DA SÉRIE: ENSAIOS QUE NOS LEVAM A PENSAR
Subsérie: Analisando sob as "sombras das
dúvidas", o que penso que sou! Esta singela análise, claro, não me levará
à essência do que sou como consciência, mas, para minha tristeza, me
distanciará bastante daqueles que não buscam saber o que seja sua essência.
“Posso não concordar com
nenhuma das palavras que dizeis, mas defenderei até a morte vosso direito de
dizê-las”.
Frase de Evelyn Beatrice Hall
(1868 - 1939), erroneamente atribuída a Voltaire.
PEQUENO ANTITRATADO DA CONSCIÊNCIA
Consciência que não sabemos o que seja, nem nunca
saberemos!
Daí, adviria o antitratado.
PROLEGÔMENOS
Iniciemos este ensaio sobre
nosso “eu” transcendental, que também chamamos de nossa essência, intelecto ou
consciência, com esse curto prolegômenos. Não sendo necessário relembrar que,
tudo que se escreve e se publica, torna-se dirigido indistintamente a todas as
pessoas que deles tomarem conhecimento, que os acessarem e os lerem! No
entanto, especificamente esse, é dirigido aos meus leitores e amigos leigos, e
não aos meus amigos e leitores com formação acadêmica, senão, não teria
transcrito os textos sobre os psicólogos e sobre os filósofos, nem o texto do
Fédon, nem tampouco seu link. Ao que podemos perceber e ver, as academias de
ciência no mundo todo ensina aos seus alunos, coisas Como: O que há além do
Campo Profundo? De que são feitos os Quarks? O que ouve antes do Big-Bang? O
que faz as Galáxias girarem como corpos sólidos! Como foi criada a Vida em nosso
planeta? O que fez, ou como as Eucariontes resolveram se associar! Se
transformando em organismos complexos? O que é a Consciência? Que função tem,
ou o que são os Buracos Negros no universo! O que levou a Radiação de Fundo em
micro-ondas já se encontrar a 46 Ga de distância? Então, o Big-Bang não ocorreu
somente há 13,81 Ga ou Bilhões de anos! Ora! Se a galáxia mais distante, no
limite do campo profundo, uma entidade material, já viajou 13,81 bilhões de
anos luz até nós! Isto significa, que mesmo considerando que a constante de
Hubble da expansão média do universo seja igual a 68 km/s/Mpc/. Mesmo
considerando que estas galáxias primordiais estavam a 13,81 Ga quando
emitiram a luz que chega hoje até nós, no entanto, isto não explica o porquê da
radiação de fundo, em micro-ondas, esteja somente a 46 Ga de distância do
centro do universo observável. É esta falta de informação que causa
estes imbróglios, informações que não saem das salas dos astrofísicos, mas
sim, das salas de quem as publicam. Isto ficou claro para mim, ao ler um
elucidativo artigo de um astrônomo mineiro, depois li um artigo
escrito por um jornalista sobre o mesmo tema, notando a diferença de
interpretação. Ao que pude deduzir, o academicismo, molda, enquadra,
padroniza, paralisa o espírito criativo, comprime e encartucha a mente de
quem mais necessita de liberdade mental para raciocinar livremente e
corretamente! O estudante não tem escolha, sob pena de não concluir seu curso,
ou conseguir alcançar uma graduação no curso escolhido! Então! O jovem
acadêmico não tem escolha, é obrigado a obedecer! Se vê preso a um modelo que
castra o raciocínio pelas normas acadêmicas ultrapassadas, mas, adotadas, a
mente que obedece normas, pensa dentro dos limites dessas normas, que não
liberam a criatividade dos jovens estudantes, principalmente a sua liberdade de
criar raciocínios dedutivos elaborados, nada que eles façam pode ultrapassar os
limites estipulados subliminarmente pelos mestres, isto, para não eclipsar a
vaidade dos mestres, levando os alunos a não poderem criar e expressar
livremente seus raciocínios! Os que se dizem seus “professores”, através das
normas, tornadas leis nas instituições de ensino, leis, que os obrigam a
obedecer aos padrões ditados pela mesma normatização acadêmica, este proceder
contradiz todo o bom senso, e então, o aluno torna-se um “Ser” completamente
incapaz de criar. Como pude perceber! Essa adquirida incapacidade de criar, o
segue silenciosamente pelo resto da vida. Inutilizando-o como cidadão pensante
e criativo. Porque o número de discípulos que sobressaem é tão pequeno? Isto
acontece exatamente pela castração intelectual instituída! Isto não é
particularidade do ensino brasileiro, essa praga campeia solta e desembestada
por todos os países do mundo em desenvolvimento! Com um forte enfoque em nossa
Pátria. Esta é a única explicação para as instituições de ensino brasileiras
nunca terem conseguido produzir ou moldar um aluno em qualquer área do
conhecimento acadêmico, que conseguisse ganhar um Prêmio Nobel. Tudo fruto desse
tipo de “pseudoliberdade” de raciocínio que se torna castradora, devido às
normas, e nada mais. O que de forma unívoca empobrece a cultura geral da
população! Não há outra maneira para enfocar o assunto. Desde quando, as
instituições de ensino são as únicas responsáveis dentro das nações pelo
desenvolvimento da cultura do seu povo, refletindo em seu “bem-estar social”, a
que chamam de IDH. Esse modo de como o corpo discente das instituições de
ensino brasileiras procura desenvolver o conhecimento, é terrível, pois, em
contra partida, também limita o poder e a liberdade de raciocinar do jovem
“sapiens” que está submetido ao poder do corpo docente composto por “alguns”,
(não digo de todos), os, que não sei como, passaram num concurso e se dizem
professores, quando muitos deles raciocinam com menos potência, profundidade e
qualidade que muitos de seus jovens discípulos! Essa reclamação é velha, ela é
tão velha quanto o iluminismo, coisa do fim do século XVII e do início do
XVIII. Quando a velharia tomou conta do ensino universitário na velha Europa,
pela data da criação de nossas primeiras instituições de ensino, este modelo se
mudou para o Brasil bastante tempo depois, só no meio do século XX tivemos a
criação de uma instituição de ensino de porte. Sendo impossível
escapar da castração produzida pelos velhos métodos criados pelas antigas
gerações de mestres, as gerações se sucedem também castradas pelas gerações de
mestres que as precederam. Dentro do tempo, as gerações se sucederão, e não
vejo como cessar este círculo vicioso. Estou fazendo essa ressalva devido ao
fato de que, minha caixa de guardar besteiras acadêmicas anda ultimamente
“entupigaitada” até a tampa, depois que dirigi minhas pesquisas, “por pura
necessidade”, para um específico setor do conhecimento acadêmico humano, isto,
nas nossas instituições de ensino. Vejam, que procurei e não encontrei, um
conhecimento acadêmico animal, este danado deve ter se escondido numa das
minhas inúmeras caixas de guardar sandices. Minhas pesquisas são dirigidas à
maioria das instituições de ensino brasileiras, e a algumas no exterior, A
diferença de qualidade entre estes trabalhos, de cá e de lá, é de estarrecer,
ver tantas asneiras nos trabalhos de nossas instituições de ensino! Encontrei
um trabalho em que o autor diz que os habitantes de Pindorama são originários
dessas bandas de cá! Se encontrar outro trabalho dizendo que o vale Turkana com
lago e tudo, se encontra no lado de cá, e no interior de Pindorama, juro, que
não vou me assustar. O que se nota nesses trabalhos é uma repetição de jargões
sem fim, criatividade zero! O que se vê, é que alguns professores,
tentando se perpetuar como luminares de cada área do conhecimento, publicam
suas teses de mestrado e doutorado e seus trabalhos científicos que servem como
modelo para os jovens alunos, perpetuando a estultícia, como disse, os alunos
ao repetir os conceitos e procedimentos ali encontrados, tornam esse proceder
descabido, num “círculo vicioso”. Meu tipo de pesquisa atinge trabalhos de
vários períodos, e o modelo encontrado é sempre o mesmo, e não é uma questão
semântica, o problema é de uso do raciocínio mesmo. Se vocês lerem o que disse
Richard Feynman sobre o ensino de física no Brasil, isto, quando ele ensinou
física no Rio de Janeiro, na década de 1950. Ele o relata no capítulo “O
americano outra vez!” em seu livro “Surely You’re Joking, Mr. Feynman!”,1985
com título em português de: “O senhor está brincando Sr. Feynman!”, - vocês vão
“cair duros”. E ainda perguntam! Porque nunca tivemos um Prêmio
Nobel? Adianto que: O título de “prolegômenos” dado a esse capítulo, foi só pra
chatear a turma dos famosos raciocínios profundos. Sempre estive disposto, e
sempre estarei, se necessário, beberei minha cicuta! Mas, jamais me dobrarei a
burrice instituída.
INTRODUÇÃO
Por pura pirraça do destino, este ensaio será
dedicado exatamente a uma pessoa com formação acadêmica, só que este, é de um
tipo especial de acadêmico, especialíssimo. Nalguns casos, meus insossos
ensaios são feitos, ad hoc, “já de encomenda”, em homenagem ou dedicados a um
amigo. Este também o será! Conheço a pessoa a quem dedico este ensaio desde sua
infância, ele é filho de um grande amigo, o inteligente e saudoso engenheiro
civil Eliu Andrade Matos, elaborei para o mesmo Eliu, muitos programas para
atender aos seus projetos de hidráulica, os quais acompanhei para
racionalização dos programas! Foram muitas adutoras, de água bruta e tratada,
muitos projetos de irrigação, várias barragens, a expressão Hazen-Williams
(Alen Hazen e Gardner Stewart Williams), não me sai da mente. Seu filho, a quem
dedico estes rabiscos, é um mestre em raciocínios complexos, em minha longa
vida profissional nunca encontrei um profissional tão competente na área a que
ele se dedicou! “A Geografia”. Tenho motivos para expressar esta opinião,
conheci excelentes profissionais na área, quando na empresa Geotécnica. Refiro-me,
ao meu amigo Felipe Oliveira Matos, a quem eu humildemente dedico este
ensaio. Ele possui domínio absoluto na área do conhecimento que
abraçou, a ciência da geografia! Sendo extremamente inteligente,
nota-se logo na sua postura e visão de vida que sua cultura abrange um largo
espectro da episteme. Cada encontro nosso é uma aula para mim. É um exemplo de
cidadão, íntegro, como sói ser os Matos, um cidadão de escol, com um dos
maiores QI, que conheci até hoje. Um mestre em raciocínios abstratos.
