DA SÉRIE: ENSAIOS QUE NOS LEVAM A PENSAR
Subsérie: Estas são simples abordagens sobre três
sublimes emoções: O Desejo, o Amor e a Paixão, três relações emotivas que
ocorrem entre os seres humanos. Devido à existência de infinitas dúvidas nas
nossas relações interpessoais, aqui refiro-me especificamente ao caso dessas
emoções com nossos semelhantes, com foco na formação das famílias dentro do
nosso universo vivencial. Sendo que a jovem Senhorita, nada mais seria que a
sociedade humana, onde o número 3 é representado pelo cabalístico 29181. O número
3 representa o universo, o homem e a resultante dessa dualidade, que é a
inteligência. Sendo o texto da carta uma abordagem lúdica sobre o universo,
como um todo, e entendimento sobre a existência do homem/universo.
CARTAS DE VITÓRIA DA CONQUISTA (II)
CARTA A UMA JOVEM
Digníssima e inteligente Senhorita! 29181
Prezada Senhorita:
Considerando que, no momento,
o universo seja: (1) “um mistério insolúvel” para a (2) “nascente ciência” da também
(3) “nascente sociedade humana”, e (4) como “temos como certo que o homem seja o
universo tomando conhecimento de si próprio”, destes 4 quatro “fatos” adviria a
certeza e a lógica de que tudo que já sabemos sobre estas quatro proposições representam
numa realidade mais objetiva, uma pequeníssima parcela do que ainda falta
descobrir sobre o universo e estas três “coisas”: (1) o universo como mistério
insolúvel, (2) a nascente ciência, e (3) a nascente sociedade humana, portanto,
vemos que ainda falta muito por conhecer sobre estas três questões! Aqui,
estamos tomando, o tempo de existência da ciência moderna como de 5 séculos, o
tempo de existência do universo, de acordo com o que nos propõe esta mesma ciência,
seja de no mínimo 13,81 bilhões de anos. Sobre a idade do homem “pensante”, o
que nos propõe a paleoantropologia é que o homem iniciou a pensar há 300 mil
anos atrás. O que nos dá a certeza de que o tempo despendido para se formar as
duas entidades, o universo e o homem, são tão díspares, quanto é díspar suas
inteligências! E não venham me dizer que o universo não seja inteligente! Não é
necessário penetrar na cosmologia, nem na psicologia nem tampouco na filosofia,
nem nas duas físicas, a relativista e a quântica! Basta dar uma olhadela na
natureza aqui no planeta. Impossível negar a inteligência existente no
universo, sem ter que negar no mínimo a inteligência existente no homem, salvo,
se formos todos idiotas e imbecis, e não sejamos este mesmo universo se
autoconhecendo! A dura verdade é que nada sabemos sobre a essência desse
universo, nem da essência deste “Ser” que seria, conforme o proposto acima, o
próprio universo se autoconhecendo. "Vejam" o porquê da minha proposição
de que tudo seja somente dúvidas! Onde a razão humana tem encontrado sobejas
provas de que o universo e o homem, no momento ainda não foram completamente decifrados
e entendidos, razão que nos leva a vê-los como compostos mais de dúvidas que de
outras coisas! Coisas estas, que ainda não foram também entendidas, porque a
maioria ainda estão por serem descobertas, e óbvio, ainda por se conhecer. O
que faz este “desconhecer” representar o fator gerador das dúvidas é a dimensão
descomunal do universo. Quando um telescópio foca uma galáxia que está há
um milhão de anos luz, na realidade ele está recebendo uma luz emitida há um
milhão de anos atrás. Sendo que esta estrela pode até não existir mais, pois o
telescópio está captando a luz da estrela de um passado remoto, mas, não tem
como saber se a estrela ainda é existente, e la vem dúvidas. Prestem atenção,
vou tentar demonstrar para meus leitores leigos, e não para os astrônomos, a
real distância da estrela mais próxima de nosso planeta, ao tomar conhecimento
dessa distância, pode-se avaliar a descomunal distância das mais distantes
galáxias que segundo a cosmologia estão localizadas no campo profundo, no
limite externo do nosso universo visível, há 13.81 bilhões de anos luz de
distância. Vejamos, a estrela mais
próxima de nosso sistema solar é a “proxima centauri”, que está distante
somente 4,35 anos luz, esta estrela tem em sua órbita o planeta “centauri
b”. Ora, 4.35 anos luz, equivale a 41
trilhões de quilômetros, viajando para “proxima centauri”, numa nave a 50 mil
quilômetros por hora, gastaremos 93,894 anos somente para chegar até a estrela.
