmente e essencialmente
à sua visão voltada à existência humana! Dedico, como disse! Este singelo
arrazoado a que chamo de prolegômenos, que teço sobre este estudo de uma obra
do maior pensador que passou por este planeta no século XX, século em que eu e
o Françu nascemos e vivemos por longos anos, somente eu, passei 60 anos no
século passado, hoje, Já vencendo a segunda década do século XXI, então, é que
caio na dura realidade! E descubro assustado que: Era feliz, mesmo com tantos
percalços, e não sabia! O que vem pela frente é assustadoramente assustador!
Ora! Se todos reclamam, dizendo que os tempos passados eram melhores, deduz-se
fatalmente, que a sociedade dos “sapiens” como um todo, esteja regredindo, ou
no mínimo nos oferecendo uma perspectiva assustadora para esse futuro
assustador! Talvez, somente pequeno porcentual desse “todo” esteja avançando
espiritualmente. Daí termos que nos lembrar que: O avanço tecnológico, nunca
poderá ser tomado como parâmetro ou medida para se ler o grau do
desenvolvimento espiritual destes mesmos “sapiens”. A preocupação de Jiddu
Krishnamurti com a “crise” está exposta no capítulo 1 – com o título: (Sobre a
crise atual). Temos que entender este “atual”, como antes de 1986), isto, em
referência à página 127 na segunda parte desta sua obra! Este atentar para a
crise! Tem toda razão de ser, pois, o mundo está em crise permanente há tempos.
(Desde uns de dez ou doze mil anos), então, a crise não é nova, ela vem do
tempo em que foi criada a moderna sociedade sedentária. Portanto a crise é
originária do novo modelo de existência que o "sapiens" passou a
adotar como uma nova sociedade sedentária, na realidade se bem observarmos, que
a crise teve início com a adoção da propriedade e "posse" das
“coisas”, que possuam algum valor de troca. A invenção da lavoura permitiu aos
"sapiens" viverem em grandes grupamentos humanos, coisa impossível quando
nômades! O resultado foi a disputa por territórios que seriam ocupados com as
lavouras, como consequência, a demarcação das fronteiras de territórios que se
chamou depois de “Nações”, o que marcou o fim das pequenas escaramuças, e o
início das "grandes guerras" técnicas, daí, adveio o aprimoramento
dos exércitos e das armas, o uso da lógica e da estratégia nas ações bélicas. E
como resultado disso tudo, o início da crise, e isto permanentemente! Nunca
mais a sociedade humana teve um dia de paz! A "posse" de
"coisas" com poder de troca por outras "coisas"
intercambiáveis entre si, ou escambo, levou o "sapiens" a inventar o
valor de "coisas", que no futuro seriam chamadas de “dinheiro”, como
sal, papel, conchas, moedas e outras bugigangas, motivou a invenção do valor
monetário moderno, que leva os "sapiens" às guerras, aos
desentendimentos, que finalmente fomenta a crise no mundo. Krishnamurti
percebeu o estado de crise em que o mundo vivia, muito antes de 1986 e vive o
mundo de 2018, crise negada pelos governantes, enquanto governantes.
2”APEUL”.
Voltemos ao presente! Temos que
considerar que esta inquietação com a crise, já grassava na época em que foi
externada por Krishnamurti, isto, portanto, muito antes de 1986, ano da sua
morte. Hoje, ano de 2018, passados 32 anos da sua morte, “os homens
voltados para as essências das coisas”, veem a descoberta que o
teosofista Charles W. Leadbeater (1847-1934), fez em 1909, como, de enorme
importância para o desenvolvimento do entendimento da existência humana! Que no
futuro nos seria apresentada pelo pensador: Jiddu Krishnamurti.
3”APEUL”. Vamos assim, fazer uma curta análise sobre esta
crise em referência, o que está no capítulo 1 do livro em apreço. (Não se pode
negar que esta crise vem se desenvolvendo, como dito acima, desde quando a
sociedade humana se tornou sedentária), nos dias de hoje! Mais recentemente,
desde todo o transcorrer dos séculos da renascença e do iluminismo,
principalmente, no transcorrer do XX, com as duas guerras totais! A crise tem
permanecido sempre crescente nessas duas primeiras décadas do século XXI, e
cremos, eu e as pessoas com capacidade para ler nas entrelinhas dos
acontecimentos que ora ocorrem no planeta, que seu ato final se dará de forma
dantesca através de uma catástrofe pavorosa, pois esta esperada crise causará a
derrocada global da economia planetária, portanto, a derrocada de todas as
nações! E esta catástrofe que nomino de pavorosa, advirá sob e égide destes 7
sete fatores! Dois excessos, duas carências e três fatalidades:
1) Excesso
de população.
2) Excesso
de crescimento da economia.
3) Carência
de energia.
4) Carência
de matéria prima.
5)
Desemprego geral, em todo planeta.
6)
Um Crack que atingirá todas as Nações.
7)
Provocando fome e canibalismo em escala planetária.
TODAS
AS NAÇÕES SÃO RESPONSÁVEIS
Quem seriam os responsáveis por estas sete pragas
deste Faraó virtual? que não se faz presente? Ora! Seriam duas
"coisas"! A ganância e a burrice dos homens, e nada mais! Todas as
Nações viram a necessidade de frear o crescimento de suas populações, controlando
assim, a explosão demográfica planetária, pois, somente seria possível controlar
o consumismo desenfreado das “finitas matérias primas” e “finitas energias”
disponíveis no planeta. Por séculos se disse e foi previsto pelos grandes
pensadores, que o caos adviria com o fim das reservas de matéria prima e da
energia.
O SÉCULO DOS HORRORES
4”APEUL”. Uma mente com alguma
inteligência, mesmo de um homem comum, pois, não necessita nem ser tão
perspicaz, para perceber que o século XX foi na realidade um século que
transcorreu todo em crise, conforme podemos relembrar! Pois, são fatos
registrados pela história! Nele ocorreram três grandes guerras! A primeira grande
guerra; em 1914-1918, a segunda grande guerra; em 1939-1945, e a terceira
e maior das guerras; ocorreu entre os anos de 1949 e 1991, que foi a “grande
guerra fria”, embora, chamada de guerra fria! Ela foi quente o suficiente, para
criar condições que levasse ao desaparecimento de toda a humanidade, como
veremos adiante! A guerra fria teve o início do seu fim marcado pela queda do
muro da vergonha em 1989, mas, na realidade, só terminou definitivamente
em 26 de dezembro de 1991, pós a assinatura da declaração de nº 142-Н do
Soviete Supremo da URSS. Provocando a dissolução da União Russa Socialista
Soviética, e também pôs fim à guerra fria. A guerra fria terminou nessa data. Infelizmente
o arsenal nuclear das Nações do clube atômico nunca parou de se aperfeiçoar e
crescer.
5”APEUL”. Infelizmente,
esta guerra não foi tão fria assim, pois, durou um tempo mais que
suficiente para esquentar! Tendo durado por mais de 40 anos, as nações tiveram tempo
para se armar para a destruição total do planeta. Isto, com um formidável
aparato bélico "declarado" pela IAEA como de 17.000 (dezessete mil),
ogivas nucleares. Cientistas ligados à Agência Internacional de
Energia Atômica,
IAEA, (na sigla em inglês), declararam e proclamaram em diversas oportunidades,
que é necessário somente o uso de 450 (quatrocentos e cinquenta) ogivas
nucleares com o potencial existe nestes artefatos, para dentro de um ano,
destruir toda a vida existente no planeta, ora! (17.000/450) = 38 portanto, o
“sapiens”, mesmo amalucado e idiota como ele é, possui uma capacidade atual
para destruir a vida em 38 (trinta e oito) planetas semelhantes a Terra!
Refiro-me à vida, nos ares, na superfície dos mares, na zona fótica, nas
profundezas dos mares, e obviamente, a vida sobre e sob todos os continentes.
Pois, as águas das chuvas precipitarão a radioatividade no solo, águas que
inevitavelmente dentro de pouco tempo percolarão e alcançarão os lençóis d’água
subterrâneos e, adeus vida sob o solo, portanto “bunkers” ou cavernas não
servirão de proteção à vida. A “imprensa" nos informa que americanos ricos
estão construindo verdadeiros “bunkers” subterrâneos, pura perda de tempo, com
o passar dos tempos as águas de superfície e subterraneas, já completamente
contaminada com radiação, isto, os dizimarão. Deduz-se assim! Que não sobrará um
só "sapiens" para registrar este evento, se porventura vier a
acontecer!
6”APEUL”. Um estudo
realizado pela British-American Security
Information Council, junto com a pesquisa do “Beyond the-United Kingdom: Trends
in Other Nuclear States”, estima que desde 1945 já foram construídas mais de
128 mil bombas nucleares. Sendo grande parte delas, desarmadas e substituídas
por ogivas mais potentes, inclusive as utilizadas em testes. Desse total, 95%
foram produzidas pelos EUA e a União Soviética (na atualidade, chamada de
Rússia). Outro levantamento, realizado no final de 2010, indicou que ainda
existem 22.400 bombas, portanto, 24 % não estão declaradas ou catalogadas
pelo IAEA, este potencial nuclear não declarado,
está distribuído entre os nove países do clube atômico. Novamente, a
grande maioria (95%) dessas ogivas estão sob domínio dos Estados Unidos e
Rússia. Duas Nações que possuem o poder de levar o mundo ao “grand
finale”.
7”APEUL”. Esta foi uma grande e silenciosa guerra de 42 anos,
chamada de fria, mas, que foi bastante quente em disputas, principalmente, na
corrida armamentista e em ameaças beligerantes, esta guerra transcorrida por ter
ocorrido debaixo dos panos, na realidade, transcorreu em silêncio, não se ouviu
o som de um traque! entre 1949 e 1991, somente discursos, desfiles e fanfarras,
mas, o potencial aniquilador estava sendo construído! Bem que podemos chamá-la
de “terceira grande guerra”, esta maluquice ocorreu na segunda metade do século
XX. No entanto, sabemos que durante esta "guerra", não se detonou
nenhuma ogiva nuclear, salvo, as utilizadas em testes, nos ares, no solo
profundo e nas profundezas dos mares.