Edimilson Santos Silva Movér, 04/08/2019
A CONSCIÊNCIA E O BOM SENSO
1”PADC”. Estou sempre sob um
manto de infinitas sombras de dúvidas, que cobrem meu existir! Mas,
todos os “sapiens” possuem o direito universal de procurarem a claridade e se
analisarem como bem entenderem, quiserem e serem o que conscientemente melhor acharem
que são. Isto não muda um quark da realidade. Sabemos que possuímos uma
consciência, mas, nenhuma área do conhecimento humano, nos elucida
verdadeiramente o que seria esta entidade que chamamos de consciência. Este
fato faz parte das buscas dos humanos desde os primórdios de sua existência,
quando o descendente do “homo erectus”, o Cro-Magnon, nosso mais antigo
ancestral pensante, há trezentos mil anos adquiriu o dom de pensar, portanto,
já um humano pensante. Embora, iniciante, mas já pensante. Nossa consciência é
infinita, pois pode abarcar o universo que conhecemos, e ir infinitamente além
deste universo tido como finito! Ela será infinita enquanto estivermos vivos,
se expandindo por sua própria ação. Tornando-se finita quando já estivermos
mortos, existindo uma condicionante nessa última proposição! Ela só se torna
finita sob a visão dos vivos, pois, desconhecemos completamente a visão e a
“doxa” dos mortos sobre o tema. Isto, é o que nosso senso comum nos diz! Senso
comum este, que é o senso de muitos “sapiens”. E assim, eles, os muitos, que
utilizam o “senso”, tentam elucidar tudo com a coisa que chamam de bom senso!
Então! Se existe esta ferramenta de trabalho chamada de bom senso! Existe seu
oposto, que seria o mau senso. Que também é chamado de heterodoxia! Sendo a
“doxa” a opinião, que pode ser entendida como o primeiro conhecimento que se
forma ante alguma “coisa”, e que os gregos chamavam de “doxa”. A “doxa” não se
refere ao conhecimento primevo, nem absoluto, por ser impossível conhecê-lo ou
acessá-lo, refere-se antes a opinião que se tem de um novo conhecimento, ainda
não analisado. Mas, não podemos nos esquecer que o mundo é feito de dúvidas, no
entanto, quando analisamos as proposições de Sócrates feitas à Cebes e a
Simias, transcritas por Platão no Fédon! Elas, as proposições de Sócrates,
diante das dúvidas se dissipam como as neblinas da madrugada se dissipam diante
do alvorecer de um dia ensolarado. Este feito, Sócrates o fez, utilizando a
mais poderosa arma entregue aos homens! A consciência e seu poder de análise
dedutiva.
NESTE MARCADOR DE LEITURA 2”PADC”, QUE VEM LOGO
A SEGUIR, TRATAMOS DA PRESENÇA DA DÚVIDA, QUE GERA A PREDOMINÂNCIA DA INCERTEZA
DA DICOTOMIA FINITUDE-INFINITUDE DE NOSSA CONSCIENCIA. “MESMO NAS OBRAS DOS
SÁBIOS” VEMOS ISSO.
2”PADC”. Para contrariar o
título acima, eu, bem que poderia invertê-lo, mas, “não o quis fazê-lo”,
escrevendo este marcador de leitura 2”PADC”., de forma inversa, para que
desaparecesse a dúvida e prevalecesse a certeza. Deduzo logicamente, que nesse
modelo de texto invertido desapareceria a verdade das coisas e prevaleceria a
ilógica da estultícia. A proposição da existência dicotômica da consciência
com relação a sua pleiteada e possível “finitude-infinitude”, deriva do fato de
que nossa consciência “talvez” possa ser uma “provável” energia que na “maioria
dos casos”, só se faz presente e seria vivenciada pelos humanos, quando “finita”
e “limitada”, no âmbito do que chamam de “consciente”, e expressa através de
seu sistema neuronal de seus corpos materiais, onde está instalado seu “eu” ou
o que os psicólogos chamam de “personalidade”, foi comprovado pela própria
psicologia, que essa é formada durante a existência material do pensante. Ou nossa
consciência seria “infinita” e “ilimitada” quando utilizada através do que a
psicologia nomina erroneamente de “inconsciente”, e que nós os espiritualistas chamamos
de “espírito”, sendo o “espírito” senhor dos dois estados, consciente e
inconsciente. É interessante observar que o “sapiens”, no geral, acredita que
entre os animais somente sua espécie é capaz de pensar! Se isso fosse verdade
os animais não reconheceriam seus donos nos campos, ou mesmo, no meio de um
grande número de animais e de homens! Eu disse acima, “na maioria dos casos”,
porque, existem casos relatados e comprovados de pessoas sem essa coisa
adquirida por aprendizagem, que chamamos de conhecimento, episteme ou “saber”.
Onde alguns desses seres humanos comuns portanto, “não especiais”, quando em
alguns ambientes religiosos apropriados, falam várias línguas, sem as ter
aprendido! Não utilizando da sua própria personalidade, mas da personalidade de
outras pessoas com o constructo com origem em outras vidas, e que são,
portanto, personalidades de pessoas comprovadamente, estranhas e já mortas, ou
até mesmo, às vezes utilizando de personalidades de pessoas das mais distintas
origens e nacionalidades, portanto pessoas que viveram em épocas remotas, e
países longínquos, lógico, também já desaparecidas e mortas. Estas se fazem
reconhecer através da voz, da verve, da oratória, do conhecimento e nas
sutilezas dos raciocínios, já do conhecimento geral, através de livros escritos
em épocas distantes. Tudo isso acontece em momentos religiosos especiais;
quando perdem completamente aquela sua personalidade a que chamam de “eu”, e
passam a se comportar como pessoas com personalidade, capacidades e
conhecimentos distintos dos adquiridos ao longo de suas existências. Quando já
fora desse ambiente, ou quando se encerra e saem desse ambiente místico e
religioso, onde estavam, voltam a readquirir sua própria personalidade. Essa,
que hoje chamamos de “personalidade” é o pensamento oriundo da consciência
a que se referia Sócrates diante da cicuta e na presença de seu corpo material
e pensamento, que hoje chamamos de “consciência e personalidade”, que para a
psicologia moderna são coisas distintas, diferentemente de Sócrates. As pessoas
pouco dadas as abstrações filosóficas, confundem sua personalidade com sua
consciência. Num momento se referem a personalidade como sua consciência,
noutro fazem o contrário. A maioria dos humanos creem que tudo se resume à sua
visão de mundo material! Como se a matéria de que é constituído seu corpo fosse
capaz de produzir algumas das idiossincrasias demasiadamente abstratas,
produzidas pela consciência, tão naturais nos “sapiens”, mas, quase sempre
incompreensíveis para os mesmos “sapiens”, como, os sonhos, as emoções, que
mesmo com o auxílio dos neurotransmissores, continuam inexplicáveis, ou como as
premonições, a telepatia, a separação da memória, em implícita e explícita, o
insondável mistério da visão nalguns seres vivos! Quando na realidade o que observamos
é que, sem a existência da consciência não teríamos como tomar conhecimento do
universo que nos cerca, nem da nossa própria existência, nem mesmo através dos
sentidos, não conseguiríamos perceber e analisar nem mesmo o nosso corpo
material. Isto, é observado nos animais, que mesmo de posse dos sentidos, a
maioria com sentidos muito mais desenvolvidos que os sentidos dos “sapiens”,
não se reconhecem! Desde a Hélade, os primeiros filósofos perceberam a
importância da análise de nossa consciência. Agora, voltarei a me referir aos
estudiosos da mente humana, ou consciência em nossa atual época contemporânea!
Os mestres, Breuer, Freud, Jung, Adler, Cloninger, Groff, e alguns mestres
atuais. Os fundadores da psicologia, e outros pensadores não citados, com seus
trabalhos nos tiraram da escuridão em que vivíamos. Antes deles, vivíamos sem
ter a mínima ideia do que somos como personalidades, e do que somos como seres
pensantes! Embora não saibamos ainda quem somos, a psicologia melhorou bastante
nosso entendimento no assunto. Observando a literatura sobre psicologia, onde sobre a ciência da psicologia, onde três renomados
psicólogos: Gardner Edmund Lindzey, 1920-2998, Calvin Springer Hall, 1909-1985, e John B. Campbell
de forma didática, na sua monumental obra sobre psicologia “Teorias da
Personalidade” - 4ª Edição, 2000, em suas 592 páginas, nos apresenta
várias teorias sobre como é formada nossa personalidade, entretanto, não foi
intenção dos autores definirem qual dessas inúmeras teorias é a verdadeira, ou
o que seja esta personalidade e o que seria nossa consciência. O certo é, que
mesmo depois de uma análise profunda dos conceitos ali contidos, nossa razão nos
diz que continuamos na dúvida sobre as questões sobre essa “alguma coisa” ali
tratada, pois, como disse, as teorias foram postas ali para análise dos
leitores estudantes. Portanto, essa “alguma coisa”, ali, mesmo possuindo um
grande número de teorias sobre a formação e a aquisição dessa “alguma coisa”
chamada de “personalidade” pelos humanos? Não teve estabelecido por escolha, pelo
menos qual delas, “poderia” ser a mais provável teoria possuidora da verdade
sobre o assunto ali tratado. No entanto, devemos entender com isso, que ao ler
esse compêndio fica demonstrado de forma efetiva e cabal, a lisura e a
honestidade profissional dos autores dessa interessante e magnífica obra.