É isso mesmo, (noventa e três mil e oitocentos e noventa e quatro anos).
Portanto, a estrela mais próxima no momento, torna-se inalcançável para a
tecnologia atual. Observem, e se possível, sem o fator “vaidade”, que nos leva
à burrice, como a mente humana pode montar, com poucos raciocínios, uma
montanha de dúvidas! É natural que seja difícil para um humano comum, entender
que o homem seja o próprio universo, e o mais difícil ainda de entender é que
este “universo/pensante” esteja tomando conhecimento de si próprio, ou seja, o
universo como ser pensante esteja tomando conhecimento do próprio universo.
Como seu cérebro está somente iniciando a capacidade de pensar, disso advém a
tendência, própria do homem que pensa com mais eficiência, de buscar saber o
que seja este universo e, assim, saber o que seja ele mesmo! Pois, na realidade
como “Ser” pensante, o que ele faz é buscar entender, ávida e racionalmente o
que seja esta diminuta fração do universo, que é “pensante”, e que chamamos
inocentemente de “homo sapiens sapiens”. Meus irmãos, "vejam" em que
imbróglio nos encontramos! Eu mesmo, não entendo, toda esta mixórdia, que se
torna simplesmente uma bruta confusão. Tudo por culpa das dúvidas. Espero que
tenham "visto" e percebido a questão das dúvidas nesta proposição, e
que eu tenha sido compreendido, na minha tentativa de demonstrar a existência
das dúvidas, de permeio com a existência do “universo/ser/pensante”. De fato,
na visão dos tolos, a existência do homem como universo/pensante, nada mais
seria que uma grande proposta idiota. Para um homem sábio, diferentemente,
seria o fator gerador das perguntas fundamentais e essenciais, que chamamos de
interrogações humanas.
ANALISANDO OS SENTIMENTOS COMO ABSTRAÇÕES, À LUZ DA
LÓGICA
1”CAUJ”. A dúvida está
tão presente em nossa existência, que mesmo nossas percepções sobre nossos
sentimentos são prenhes de dúvidas! Vejamos algumas maneiras como podemos
analisar o que seja! O desejo, o amor e a paixão, existindo diversos
penduricalhos apensos a estes três afetos com relevância no desejo, muitos
desses penduricalhos são sempre relacionados ao sentimento de posse de “coisas
e de pessoas”, muitas vezes representam somente necessidades fisiológicas.
Estes três afetos estão presentes e são naturais no comportamento e na
psicologia humana, fazendo parte da sua maneira de ver a vida. Aqui só
trataremos destes afetos, do desejo, do amor e do principal deles, a paixão.
Desde quando sejam afetos, serão sempre abstrações emotivas de ordem noumênica,
abstrações estas, com as quais convivemos desde que nascemos. Os ocidentais,
confundem estas três ações dos humanos constantemente, diferentemente dos povos
orientais que não o fazem! Vamos ver realmente o que elas representam em nossas
vidas e nas relações humanas. Vamos aqui dedicar três palavrinhas a estas três
moçoilas que fazem parte constante da nossa existência. Vamos ver realmente o
que elas representam em nossas vidas e nas relações humanas. Lembrar que o
desejo é temporário, o amor é permanente, mas, não é eterno, e de que somente a
paixão é eterna. Isto sob outro nosso enfoque! Não pretendo ser, não sou, e
nunca serei o dono da verdade, mas, já estou ficando cansado de ler tantas
bobagens a respeito do tema em apreço. Observem que estas proposições sobre o
desejo, o amor e a paixão, possuem características exclusivamente heurísticas!