8”APEUL”. Fundamentado no que nos diz a
IAEA, podemos afirmar com a mais absoluta “certeza”, que não haverá uma
terceira guerra global nuclear que venha a fazer parte do registro histórico do
planeta. Ela pode acontecer, mas, não será registrada. Pois, mesmo que este
evento venha a ocorrer! Como não sobreviverá nenhum ser vivo pensante para descrever
tal evento. Teremos que admitir, que este "evento final" ficará sem
registro ou testemunho, assim, nunca haverá como provar no futuro que tal fato
tenha ocorrido no passado do planeta. A vida primitiva surgiu no planeta há 3
bilhões e 700 milhões de anos com os estromatólitos, e só agora 300 mil anos
atrás surgiu o “Ser” pensante descendente do “homo erectus”, como um exímio
registrador de eventos, mas isto, enquanto vivo e existente. Uma autodestruição
nuclear da espécie! Produzirá a automática impossibilidade da existência
do registro histórico do fato.
APÓS UMA HECATOMBE NUCLEAR,
A VIDA DESAPARECERÁ
COMPLETAMENTE, NÃO RESTANDO QUAISQUER VESTÍGIOS DAS AÇÕES DOS HOMENS
9”APEUL”. Temos como certo que: se destruirmos
completamente a espécie “pensante” que atualmente existe no planeta
Terra! Outra ou outras espécies pensantes só tornarão a surgir depois de
decorrido igual período de tempo em que ela surgiu, como a vida mais primitiva apareceu
há 3,7 bilhões de anos, os seres
pensantes de hoje, possuem sua origem nos seres que a paleobiologia nominou de estromatólitos.
Estes seres mais antigos, são de 3,7 bilhões de anos atrás, os mais antigos
estromatólitos foram descobertos no oeste da Groelândia em 2016. Admitido-se
que depois de um cataclismo nuclear se ainda restar algumas espécies de organismos
pluricelulares que
só surgiram há 540 milhões de anos atrás. Então surgirá a vida
inteligente depois de 540 milhões de anos, isto, se restar os organismos
pluricelulares! Pois, foi nesse tempo que os pluricelulares surgiram, fim do
proterozoico e início do cambriano. Como os vestígios radioativos de uma guerra
global desaparecem em um mínimo de 500 anos e no máximo em 10 mil anos. Mesmo se
algum dia no futuro aparecerem por aqui, ou passarem pelo planeta Terra alienígenas
de outros sistemas solares, quando estes aqui chegarem, num futuro distante, os
vestígios radioativos já desapareceram completamente, portanto, não terão como
deduzir que uma catástrofe nuclear ocorreu no passado do planeta! Salvo se a
raça que chegar for uma raça bastante inteligente e com tecnologia para
prescrutar as entranhas dos continentes para perceber a grande exploração nos
depósitos de alguns minérios radioativos, como: urânio, polônio, rádio, césio e
tório, explorações feitas no passado do planeta. Sendo hoje, muito difícil, ou
mesmo impossível deduzir se uma mina de urânio com um potencial de 200
toneladas de reserva atuais, já teve num passado muito remoto de 3 milhões de anos, uma reserva de 800
toneladas. O tempo destroi todos os vestígios. O homem, suas obras, e sua
história, tendem a desaparecer completamente do terceiro planeta. Talvez,
somente os seus vestígios fósseis permaneçam! Mas, a radiatividade dos fósseis
com toda certeza desaparecerão, a maior e melhor prova dessa afiamação são as cidades de Hiroshima e Nagasaki, que nunca
deixaram de ser habitadas.
NÃO HAVERÁ TESTEMUNHAS
10”APEUL”. Só tomarão conhecimento da
catástrofe os seres envolvidos e existentes na época, e que a presenciarem!
Mas, não permanecerão vivos! Conforme o previsto pela ciência, com o passar do
tempo não restarão como testemunhas, nem mesmo os registros físicos das obras
dos pensantes, estas, não durarão para sempre, segundo a ciência, todos, absolutamente
todos, os vestígios de grandes construções deixados pelos pensantes no
planeta desaparecerão, como: Cidades, grandes edifícios, aeroportos, as grandes
pirâmides, barragens, estradas, pontes, túneis, etc.. Dentro de, digamos, 4 ou 5
milhões de anos, não sobrarão resquícios de nada. Inevitavelmente, todos os
vestígios desaparecerão. Então, se existiu autóctone, ou passou por aqui uma
humanidade, evoluída ou não, no passado do planeta, digamos, entre 11,5 e 12 milhões
de anos atrás, não há como sabermos. Portanto, se desaparecermos hoje ou
amanhã, num futuro distante de 11 a 12 milhões de anos haverá como saber que
passamos por aqui. Nossos fósseis mesmo que permaneçam, então perguntamos, será
que com os vestígios deixados pelos modernos tratamentos dentários, os
antropólogos alienígenas, ou mesmo de uma nova espécie de humanos inteligentes
que venha a surgir num futuro remoto vão
conseguir fazer uma leitura completa e acertada da história e do
desenvolvimento da espécie desaparecida?
11”APEUL”. Assim! Por toda a eternidade,
esta catástrofe nunca terá ocorrido. Repetindo! Posso afirmar com a mais
absoluta “certeza”, que não haverá uma terceira guerra global nuclear que venha
a fazer parte do “registro histórico escrito do planeta”. Embora, absolutamente
eu não goste de certezas, pois, certezas são as mais absolutas burrices. Este
não registro, será pela absoluta falta de um pensante vivo para desescrevê-la. Mas,
podem contrapor! E os historiadores presentes à hecatombe? Ora,meus irmãos,
estes estarão mais preocupados com seus filhos e netos, principalmente em
salvar a própria pele. Sem contar que os registros feitos em livros e mesmo nas
memórias dos computadores, estes também desaparecerão na feroz e destruidora longa
noite dos tempos..
12”APEUL”. Ninguém concorda com a
afirmação, de que uma espécie que se autodestruiu: Alcançou uma notável
evolução espiritual. Pois, não há lógica nessa afirmação. Ora! Podem
argumentar: Foi uma minoria (de governantes), sem nenhuma evolução espiritual
que provocou tal catástrofe! Ao que, se pode contra argumentar: Foi a inépcia
de uma maioia que se dizia com toda evolução espiritual, que mesmo assim, não
conseguiu evitar o que uma minoria de idiotas e malucos provocou. Então! Que
evolução espiritual seria esta? Um caso único, onde uma ínfima minoria sem
evolução espiritual sobrepujou e destruiu uma ampla maioria com evolução
espiritual? Veja o número de cientistas envolvidos com o projeto manhattan e
com a energia atômica, e compare-o com o número dos religiosos e dos filósofos
existentes na época! Seria a evolução espiritual inútil? Ou
será que a evolução espiritual transforma os homens em seres
incapazes, fracos, covardes, ineptos e inaptos à defesa de sua própria
existência e da existência da espécie? Que espécie de evolução espiritual seria
esta? Seria isto evolução? Sendo esta uma das questões que me levam a afirmar sempre!
Que o mundo, sem dúvidas, é feito de dúvidas.
SEMPRE HAVERÁ FALSOS GÊNIOS
NO MUNDO, ISSO É INEVITÁVEL
13”APEUL”. Alguns
“sapiens” em evidência hoje em dia, me deixam a seguinte pergunta sem
resposta! Espiritualmente, o “sapiens” evoluiu ou regrediu? Segundo o jovem e
inteligente, mas, desorientado e desinformado Steven Pinker, (1954-??) no seu
livro "Os Anjos Bons da Nossa Natureza", 2011 - nós evoluímos! Eu
particularmente não acredito nisso, homens destes calibre e percepção, não
conseguem fazer uma correta leitura da existência da vida como um todo, onde as
atrocidades praticadas pelos humanos hoje, amanhã não serve mais como parâmetro
ou medida da evolução do homem, eles confundem progresso
científico com evolução. Não duvido das proposições científicas do Steven
Pinker, a forma pela qual ele as apresenta, são vistas pelos leitores como extremamente
racionais, inteligentes e convincentes, mas, confesso que não acredito e não sei
se suas proposições representem toda a essencia da ciencia! Minha cisma! È com
o fato da moderna sociedade ter criado uma forma de se autodestruir
completamente! Ao crermos que isso foi desenvolvimento tecnológico, que
represente o grau de evolução da espécie, retiramos o querer e a ação do homem
do fato. Como se o fato se desenrolasse sozinho. Este ato tecnológico fruto da
vaidade do homem não pode ser confundido com desenvolvimento espiritual. Creio
que ele, o ato, só mostrou um lado do maniqueismo. Particularmente, vejo que não
seja simples decidir se evoluimos ou regredimos como “seres inteligentes”. O
progresso tecnológico pode nos destruir! E como ficamos? Qual seria a evolução
inteligente existente numa evolução que destroi o próprio “Ser” inteligente? Para
estes tipos de perguntas, não há respostas inteligentes. Existem alguns tipos
de humanos que adquirem algumas habilidades para escrever obras que tornam-se
best sellers, mas sem nenhuma habilidade para pensar corretamente. O melhor
exemplo é o Steven Pinker, ele toma como modelo mentes como as de Noam Chomsky e
de Richard Dawkins, dois refinados idiotas, que passaram a vida em busca de
holofotes. Não são somente estes. Outro que está em evidência é o Yuval Noah
Harari, sempre foi assim, nos períodos de grande decadencia da humanidade os
idiotas são os que mais são glorificados e endeusados. O único gênio e que está
em referência nesse ensaio, que é o Krishnamurti, e que já dissera: Não é sinal de saúde estar bem adaptado a uma
sociedade doente. Eu pergunto! Seria sinal de saúde mental, estar bem adaptado
a uma ideologia que desde sua criação com o lançamento da Obra: “O Capital”, em
1867. Esta ideologia do “socialismo/comunismo” só tem trazido sofrimento às
pessoas que vivem sob a batuta de governos com estas ideologias. Observem bem
que: a Obra “O Livro Negro do Comunismo” editada e prefaciada por Stéphane
Courtois, escrita por diversos professores universitários europeus nos revela
que nos países onde se implantou o comunismo/socialismo foram mortos por estes
regimes, segundo estes professores, até o início da década de 1990 mais de 93
milhões de seres humanos, de todas as idades, crenças, etnias e culturas. Todos
os seres humanos que não reconhecem o mal praticado pelos regimes totalitários de
esquerda, só merecem o título de refinados idiotas. As desculpas com cunhos
filosóficas são aos milhares, mas nada justifica tanta burrice e maldade! O
melhor retrato dessa ideologia é a famosa pergunta, que ao que me parece nunca
foi feita pela Dama de Ferro, depois da queda do muro da vergonha, sempre me
vem à mente! “Verifiquem para qual lado eles estão correndo”. Outra boa frase que
encontrei feita para os esquerdistas brasileiros, “Esquerdistas brasileiros! Os
comunistas da Venezuela vos aguardam de braços abertos, com os “Super-Mercados”
abarrotados de comida! Inflação zero, e a mais completa liberdade de expressão.