A LIVRE
COMPREENSÃO DE CADA LEITOR
SE FUNDAMENTA NA
SUA LIVRE ESCOLHA
3”PADC”. Os
humanos modernos herdaram vários “algos” interessantes de seus antepassados
mais antigos, lá no início da aquisição do “pensar”, a que seus semelhantes
modernos chamam de “costumes”. Um desses costumes ou “algos” seria a sua tão natural
tendência de busca, e de análise de “coisas” pertinentes a seu “eu”, pois, o
reconhecimento do “eu” é próprio do “sapiens” e, somente dele, este
reconhecimento se fundamenta na sua livre escolha. O reconhecimento de si
próprio é necessário no início da formação de sua personalidade, no seu
processo de interação com o universo que o cerca, pois, só assim, o pensamento
lógico vem à tona surgindo o “eu” individuado. Esse pensamento lógico é
estocado como entendimento na sua memória! Memória que dará suporte, e
resultará no que hoje chamamos de pensamento racional. No entanto, nós não
conseguimos nos reconhecer como fazendo parte de um organismo maior que
chamamos de “vida”. Pois, isto é o que somos, a vida no planeta é um imenso organismo,
e obviamente somos parte dele, e não percebemos isto. Disso resulta que: Quando
nos dizem que nós somos algo que nós não percebemos que nós somos. A reação é
imediata, quando não podemos falar, pensamos, este cara é um idiota, quem mais
recebe esta pecha são os psicólogos novatos, os mais experientes perscrutam
primeiro o entendimento do paciente a este respeito. Quando formamos nossa
personalidade, formamos instintivamente o retrato do nosso “eu”, um retrato
diferente e por si próprio único! Isto, nos leva sempre a contestar a ideia de
que somos uma pluralidade, e de que somos um imenso organismo chamado vida, a
individualidade formada com a personalidade, nos faz recusar a ideia de que
somos um coletivo, e o pior, é que ninguém consegue conceber como montamos o
retrato do nosso “eu” de forma una. Cada pessoa possui de forma profunda uma
visão do que seja seu “eu” particular! Mas, não consegue se conceber como
partícula formadora da vida em si! Pode até se ver como partícula da sociedade
humana, só isso! Ou quando lhes dizem que eles são parte de uma sociedade!
Isto, eles o sabem instintivamente, não digo, que tenham uma visão de
coletividade, sabem que pertencem, mas não se veem como uma coletividade. Esse
sentimento de coletividade só aflora e está presente quando fazemos parte das
multidões. A profunda individualidade da personalidade criada por cada um, são
distintas, mas, parecidas, possuem altíssima probabilidade de manterem um bom
relacionamento, com os outros “sapiens”. E isto o fazem como individualidades, sempre
como um ser único e indiviso, quando na realidade todos nós somos seres
coletivos. Sei que é extremamente difícil entender isso! O problema é que cada
qual “monta” mentalmente seu próprio universo existencial, aqueles que formam
paradigmas existenciais coletivos são tidos como visionários e malucos. É tido
como possuidores de personalidade anormal, como alguns líderes religiosos,
isto, porque junto a personalidade se forma o seu paradigma de mundo, e nesse
prevalece o conceito de indivíduo! Isto, em todos os sentidos! Os que possuam
paradigmas existenciais diferentes, são arredios e às vezes, inimigos naturais
de seus pares, ninguém aceita ser uma comunidade! Digam os psicólogos o que
disserem! Esta é uma verdade conhecida por todos, a famosa simpatia e seu
oposto a antipatia, estão fundamentadas nesse fator existencial. Quando alguém
tenta penetrar em nossa individualidade, o tomamos como inimigo natural!
Aqui estou dizendo taxativamente sem subterfúgios que o comportamento de manada
será a parte pura da humanidade futura, que surgirá quando ela atingir plena
evolução! Embora, no momento, o comportamento de manada não seja o que levará a
humanidade ao desenvolvimento! A plena evolução de uma sociedade pressupõe
padronização comportamental, com origem nos sentimentos de bondade, retidão,
compreensão, amor entre todos os seres, confiança, mansidão, obediência,
sentimentos que trazem a certeza de uma vida plena de tranquilidade e amor,
principalmente a ausência do mal. Donde advém o comportamento tranquilo e
parecido com o das atuais manadas de seres não pensantes. Embora no futuro, sejam
manadas de humanos inteligentíssimos! Sendo este o destino natural e final de
todas as civilizações que por ventura existam no Cosmos! Voltemos à nossa
consciência. Para melhor compreendermos o que seja nossa consciência, vejamos
como pensava sobre o mesmo assunto o criador da moderna psicologia, mas, também
vejamos como pensam os criadores da psicologia moderna, “fins do século XX”, naturalmente
cada leitor fará sua própria análise dos princípios criados e cridos por estes
pensadores, dou ênfase à psicologia transpessoal moderna do Dr. Stanislav Groff
desenvolvida já no Século XX, década de setenta. Trataremos dos
pioneiros da psicologia humana, no século XIX. Somente por último,
apareceu o Stanislav Groff! Isto é irrelevante, o que importa é a essência de
sua proposição que está concorde o espiritualismo. Trataremos dele no marcador
de leitura 12”PADC”., o modelo da psicologia transpessoal do mesmo Stanislav
Groff deve ser levado ao conhecimento geral, atendendo assim, a um direito
natural do leitor, que é o seu direito de saber o que pensam os psicólogos, e
também, o que eu penso sobre o assunto! Ou o que os cientistas dizem, atendendo
este seu direito fundamental de tudo saber, independentemente do que seus
semelhantes que chamamos de psicólogos freudianos comuns pensam, pregam ou
digam!
4”PADC”. Existem muitas
proposições feitas pelos cientistas da mente, sobre a psique humana e também pelos
filósofos, que por mais que discordemos delas, este discordar não tem
importância alguma, nem nos afeta, pois, não conseguir entender e não estar de
acordo com os princípios adotados por quaisquer desses ilustres pensadores,
sobre nossa consciência e nossa personalidade não é essencial ao nosso desenvolvimento,
a única coisa essencial seria como cada um pensa sobre o que seja a própria
consciência! A consciência é uma entidade que existe em cada pessoa, ela é a
própria pessoa! Ela não pode ser considerada ou estudada como uma generalidade,
sendo ela uma individualidade! Assim, no planeta existem mais de 7.6 bilhões de
consciências! Que valor ou utilidade teria para você o que pensa outras
consciências sobre alguma coisa referente ou o que seja, ou sobre a “existência
de sua consciência”! Seguramente o número de pessoas que desconhecem o que as
pessoas com culturas específicas pensam ou dizem sobre as consciências,
ultrapassa mais de 90% da população do planeta, mesmo assim, estas pessoas não
vivem pior ou melhor que as outras que pensam que tudo sabem sobre o assunto
consciência! Não estou afirmando que a filosofia e a psicologia sejam
dispensáveis, quem delas necessitar que as utilizem! Estou dizendo que somos
nossa própria consciência! O que se falar a respeito dela, não nos afeta de
forma alguma, salvo se uma ação interferir diretamente com nossa consciência
alterando nosso comportamento. Primeiro: Porque, ninguém sabe o que seja a consciência,
pois é impossível saber o que seja 9,7 bilhões de consciências. Segundo: Senão
não haveria tanta discordância entre esses estudiosos. A única coisa a nos
interessar é como pensamos sobre nós mesmos. E isso, só a própria pessoa pode
fazê-lo! Sobre os filósofos e psicólogos, o que devemos fazer é tentar
entendê-los como pessoas, que estudam a personalidade e a consciência através fundamentados
nesses pequenos textos escritos por eles mesmos sobre as ações da consciência.
Difícil conhecer todas suas obras. Propositadamente não transcrevi suas
biografias, as biografias nunca nos transmitem o pensamento do biografado, nem
mesmo as autobiografias. As biografias "post-mortem", nos mostram as
pessoas como elas gostariam que fossem vistas, e não o que elas foram ou
pensavam em vida! Por isso, preferi transcrever estes textos adiante, que nos
mostram suas “marcas” nos seus raciocínios, mas, não suas biografias, pois não
existe um bicho mais puxa-saco que biógrafo. As referências utilizadas são
aleatórias e independentes, sendo “doxas” escritas por outras pessoas, assim,
são castas na medida do possível, e sem nenhuma intencionalidade. Dentre todos
os textos adiante, o que reflete e descreve o pensamento de Adler é o meu
preferido! Por outro lado, veremos nos relatos, como os psicólogos viam a si
próprios e os seus semelhantes, pois, é como viam os resultados de suas
próprias pesquisas e criações científicas sobre os “sapiens”.
A CIÊNCIA DA MENTE
Comecemos pelo pioneiro:
JOSEF BREUER
5”PADC”. Tudo se iniciou com o
caso de Bertha: Os problemas de Bertha Pappenheim, de 21 anos, - na ficha
médica (de Josef Breuer), 1842-1925. "Anna O", eram
depressão e nervosismo, com um quadro de hipocondria com os mais diversos
sintomas (uma condição na época denominada de "histeria"). Em certas
ocasiões se acreditava paralítica, em outras acreditava estar impossibilitada
de deglutir e por algum tempo não conseguia comer ou beber água, mesmo estando
com fome e sede. Em outras ocasiões; tinha distúrbios visuais, paralisia das
extremidades e contraturas musculares, perda de sensibilidade na pele, tosse
nervosa, de modo que sua personalidade ora era a de uma deficiente, ora a de
uma pessoa normal. Por vezes sentia-se incapaz de falar seu próprio idioma, o
alemão, e recorria ao Francês ou Inglês para se comunicar. Breuer submeteu-a a
hipnose e ela relatou casos de sua infância, e essa recordação fazia que se
sentisse bem após o transe hipnótico. Após estimular a paciente a conversar sem
rodeios, aos poucos ficou claro para Breuer que a hipnose poderia ser
dispensada, se o médico conduzisse a conversa habilmente, no sentido de
provocar as recordações mais difíceis de serem trazidas à consciência. Aos
poucos entendeu que os sintomas eram conexões simbólicas com recordações dolorosas,
relacionadas à morte de seu pai – as quais ela revelou durante a
terapia. O interesse de Breuer por Bertha despertou a atenção de sua esposa e a
crise matrimonial que isto deflagrou levou Breuer a interromper o
relacionamento. Bertha então forçou um encontro íntimo por meio de um
artifício: enviou um chamado ao terapeuta dizendo-se grávida e em estado de
parto. Breuer atendeu ao falso apelo, mas com a decisão de se afastar dela
definitivamente. No dia seguinte embarcou com sua mulher para uma viagem destinada
a recondicionar o clima de afeição em sua vida conjugal. Dessa experiência
Breuer concluiu que os sintomas neuróticos resultam de processos inconscientes
e desaparecem quando esses processos se tornam conscientes. Chamou a esse
processo Catarse. Porém Breuer não quis continuar a prática terapêutica que
havia descoberto nem publicou de imediato os resultados do tratamento de
Bertha, porém ensinou seu método a Sigmund Freud. Quando Freud começou a
usar o método de Breuer, ambos discutiam os casos dos pacientes de Freud, as
técnicas e os resultados do tratamento. Em 1893 ambos publicaram em conjunto um
artigo sobre o método desenvolvido, e dois anos depois fizeram o livro que
marcou o início da teoria psicanalítica, “Studien über Hysterie”. “Estudos sobre a histeria”. Esse
livro é geralmente considerado o marco inicial da psicanálise, mas
valeu a Breuer muitas críticas que o magoaram, feitas pelos colegas no meio
médico vienense.