Não tendo relação com o que nos diz a neurociência nem a psicologia, muito
menos com o que nos diz a filosofia em seus estudos e suas proposições, sobre
estas três joias da existência humana, que são, repetindo: O desejo, o amor e a
paixão.
Comecemos analisando o desejo.
O DESEJO:
2”CAUJ”. Dos três, o
desejo é o que possui mais denominações, por ocupar uma gama maior nas atividades
dos seres. Vamos iniciar com a etimologia da palavra “desejo”, ela vem da
palavra latina “desidĕrĭum”, no latim as palavras com um “de” inicial, indicam
um movimento de cima para baixo, seria o caso das palavras decantar, decair,
defenestrar, ou jogar janela abaixo, e decapitar, onde as cabeças caem num
cesto. O melhor sentido e o mais logico para o vocábulo desidério, seria
“estrela cadente”, desde quando “sidĕrĭvm” em latim é estrela.
Nós como latinos, herdamos a antiga crença de que ao vermos uma estrela cadente
riscando os céus, devemos fazer um pedido para ver realizado um nosso desejo!
Daí, creio eu, a relação de desidĕrĭum, com o conceito de “desejo”. Temos em espanhol,
deseo”. Em inglês, “desire”, não se esquecendo que alguém andou pulando a
muralha, que embora tivesse sido mandada erguer pelo Imperador Adriano entre os
anos de 117 e 138 tentando evitar as investidas dos povos Pictos e Escotos, ela
serviu também para pulação de cerca! Daí a presença de palavras latinas na
língua do Rei Arthur. No francês, temos “désir”, segundo alguns filólogos, a
palavra moderna “desejo” teve sua origem na palavra “Desiderio” do italiano
antigo. Os humanos são tão embevecidos com o “desejo” que lhes criaram uma
multidão de parentes e aderentes, dando a cada um, um nome diferente, e que
hoje nós conhecemos como sinônimos: fantasia, gana, atração física, concupiscência,
sede, tesão, cobiça, libido, ambição, volúpia, apetite sexual, excitação,
vontade, tentação, fome, anseio, lascívia, lubricidade, avidez, febre de
querer, apego, e muitas outras, etc. e
etcétera. O desejo é essencial para o nosso organismo se manter
vivo, sem o desejo morreríamos rapidamente, não viveríamos mais que poucas
semanas! São muitos os tipos de desejos! Temos que reconhecer que o desejo seja
mais uma função orgânica que uma ação espiritual, ou oriunda da nossa
enteléquia. Sendo independente de nossa vontade, possui um viés do qual
desconhecemos a origem, refiro-me ao homem comum, aqui não me dirijo aos
neurocientistas, nem aos estudiosos da psique humana, estes já estão
convencidos de suas verdades. A maioria das origens dos desejos são
desconhecidas, estando completamente fora de nosso controle! Sendo múltiplas as
suas origens! Não podemos escolher nossos desejos, podemos até estimulá-los,
mas, terminantemente, não podemos criá-los ou provocá-los. Refiro-me a maioria.
Assim, desejamos: Sair. Entrar. Comer. Ter relações sexuais. Beber água. Beber
uma cerveja. Ou simplesmente se isolar, sair da presença das pessoas, e uma
infinidade de desejos! A maioria ligadas às funções orgânicas, sendo poucas
ligadas à enteléquia e aos sentimentos. Os humanos quando desejam, o fazem por
um período específico de tempo, nunca por longo período, nunca para sempre. Os
seres desejam o que os “fazem existir” e se sentirem bem naquele momento! Ou os
fazem se sentirem satisfeitos consigo mesmos e com o seu existir orgânico
material, e que aparentemente os perpetuam como seres. Nenhum homem percebe
naturalmente, a sua efemeridade existencial. Daí, criei esta descrição para o
homem! O homem é um animal com viés solitário, vivendo isolado dentro de sua
eternidade particular. O gregarismo já é outra história. Observem que este
grande número de sinônimos, representa a diversidade de entendimentos que o
humano tem da afecção “desejo”. Não trataremos dos sinônimos da palavra amor
nem da palavra paixão, por serem sempre redundantes, e estarem sempre voltados
para suas duas únicas origens filológicas!