Porque todos fogem para os EEUU e Europa? E na Europa preferem Londres. No
tempo da revolução de 1964, nunca vi falar de um exilado brasileiro que fosse
morar definitivamente em Cuba ou na URSS. Porque seria? Sobre os escritores em
apreço, não me venham dizer, que são sábios ou gênios,
se o fossem teriam feito a leitura de que a humanidade está caminhando para um
muito próximo “fim”, este próximo “finale”, nos foi advertido de forma clara por
Stephen William Hawking, nos recomendando que mudássemos para outro planeta. Repetindo.
Os países que se tornaram comunistas, durante as suas implantações exterminaram
93 (noventa e três) milhões de seres humanos. Conforme relata “O Livro Negro do
Comunismo”, estes “extermínios” referem-se somente as fases da instalação dos diversos
regimes comunistas, esses números vieram a público antes que fossem “fechadas
as fronteiras”, ou como dizia; Sir Winston Churchil, “fechadas as Cortinas de
Ferro”, depois disso, os números de mortos, obviamente, que não foram mais
divulgados. Claro, que estes números passaram pelas fronteiras, junto com os
dissidentes em fuga. Portanto, aconteceram durante a implantação dos regimes,
os povos depois de dominados não tem mais acesso a dados desse tipo, e nem oferecem
mais resistência.
A PERMANÊNCIA DA ESPÉCIE NO PLANETA
14”APEUL”. Será que existe hoje! Um, nem
que seja somente um, “homo sapiens sapiens”, suficientemente evoluído e
bastante inteligente, para resolver uma questão de tal magnitude? Que é
garantir a permanência da espécie no planeta! Antes que a catástrofe venha a ocorrer.
Prometo que vou dar uma espiada nisso.
TERMINANTEMENTE, NÃO FOMOS A ÚNICA SOCIEDADE DE
SERES INTELIGENTES QUE JÁ PASSOU POR ESTE PLANETA
15”APEUL”. Me prendo ao fato de que
pensamos que tudo, ou quase tudo que ocorreu no planeta Terra até hoje,
por mais sutil que tenha sido este “ocorrer”, possua seu devido registro
escrito, um registro fóssil ou um
registro geológico. Não seria isto um bruto engano nosso e de nossa ciência! É
bom atentar para o fato de que qualquer registro escrito só acontecerá,
se houver um “sapiens” vivo, e que possua “conhecimentos específicos”
para fazê-lo. Será! Que num passado remoto outra humanidade se autodestruiu?
Talvez, não por radioatividade, mas, como explicar tantas incongruências num
passado mais antigo da Terra? (1). Qual seria a real história e a origem das
esferas da Costa Rica? (2). Quem construiu? E quais métodos utilizaram para
executar com tanta perfeição o corte das
pedras de Puma Punku. (3). Como construíram a pirâmide de Khufu? Como
transportaram para aquela altura as lages do teto da câmara do Rei? Algumas com
mais de 90 toneladas. (4). Quem construiu, e quais foram os métodos que
utilizaram para marcar com tanta perfeição e equidistâncias as linhas de Nazca?
(5). Como e quem cortou, transportou e assentou os três megálitos de mais de 700
toneladas por mais de 1 km para o templo de Baalbeck? São muitas "questões"
calando a inteligência humana. Estas cinco questões representam somente uma
pequena fração do que existe sem uma explicação científica.
16”APEUL”. No entanto, mesmo considerando
a proposição acima! Algo diferente pode ocorrer no existir dos pensantes; pois,
“aquilo” que não podemos entender, e nem perceber com nossos sentidos,
podemos até dizer que não exista no presente, e até mesmo questionar sua
existência no passado! Mas, nunca teremos a plena e absoluta certeza de que
“aquilo” não exista atualmente, ou que “aquilo” nunca existiu no passado! Portanto,
podemos somente questionar. Mas. é impossível negar a existência destas incongruências!
A realidade, é que sem o autoconhecimento, nunca teremos um conhecimento
absoluto do universo. Como somos parte deste universo, isto nos põe diante de
um ciclo que se repete eternamente. O que nos leva ao principal paradoxo do
pensante: (O “Ser” pensante nunca terá absoluto conhecimento de si próprio, nem
do universo de que ele faz parte e é oriundo). A realidade que não queremos admitir, é de que, ambas as
origens (do universo e do homem), se perderam nos abismos da noite do tempo.
Esta noite tem a mesma duração de um manvantara, que é de 4,32 Ga.
17”APEUL”. Na
área da cosmologia, somos obrigados a admitir que só temos como lidar
com um passado remoto do universo, através na análise do espectro luminoso. Especificamente
lidando com a função do espectro da luz, a que os astrofísicos e cosmologistas
chamam de "redshift", ou alteração do espectro da luz oriunda de
emissores distantes para a faixa do vermelho para que possamos calcular as
distâncias e as idades de objetos que fazem parte desse universo. Para calcular
o passado de alguns materiais existentes no planeta, somente medindo o decaimento radioativo natural existente
somente em alguns poucos e determinados elementos radioativos, a chamada
radiometria. O carbono-14 é o mais conhecido, com meia-vida de 5.700 anos,
perdendo precisão na datação a partir dos 60 mil anos. Existindo outros
elementos químicos radioativos utilizados para medir datas que ultrapasse até
todo o passado do planeta, como é o caso da medição da idade de alguns
meteoritos! Existem elementos que são usados para datações mais longas, como os
isótopos de urânio 235 e o 238, o tório 232 e o rubídio 87, este último isótopo
possui uma meia-vida de 49 bilhões de anos.
INTRODUÇÃO A ANÁLISE DA OBRA:
“A PRIMEIRA E ÚLTIMA LIBERDADE
18”APEUL”. Na madrugada de
04/12/2017 a doutora insônia, (como costumo chamá-la), levou-me a continuar a
leitura de um livro que eu tinha reiniciado dias antes, “A PRIMEIRA E ÚLTIMA 1986. Na realidade, eu li a obra em
questão, pela primeira vez em 2001, ela foi prefaciada por Aldous Huxley,
prefácio este, que analisaremos primeiro, para assim, podermos aquilatar a
interpretação que fez sobre esta obra o famoso escritor e filósofo inglês, que
viveu entre 1894 e 1963.
19”APEUL”. Agora sim, me dou conta, ou
melhor! Damo-nos conta de que, (observem que, nalguns momentos, sigo o
estilo de linguagem de Krishnamurti, muitas vezes na segunda pessoa, por sinal,
muito elegante), o “Sapiens”; se apega ao tempo obstinadamente, como se
este, fosse uma entidade concreta e palpável, ora! a única interação ou ação a
que o tempo está sujeito, por parte do “sapiens”, é a sua mensuração, e de
forma imprecisa, isto, quando feita por nossos sentidos. A ciência tem que
utilizar recursos tecnológicos avançados para consegui-lo com uma precisão mais
acurada.
20”APEUL”. Meu distinto amigo e irmão Françu
Assemany! Considerando que as simplicidades serão sempre inerentes às
complexidades, e de que as abstrações nunca serão inerentes às concretudes!
Isto posto! O problema maior da leitura e da interpretação de textos escritos
por pensadores que penetram fundo na essência das “coisas” do nosso existir
como pensantes! Essências estas, nominadas por Platão e Kant de “noumena”, e
que seriam, portanto, referentes às abstrações, concernentes às ideias, aos
raciocínios abstratos, ora! Se abstratos, eles não trazem em si, as
concretudes, visto que as unicidades simplistas próprias das concretudes estarão
sempre ausentes nas abstrações, então, deduz-se de forma unívoca que o fator
ubiquista próprio das complexidades estará sempre presentes em todas as
abstrações. Estes raciocínios nos levam às duas realidades kantianas que nos
dizem: Assuntos “fenomênicos” referentes às coisas concretas, e que são
percebidas pelos sentidos, tendem para a simplicidade, e que os assuntos
“noumênicos” que são coisas das ideias, das abstrações da mente cognitiva,
conforme os dois pensadores, “um grego, outro alemão”; sendo assim, coisas
abstratas por si mesmas, e tendem para a ubiquidade, portanto, ubiquidade que é
inerente às complexidades. Resultando que a coisa abstrata, por si mesma é
complexa. Encontrei casualmente um exemplo sofisticado em que me supri de dados
num estudo sobre economia encetado pela “Kennedy School of Harvard”, creio,
iniciei estes estudos antes de 2009, foi num estudo em que se utilizou para
comparação, o reflexo da ubiquidade na complexidade da economia de nações
emergentes. E agora a “Kennedy School of Harvard” se envereda pelo mesmo
caminho. Foi quando estava escrevendo o Antitratado de Economia, com um enfoque planetário, postado
no Blog agentediz.com.br – o postei em 10 de março de 2013. Podem visitá-lo à
vontade, mas, hoje já o tenho postado nesse blog.