SIGMUND FREUD
6”PADC”. Sigmund
Freud, 1856-1939, foi o fundador da psicanálise e da abordagem
psicodinâmica da psicologia. Essa escola de pensamento enfatizava a influência
da mente inconsciente no comportamento. Freud acreditava que a mente humana era
composta de três elementos: o id, o ego e o superego. As teorias de Freud
sobre os estágios psicossexuais, o inconsciente e o simbolismo dos sonhos
continuam sendo um tema popular entre os psicólogos e os leigos. Apesar disso,
seu trabalho é visto hoje com ceticismo por muitos. Muitas das observações e
teorias de Freud foram baseadas em casos clínicos e estudos de casos, o que
dificultou sua generalização para uma população maior. Independentemente disso,
as teorias de Freud mudaram a forma como pensamos sobre a mente e o
comportamento humano e deixaram uma marca duradoura na psicologia e na cultura.
CARL GUSTAV JUNG
7”PADC”. Segundo Carl Gustav
Jung, 1875-1961, fundador da Psicologia Analítica, a Consciência é a única
parte da mente humana diretamente conhecida pelo indivíduo. A Consciência se
manifesta desde muito cedo. Carl Gustav Jung afirma que a Mente Consciente se
desenvolve, provavelmente, antes mesmo do nascimento da criança. Ao observar
uma criança, podemos notar que a percepção do consciente opera enquanto a
criança reconhece e identifica os pais e os brinquedos, por exemplo. A
Percepção da Consciência cresce no indivíduo, através das quatro Funções
Mentais, analisadas e desenvolvidas por Carl Gustav Jung. Essas
funções são: Pensamento; Sentimento; Sensação e Intuição. É importante
ressaltar que todos nós somos uma totalidade e todos nós temos estas quatro
funções, no entanto, sempre uma delas é predominante. A orientação do
Consciente não se desenvolve apenas pelas funções, mas também pelas atitudes
psicológicas, que são: Introversão; Extroversão. Para Carl Gustav Jung o
processo pelo qual a Consciência de um indivíduo se individualiza ou se
diferencia das outras é o Processo de Individuação. A individuação consiste no
processo em que uma pessoa se torna um indivíduo, uma unidade ou um Todo
separado e indivisível. O principal foco da Individuação é o conhecimento de si
mesmo. A Consciência e a Individuação caminham juntas, passo a passo no
desenvolvimento de uma personalidade, pois o início da formação da Mente
Consciente marca também o início do processo de Individuação.
ALFRED ADLER
8”PADC”. Alfred Adler,
1870-1937 em contraste com a psicanálise de Freud, com a psicologia individual
fez a ênfase na importância da vontade consciente e da capacidade de cada
indivíduo para se encarregar de seu próprio destino. Alfred Adler compreende o
comportamento em termos de contexto (ambiente físico e social), onde o
indivíduo está integrado ao social e vê o indivíduo como uma entidade unificada
e coerente. De acordo com a teoria Adleriana, o que determina o nosso comportamento
não é o mundo real, mas a nossa concepção do mundo. Os seres humanos moldam as
suas próprias personalidades e não se limitam a ser impotentes e governados por
forças externas. A busca pela perfeição como fator motivacional humano é um dos
pontos enfatizados por Adler. Chama-nos a atenção, o fato dele discordar de
Freud sobre o mecanismo dos determinantes básicos do comportamento humano,
enquanto Freud debitava isso ao fator sexual, Adler considerava a “Busca pelo
Sucesso” a principal determinante da formação da personalidade e do
comportamento humano. É fácil ver que Alfred Adler argumentava com mais acerto
que Sigmund Freud. Lembrem-se que esta é uma opinião particular do autor desse
ensaio. Consideremos o fato de acordo com a seguinte e conhecida verdade: A
personalidade do homem não começou a ser formada somente no homem moderno dos
séculos recentes, ou mesmo somente nos homens dos últimos 12 milênios! A
personalidade começou a ser formada desde 300 mil anos atrás, portanto, logo que
o “sapiens” iniciou a pensar. Este longo período de existência da espécie pode
ser dividido em dois períodos, o primeiro com 288 mil anos, quando a espécie
era caçadora e coletora, sem conhecer nenhum tipo de propriedade. O segundo período
com 12 mil anos, ao inventar a lavoura e tornar-se sedentária. No primeiro
longo período de 288 mil anos talvez seja possível que Freud tivesse razão, e a
principal determinante da formação da personalidade do homem nômade e sem
propriedade, nesse período tenha sido a sexualidade. Mas, com o advento do
homem sedentário e proprietário nesse segundo período de 12 mil anos, creio que
a principal determinante da formação da personalidade do homem moderno e
proprietário, como propôs Adler seja o sucesso econômico, que lhe traz poder,
fama, condição para se locomover para qualquer parte do planeta e, se lhes
aprouver possuir inumeráveis parceiras sexuais, a oficial, e as demais não
oficiais, nalgumas sociedades pode até mesmo serem todas oficiais e legais!
Portanto Freud esteve certo por 288 mil anos de nomadismo do homem, mas, nos
últimos 12 mil anos de sedentarismo que criou o homem com propriedade, com
certeza Adler está com a razão. A principal determinante da formação da
personalidade do “sapiens”, moderno, não tenho dúvidas de que seja o sucesso
econômico.
O próximo texto faz referência
a um psicólogo nosso contemporâneo e ainda pouco conhecido, Robert Cloninger.
ROBERT CLONINGER E O ENFOQUE
DA IRRACIONALIDADE NO CONSUMO DOS RECURSOS
Este personagem entra na
lista, por puro merecimento. Vamos situá-lo no cenário da psicologia.,
9”PADC”. Claude Robert Cloninger, (1944-??),
doutor em Medicina, psiquiatra e geneticista, conhecido por sua pesquisa
pioneira sobre as bases biológicas, psicológicas, sociais e espirituais da
saúde e da doença mental. Professor de Psiquiatria e Genética e diretor do
centro do Bem-estar da Universidade Washington em Saint Louis. Membro dos
programas de genética estatística e de neurociência da Divisão de Biologia e
Ciências Biomédicas da Universidade de Washington. Autor de Feeling Good: The
Science of Well-Being (Sentido-se bem, a ciência do bem-estar) (Oxford
University Press). Diretor da Fundação Anthropedia. Autor de mais de 250
artigos indexados no PUBMED. Este psicólogo separa a consciência da personalidade.
Esse é o motivo pelo qual ele teve, embora sucinta, uma biografia aqui, por
puro merecimento.
Os dois textos a seguir são
seleções de partes do artigo: A Importância
da Consciência Ternária. De Robert Cloninger.
10”PADC”. - [... Os seres humanos evoluíram em etapas, de modo
que nossa consciência desenvolveu três componentes centrais – aprendizagem
processual de hábitos e habilidades, aprendizagem semântica de fatos e
proposições e autoconsciência de uma identidade que se desenvolve ao longo do
tempo e do espaço. Consequentemente, a consciência humana implica o crescimento
de nossa subjetividade, integrando esses três aspectos da aprendizagem e da
memória. A psiquiatria contemporânea é substancialmente comprometida por um viés
antiespiritual que está implícito nas abordagens operacionais de diagnóstico,
pesquisa e tratamento. ...]. -
11”PADC”. - [...O funcionamento saudável requer o desenvolvimento
da autotranscendência, além do autodirecionamento e da cooperatividade. Sem a
autotranscendência as pessoas estão consumindo mais recursos do que a terra
pode repor. A busca do bem-estar individual, na ausência do bem-estar coletivo,
é uma ilusão autodestrutiva. Consequentemente, a psiquiatria contemporânea precisa
centrar sua atenção na compreensão da consciência humana por meio de uma via
ternária equilibrada, em vez de tentar reduzir as pessoas a objetos materiais
separados...]. – Dr. Robert Cloninger.
Finalmente vamos ao caso do
Dr. Stanislav Groff:
STANISLAV GROFF (1931-??)