Agora, analisemos o Amor.
O AMOR:
3”CAUJ”. A primeira coisa
que percebemos sobre o amor, é que não podemos confundi-lo com o desejo. O
desejo atende no geral ao organismo, como coisa imediata, enquanto o Amor
atende somente ao espírito, à enteléquia, e por um tempo muito mais longo que o
desejo, mas, não de forma eterna. Ele não se relaciona com as coisas
“phaenomênicas” ou concretas. Mas, sim com as coisas noumênicas ou abstratas,
do espírito e das ideias, assim: Amamos onde nascemos. Onde moramos. Nossos
amigos. Nossas amigas. Algum tipo de comida, mais que outros, sendo este um
tipo de amor por escolha. Embora por habitarmos um universo concreto, não
conseguimos ser infensos às concretudes da vida. A filosofia faz uma barafunda
danada sobre o amor, das diversas abordagens filosóficas, prefiro a
realidade e a dureza da visão do Arthur
Schopenhauer (1788-1860) nascido em Dantzig, na Polônia. Segundo outros
filósofos ele é um pessimista, ou seria sob outra visão, um apurado realista?
Este assunto “amor” em apreço, naturalmente, se relaciona ao eterno embate,
(machos versus fêmeas), e ao que consta, o Schopenhauer não teve muito sucesso
com as moçoilas, mas, isto pode ter levado o filósofo a escapar das armadilhas
do amor, e ter conseguido analisá-lo com mais frieza e isenção! E portanto, com
mais acuidade! Não é o pessimismo de
Schopenhauer que me chama a atenção, mas, sim seu senso de realidade
quanto ao amor! A sociedade europeia da
época, primeira metade do século XIX, não pode ser medida nem avaliada com os
valores comportamentais da sociedade de pleno início de século XXI. Atualmente
encontramos valores morais extravagantemente diferentes, nas diversas
sociedades de todas as Nações, mesmo com toda comunicação facilitada pela
moderna tecnologia. A sociedade planetária nunca teve padrões comportamentais
tão díspares, na realidade a sociedade humana devido ao gene 21 é diversificada
fisicamente, e daí talvez, advenha a ausência de padronização comportamental,
inclusive na formação de sua personalidade. Nunca houve em tempo algum,
comportamentos sociais padronizados! Pelo simples motivo de fazermos escolhas
diversas devido a variada gama de nossos desejos que alguns inadvertidamente
chamam de amor. E agora o mais chocante e verdadeiro: Amamos quem
escolhemos para esposa ou marido, mas, não nos apaixonamos por eles, nos
acostumamos e podemos até viver a vida toda com eles, mas, definitivamente, não
nos apaixonamos por eles! Simplesmente porque a paixão é eterna, o amor pode
até durar por toda uma vida, mas, não é eterno. Os humanos quando amam, amam
sempre uma coisa que lhes pode escapar das mãos, e que podem perder, portanto
amam para tentar reter esta coisa para si, para seu uso e benefício! O amor
antes de tudo é um sentimento de posse, nada mais que um sentimento de posse,
sendo assim! Ele é egoísta. O amor não doa, ele busca para si, a despeito do
que possam falar os filósofos e os psicólogos meia boca! Tenho o maior respeito
pelos psicólogos e filósofos de verdade, atualmente o mundo está repleto de
incompetentes. Quando são bons, são imbatíveis e senhores da área! A área mais
difícil da episteme humana! É a filosofia e a psicologia por tratarem de
assuntos que envolvem a psique do “sapiens”. Claro que aqui não nos referimos
ao amor universal entre os seres, nem à bondade nem à comiseração. Mesmo o
gregarismo da espécie “sapiens”, dimana do instinto de reprodução e de
sobrevivência que está relacionado com a paixão, e não com o amor. O amor é
possessivo, tendo origem no instinto mais primitivo do hominídeo, o instinto de
territorialidade e de posse, que no homem moderno se apresenta como o que
chamamos de instinto de “propriedade”.
Trataremos agora da Paixão.