21”APEUL”. Creio eu, filologicamente falando,
e não sei se acertadamente! Que os sentidos e conceitos expressos por palavras
e frases destes, ou mesmo de quaisquer pensadores, se alterem dentro das eras,
e isto não ocorre somente pela força do diacronismo semântico, que naturalmente
molda as línguas dentro de longos ou curtos períodos de tempo. Razão porquê,
costumo em todos meus escritos, “informar”, a passagem das pessoas por este
planeta, (data de nascimento e morte), com o sentido de “definir”
cronologicamente cada pensador dentro de seu tempo de existência. Temos que nos
ater à verdade de que: Os conceitos e sentidos contidos em palavras e frases se
alteram sempre! O melhor exemplo disso, é o conceito de “universo”, na época
dos astrônomos gregos possuía um valor conceitual, na época de Newton, outro
valor, depois de 1924, com as descobertas de Edwin Hubble passou a ter novo
valor conceitual, hoje 2021 com a descoberta do duplo escuro, novamente a
cosmologia conseguiu ter uma “nova” e mais real visão desse mesmo universo,
universo que não mudou um quark de sua realidade, foi o novo conhecimento
criado pela descoberta do “duplo escuro” que tudo mudou. E isto se dá em função
da constante mudança do paradigma humano, pois, à medida que o conhecimento da
humanidade, se desenvolve e avança, alterando e aumentando, sua visão de mundo,
natural que o seu paradigma também se altere com o contínuo decorrer dos tempos.
Óbvio! que o sentido das suas “palavras e frases” montadas na tentativa de traduzir
seus pensamentos, se modifiquem também, independentemente do natural
diacronismo semântico. Esta é a minha visão sobre o assunto. Tenho como
certo que esse assunto, da alteração do sentido do que se escreve, ou do que se
escreveu, não se encerra no diacronismo semântico e na mudança do paradigma dos
homens. Também devemos observar que dentro do decorrer dos segundos, minutos,
horas, dias, semanas, meses, anos, décadas, séculos e milênios essa ação é
permanente. Não nos esquecendo que as seguidas traduções são também as grandes
culpadas pela alteração dos raciocínios na literatura, e quanto mais antiga, no
mínimo, são mais cheias de alterações.
22”APEUL”. Após a “leitura” da essência do
que nos diz Aldous Huxley no seu prefácio,
observa-se que aqui não analisamos o que diz o pensador inglês sobre a obra em
si, pois o que foi dito, é o que se espera de um exórdio, por isso é que me
referirei, mais sobre o que ele diz sobre o pensador hindu, e não sobre o que
diz sobre a essência da obra, o que seria uma repetição inútil. Após o que,
analisaremos alguns tópicos do livro de Jiddu Krishnamurti, pessoa diferenciada
e maior pensador que viveu no século XX. Neste ensaio, não me proponho a
analisar e comentar toda esta obra, pois equivaleria a escrever outro livro, no
mínimo, com o mesmo número de páginas! E isto foge da minha alçada, vontade e
capacidade, assim, os comentários contidos neste texto, não passarão de
singelas tentativas de compreender a essência da obra como um todo! Tentarei
estar atento à todas as subjetividades próprias das mentes de um Huxley e de um
Krishnamurti, como aqui me aterei somente sobre alguns tópicos, digo,
(capítulos), do livro. Embora analise e me refira somente a estes capítulos. Independentemente
disso! Concentrar-me-ei na essência do pensar krishnamurtiano. Coisa,
extremamente fácil de se fazer. Porquanto, atentem para isto! Toda e qualquer
dificuldade advinda, será enfrentada por qualquer uma mente sutil, e poderá ser
vencida se se estiver atento ao que disse Krishnamurti: [... - Estou
apenas a ser como um espelho da vossa vida, no qual podeis ver-vos como sois.
Depois, podeis deitar fora o espelho; o espelho não é importante -...].
Depois de tudo entendido, e jogado fora o espelho. Tudo! Tudo mesmo! Tornar-se-á
claro como o dia mais soalheiro do nosso existir.
23”APEUL”. Meu irmão Françu, aqui trataremos, mas, sem
prendermo-nos a quem foi Krishnamurti ou Huxley, essencialmente cuidaremos das
essências dos seus falares e pensares. Mesmo porque, suas biografias são
facilmente encontráveis na Web, na Wikipédia e noutros “sítios”. Como sempre! (Sempre
que uso o plural das palavras e das frases, estou me referindo a mim e aos meus
diletos e inteligentes leitores, onde você está incluso). Não está em mim, nem
é do meu feitio, nem é próprio de mim admitir que: Um “Ser” como “eu”, que
alcançou o píncaro da burrice! Possa possuir sequer, um leitor burro, ou um
escritor burro como concorrente! Ninguém há de tomar meu espaço! Espaço este,
conquistado com extremada burrice, aos trancos e barrancos...
24”APEUL”. Não somente nesta obra, mas,
podemos dizer! Sem medo de errar que: Toda a vasta obra de Krishnamurti nos
leva a questionar nossa visão de mundo. Principalmente e essencialmente a
maneira como a humanidade utiliza os símbolos, únicas ferramentas que propicia,
permite e leva-a a sua invulgar maneira de como (ela) interage com, e
interpreta o mundo. Somos a única espécie no planeta que desenvolveu o
raciocínio lógico, o pensar! Mas, como podemos ver, em toda a obra de
Krishnamurti fica evidenciada a questão maior da humanidade, contida no
pensamento deste invejável humano! Que logicamente trata do conceito de “o
que é o universo” e de “quem somos nós dentro deste
universo”, principalmente, de como interpretamos o mundo. Não gosto de
certezas! Pois o mundo, para essa humanidade pouco evoluída, devido e essa
pouca evolução, torna-se prenhe de dúvidas! Inda mais depois
de Heisenberg! Mas, tenho “certeza” que o paradigma de Krishnamurti a
este respeito, difere sem sombra de dúvida do paradigma da maioria das pessoas.
(Aqui estou incluindo pessoas de todos os níveis intelectuais). E então, nem somente
em função disso, porque também sou obrigado a levar em conta o fato de que, nem
todos os prováveis leitores dessas minhas lagartixas, conheçam ou já ouviram
falar de sua obra, nem de quem foi Krishnamurti. Veremos que, ao tomarmos
conhecimento de quem foi este senhor, embora, o que importa, não seja ele, o
(pensador), em si, “conforme pregava ele”, importa somente a sua maneira de
interpretar o mundo! E que segundo ele, é impossível ensinar ao homem fazê-lo.
Pois, nossa visão de mundo é própria de cada um de nós, estando essa visão, portanto,
profundamente enraizada dentro de nós. Isto nos diz que não podemos ensinar
ninguém a “ser” alguma coisa, cada um, o é, por si mesmo. Podemos até
transmitir conhecimentos a um “Ser”. Mas, cada um é um “Ser” per se. Portanto,
imutável. Um usual exemplo: Se levarmos um filho de um tribal recém-nascido num
ambiente erroneamente chamado de selvagem, e instruí-lo, num ambiente
erroneamente chamado de civilizado, aos trinta anos, ele será um doutor, um
PhD, um MSc, ou mesmo um Prêmio Nobel. Ao mesmo tempo, se levarmos um filho de
um sapiens recém-nascido num ambiente erroneamente chamado de civilizado, para
um ambiente erroneamente chamado de selvagem, lá na mãe África, ou no centro da
Amazônia, aos trinta anos, ele será um exímio batedor de tambores, não sabendo
ler nem escrever, devido à ausência de escrita na língua da tribo. Isto é
consequência de um simples fato! Ambos são feitos da mesma cepa! Embora, seres
exatamente iguais, mas, possuirão “visão ou entendimento do universo de que
fazem parte, completamente díspares, inteiramente diversa e unilateral, sendo
estritamente pessoal cada visão de mundo. Daí, Krishnamurti nos dizer que: - a
essência do que nos leva ao “percebimento” está dentro de cada um de nós! Conhecimento
adquirido em escolas e universidades, nada tem a ver com percebimento ou
autoconhecimento. Por exemplo: uma pessoa pode ser culta numa área onde poucos
o são! E saber que a “enfezação” do planeta demonstrada nos terremotos e nas
erupções vulcânicas, são o resultado do movimento das placas tectônicas e das
pressões provocada pelo movimento do magma no interior do planeta! Mas, não tem
a menor ideia do porquê dessa “enfezação”! Quando um humano, no trânsito,
saltar do carro com ganas de matar o motorista que bateu no fundo do seu carro
novinho e zero km. E não raramente muitos o fazem, quando se encontram armados
convenientemente. Ele por não ter autoconhecimento, não dará aula de geologia
por um bom tempo. E seu desafeto que tinha autoconhecimento, mas que era
“barbeiro”, não possuindo habilidade no dirigir, foi visitar São Pedro antes do
tempo. O que chamamos de autoconhecimento, não nos leva a conhecer
somente a nós mesmos como indivíduos! Mas, conhecer profundamente tudo que nos
cerca, toda matéria que nos envolve, e principalmente conhecer nossos
semelhantes, sejam pensantes ou não! O que nos faz relacionar melhor com tudo
que faz parte de nossa vida, principalmente
entendermos nós mesmo e, o universo que nos cerca, que nada mais é que nós mesmos.
Desde quando entendamos que: Nós somos o universo tomando conhecimento de si
próprio.
VOLTEMOS A KHRISNAMURTI
25”APEUL”. Um
fato a ser considerado, é que este pensador, foi realmente, desde o seu
nascimento, uma pessoa invulgar, uma pessoa diferenciada dos padrões comuns dos
seres pensantes. E isto torna-se patente e evidenciado, ao tomarmos
conhecimento de quais eram os seres que foram seus mais assíduos ouvintes e
naturalmente seus leitores! Todo o pensamento de Krishnamurti nos foi
transmitido em linguagem simples, o que torna qualquer uma linguagem mais
compreensível, assimilável, e em formato, que podemos dizer, coloquial e comum,
isto, em todas as suas inúmeras conferências proferidas por toda sua vida, nas
mais importantes salas de conferências do planeta, a linguagem sempre foi a
mesma. Sobretudo, em todos seus livros, que alcança as 58 (cinquenta e oito)
obras. A única coisa que posso fazer aqui é dar aspecto pontual às diversas
proposições deste, primeiro, único e insubstituível pensador, primeiro e único
a propor estas verdades. Verdades estas, que ele dizia não poder transmiti-las
aos ouvintes, pelo simples motivo de que elas residiam no interior de cada
ouvinte. O problema é que Krishnamurti falava e escrevia sempre para uma
plateia de sábios, tais quais: Filósofos, catedráticos das melhores e maiores
universidades do mundo, escritores de renome, pensadores, matemáticos, físicos
em busca da essência das coisas, a maioria Doutores, com (PhD), (MSc), Prêmio
Nobel, etc. Ou seja, ele falava para a elite pensante do planeta, em cada conferência,
local e época.