12”PADC”. Psicologia
Transpessoal e Stanislav Grof, publicado em 16 de janeiro pelo
psicólogo
paulista de nome Dr. Antonio Vaszken Seixas F. Beirão Dichtchekenian. É
graduado em Psicologia pela PUC-SP, sendo especialista em Psicologia
Transpessoal. ["A Psicologia
Transpessoal visa integrar os conceitos da ciência ocidental com os conceitos
das ciências orientais. Considera a espiritualidade um aspecto fundamental do
humano, sem a qual pode-se viver de uma maneira bastante doente, tanto
individual quanto coletivamente. De uma maneira geral, o que a psicologia Transpessoal
tem a trazer de novo é uma noção de que o ser humano é multideterminado. Não
somos apenas aquilo que a nossa história pessoal nos moldou, nem somos apenas o
que o ambiente nos condicionou. Também não somos seres que apenas possuem
instintos, e razão que resulta em valores, crenças, e emoções, o que lhes
proporciona viverem numa luta constante em busca de equilíbrio entre os opostos
naturais na existência. Cuja escolha provoca a principal consequência, que é a
evolução da espécie. Sem dúvida somos o resultado de tudo isso! Somos também
seres que estão em conexão com uma inteligência ou consciência muito maior e
mais complexa do que a humana. O que também nos determina ou influencia na
busca da transcendentalidade é a ligação com essa consciência superior. Tal
conexão não é condicionada por nossa criação ou educação. A ausência de
percepção de tal conexão pode levar uma pessoa a se tornar em alguns casos, viciada
em substâncias tóxicas, em busca de respostas que preencham o vazio interior causado
pela ausência de tal percepção, o que ocasiona comportamentos obsessivos e
anormais, causando a presença de excessos comportamentais, tornando-se
compulsiva e extremamente ansiosa, dentre outras coisas. Fazemos parte de um
contexto maior do que o contexto humano. Somos parte de um ecossistema de seres
que também são dotados de consciência, como os animais, plantas, processos
físicos e químicos dos quais muitas vezes não temos o conhecimento de como ou
por quê acontecem. Essa visão ampliada está cada vez mais se
mostrando verdadeira e cientificamente comprovada, ao mesmo tempo que modifica
ligeiramente aquilo que se entende por rigor científico. Aquilo que antes era
considerado impossível de ser replicado, atualmente é mais aceito, ao ponto de
ser incluído na lista do que se compreende como Ciência. Por exemplo,
experiências místicas ou religiosas com potencial curativo, e integrador.
Estudos sobre paranormalidade, levando em conta aspectos qualitativos, que
ultrapassam e ampliam a zona de normalidade previamente estabelecida. Espiritualidade
não é o mesmo que religião, não segue doutrinas e não necessita de templos.
Seus parâmetros de saúde e bem-estar são ampliados, no sentido de ver o ser humano
um ser capaz de se auto realizar e ter acesso a experiências transcendentes,
profundas e transformadoras"]. Agora, depois que os leitores tomaram
conhecimento da visão de Stanislav Groff sobre a psique humana, e da leitura
que este psicólogo faz da essência do homem, leitura focada em sua consciência,
ficará mais fácil, o leitor pouco afeito aos imbróglios da existência, entender
os questionamentos que faço sobre minha própria existência! Espero que sim!
Agora, um neurocientista para
completar e finalizar a lista:
ANTÓNIO DAMÁSIO
13”PADC”. António Rosa
Damásio, (1944-??), é um médico e neurocientista português. Sendo professor na
"University of Southern California". Ele publicou os livros “O Erro
de Descartes”, 1994; “E o Cérebro Criou o Homem”, 2009; “O Livro da
Consciência”, 2010; “A Estranha Ordem das Coisas”, 2017., causando mudanças nas
ideias das pessoas, ao entenderem a conexão existente entre a razão e a emoção.
Numa entrevista ele diz textualmente: A
consciência é uma grande peça sinfônica. Podemos dizer que ela é o principal
ingrediente da mente, que, ao contrário, seria apenas cérebro, capaz de poucas
operações básicas. A mente consciente, ao invés, tem diversos níveis de
"si": o "eu primordial", o "eu nuclear", o
"eu autobiográfico". Nós compartilhamos com diversos animais um tipo
de consciência muito simples, que pode ser distinguida com o termo senciente.
Em inglês, equivale à consciência, mas, para sermos mais precisos, é a condição
de ser senciente. De fato, é um termo mais antigo do que consciência, deriva do
latim “sentire". Este é substancialmente um "eu primordial", que
permite ter sensações como sentir dor e prazer, mas não refletir sobre essas
sensações.
A CONSCIÊNCIA À
LUZ DA PSICOLOGIA
14”PADC”. Nossos estudiosos
da psique humana já disseram tudo sobre a personalidade e a consciência.
Dentro da neurociência fico com António Damásio da “University of
Southern California, e na área da psicologia fico com o Stanislav Groff, aquele
da psicologia transpessoal. Mesmo porque, não é necessário ser nenhum psicólogo,
para perceber a dicotomia existente nessa área, na diferença entre
consciência e personalidade, é uma realidade tangível. A ausência da
personalidade e a presença da consciência é facilmente observada nos loucos!
observe um esquizofrênico profundo, ele perde completamente sua personalidade,
restando no seu “eu” o comportamento dos instintos inatos, moradores naturais e
representantes de sua consciência, como o ódio, a alegria, o ensimesmamento, o instinto
de defesa, principalmente, o instinto de posse e territorialidade, instintos
primitivos adquiridos quando ainda hominídeo, como “homo erectus”, quando
engendrou o machado acheulense! Portanto, há mais de dois milhões de anos!
15”PADC”. Sabemos que o homem
é especial, e que em relação aos outros animais ele é especialíssimo, mas,
diante do universo ele torna-se uma minúscula e infinita pequenez. Como “Ser”
que evolui, está somente no início, pois, não alcançou ainda o ápice de sua
evolução, nem material nem espiritual! Tudo que nós julgamos e classificamos
como certezas, num julgamento mais lógico e racional, veremos que na realidade
são na sua essência, somente dúvidas e nada mais. Tomemos como exemplo o caso
do que nominamos de “morte”, que desde tempos imemoriais, nós, os pensantes
dizemos que é nossa única e maior certeza! Ora! Se cada um “per se” enquanto
crer nisso ainda estiver vivo, claro, que é uma verdade! Mas, como podemos ter
certeza de que depois da sua, e da minha morte, nós não continuaríamos vivos e
existentes na forma de energia e com consciência? Portanto, essa tão apregoada
certeza, não passa de uma dúvida. Naturalmente, que me refiro à morte do corpo
físico, que provoca um “off” na nossa consciência enquanto, seres materiais e
vivos! Quanto a nossa relação com o mundo físico, nada sabemos se depois de
mortos se persistiria ou existiria uma relação com um mundo físico e existencial,
enquanto mortos. Eu não entendo a essência do meu “Eu”, como produzida pelo meu
corpo físico”, considero meu “Eu” como minha consciência, senão, depois de
morto, já no caixão eu poderia escrever um poema de despedida! Coisa que não
poderei fazê-lo, porque minha consciência já está separada do meu corpo físico,
e este, já morto, mesmo assim, isto não prova que minha consciência esteja
morta! Portanto, o fato da tão apregoada certeza da morte, seria mais uma
dúvida que uma certeza! Lógico, pelo menos perante o “de cujus” quando já
morto! O certo é, que não podemos ter uma certeza fundamentada numa dúvida!
Ora! Mesmo depois de meu corpo físico estar morto, minha consciência pode estar
viva e funcionando! E, portanto, posso estar vivo como consciência! Então,
mesmo depois de morto, eu posso continuar como consciência, e estar vivinho da
silva, e como energia ser um "Ser" eterno, adquirindo um novo
entendimento da passagem que entendemos enquanto “vivos”, como sendo a “vida”.
E se enquanto mortos, nada soubermos sobre a práxis da “vida”? Vixe! A danada
da dúvida teima em não me abandonar.
16”PADC”. A maioria dos animais
são sencientes, e não somente o homem! À exceção dos protistas, dos fungos, das
archaea que são seres unicelulares e as bactérias, pois não possuem um sistema
nervoso central. Como o homem é um ser senciente, e como o homem é o universo
tomando conhecimento de si próprio! Óbvio que todos os seres sencientes são
também o próprio universo tomando conhecimento de si mesmo. Assim, deduz-se que:
Se o universo é feito de dúvidas! Então, as consciências dos sencientes
pensantes, são como o próprio universo! Assim, seriam também feitas unicamente
de dúvidas. A física quântica só fez reforçar a minha crença e visão nessa
proposição filosófica. A física relativista também, veja o caso da gravitação
dentro das galáxias! Que antes da descoberta, ou da “criação” do duplo escuro,
o movimento das galáxias era uma dúvida para a ciência. Só é possível existir
os braços nas galáxias espirais nas posições em que eles existem, se no
decorrer da existência de uma galáxia espiral, desde que a sua principal massa estiver
desde sua formação no seu centro, e no momento em questão, também localizada no
centro, então, por atração das forças gravitacionais centrífugas e “centrípetas”,
“se é que estas últimas existem” no sentido radial, agindo uma em oposição a
outra, forças que são geradas por um
objeto com geometria esférica e em rotação. Os Braços das galáxias espirais
deveriam ser projetados para fora, saindo dos corpos das galáxias, “esbojados”,
e isto, eles não são, são na realidade colados nos corpos das galáxias! Seria um
problema provocado pela “pouca” velocidade de rotação da galáxia,
considerando-a como um objeto sólido? Que é de 850 mil km p/hora? Isto, na zona
onde se localiza nosso sistema. Para melhor entender o proposto, lembre-se que
é a força centrífuga que faz nosso planeta ser achatado nos polos e
"engravidado" na zona equatorial! Que eu chamei de “esbojado”. Agora
estou com mais uma “dúvida”! Será que uma
mulher prenha, diz-se "grávida" por ter aumentado o diâmetro da sua
cintura? Outro exemplo seria o do “pote de chumbo” chamado de Nana pelos
antigos povos da Suméria, que tem sua barriga de grávida sempre voltada para a
Terra, segundo a cosmologia moderna a face de Nana, com referência ao Deus
sumério Dnanna da Lua, onde a face vista é sempre voltada para nós, essa face possui
2 km de altura geral a mais que a face oculta, criando uma imensa massa, que
seria o motivo que leva sua rotação e translação serem exatamente iguais! Tendo
assim, essa face com mais massa sempre voltada para Terra. Nós tomamos
consciência de que nossas consciências também, sem dúvida, são feitas da mesma
cepa de que é feito o universo! Portanto, também são feitas de dúvidas. Fica
mais fácil entender as proposições e fundamentos desse ensaio! Se se
considerarmos o nosso “Eu” ou nossa personalidade e que alguns chamam erroneamente
de nossa consciência” como entidades díspares e separadas. Isto, torna-se
necessário porque num momento, como consciência, somos o agente da ação da
formação da personalidade, noutro momento, somos essa personalidade, então, somos
resultado e noutro somos consequência dessa ação de aprendizado, e que resulta
em nós mesmos! Aqui, tento transformar algumas dúvidas em “suspeições
temporárias”, ou em coisas aparentemente não duvidosas, mas, que continuarão
para nós pela eternidade a fora, ou pelo menos enquanto estivermos vivos, como
insuspeitadas dúvidas, embora com ares de “insuspeitas certezas suspeitas”, que
de forma alguma são certezas absolutas. Embora pareçam certezas, nada mais são
que dúvidas! Para facilitar a compreensão do que aqui será proposto e tentado
explicitar, vou separar os diversos raciocínios que envolvem o assunto numa
lista que chamaremos de arrazoados:
ARRAZOADOS SOBRE ALGUMAS DICOTOMIAS
17”PADC”. Sobre algumas
dúvidas que nalguns momentos concebemos conscientemente como certezas. Aqui
faço um estudo de algumas de suas dicotomias.