A PAIXÃO
4”CAUJ”. Temos que
compreender que a falada “paixão” entre os gêneros, não é paixão e sim amor
exacerbado e sob descontrole! A famosa paixão, esta é completamente diferente
dos dois afetos anteriores, ou talvez estes dois, "desejo e amor",
fossem melhor classificados como comportamentos mecânicos, alguns como ações
instintivas, e não como afetos frutos da razão! A paixão é diferente! Os
humanos quando se apaixonam, se apaixonam para sempre. Este sentimento quase
não existe nos machos da espécie, sendo mais fortes somente nas fêmeas. A
paixão não possui nenhuma relação com o amor entre machos e fêmeas, ela, a
paixão reflete-se no nosso existir cotidiano, onde a paixão possui a função de
perpetuar a espécie, quase que nem sempre compreendida ou notada pela maioria
dos humanos, ela é inata nas fêmeas de todos os mamíferos, com relevância nos
primatas, mas, somente nas fêmeas dos “sapiens” ela dura até a morte. Noutras
espécies a paixão possui curta duração! Quando os filhos se tornam adultos a
paixão desaparece. Esta perpetuação da paixão está fora da percepção das
fêmeas. Pois, a paixão é independente de sua vontade, ela vem do seu instinto
mais primitivo. Portanto, a paixão seria o maior “leitmotiv” da perpetuação da
nossa espécie. Interessante, é a maneira como o ocidental, vê e se comporta com
relação a estes três afetos, tão naturais nos humanos. Quem não
possuir percepção acurada com relação às coisas da existência, confunde estes
três afetos conforme sua necessidade, ao senti-los e utilizá-los! As fêmeas
praticam a paixão, como seres instintivos e inteligentes, nunca, conforme sua
necessidade ou conveniência! E aqui, não se trata de se dar um tratamento
“vernacular” próprio da língua de Camões, à palavra “paixão”, nem se trata do
diacronismo semântico, que sofreram os três verbetes, através dos séculos,
pois, eles são distintos quanto a sua etimologia. Em todos os povos do planeta
existe esta distinção entre os três verbetes. A única expressão perfeita e
completa que encontrei a respeito do uso da palavra “paixão”, na “Fina Flor do
Lácio”, encontra-se no cristianismo, mesmo assim! Os vocábulos “Desiderio”,
“amore”, “passio”, ao que podemos ver tem origem no latim antigo falado pela
plebe e pelos soldados, e patrícios romanos que os dirigiam nos diversos
exércitos, no século V (aC.). A Igreja Cristã, já na fase do Império Romano,
300 dC., se reporta à “Passion” de Cristo pela humanidade, e não ao “Amore” de
Cristo pela humanidade! E isto deve ter sido coisa do concílio de Constantino,
que eles chamam de Nicéia em 325 (dC.) Podemos observar que nós, as pessoas
comuns, confundimos estes três termos ou verbetes: Amor, Desejo e Paixão, os
confundimos completamente, e isto, a todo momento. Os “scholasticus”, e os
gramáticos puristas, não o fazem, mas, eles são tão pouco significantes no
universo dos falantes da Fina Flor do Lácio, isto, por serem uma “grande”
minoria. Vixe! Vão me assar na fogueira da vaidade feita com os garranchos e os
gravetos da Fina Flor do Lácio, isto, como vernaculistas e puristas que são! Eu
já falei e disse, só para chateá-los, (refiro-me ao “falei e disse”). A sorte é
que os gramáticos não devem reencarnar! Pois, toda vez que reencarnassem e
voltassem para esta bolota de barro, encontrariam a língua, “segundo eles”,
danificada e prostituída pelo diacronismo semântico, o que seria outra morte
imediata para eles! Assim, o diacronismo semântico, eu nomino de “praga” dos
gramáticos. Vou abordar desta feita, o tema “Paixão” de forma geral, sem
esmiuçá-lo! Para ser melhor compreendido! Os humanos quando se apaixonam se
apaixonam para sempre! As pessoas confundem estas três “coisas” poderosíssimas
da natureza humana. Vamos ter que separar estas três coisas em nossa mente e
classificá-las acertadamente. Assim, o leitor vai ver e concordar “ou não”, com
essa classificação que vamos fazer! Na existência dos humanos estas três
coisas, desejo, amor e paixão, são necessárias e importantíssimas para a
perpetuação da espécie! Nas relações humanas somente a paixão é eterna! Isto
poucos humanos compreendem! Posso escrever um tratado sobre o amor, e outro