26”APEUL”. E eu, coitado de mim, escrevo para meus humildes
leitores, embora estes estejam num nível intelectual, muito superior ao meu!
Estando, no entanto, um pouquinho abaixo do nível dos ouvintes das conferências
do pensador hindu. Só não posso avaliar o nível intelectual de seus leitores,
pois até o “Equus africanus asinus” consome
papel escrito. Sendo óbvio que os seus leitores, de (Krishnamurti), abranjam
todas as faixas de conhecimento da humanidade, estando entre estes! Aqueles que
leem soletrando como eu! E aqueles que escolhem as melhores edições em qualquer
língua em que foi publicada cada obra, ou na edição original, que ainda não
sofreu as tão naturais distorções conceituais, como disse, próprias das
traduções.
Bom!
Vamos lá! Isto é, vamos aos comentários...
27”APEUL”. Quem primeiro lê uma obra, naturalmente é quem a
escreve, e em segundo lugar, quem a prefacia.
28”APEUL”. Então, vejamos a visão que o renomado e inteligente
pensador inglês deixou registrada neste prefácio. O que mais admiro nos
filósofos é a lucidez, entendam que esta lucidez de que tanto falo, nada mais
seria que a clareza de seus raciocínios, esta, é aqui adotada por Huxley na
elaboração dos seus raciocínios! No prefácio, isto salta aos olhos! Logo no
início de sua arenga “prefaciatória”, ele vai ao fundo da questão do que seja o
homem! Ao nos dizer que o homem é um animal anfíbio, e portanto, ambíguo, que vive
simultaneamente em dois mundos. “Primeiro”, o mundo da realidade; da matéria,
da vida e da consciência. Em “Segundo”, o mundo dos símbolos, tão
maravilhosamente dissecado pelo pai da semiótica, Charles Sanders Peirce,
que viveu entre (1839-1914). De forma geral o homem utiliza os símbolos numa
miríade de formas, como na linguística, na matemática, na arte pictórica, na
música, nas artes em geral e nos rituais etc., sem a invenção dos símbolos,
tornar-se-ia muito difícil ou mesmo, impossível desenvolver uma sociedade de
pensantes, até mesmo, desenvolver o pensar! Fato que ocorreu de forma
continuada desde os primórdios, quando há mais ou menos 300 mil anos o “homo erectus”, sei lá por quais razões! Iniciou a pensar, e ao
mesmo tempo a abandonar paulatinamente o instinto, instinto este, principal
arma de sua sobrevivência. Ali, ele transformou-se no “homo sapiens”.
Naturalmente que só se tornou pensante porque inventou os símbolos para poder
se comunicar com seus semelhantes, e não semelhantes! No início, simples
símbolos gestuais e tentativas de uma fala, mesmo que rudimentar. Depois é que
surgiu a fala elaborada atual! Podemos prever que num futuro não muito
distante, a comunicação dos “sapiens” será feita por telepatia, sendo o que nos
promete a mecatrônica e a biônica, no futuro associadas à IA e à genética,
principalmente devido ao fato de que o homem é telepata inato. Quem nos alerta
e nos oferece esta janela e esperança, é a ressonância mórfica de Rupert
Sheldrake. Quando Jiddu se foi ela ainda estava engatinhando. Voltando ao
“anfíbio” de Huxley! Embora não sejamos taxonomicamente, classificados como
anfíbios! Mas, nós passamos nove meses de nossa curta existência dentro d’água,
dentro do líquido amniótico. A lucidez e a sutileza de Huxley, transparece de
forma clara ao dizer que somos anfíbios!
29”APEUL”. Aldous Huxley analisa o efeito do uso dos símbolos,
e pontua os efeitos positivos e negativos que estes tiveram sobre esta nascente
sociedade de animais falantes. Aquele que pensa ou preceitua que o homem atual
está atingindo ou atingiu um alto grau de desenvolvimento, está mais próximo do
“homo erectus” que do “homo sapiens sapiens”. Huxley nos lembra que os símbolos
foram utilizados pelos homens, muito tempo depois, forçosamente e logicamente
para moldar o seu sistema político e o seu sistema religioso. Portanto, já
depois da escrita! Causas dos percalços por que passou, e que tem passado a
raça humana. Ele nos lembra ainda que na linguística, no contexto de política e
religião, - “as palavras não são tratadas como representações, mais ou menos
inadequadas, de coisas e fatos; ao contrário, coisas e fatos são considerados
ilustrações específicas de palavras. A inadequação da escolha dos símbolos, nas
mais diversas formas, permanece até hoje, provocando os descalabros na
existência da espécie. Aí, eu me pergunto! Que fez a filosofia ao longo dos
séculos para corrigir ou mesmo minorar esta escolha? Sendo esta atividade
humana, talvez, a única a perceber estas idiossincrasias! E estas, são encontradas
à miúde na comunicação entre os “sapiens”. Será! Que somente uma catástrofe que
faça desaparecer quase 100% dos falantes seria capaz de equilibrar tal escolha
ou adequação errônea dos símbolos? Adiante o pensador inglês nos diz
textualmente, [... - Nos últimos anos, lógicos e semânticos procederam a
uma análise muito meticulosa dos símbolos em função dos quais os homens
desenvolvem o pensamento. A linguística tornou-se uma ciência e hoje se pode
até estudar a matéria a que o falecido Benjamim Whorf deu o nome de
metalinguística. Tudo isso constitui notável contribuição, mas não basta. A
lógica, a semântica, a linguística e a meta linguística são puras disciplinas
intelectuais. Analisam as várias maneiras, corretas e incorretas,
significativas e não significativas, em que as palavras podem ser relacionadas
com coisas, processos e fatos. Mas nenhuma orientação oferecem com referência
ao problema fundamental das relações do homem na totalidade psicofísica, de um
lado, e com os seus dois mundos, o dos fatos e os dos símbolos, de outro lado -
...]
30”APEUL”. - Os raciocínios, aqui expostos e analisados por
Huxley referem-se simplesmente à mais profunda e notável intelecção de
Krishnamurti. Onde nos diz: - A clareza é essencial nos nossos raciocínios! A
clareza não resulta da asserção verbal do pensador, ela é oriunda do
autopercebimento e do correto pensar, um pensamento correto nunca será fruto do
cultivo do intelecto, nem segue ou é resultado de padrão algum! - Ele
acrescenta! - Por mais digno e nobre que este seja. Todo pensar correto só
poderá advir do autoconhecimento, - o inglês parafraseando o hindu, nos propõe
ainda: - “Se não vos compreenderdes, não tereis base para pensar, sem
autoconhecimento o que pensais não é o verdadeiro”. – Sendo esta assertiva a
pedra angular do pensamento de Krishnamurti. Movér.
31”APEUL”. Vamos agora às proposições do hindu de Madanapalle, naturalmente, que não farei uma
retrospectiva ou uma análise profunda de todos os 59 capítulos desta sua obra,
a eles, “os capítulos”, prefiro chamá-los de “lições”. Lições estas, contidas
na obra A Primeira e Última Liberdade, sendo a 1ª parte ordenada por números
romanos, de I a XXI e, a segunda parte ordenada em arábicos de 1 a 38,
perfazendo 59 capítulos. Ao tomarmos conhecimento do que é proposto em toda sua
vasta obra! Aqui refiro-me aos 58 livros ou obras. Veremos que este “Ser” de
espírito iluminado, e que recebeu aqui na terra, nesta sua encarnação, o nome
de: Jiddu Krishnamurti, realmente foi um humano, no mínimo, diferenciado.
32”APEUL”. A 2ª edição da obra aqui em referência, é a da
Editora Cultrix, traduzida por Hugo Veloso.
Aqui
dou início aos prolegômenos capitulares:
I
- Introdução; página 19
33”APEUL”. Aqui tentarei fazer uma síntese de cada assunto
abordado em alguns capítulos da obra em apreço, e nada mais. Naturalmente que
seria somente uma síntese do pensamento de Krishnamurti a respeito do tema ali
abordado, pensamento este, exposto em cada capítulo.
34”APEUL”. Logo no início da introdução o “hindu por
excelência”, nos faz ver que: Mesmo entre pessoas íntimas, é extremamente
difícil um perfeito intercâmbio de pensamentos. Palavras ou frases ditas por um
interlocutor, podem ter significação diferente para o outro interlocutor, mesmo
sendo os dois, nascidos e criados no mesmo país, falando a língua de nascimento
e perfeitamente dominada por ambos. Sendo que, só haverá real entendimento
entre dois seres, se estes possuírem uma real afeição entre si, como há entre
marido e mulher, pais e filhos, algumas vezes entre irmãos e outras entre
amigos íntimos. Aí sim, haverá comunhão de pensamentos, e a compreensão será
completa e instantânea, mas assim mesmo, sob a condição de que os
interlocutores vivam no mesmo tempo e, possuam o mesmo nível intelectual. Esta
verdade é facilmente verificável no entendimento, mesmo coloquial, entre
familiares, com idades, graus de cultura, e crenças diferentes.