Arrazoado: (1). Da “objetividade e da subjetividade”
do universo.
Existem dois universos, um objetivo e outro subjetivo,
o universo objetivo, é conhecido pelo menos por nossos instrumentos, e o
universo subjetivo e completamente desconhecido, que seria o universo que
ultrapassa os 13.81 Ga.
Arrazoado: (2). Da “dinâmica e da estática”.
Nada no universo é estático! Embora não possamos
ter certeza! No universo os únicos locais onde existe uma provável estaticidade
seria no centro dos buracos negros e no centro de uma singularidade, embora,
estes dois entes, continuem sendo duas dúvidas. Isto, depois da teoria do
Mestre Stephen Hawking, onde se propõe a radiação Hawking.
Arrazoado: (3). Da “certeza e da dúvida”.
Sobre qual a energia que forma nossa
consciência? Temos certeza de que nossa consciência é feita de energia,
mesmo com a dúvida que nos acompanha sempre sobre a assunto, energia essa,
supostamente representada por 100 % do que é feito o universo. De matéria ou de
barro é que ela não é feita. Como a energia de que é feita nossa consciência,
ainda é desconhecida! Na verdade, não sabemos se esta energia é oriunda de
qualquer das quatro forças fundamentais, ou mesmo somente
do eletromagnetismo, “coisas pouco prováveis”, ou se tem origem em alguma
força ou partícula ainda ausente do Modelo Padrão. Sabemos que a consciência
existe, isto nós sabemos! No entanto, ela não deixa de continuar gerando
dúvidas.
Arrazoado: (4). Da “matéria e da energia”.
Temos certeza de que o nosso corpo físico é feito
da mesma “cepa”, ou seja, da matéria de que é feito o nosso universo, onde
somente 4,9 por cento é feito de matéria. Na realidade, o que chamamos de
matéria não é matéria, pois já sabemos que a matéria em sua essência, é feita
cem por cento de energia, conforme E=mc² daí advém mais uma dúvida.
Arrazoado: (5). A essência da consciência estaria
no cérebro? Ou ela seria extracorpórea? Nossa consciência, é certo que não
está essencialmente no estado material. Isto não nos livra de uma dúvida, pois,
não conhecemos sua essência, muito menos, onde ela faz sua morada. A teoria
sheldrakeana nos diz que não. Ou se no cérebro! Ou em Cloud?
Arrazoado: (6). Do “saber e do não saber” da origem
do “eu”.
Tudo de que sou feito, inclusive minha consciência
na forma de energia é feita da mesma matéria prima de que é feito o universo.
Por isso, eu disse acima que a consciência é feita de energia, mas,
filosoficamente deduzimos que o universo é feito de dúvidas. Onde ficamos?
Posso propor uma solução simplista para esta questão da origem do “eu”, de que
tratamos nesse ensaio e nesse arrazoado. Sabemos que: Dizemos ter certeza da
origem do “eu” personalidade, quando dizemos que ele se forma durante a nossa
existência! Mas, o que dizer da origem do “eu” quando nos referimos a nossa
consciência? o que chamamos “eu” também gera dúvidas que se relacionam com a origem
das dúvidas que temos de "coisas" já conhecidas e que antes eram
completamente desconhecidas! Mesmo se elas não o são! Antes, elas unicamente
conhecidas e existentes como dúvidas e desconhecimentos, devido ao nosso atual
e baixo grau de evolução espiritual! Vixe, se o "espiritual" causou
algum incômodo, podemos, ambos os dois, leitor e este escriba, mudar o verbete
"espiritual", para o verbete "entelequial". Vixe! Ficou
melhor? Pelo menos não machuca o ego dos pretensos sabedores de infinitas
sabedorias.
Arrazoado: (7). Veja o arrazoado: (2). Se
temos certeza de que nosso corpo físico obedece ao arrazoado (2), podemos
admitir que nossa consciência também seja dinâmica. Somente admitir. Estática é
que ela não é! Ela seria o que movimenta o nosso mundo, como animais sencientes
que somos. Uma estaticidade não pode movimentar um mundo feito
exclusivamente de dinamismo.
Arrazoado: (8). Da “similitude e a repetição”.
Nosso conhecimento evolui sempre, tendo origem no
universo primitivo, nosso conhecimento sempre se referirá ao universo, mesmo
que nalguns casos esse universo seja o nosso dedo. Por mais que criemos outros
universos, paralelos e outras frescuras, sempre nos referiremos ao (nosso),
universo. O universo donde somos oriundos estará sempre dentro de nosso
universo consciente, embora prenhe de dúvidas, as dúvidas no universo aumentam
na mesma proporção do aumento do conhecimento sobre este universo, dúvidas
estas, adquiridas pelas consciências ao analisar sua origem, que possui a mesma
origem no universo, e no conhecimento de ter uma origem nas origens! Portanto,
uma maiêutica, o que nos leva a novas perguntas e ao eterno retorno do
estoicismo, e a uma fábrica de dúvidas. onde mais recentemente Nietzsche, deu
uma analisada nesse relógio universal que ele chama de "ewige wiederkunft",
“eterno retorno”, em A Gaia Ciência.
Arrazoado: (9). De um contraponto ao arrazoado (8).
Nossa consciência tem origem no universo? Ou o
universo se origina em nossa consciência? Como a nossa consciência é
imanente ao universo, somos a representação do universo como consciência.
Assim, como o nosso corpo físico é o universo, embora nosso corpo físico não
seja nossa consciência! Nossa consciência é que dá forma ao nosso próprio
universo! Pois, só tomamos conhecimento de nosso universo através de nossa
consciência. No que podemos deduzir que nossa consciência seja tudo, inclusive
nosso universo.
Arrazoado: (10). Da centralidade de tudo!
A consciência nos diz que somos o centro de tudo?
Ou tudo estaria concentrado em nossa consciência?
Existem arraigadas na consciência humana muitas
dúvidas tomadas como certezas! A de que existimos de forma material e a de que
tudo em volta se irradia de nós, ou seja, tomamos nossa consciência como o
centro do universo. Sendo ambas, as mais absolutas incertezas tomadas como
certezas. Lembrem-se dos universos objetivos e subjetivos do Arrazoado: (1).
Arrazoado: (11). A proposição de Pascal, e os
limites da razão.
O universo de duplo infinito de Pascal, de forma
objetiva só seria válido para a época em que Pascal viveu, (1623-1662). Onde os
infinitos não possuíam limites. Mesmo na matemática isto só foi possível com a
renormalização dos infinitos, concebida por Joseph Lagrange, (1736-1813),
utilizada hoje pela teoria dos campos. Pascal desconhecia, portanto, as
lagrangeanas. A seta no sentido do micro, na física moderna na escala de 10-33 cm
de Calabi-Yau é tida como limite da estrutura do microuniverso proposto nas
“cosmic string”. Sendo que a escala de 1028 cm representa a
dimensão e limite de nosso macrouniverso visível, mas, não o limite de nosso
universo concebível e visível que possui um raio de 46 Giga anos, Ga.
Arrazoado: (12). Das
“duas direções da seta da escala de espaço tempo”.
A seta referida no arrazoado (11), na direção do
microuniverso continua indefinida, e se refere estas duas entidades tempo e
espaço. Assim como, a seta no sentido do
macrouniverso, (além do campo profundo), sendo este um limite ainda
desconhecido pela ciência, se é que este limite existe! Este limite do universo
conhecido é estimado e admitido como sendo de 13.81 bilhões de anos luz, de
tempo e que é igual a 1028 cm, de espaço, além desse limite a
ciência “NASA” nomina de universo invisível, ou desconhecido. Portanto, o que
passar desse limite, é teoria e dúvida. Lembrar que a NASA nos propõe dois
universos! Um conhecido e outro desconhecido, esse último, existindo além do
campo profundo. Filosoficamente, nesse sentido a seta é infinita, no sentido
oposto o limite proposto é a dimensão na escala de Calabi-Yau, além disso, nem
teoria há nesse sentido para estabelecer o limite do micro. Portanto, o que
passar do limite, de 10-33 cm é teoria e dúvida. À exceção da
escala de Planck de 10-35 cm, que está abaixo da escala de
Calabi-Yau, mas temos que compreendê-lo como um limite físico. Sendo ainda uma
teoria, assim, a escala de Calabi-Yau não nos tira da dúvida.
Arrazoado, (13). O crescimento do conhecimento dos
“sapiens”.
Nessa área é incoerente generalizar, temos que
pontuar. Na proporção que a episteme humana se desenvolve mais cresce o setor
desconhecido e ainda a ser pesquisado, junto com este setor, cresce as dúvidas,
fora as que naturalmente vêm junto com os novos conhecimentos. O crescimento do
conhecimento adquirido por um “sapiens”, racionalmente é tido como infinito,
como sua consciência, ou no mínimo esse conhecimento crescerá enquanto durar a
sua existência, como espécie. Aqui ficou pretensamente estabelecido que as
dúvidas dos “sapiens” prevalecem sempre, e crescem enquanto ele estiver vivo,
salvo se sua consciência continuar viva quando ele já estiver morto.
Arrazoado, (14). Há quanto
tempo existimos?