sobre o desejo, agora, e nesse momento! Mas, seria um despropósito tentar
escrever uma cartilha sobre a “paixão”, uma coisa que não está ao meu alcance e
difícil de entender, sendo um sentimento existente também nalguns machos, mas
mais arraigados nas fêmeas da espécie. A intensidade desse sentimento seria da
ordem aproximada de: Das mães para as filhas 100%. Das filhas para as mães
100%. Das mães para os filhos 70%. Dos filhos para as mães 30%. Tudo se resume
na verdade de que as fêmeas são as matrizes da espécie, e isto elas o sabem
instintivamente. Elas, as fêmeas, são mais importantes que os machos, para a
perpetuação da espécie! isto é simples e fácil de se perceber e entender! Uma
coletividade de humanos composta de 10 mil machos e 50 fêmeas aptas a procriar,
essa coletividade só pode crescer em número, num ano, em 50 indivíduos! Por sua
vez! Uma coletividade de humanos composta de 365 fêmeas aptas a procriar, e um
macho, esta coletividade pode crescer em número, num tempo de um ano e nove
meses, em 365 indivíduos. Disso deduz-se que: Os machos não são relevantes. O
número de machos não é importante para a função “perpetuar” e fazer crescer o
número de uma comunidade humana. Embora seja impossível fazê-lo sem o concurso
de um macho. Observem que uma mãe da espécie humana se apaixona pelo filho do
nascer até a morte dela mesma, pois, mesmo o filho falecendo antes dela, ela
permanece apaixonada por ele até sua própria morte. Uma mãe franzina, mesmo
sabendo que o filho está em erro, enfrenta um grupo de policiais para resgatar
o filho, e muitas vezes, quando o caso não é grave, os policiais se condoem,
sob as lágrimas da mãe e deixam-na leva-lo. As mães enfrentam situações
vexatórias, e as vezes perigosas, pelos filhos, como se fosse uma coisa
natural. Imaginem o que as mães faziam pelos filhos, nas selvas, há 50 ou cem
mil anos atrás, onde as feras estavam sempre em busca de alimento! Bem sei que
a sociedade ocidental não vê, nem separa nessa ordem, estas três razões ou afetos,
tão comuns, mas, extremamente essenciais ao nosso existir, principalmente na
perpetuação da espécie, principalmente num tempo pretérito e da fase nômade
antiga! Que fazer? Se os ocidentais creem que estes fatos são dentro de um
tempo passado, simples ocorrências casuais! Inevitavelmente, estas são
suposições ou abstrações de uma mente sem percepção cognitiva! Normalmente uma
mente embrutecida pela completa ausência da capacidade de observar em todas as
espécies animais. Que é o amor materno.
Minha prezada amiga, 29181
5”CAUJ”. Continuando,
vamos simplificar e explicitar uma visão da paixão com relação a perpetuação da
espécie humana, tudo conforme um ponto de vista já exposto em meus ensaios. Uma
mulher que possua três filhos e dois netos, possui como coisa natural, seis
paixões! Uma por sua mãe onde ela passou 9 meses no ventre. Três paixões pelos
filhos que passaram 9 meses, cada um em seu ventre. Duas paixões pelos netos,
filhos de seus filhos que passaram 9 meses em seu ventre. Disso, percebe-se a
importância da estreita relação existente entre esse sentimento gerado pela
maternidade, e a perpetuação das espécies dos animais superiores. Este
sentimento é a base sobre a qual se formou toda a sociedade animal planetária,
na sociedade humana em especial na unidade social que chamamos de “família”! Sabemos
que este sentimento de maternidade nos animais mamíferos possui pouca duração,
desfazendo os laços familiares quando os filhotes atingem o desmame ou atingem a
fase adulta, nos humanos diferentemente, os sentimentos de maternidade, que
criam a célula familiar duram por toda a vida. Sendo que este sentimento de
união é insubstituível, em nenhum povo da terra, a família, já foi, ou é formada
por outra unidade primária! Que não seja a “unidade família”. Este fenômeno que
é natural e existente na espécie humana, e que eu nomino de “paixão”, que é o
exacerbado “amor” das mães pelos seus filhos, sendo recíproco entre as
“fêmeas”, a paixão é a máquina e a ferramenta que perpetua no planeta as várias
espécies animais, e em particular a humanidade. Naturalmente, que o crescimento
de qualquer espécie animal, estará condicionada a disponibilidade de alimentos.