II
– O que estamos buscando?; página 26
35”APEUL”. A respeito do que o homem está buscando,
Krishnamurti nos lembra destas questões fundamentais do anseio humano. Os
pensamentos e proposições de Krishnamurti nessa área, são coincidentes com os
anseios da maioria de nós! Desde quando não sejamos extremados usuários de
crenças que cheguem a distorcer nossa razão, ou mesmo, o nosso mais elementar
entendimento de nossos anseios. É fácil verificar que, se não todos, pelo menos
a maioria de nós, busca a “felicidade” permanente, ou talvez busquemos também a
satisfação permanente! E isto nos leva por caminhos ínvios, pois, buscamos
coisas que desconhecemos, com certeza não podeis dizer que as conheçais,
ninguém pode dizer que conhece Deus, ou a Verdade, ou o que queirais chamar, a
razão nos diz, e Krishnamurti também, que não podemos encontrar algo, se não
conhecermos ou não soubermos o que é que buscamos.
IV
– Autoconhecimento; página 38
36”APEUL”. O procurado “autoconhecimento” é abordado nesta
obra em sua mais dura realidade! Como tudo que o hindu faz. Chega a ser
desanimador, o hindu nos diz que qualquer um pode criar um sistema para
produzir o autoconhecimento, mas, ele observa que deste sistema só sairá um
resultado obtido por este sistema. Se seguimos um determinado método de
conhecer a nós mesmo, só obteremos um resultado que este método necessariamente
produz! Onde o resultado evidentemente não será a compreensão de nós mesmos, o
método gerará uma padronização de resultados, porquanto todos nós sabemos,
mesmo intuitivamente, que somos seres sem padronização.
VI
– A crença; página 50
37”APEUL”. Neste capítulo o hindu, não ataca as crenças, ele
as analisa friamente, como tudo que ele faz, ele o faz friamente, não pode
haver paixão na análise de um fenômeno montado pela própria existência do
“sapiens”. A análise que ele faz da vida, ele o faz sem nenhuma paixão! Segundo
o hindu, existe uma simbiose entre crença, conhecimento e desejo. E onde
há um processo de desejo ali está a crença que cremos. E isto, o “sapiens”
criou e o faz para alcançar segurança econômica, espiritual e paz interior.
Este tema da crença é abordado com extrema propriedade e profundidade por
Krishnamurti.
IX
– O que é o “Eu”?; página 66
38”APEUL”. Uma abordagem do que seja o “eu”, obviamente sempre
será uma digressão polêmica. O “eu” é por si só, abstrato, incognoscível, e
talvez, nem todos o percebam, ele no fundo, é impessoal, sua personalidade é
que é pessoal, embora seja somente a essência de uma pessoa, montada na sua
relação com o mundo! Possuindo esta personalidade uma miríade de facetas, ela
muda de comportamento a todo instante, salvo por conveniência. Sendo que, o
“eu” é tema de difícil análise! O hindu, sobre este complexo tema discorre de
maneira sutil, mas completa.
XII
O Desejo; página 89
39”APEUL”. Uma das muitas coisas que nos acompanham do princípio
ao fim de nossa existência é o desejo. Nunca paramos de desejar. Quando
alcançamos o objeto de um desejo, mudamos o foco do desejo para outro objeto,
não importa se este objeto seja concreto ou abstrato, “phenomena ou noumena”. Importa que o desejo seja satisfeito. Nos
diz o hindu que: [... - Se observo em mim mesmo o processo do desejo,
percebo que há sempre um objeto para o qual a mente se dirige, em busca de
novas sensações, e que este processo subentende resistência, tentação e
disciplina. – ...] No final deste capítulo este pensador nos faz ver que:
Quando conseguimos perceber este processo do desejo, ao tornarmo-nos cônscios
dele, sem oposição, tentação, resistência, justificativa ou julgamento, iremos
descobrir que a mente é capaz de receber o novo, e que o novo nunca é
sensação, e então, não pode ser reconhecido, nem reexperimentado. Nos diz o
hindu: - Ele é um “estado de ser” no qual a criação se manifesta, sem
chamado, sem interferência da memória. Isto é a realidade.
Capítulo
XV
O
Pensador e o Pensamento; página 92
40”APEUL”. Veja como é interessante e pode ser dúbia esta
abordagem! Claro, o segundo é produto do primeiro, não existindo um sem o
outro. São como “coisas” dissociadas, mas, não excludentes. Não há separação
entre pensador e pensamento, a dissociação é irreal, sendo observados em
separado somente pela mente de um segundo pensador. A abordagem que
Krishnamurti faz sobre o tema é de uma beleza e profundidade insuspeitada,
minha pobre mente crê, (eu não gosto de crenças), assim, eu “afirmo” que o
capítulo “O pensador e o Pensamento, seja o preâmbulo, o introito, para o
capítulo XVI logo a seguir!
Capítulo
XVI
Pode
o Pensamento Resolver os Nossos Problemas?;
página
94
41”APEUL”. Tenho ao longo do tempo defendido a
proposição de que “nossos pensamentos” não pode, e nunca poderão resolver os
problemas da humanidade, se os pudesse! A Grécia e a Índia não seriam o que são
hoje! Nenhuma sociedade no planeta, aqui incluo todo o oriente, jamais pensou o
quanto estes dois povos o fizeram! A mentalidade ocidental não percebe o quanto
pensou e deixou escrito estes dois povos, pois, não consegue penetrar na
essência do que deixou escrito o povo hindu, só compreendemos bem os gregos!
Isto, com relação a moldura do paradigma ocidental, se se pensar resolvesse os
problemas da humanidade, todo o planeta falaria telugo/grego, e na terra só
existiria uma nação, a Índia/Grécia! Vocês já notaram que eventualmente nomino
Jiddu Krishnamurti de o “hindu”, isto decorre do grande respeito que tenho pelo
antigo e atual povo da Índia. Essencialmente pelos Mahatmas. É do conhecimento
de todos, que Krishnamurti por toda sua vida rejeitou títulos e honrarias,
principalmente, a de ser o presidente da Sociedade Teosófica de Adyar na
Índia.
42”APEUL”. Tenho como certo que: Qualquer esforço de qualquer
amplitude e de qualquer povo no planeta dentro das eras! Para alcançar a
absoluta compreensão do que seja o universo, nunca passou de um simples
esforço!!!...
43”APEUL”. Dr. Françu Assemany! Vamos aos pensares do
hindu! A respeito do tema desse capítulo: Farei melhor! Transcrevo “ipsis
verbis” um pequeno trecho do capítulo, creio que será o suficiente.
[..
– O pensar não resolveu nossos problemas. Os homens talentosos, os filósofos,
os líderes políticos, não resolveram de fato nenhum dos problemas humanos – que
são as relações entre vós e outra pessoa, entre vós e mim. Temos, até agora,
feito uso da mente, do intelecto, como meio de investigar o problema,
esperando, por essa maneira, encontrar uma solução. Pode o pensamento dissolver
nossos problemas? O pensamento, salvo quando entregue a pesquisas científicas
ou atividades técnicas, não está sempre interessado na auto proteção, na
autoperpetuação, sempre condicionado? Sua atividade não é egocêntrica? E pode
esse pensamento resolver em algum tempo qualquer dos problemas que o próprio
pensamento criou? Pode a mente, que criou os problemas, resolver as coisas que
ela mesma produziu? ...] – Jiddu.
XVIII
– A Ilusão; página 102
44”APEUL”. Aqui me aterei somente a tripla inquirição:
1)
O que é a ilusão?
2)
Em que ela se fundamenta?
3)
Qual a origem da ilusão?
45”APEUL”. Quantos de nós temos consciência de que estamos
enganando a nós próprios? Antes de alcançarmos a compreensão do que seja e como
se origina a ilusão? Teremos que estarmos cônscios de que estamos
enganando a nós mesmos? Sabemos que estamos nos enganando? O hindu ainda nos
inquire! – [...Que queremos com estas ilusões? ...] – e segue, nos inquirindo,
para nos situar de frente com a ilusão aqui abordada, que nada mais é que a nossa
relação com o mundo espiritual e vivencial, sendo o tema extremamente complexo
para as mentes habituadas a visão e ao paradigma ocidental
científico/mecanicista. A coisa é complexa mesmo, embora sendo da mesma
natureza a ilusão em pauta aqui nessa obra, não é a mesma ilusão ou “Maya” do
hinduísmo, sempre vista com certas limitações pelos ocidentais, por mais cultos
que sejam, (como disse), eles foram criados e educados dentro do paradigma
concreto ocidental. Somente para facilitar a separação! Cito: A palavra
sânscrita Maya significa nos textos indianos mais antigos, “sabedoria, poder
extraordinário, arte, poder sobrenatural etc. Em textos mais recentes a palavra
Maya adquiriu outros significados como os de; “ilusão, engano, imagem irreal e
também imagem ilusória. Dentro do sistema Sakhya é ligada a natureza Prakti ou
como dizem os hindus “Pradhana”, nesse sistema e no Vedanta é considerada como
a fonte da maneira como vemos o nosso universo circundante. Portanto, a ilusão
aqui abordada por Jiddu difere de “Maya” hinduista, mas, continua sendo uma
ilusão, só que nos moldes ocidentais! No hinduísmo ela, “Maya”, é identificada
com a deusa “Durga”. Um amigo itambeense/conquistense muito inteligente, de
quem tenho a honra de ser parente próximo, numa conversa informal, em poucas
palavras analisou a visão Maya que todos os humanos tem de sua existência. Esta
análise foi feita com maestria e lucidez por: Leopoldo Andrade Ferraz, um dos
poucos, ou talvez o único e detentor de amplo conhecimento do pensamento dos
Vedas, da antiga Índia. O amigo Leopoldo é um conhecedor profundo do hinduísmo,
sendo inteligentíssimo, pudera, é irmão
do mestre do pensamento, e filósofo José Mário Ferraz e neto do saudoso Coronel
Belisário de Oliveira Ferraz.
A
VERDADE DENTRO DO TEMPO
46”APEUL”. Uma verdade daqui, dali, d’agora e d’antanho,
sempre será uma verdade, a encontraremos onde formos, ela não muda, nem no
espaço, nem no tempo, observe, que aqui só percebemos, observamos e vimos a
mudança do paradigma do povo hindu e o efeito do diacronismo semântico nas
línguas, (tema tratado anteriormente). Os filósofos gregos, desde os primórdios
o perceberam, assim como os pensadores hindus, de que a verdade seria uma
entidade atemporal, universal e eterna.