Temos em torno de 300 mil anos
como seres pensantes, 12 mil anos como sociedade sedentária organizada e em
crescente desenvolvimento, 7 mil anos como metalúrgicos, 5,2 mil anos como
escribas, 3 mil anos como filósofos, 2,5 mil anos como sociedade democrática,
500 anos como sociedade tecnológica. Mas para nossa tristeza, alguns humanos
tolos e vaidosos, que dominam pequena fração dessa tecnologia, se consideram
senhores do mundo e do conhecimento, que
mal iniciou a ser montado.
VAMOS AOS PAIS DA FILOSOFIA OCIDENTAL,
AQUI NÃO TRATAREI DA FILOSOFIA
DOS MESTRES
CONFÚCIO E LAO TSÊ, ESTES,
MERECEM UM ENSAIO A PARTE
(Sempre me perguntei porque, no ocidente se divulga
tão pouco do pensamento dos Mestres Orientais (Confúcio e Lao-Tsê. 600 aC.)
18”PADC”. Explanados lidos estes 14 singelos
arrazoados, ou pontos de vista, pois, eles nada mais são que proposições e
análises heurísticas. Agora tentaremos conhecer as fases que chamamos de vida
racional ou existência consciencial, e o e seu oposto, que chamam de “morte ou estado
de inconsciência”, isto, se a consciência morrer ou desaparecer com a morte do
“sapiens”. Nos reportando aos gregos vemos que, os gregos viam a consciência
como algo separado do organismo. Mas, a chamavam de pensamento, e viam este
pensamento como algo próprio da personalidade do indivíduo. Num diálogo de
Sócrates e seus pares no Fédon, pouco antes de sua morte, isto fica
notavelmente evidenciado. Os filósofos que viveram há 24 séculos na Grécia,
conheciam as imperfeições dos sentidos do corpo físico, e buscavam conhecer e aperfeiçoar
as qualidades do espírito, coisa que o grosso da humanidade atual faz
exatamente o contrário. As academias do espírito caíram de moda, em desuso e no
esquecimento, nosso maior exemplo são as academias que existiam na Grécia
antiga, e que não existem mais. As escolas de filosofia atuais, primam pelo
conhecimento filosófico desenvolvido no passado, mas, não se preocupam em
desenvolver nos dias de hoje as qualidades do espírito de seus alunos e futuros
filósofos! Todos as sociedades de hoje primam por desenvolver o corpo físico,
se esquecendo completamente do aprimoramento do espírito. Veja o exemplo atual
do povo grego: O que levaria um povo que moldou a cultura do ocidente, hoje estando
vivendo da esmola da (UE) União Europeia! Analisem bem o assunto: (Grécia). O
problema grego merece um cuidadoso estudo, pois reflete o embate entre duas
ideologias políticas, temos que reconhecer que este embate se dá no mundo todo.
Quando na realidade trata-se de um duplo "perceber", ambas as
ideologias percebem a outra de forma diversa em suas ambíguas e falsas percepções,
quando na realidade são duas idiotias exatamente iguais. Nenhum pensador,
filósofo ou sociólogo percebeu a causa ou idiossincrasia das duas ideologias levarem
inevitavelmente ao desenlace escatológico da sociedade humana. Pobres pensadores
de merda. As ideologias de direita como a de esquerda, ambas só têm a oferecer
para o futuro da sociedade humana o caos e o desastre. (Isto está ricamente exposto
e explanado nos ensaios: A Sociedade Sempro, (1), (2) e (3). As academias do
corpo físico pululam no planeta como os vermes num cavalo morto. O homem ao
matar o espírito! Inevitavelmente, pouco tempo depois, virá a morte ou o desaparecimento
da sociedade humana. A humanidade não sobreviverá sem as qualidades naturais do
que se chamou de moral espiritual, presente durante toda a existência do homem!
O homem sempre teve a escolha de praticar o bem ou o mal! O livre arbítrio o
leva a isto! A filosofia do persa Maniqueu sempre fez parte e foi uma realidade
vivida pelos humanos, embora o homem de Hipona a tenha de forma posto em xeque,
e se postado contra. Atualmente, e ao que se pode deduzir conforme o pensador
moderno Stephen Pinker, o bem prevaleceu! Senão, a humanidade já teria
desaparecido dentro da própria maldade. Segundo este filósofo ela, a sociedade só
chegou aos dias de hoje porque a taxa do bem sobrepujou a taxa do mal. Nos dias
de hoje e num passado recente, aquele que viesse a contradizer tal proposição
do Spinker! Será reconhecido e tomado como um tolo e apologista do mal!
Portanto, sua contradição não teria qualquer valor. A Primeira prova de que o
"bem" prevaleceu! Seria exatamente a nossa permanência como sociedade
organizada no planeta.
O PENSAMENTO GREGO NO FÉDON A RESPEITO DA
CONSCIÊNCIA, QUE ERA CHAMADA DE “PENSAMENTO”, QUE CESSA COM A MORTE
19”PADC”. Vou citar um
pequeno trecho do Fédon, quando Sócrates já próximo de beber a cicuta dialogava
com seus discípulos e colegas. Melhor que isso, vou juntar depois da
transcrição destes curtos textos do Fédon, um link do Fédon, considerando que
poucas pessoas já leram o Fédon! Na realidade, depois do notebook, do tablet e
do smartphone, a maioria não lê nem os folhetos de propaganda distribuídos
gratuitamente nas ruas, muito menos jornal, livros! Nem falar! Sendo muito
difícil filtrar o joio do trigo no sistema de informação atual. Vou transcrever
“ipsis litteris” uns textos dessa área da filosofia que trata da morte, assim,
os leitores poderão analisar o que ali é exposto e proposto, e praticar um
pouco de filosofia pura, tirando suas próprias conclusões sobre as razões de
Sócrates e de seus discípulos, principalmente conhecer como pensavam aquele
grupo de homens sobre a “morte”, há dois mil e quatrocentos anos, e sobre o
espírito ou alma e consciência que chamavam de pensamento, aqui
damos atenção principalmente as palavras de Sócrates, que era o condenado a
enfrentar Thânatos. Alguns vão pensar! Movér já entrou ou está na idade e fase
de se preocupar com a morte, no entanto, há muitos anos escrevi um ensaio
sobre a “Morte e a Velhice”, este ensaio está postado nesse Blog,
portanto, não se trata disso, pois trata-se justamente do contrário, eu como um
“ser” que analisa, estou convencido pelo resultado dos meus estudos sobre a
existência, não da minha existência, mas da existência da “vida”, onde aprendi
através de análises dos fundamentos, a que nomino de “estudos” assim, em meus
singelos estudos sobre este assunto, estudos extremamente complexos, que
me levaram a entender e a crer piamente na minha pequenez como “Ser” que pensa!
– Primeiro: Nós não somos absolutamente o que pensamos que nós somos, nem
tampouco o universo é o que nós pensamos que ele seja. – Segundo: Na
essência, não existimos como seres materiais, esta visão é criada por nossa
mente, o corpo material existe, ele é exatamente o que é chamado! “Corpo
material” e nada mais! Mas, ele não possui nossa essência. – Terceiro: A
segunda proposição se fundamenta também na verdade contida em E=mc², desde
quando, ela seja verdadeira. - Quarto: Sendo o universo feito
unicamente de energia, de que seríamos feitos então! – Quinto: A essência
do homem atual está expressa com todas as letras em Ecles. 1:2 – Sexto: O que
a maioria dos homens pensam não merece atenção, são uns idiotas atrás de
pecúnia, ou sucesso econômico, eles tentam enganar até a si mesmos. – Sétimo:
Cabe a cada um, analisar e descobrir a essência de si mesmo. – Oitavo: Então
o “Ser” descobrindo a essência do seu “Eu”, descobre calma e suavemente a
plenitude e a infinitude do “Desconhecido”.
Vamos agora aos pequenos
textos do Fédon.
este com o título atual de:
A MORTE COMO LIBERTAÇÃO DO
PENSAMENTO
20”PADC”. [... -
Deixa-o falar – prosseguiu Sócrates – A vós, entretanto, que sois meus juízes,
devo agora prestar-vos contas, expor as razões pelas quais considero que o
homem que realmente consagrou sua vida a filosofia é senhor de legítima
convicção no momento da morte, possui esperança de ir encontrar para si, no
além, excelentes bens quando estiver morto! Mas como pode ser assim? Isso será,
Símias e Cebes, o que me esforçarei por vos explicar. Receio, porém, que, quando
uma pessoa se dedica à filosofia no sentido correto do termo, os demais ignoram
que sua única ocupação consiste em prepara-se para morrer e estar morto. Se
isso é verdadeiro, bem estranho seria que, assim pensando, durante toda vida,
que não tendo presente ao espírito senão aquela preocupação, quando a morte
vem, venha a irritar-se com a presença daquilo que até então tivera presente no
pensamento e de que fizera sua ocupação. ...] - .