Mas sem a "paixão", os filhos da maioria dos animais, desapareceriam
cedo, por não serem alimentados, e principalmente, cuidados pela paixão das
mães! Os psicólogos "manada" não entendem essa "paixão, como
algo que numa linguagem apropriada possa ser traduzida e entendida! Como o
fator que perpetua a subespécie "homo sapiens sapiens"! Que fazer!
Freud e Jung mecanizaram a psique humana, tentando eliminar a espiritualidade
do homem. A salvação foi a ideia primeira e genial do austríaco Josef Breuer,
hoje continuada pelo gênio do estudo da mente, na psicologia transpessoal,
criada pelo tcheco/norte americano, Stanislav Grof, (1931-??)
ABORDAGENS HEURÍSTICAS
6”CAUJ”. Este modelo de
abordagem! Pode parecer estranho para pessoas que não se interessam e até
mesmo, desconheçam a origem da vida, e nem mesmo possuam a menor ideia do que seja
a vida! E como se processam as relações entre os seres vivos! E sobretudo,
desconhece os relacionamentos necessários e vitais entre todas as diversas
espécies, e não somente entre os humanos, mas também, entre todos os seres
vivos, principalmente, conhecer a verdade da sua origem única. Desde quando, a
vida seja um único e imenso organismo existente no planeta. Daí, adviria este
imenso entrelaçamento entre os diversos sistemas. Lembrai-vos que a base comum
de todos os seres vivos é o DNA, todos os seres vivos o possuem! Estou abrindo
aqui, somente um “parêntese”, para alargar o entendimento sobre o que estou me
referindo, e que versa sobre a interdependência existente entre todos os
sistemas vivos! Vamos para o mundo das hipóteses! Se desaparecesse repentinamente
uma única espécie, “pode-se até pensar”, sem nenhuma importância, diriam
alguns, como as abelhas, a metade dos humanos morreriam dentro de dois anos, se
não fosse resolvido imediatamente pela ciência como fazer artificialmente a
polinização na agricultura, a produção anual de 2,7 bilhões de toneladas de
grãos do planeta, cairia para zero. E ai, adeus viola, e a humanidade
juntos! Se esta catástrofe durar por muito tempo, uns cinco
anos, as disputas por comida, fariam aparecer as guerras por comida, o que faria
ressuscitar o canibalismo. as epidemias, depois viriam as pandemias que destruiriam
por completo uma sociedade desnutrida e já sem uma adequada defesa orgânica,
epidemias patológicas grassariam no que restasse da humanidade. Extintas as pequeninas
abelhas, estaria marcada a data do fim da humanidade. Todos instintivamente
sabem que no momento a duração de nossa vida representa somente uns poucos dias
que passamos por aqui! E não venham me dizer que estais pensando que viver 36
mil dias represente alguma coisa diante da eternidade! Refiro-me ao tempo de
existência do universo e do “sapiens”, tratado no início, na carta à fictícia
Prezada Senhorita. Sei que não estais pensando nisso! Entendam! Que aos homens
não é dado tudo saber! Quanto mais ele descobre as coisas mais sutis! Com a
aquisição de mais conhecimento! É que ele descobre que quanto mais sabe sobre
estas coisas sutis do conhecimento ou da episteme! É que ele descobre
assustado, que nada sabe. E de que Sócrates tinha a mais absoluta razão! Com a
famosa frase: “Só sei que nada sei”. Somente comentando o assunto, (nada
saber)! Platão na sua apologia a Sócrates, refere-se ao assunto
saber, com estes termos: [Aquele homem acredita saber alguma coisa, sem
sabê-la, enquanto eu, como não sei nada, também estou certo de não saber]. Nos
escritos de Platão com respeito a Sócrates, não há esta frase “Só sei que nada
sei”, No entanto, a frase acima entre colchetes pode ser entendida como: “Só
sei que nada sei”. E continua a discussão! Aqui, vos relembro a
recomendação de Immanuel Kant: Sapere Aude! Que sempre está em minha mente:
Ousai saber! Ele viveu entre 1724 a 1804, esta frase foi utilizada primeiro
pelo pensador e poeta romano Horácio, no Primeiro Livro das Cartas (20 aC). Com
o sentido de “ouse saber”, ou “ousai saber”. Exatamente o que a manada não
procura fazer atualmente. Tendo um celular para esfregar o dedo! É o
suficiente! Súcia de copiadores de ideias alheias! Não me canso de repetir a
frase Sapere Aude, de Horácio e repetida por Kant.