XX
– Tempo e Transformação, página 111
47”APEUL”. O tempo é matriz de todas as transformações,
podendo ser visto sob muitos ângulos e pontos de vista! No entanto, a dicotomia
tempo/transformação é indissociável. Somente o tempo pode existir fora dessa
dicotomia. Pois, a transformação só se processa dentro do tempo! Assim! O tempo
é a própria matriz, e não um elemento ou um efeito à parte, como a
transformação o é!
48”APEUL”. Todos os seres, que tomarem conhecimento do
arrazoado acima, se, forem seres lógicos, concordarão plenamente com ele, no
entanto, nas transformações dos próprios seres, Krishnamurti nos mostra outro
caminho, onde a transformação do “Ser” independe do tempo. Ides ler esta beleza
de proposição na obra, se a lerdes!
AGORA
DAREMOS INÍCIO A ANÁLISE DA SEGUNDA
PARTE
DA OBRA...
49”APEUL”. Nesta segunda parte, as abordagens sobre o tema
deste livro, que tem o título de: A Primeira e a Última Liberdade, o pensador
Jiddu Krishnamurti numa espécie de “protoautodiálogo”, onde põe em nossa boca
uma pergunta! E então, ele mesmo elabora e nos fornece a resposta. Veremos quê:
O
TÍTULO DA OBRA
50”APEUL”. Interessante; o título desta obra “A Primeira e a Última Liberdade”, esta Obra por conter estes temas, também, poder-se-ia ler de forma mais abrangente, assim: A mais importante ação, e os resultados e as consequências das ações inteligentes dos “Sapiens” sobre seu existir, a individualidade do pensar e, a liberdade.
51)APEUL). Jiddu, seus apologistas, e mesmo seus críticos
estarão, (espero), completamente concordes com esta minha leitura do título do
livro.
Capítulo
1 – Sobre a crise atual; página 125
52)APEUL). Pergunta: Dizeis que a crise atual é sem
precedentes. Em que sentido ela é excepcional?
53)APEUL). Não é possível situar cronologicamente este
capítulo da crise atual, a editora Cultrix não sei porque, não data a edição do
livro! Por esquecimento, ou por outro motivo qualquer! Talvez! Para a edição
não perder o poder de venda com o passar do tempo. Bom! Jiddu se foi em 1986,
portanto o capítulo sobre a crise atual é anterior a esta data. Muito anterior,
ainda temos que levar em conta que Huxley se foi em 1963. Assim, qualquer
assertiva contida nesta obra tem no mínimo 54 anos. Se Jiddu estivesse vivo
hoje, em 2017 ele ficaria estarrecido com a explosão e o crescimento
exponencial da crise, no entanto, a abordagem que ele faria, hoje só diferiria
quanto a maior dimensão da crise atual! Crescimento este, provocado por, entre
outras mazelas, o terrorismo e inúmeras outras burrices do homem pequeno. Os
homens de visão levam às nações o medo do caos que célere se aproxima. À medida
que o número de enchedores de latrinas aumenta! Parece que o homem
instintivamente percebe a proximidade do caos, o desespero recrudesce, e a
aproximação do mal se faz sentir, pois, a proximidade do fim faz rescender no
ar o cheiro da morte! Fazendo a crise se alastrar por todos os países. Nunca o
medo esteve tão difundido entre os povos da Terra! O planeta exsuda e rescende
de maneira angustiante o cheiro do medo!
54)APEUL). Nos dias atuais as previsões dos videntes perderam
todo o valor! Todos os homens! Sábios ou comuns, presentem a
instabilidade do futuro da sociedade humana, e isto, todos o fazem
instintivamente. Só quem nada presente é a manada! Da manada emana o
terrorismo, o horizonte de um terrorista não ultrapassa a distância do efeito
de uma bomba.
55)APEUL). Neste capítulo I, num texto curto, o hindu nos dá
mais uma lição de sabedoria, razão e lógica, como nunca se viu numa obra de um
pensador nos últimos 55 séculos. A crise que hoje assola o mundo inteiro, é
várias vezes maior que a crise vista e que aqui é tratada por Krishnamurti há mais
de cinquenta anos. No último parágrafo deste excepcional capítulo sobre a
crise, Krishnamurti nos faz ver o seguinte:
56)APEUL). [... - O ponto a considerar é que, tratando-se de
uma crise excepcional, faz-se necessária, para enfrentá-la, uma revolução no
pensar; e esta revolução não pode realizar-se por meio de outra pessoa, de um
livro, de uma organização. Ela tem que vir através de nós, cada um de nós. Só
então poderemos criar uma nova sociedade, uma nova estrutura, longe de todo
este horror, longe destas forças extraordinariamente destrutivas, que estão se
acumulando, empilhando. E essa transformação se realizará quando vós, como
indivíduo, começardes a conhecer-vos em cada pensamento, cada ação, cada
sentimento...] -.
Capítulo
2 - Sobre o Nacionalismo; página 127
Pergunta: Que virá, quando desaparecer o
nacionalismo?
57)APEUL). Neste
capítulo, Krishnamurti aborda com seriedade e sem rebuços o tema
“nacionalismo”! Um dos grandes males da sociedade humana, e isto em todos os
tempos da sua história escrita, e que tem levado milhões de humanos, à morte,
durante milênios! Eu, particularmente, creio que o assunto é claro, mas, que
seria melhor compreendido, da maneira como foi abordado pelo Krishnamurti, e
sob sua perspectiva, infensa aos dogmatismos e crenças sociais dos povos! Aqui,
só farei uma pequena transcrição do texto final, [... – O nacionalismo, com seu
veneno, suas misérias e a luta que provoca no mundo, só desaparecerá quando
houver inteligência, que não nasce do simples fato de passarmos em exames e
estudarmos livros. A inteligência nasce quando compreendemos os problemas, à
medida que surgem. Quando há compreensão do problema, nos seus diferentes
níveis, não só no aspecto exterior, mas também nos aspectos interiores,
psicológicos, então, nesse processo, surge a inteligência. Assim quando houver
inteligência, não haverá mais substituições; e quando houver inteligência
desaparecerá o nacionalismo, o patriotismo, que é uma forma de estultícia...] –
"A maioria dos humanos, a manada, não tiveram sua personalidade moldada
para compreender o tema por este ângulo". O texto entre aspas é meu.
Capítulo
4 – Sobre o Conhecimento; página 132
A
pergunta: Do que dizeis, concluo claramente que a
cultura e o saber são empecilhos. Empecilhos a
quê?
58)APEUL). Será
necessário somente umas poucas palavras do pensador para nos inteirarmos de
suas razões! No início do texto ele nos diz: [... – Para a maioria de
nós o saber e a cultura se tornaram uma paixão, e pensamos que o saber nos fará
criadores. A mente que está abarrotada de fatos, de conhecimentos, será capaz
de receber qualquer coisa nova, inesperada, espontânea? Se a vossa mente está
repleta do conhecido, haverá espaço para receber alguma coisa procedente do
desconhecido? Não há dúvida que o saber se refere sempre ao conhecido e com o
conhecido tentamos compreender o desconhecido, essa coisa que ultrapassa todas
as medidas - ...].
Capítulo 13 – O ódio; página 161
59)APEUL). A pergunta: Para ser perfeitamente
sincero, devo admitir que sinto ressentimento e, às vezes, ódio, contra quase
todo o mundo. Isto me torna a vida muito infeliz e dolorosa. Compreendo
intelectualmente que sou o ressentimento, o ódio; mas sou incapaz de reagir
contra ele. Podeis indicar-me uma forma de proceder?
60)APEUL). As
análises dos sentimentos humanos, óbvio, serão sempre feitas por humanos! Aqui,
como em todos os capítulos desta segunda parte do livro, teremos que levar em
conta, claro, que as perguntas de cada capítulo nos foi proposta pelo hindu,
como se fossem elaborados por nós os leitores, portanto, não podemos entender
estas perguntas como se fossem feitas pelo pensador, mas sim! Que ele as
elaborou como tivessem sido feitas por cada um dos leitores, para dar sentido
ao que ele tinha escrito, ou ia escrever, sobre o tema de cada capítulo.
Assim, não as podemos tomar como se fossem, confissões, dúvidas, posturas,
perspectivas, ou mesmo como paradigmas do hindu! Ainda que algumas perguntas
nos pareçam feitas pelo hindu, não as podemos tomar como tal. E não tomem estas
explanações como uma defesa que faço do hindu! Impossível acusar o não
acusável... Seria a mesma coisa que tentar salvar do perecer o imperecível.
61)APEUL). O hindu nos faz ver com grande acerto e lógica, que
o ódio é gerado nos humanos por um “algo”, por uma “alguma coisa”, esta coisa é
identificada pelo pensador como sendo um sentimento que nos causa
(perturbação), este sentimento nominado por ele de ressentimento, pode ser
percebido e identificado por qualquer um “sapiens” de forma muito fácil.
Observe o que sentis quando um pedinte vos aborda diretamente por meio de
palavras, ou somente vos estende a mão a pedir uns níqueis! O que sentis
imediatamente? Comiseração, dó, pena, angústia pela situação do pedinte! Não! O
que sentis é ressentimento! Isto, e somente isto, sejamos sinceros, e por que
sentimos este ressentimento? Ora! Meus irmãos de jornada nesta curta
existência, o pedinte sem querer, diante de todos os presentes e ausentes, e de
nós mesmos, que somos também pedintes de nós mesmos. Então, um pedinte a nos pedir, desnuda nossa
mesquinhez como pessoas, (mesquinhas que somos), não há desculpas, mesmo as
pessoas que despendem grandes somas ajudando entidades filantrópicas, e aos
amigos, nestes momentos são mesquinhas, qualquer coisa que faça cair nossa
máscara! Nos perturba. Não somente neste caso, o desnudar da máscara, (e o pedinte
o faz sem querer), gera o sentimento nominado de perturbação, que gera o
ressentimento, este gera um sentimento danoso, em seus vários graus! O ódio, a
raiva, e em seu grau mais elevado, a cólera, a ordem é essa! Perturbação,
ressentimento, ódio, raiva, e cólera, estas deduções as compreendi através de
minha vida, quanto mais a fase de minha vida era de sucesso, mais os pedidos
dos pedintes me causavam perturbação e ressentimento. Movér
Capítulo
17 – A memória; página 175
62)APEUL). A pergunta: A memória, dizeis, é experiência
incompleta. Tenho lembranças e impressões muito vívidas de vossas palestras
anteriores. Em que sentido isto é experiência incompleta? Tende a bondade de
explicar esta ideia minuciosamente.