AOS MEUS LEITORES, AMIGOS E
PARENTES CONQUISTENSES
7”CAUJ”. Aos meus
leitores, aos amigos e aos parentes, conquistenses, das numerosas famílias:
Correia, Oliveira, Andrade, Melo, Feliciano, Dantas, Cunha, Prates, Lopes,
Figueira, Ignácio Pereira, Barbosa, Flores, Gusmão, Santos Silva, Oliveira
Freitas, Ferraz, Mendes e outras, principalmente às grandes famílias dos descendentes
do meu hexavô, Coronel João Gonçalves da Costa, fundador do Arraial da
Conquista, nos idos de 1783, no Sertão da Ressaca, às margens do riacho do
Verruga. À vós outros, meus leitores, também peço humildemente que não se
ofendam com meus posicionamentos, às vezes tão diferentes e estranhos no
tocante à abordagem destes três importantíssimos afetos humanos! Todo problema
que se relacione à humanidade, torna-se insolúvel, se a ele não for dada uma
minuciosa e devida atenção. Fiquei chocado com tanta asneira dita a respeito,
quando fiz uma pequena busca sobre o assunto em pauta. É só o que me permito
falar. O conhecimento da sociedade brasileira, ora representada pelas gerações
mais recentes, está indo para o fundo do poço da burrice. E o pior! Com o apoio
das grandes estruturas de ensino. Sinceramente, não consigo entender qual a
lógica de se abraçar a burrice em detrimento da força da razão e da beleza da
sabedoria, sendo o que efetivamente tem conservado a sociedade pulsante e viva,
não a destruindo! Os exemplos estão aí, abertamente relatados pela história dos
últimos cinco séculos! Não dá para entender! O porquê da predileção pela
burrice?
Em 01/12/2019 mudei o modo como focava e iniciava a abordagem dos três temas
deste singelo ensaio, fazendo uma simplificação na dita abordagem, pois, ali eu
colocava o sapiens embutido no meio do universo. Coisa que ele não compreende
ou aceita! Notei que o modo como iniciava o ensaio feria de cara a vaidade do
sapiens. Estando arraigado no paradigma do "homo sapiens sapiens" que
ele é uma potência superior e especial que do alto de seu pedestal, e de posse
de sua altíssima inteligência analisa e decide o que seja esta coisa
insignificante que ele nomina de universo. Tomo isso como um fato natural no
sapiens. Pois, durante esta minha efêmera existência, convivi e ainda convivo
com pessoas comuns, mas, também convivi e convivo com pessoas extremamente
inteligentes. O que me abriu, e me abre um vasto campo para que eu possa de
forma simples, mas, racional, processar a análise da entidade que chamamos de
"homo sapiens sapiens", ou em outros momentos, de respeitável “Ser
humano”, mas também noutros momentos e condições o encontramos procedendo como
um rebotalho humano. Estes díspares procederes nos diz, que essa subespécie ainda
está no início de sua evolução.
Edimilson Santos Silva Movér
Camaçari-Ba. 11/02/2019
Santo Estevão-Ba. 01/12;2019
Maiquinique-Ba. 30/05/2021
77-99197 9768
moversol@yahoo.com.br
CARTA A UMA JOVEM (168)oks