63)APEUL). As memórias que Krishnamurti inteligentemente
“separa” e denomina de memória de fatos, e portanto, fenomênica, e de memória
psicológica como sendo noumênica. A moderna “neuropsicologia” as denominam de
memória explícita: a de fatos, e de memória implícita: a psicológica. Devido à
complexidade do tema “memória”, julgo necessário somente recomendar aos
leitores, atenção redobrada a este capítulo. O tema é muito interessante. Desde
quando o “sapiens” não existiria sem sua memória! Isto é o bastante para tornar
este capítulo extremamente interessante, dispensando outros comentários.
Capítulo
21 – O sexo; página 187
64)APEUL). A pergunta: Conhecemos o sexo como uma inelutável
necessidade física e psicológica. E ele me parece ser a causa fundamental do
caos, na vida privada da presente geração. Como podemos lidar com este problema?
65)APEUL). A vasta complexidade/simplicidade de tudo que nos
rodeia e faz parte de nossas vidas, que pudemos de forma muito imprecisa, até
hoje, compreender e conhecer, não nos explica o porquê de que tudo que tocamos
se torna um problema, a abordagem do hindu sobre isso, a questão do problema do
sexo, é extremamente complexa, a questão central dos problemas da existência,
inclusive os do sexo, tem origem em como tratamos nossas mentes, e a maioria
não vai entender o ponto de vista do hindu. Segundo ele: [... – O sexo se torna
um problema sobremodo difícil e complexo porque não compreendeis a mente que
pensa a respeito do problema -...]. Adiante ele completa nos dizendo: [... –
Logo, o problema do sexo, que tortura tanta gente, no mundo inteiro, não será
resolvido enquanto a mente não for compreendida - ...]. Daí! Adviria a
dificuldade para, e de compreendermos os problemas do sexo, todos eles advindos
da “não compreensão” da nossa mente, ele completa a pergunta com esta
inquirição: Como podemos lidar com este problema? Ao que ele num momento nos
diz: [... – O ato em si nunca pode ser um problema, mas o pensamento
referente ao ato cria o problema. O ato, vós o salvaguardais; viveis
licenciosamente, ou soltais as rédeas aos vossos apetites no matrimônio,
fazendo de vossa esposa uma prostituta, o que é tudo aparentemente muito
respeitável e ficais satisfeitos em deixar as coisas como estão. O problema
naturalmente só poderá ser resolvido quando compreenderdes todo o processo e
toda a estrutura do “eu” e do “meu”: minha esposa, meu filho, minha
propriedade, meu carro, meu preenchimento, meu êxito. Enquanto não
compreenderdes e dissolverdes tudo isso, o sexo permanecerá um problema ... ]
– O tema por si mesmo é extremamente complexo, e mesmo lendo todo o capítulo
21 não solucionaremos o problema do sexo, como nos diz Krishnamurti: [ ... -
se não compreenderdes vossa mente - ...].
66)APEUL). Encerraremos estes falares, prolegômenos ou
lagartixas, dos capítulos, com algumas palavras sobre o capítulo 36º da
primeira parte do livro.
67)APEUL). Num mundo, que considero feito de dúvidas! Nada
mais natural e corriqueiro para se encontrar seria um número muito grande de
perguntas sem respostas, no entanto neste 36º capítulo, ele nos dá a sua
resposta de forma belíssima para qual seja o sentido da vida...
68)APEUL). O hindu de nascimento, mas, sendo cidadão do mundo
por sua própria formação espiritual, a maneira como ele enfoca o seríssimo
problema do nacionalismo, nos diz isto, Krishnamurti, nasceu, viveu e morreu
como cidadão planetário. Ele nos transmitiu a sublime verdade de que o
nacionalismo seria um dos maiores problemas da humanidade. O nacionalismo gera
o ódio, o desamor e o desentendimento entre os povos consequentemente, afasta
do homem o verdadeiro sentido da vida.
69)APEUL). Assim, eis a transcrição “ipsis litteris” da resposta
de Krishnamurti à inquirição do capítulo 36 sobre qual seria o significado da
vida.
Capítulo
36
O
significado da vida; página 230
70)APEUL). A pergunta: vivemos, mas não sabemos por quê. Para
muitos de nós, a vida parece não ter significação. Podeis dizer-nos qual é a
significação da vida?
KRISHNAMURTI:
71)APEUL). [... - Por que fazeis esta pergunta? Por que me
pedis que vos diga qual é o significado da vida, a finalidade da vida? O que
entendemos por vida? A vida tem significado, finalidade? Viver não é em si, a
própria finalidade? Por que desejamos mais? Sentimo-nos tão insatisfeitos com a
vida, nossa vida é tão vazia e insípida, é tão monótono fazer a mesma coisa
sempre e sempre, que desejamos mais, desejamos algo que esteja acima das coisas
que fazemos. Sendo nossa vida diária tão vazia, tão monótona, tão
insignificante, tão enfadonha tão intoleravelmente estúpida, dizemos que a vida
deve ter uma significação mais rica. Aí está por que fazeis esta pergunta. Por
certo, o homem que vive em plenitude, o homem que vê as coisas como são e se
contenta com o que tem, não é confuso, é esclarecido e, por conseguinte, não
pergunta qual é a finalidade da vida. Para ele, o próprio viver é o começo e o
fim. Nossa dificuldade resulta de que, ao percebermos quanto é vazia nossa
vida, queremos dar-lhe uma finalidade e por ela lutar. Tal finalidade para a
vida só pode ser um mero produto intelectual, sem realidade alguma. Quando a
finalidade da vida é procurada pela mente estúpida, pela mente embotada, por um
coração vazio, essa finalidade há de ser, também, vazia. Nosso objetivo,
portanto, é de tornar a vida rica, não de dinheiro, etc., mas interiormente
rica, o que em si nada tem de misterioso. Se dizeis que a finalidade da vida é
ser feliz, que a finalidade da vida é achar a Deus, não há dúvida de que esse
desejo de achar a Deus é uma fuga da vida, e vosso Deus apenas uma coisa
desconhecida. Só podemos encaminhar-nos para um objetivo que conhecemos; se
construís uma escadaria para a coisa a que chamais Deus, essa coisa por certo
não é Deus. A realidade só pode ser compreendida quando se vive, não quando se
foge. Buscando uma finalidade para a vida, estais realmente fugindo e não
sabeis o que é a vida. A vida é relações, a vida é ação, nas relações. Se não
compreendo as relações, ou se vejo confusas as relações, procuro um significado
mais rico. Por que são tão vazias nossas vidas? Por que estamos tão sós, tão
frustrados? Porque nunca nos examinamos interiormente? Para nos compreendermos.
Nunca admitimos para nós mesmos que, só existe esta vida que conhecemos e que,
por conseguinte. Ela precisa ser compreendida, plena e completamente.
Preferimos fugir de nós mesmos e por isso buscamos a finalidade da vida,
separadamente das relações. Se começarmos por compreender a ação, que são
nossas relações com as pessoas, com a propriedade, com as crenças e as ideias,
veremos que as relações trazem sua recompensa própria. Pode-se achar o amor,
procurando-o? O amor não é cultivável. Só encontrareis o amor nas relações, e
não fora das relações. Porque não temos amor, desejamos uma finalidade para a
vida. Quando há amor, que é sua própria eternidade, não há mais a busca de
Deus, porque o amor é Deus.
72)APEUL). Porque as nossas mentes estão cheias de
conhecimento técnico e de murmúrios supersticiosos, achamos vazias nossas vidas
e buscamos uma finalidade fora de nós mesmos. Para encontrar a finalidade da
vida, temos de transpor a porta de nós mesmos; consciente ou inconscientemente,
evitamos enfrentar as coisas como são em si mesmas, e por isso queremos que
Deus nos abra uma porta, que está além. A pergunta sobre qual é a finalidade da
vida só pode ser feito pelos que não amam. O amor só pode ser encontrado na
ação, que são as relações. - ...]
73)APEUL). Com a transcrição, deste curto texto, pleno de
verdades irretorquíveis e incontestáveis! Pasmo, quedo e mudo, me questiono e
pergunto ao mundo: De onde veio, e de que tamanho é a burrice que sapateia,
domina, controla, acicata, subjuga, escraviza e comanda soberanamente esta
humanidade doentia! O que a faz se comportar como uma imensa manada.
Jiddu Krishnamurti
Em
idade avançada
Não
é sinal de saúde estar bem
adaptado
a uma sociedade doente. J.Krishnamurti
Charles W.
Leadbeater (1847-1934) O
descobridor de Jiddu Krishnamurti, em 1909. |
O jovem
Jiddu Krishnamurti 1895- Krishnamurti
foi adotado e preparado pela Sociedade Teosófica para ser o instrutor do
Mundo. |
75)APEUL). Krishnamurti
nos diz taxativamente, que ele, como ser humano pensante não é importante, e
que é como um espelho que deve ser descartado! Quando assim pensarmos e o fizermos,
seremos por alguns, tratados como imbecis e pretensiosos, o que,
infelizmente, somente os identifica como homens dos três sábios e partícipes da
imensa "manada" de humanos idiotas. Mas, é bom lembrar que estes
ensaios foi eu que os criei, assim, utilizo-os como melhor me aprouver, mas,
sempre serão escritos em benefício de meus semelhantes.
Humilde
e amorosamente,
Edimilson Santos Silva Movér
Camaçari-Bahia
30
de dezembro de 2017
Revisado
em 09/05/2019 e em 02/06/2021
77-99197
9768
A PRIMEIRA E ÚLTIMA LIBERDADE - ENSAIO (165)oks