DA CONSCIÊNCIA OU ALMA, SER IMORTAL
Página 131
21”PADC”. [... - Assim
que Sócrates terminou de falar, Cebes tomou a palavra e disse: - Sócrates, tudo
que acabas de dizer me parece correto. Só há uma coisa que será inacreditável
para os homens: o que disseste a respeito da alma. Porque os homens imaginam
que quando a alma é separada do corpo, não esteja em lugar algum, ou que, no
mesmo dia que o homem morre, é destruída e perece, e que a partir do momento
dessa separação, foge do corpo e se dissolve como um vapor que se esvai e não
existe em parte alguma. Razão pela qual, se subsistisse sozinha, recolhida em
si. Continuando na página 132, - mesma e liberta de todos os males de que nos
falaste, seria uma grande e bela esperança, Sócrates, de que tudo o que nos
disseste fosse real. Mas que a alma vive após a morte do homem, que age e
pensa, é o que necessita de explicação e provas concretas. - Tem razão, Cebes –
respondeu Sócrates. - Mas como as obteremos? Queres que, nesta nossa
conversa, analisemos se é possível ou não? - Apreciaria muito – respondeu Cebes
– ouvir o que pensas sobre isso. - Ao menos – disse Sócrates – não existiria
ninguém, nem mesmo um poeta cômico, que, ao ouvir-me agora, declarasse que sou
um charlatão e falo a respeito de coisas que não me interessam. Se esta é a tua
opinião, devemos analisa-la bem. Veremos, em princípio, se as almas dos mortos
se encontram ou não no Hades. É uma opinião muito antiga que as almas, ao
deixarem este mundo, vão para o Hades, e que dali voltam para a Terra e
retornam à vida após haverem passado pela morte. Se é assim, e se os homens
após a morte regressam à vida, deduz-se necessariamente que as almas estão no
Hades durante esse tempo, porque não voltariam ao mundo se não existissem, e
isso é uma prova de que existem, já que os vivos nascem dos mortos. Se não for
assim, será necessário procurar outras provas. - Concordo – disse Cebes. - Mas
– acrescentou Sócrates, - para termos certeza dessa verdade, não basta analisar
os homens entre si, e sim em relação com os animais, com as plantas e com tudo
aquilo que nasce. Desse modo observar-se-á se todas as coisas nascem da mesma
forma, isto é, de suas contrárias, quando possuem contrárias. Por exemplo, o
belo é o contrário do feio, o justo do injusto e assim por diante. Vejamos,
então, se é absolutamente necessário que as coisas que possuem seu
contrário nasçam desse contrário, como quando uma coisa cresce é
necessário que haja sido menor para depois crescer. - Sem dúvida. - E
quando se torna menor, é necessário que haja sido maior para ter podido
diminuir. - Certamente. - Continuando na página 133, - De igual maneira, a
força provém de debilidade, e a rapidez da lentidão. - Correto.
- Então, quando algo se torna pior, não é porque
antes era melhor? E quando se torna mais justo, não é porque antes era mais
injusto? - Logicamente deve ser assim, Sócrates. - E entre esses dois
contrários não existe sempre um nexo, gerações de um ao outro e do outro ao um?
Continuando adiante na mesma página 133 - Diz Sócrates: - O mesmo
acontece com aquilo que se chama mesclar, separar, esquentar, esfriar, e
todas as outras coisas. E ainda que às vezes não tenhamos palavras para
exprimir essas transformações, vemos que pela experiência que as coisas nascem
umas das outras e passam por meio de um intermediário. - Sem dúvida. -
Então – indagou Sócrates -, a vida também possui seu contrário, como o sono e a
vigília? - Com certeza – respondeu Cebes. - Qual o contrário da vida? - A
morte. - e essas duas coisas, por conseguinte, não nascem uma da outra pelo
fato de serem contrárias, e não há entre elas duas gerações? - Correto.
22)PADC). Transcrevi
estas duas páginas do Fédon para que os leitores às apreciassem e tomassem
gosto pelo conteúdo dos diálogos de Sócrates com seus discípulos e amigos,
onde Sócrates trata da imortalidade da alma. Portanto, da permanência eterna da
consciência. Esses diálogos foram registrados por Platão, onde se inicia com
Fédon relatando a Eqrécrates, o acontecido, e depois Sócrates dialoga com
Críton, Cebes e Símias, e já no fim do texto, Fédon com Equécrates. Os diálogos
do Fédon são longos, indo da página 115 à página 190, eles ocorreram nos dias
que antecederam a morte de Sócrates. Portanto, aqueles que não os possuírem em
casa podem seguir o link abaixo, e lê-los integralmente. Quando abrir o arquivo
em PDF, no título aparecerá:
PLATÃO * OBANQUETE * FÉDON * SOFISTA * POLÍTICO*. No
entanto trata-se somente do texto de Platão no FÉDON, com 73 páginas
http://geha.paginas.ufsc.br/files/2016/03/Plat%C3%A3o-cole%C3%A7%C3%A3o-os-pensadores-1973.pdf
Mãos à obra!
23)PADC). Voltemos ao
nosso “tema/assunto”, a Consciência.
Só estaremos próximos da verdade sobre a
consciência, se entendermos o que realmente somos, embora desconheçamos o
que somos! Mas, antes de sabermos o que somos, temos que descobrirmos o que
somos como consciência, ao conseguirmos isto, o conhecimento de tudo, aflora
como a luz num dia ensolarado. Assim, não somos, o que pensamos que nós somos.
Isto não é tão difícil de compreender. Os filósofos no geral, são discordes
quanto a maneira de abordar o tema “consciência”, vamos ver essa verdade,
tomando conhecimento como os filósofos tratam o tema consciência em seus
pronunciamentos sobre o “Ser” pensante e consciente. Nalguns casos é somente um
“caso” de semântica, pois, é natural que o diacronismo semântico altere o
sentido de algumas proposições com o decorrer dos séculos. E as traduções não
ajudam! Mas, nem sempre é assim, na maioria dos casos é discordância pura e
simples mesmo. Alguns filósofos, mesmo quando contemporâneos foram discordes,
quanto ao tema. Sendo impossível citar todos os filósofos que
trataram do tema, só citaremos alguns, e aleatoriamente. O que ninguém quer
enfrentar, é a verdade de que, nossas crenças não possuem nenhum valor diante
da potência da existência da consciência no que chamamos de “vida” humana! Um
verdadeiro mistério para o entendimento do, “sapiens” atuais, inclusive para a
profunda análise que os filósofos desenvolveram através dos séculos sobre o
tema. Se assim, não fosse todos seriam concordes sobre o tema consciência.
Digam o que quiserem e puderem, a neurociência, a química, a física, a
cosmologia, a psicologia, a filosofia e as religiões em todos os tempos.
Atualmente, simplesmente não sabemos o que é a vida! Tudo que se disser a
respeito no atual grau de desenvolvimento desse mesmo “sapiens”, não passará de
teorias! Se até mesmo a física quântica, não sabe de que são feitos os quarks,
que são a base de tudo que forma o universo material! Como saber o que é a vida
que em nós os “sapiens” é o coroamento e o ápice de tudo que representa um
organismo material e inteligente! Sendo a vida consciente uma mínima parte do
tudo, e ao mesmo tempo uma partícula ínfima desse mesmo universo tomando
conhecimento de si próprio.
COMO UTILIZAMOS A MENTE PARA PENSAR.
OS FILÓSOFOS (1)
Vamos à Immanuel Kant: 1724-1804
24)PADC). Este ato de síntese
de Kant analisa em doze princípios, “categorias” ou leis de pensamento. As
categorias são para o entendimento, aquilo que o tempo e o espaço são para a
consciência. Incluem noções como qualidade, quantidade e, notavelmente,
causalidade. O mundo externo é assim o produto de sensações condicionadas pelas
formas de consciência e associadas pelo pensamento segundo suas próprias leis.
Consiste de impressões, phenomena; mas as causas dessas impressões, noumena,
entidades em si, se situam além dos limites do conhecimento e não podemos, com
a ajuda da razão apenas, além das impressões, chegar à verdade absoluta, pois a
razão leva a certas contradições insolúveis, ou antinomias, como a
impossibilidade de conceber o espaço, limitado ou ilimitado. Mas onde a metafísica
falha, a razão prática vem em nosso socorro. A consciência moral aceita certos
“imperativos categóricos”, como “não mentirás”. A partir daí, segue-se a
convicção de que o homem é de certo modo livre, de crença na imortalidade
(porque a autorrealização dentro de qualquer período finito é impossível) e de
crença em Deus. Somos impelidos pela característica de nossas mentes a ver um
desígnio. E uma “boa vontade”, uma consciência que controla habitualmente a
participação numa comunidade ideal de seres racionais, garantia única de que a
existência do homem pode ter um valor absoluto. Embora as vantagens resultantes
da obediência a certas leis morais particulares possam ser demonstradas, a
obrigação moral em si é um imperativo categórico, algo que sentimos que não
podemos explicar. Segundo Kant, é algo que vem de nós, puramente humano. Algo
que nos diz: deves proceder desta ou daquela maneira; deves proceder
corretamente. De onde vem este “tu deves”? Não da natureza, a natureza oferece
fatos, mas nenhum dever moral. Do entendimento? O entendimento conhece ideias e
desconhece mandamentos imperativos. As pessoas chamam a esse “tu deves” de “voz
da consciência”. Para Kant, era o imperativo categórico.
Então...
Observe em Kant quando ele diz: Pois a razão leva a
certas contradições insolúveis, ou antinomias. Quando a consciência é
levada a seus níveis menores.
OS FILÓSOFOS (2)
Vamos à Baruch de Espinoza: 1632–1677
25)PADC). As coisas, diz
Espinoza, não são como no-las apresenta a imaginação, baseada no conhecimento
empírico; mas como são apresentadas pela razão. Desta maneira, analisando o
mundo com a razão, sabemos que este é manifestação da substância eterna e
infinita (conforme definição VI da parte I da Ética) e, portanto, necessário.
Considerar o mundo necessário (não podendo não existir), significa considera-lo
“sub specie aeternitatis”, sob certa espécie de eternidade. Da mesma forma, se
o mundo e tudo que existe é necessário, não há lugar para uma vontade livre,
uma vontade não condicionada. Qualquer vontade é determinada por fatores
conhecidos ou desconhecidos, que por sua vez, são determinados por outros
fatores, até que em determinado ponto da sequência a vontade (ou a mente) não
tenha mais controle sobre estes fatores. Desta forma, a vontade é determinada
em última instância por fatores que desconhecemos e sobre os quais não temos
controle. Portanto, para Espinoza a vontade não é livre. Esta ideia será
posteriormente retomada por grandes pensadores como Schopenhauer e Nietzsche,
que também negarão a existência do livre-arbítrio. Como consequência deste
raciocínio, Espinoza deduz que agimos necessariamente pela vontade de Deus (ou
pela vontade/impulsos da matéria). A partir deste pressuposto (ou corolário,
como escreve o filósofo) Espinoza infere toda uma ética baseada na vontade, na
compreensão dos obstáculos da vida; separando aquilo que podemos mudar daquilo
que não podemos. Toda esta ética é baseada na constatação de que tudo que
ocorre, acontece de maneira predeterminada.
Então...
Observe em Espinosa, logo no
início do texto lemos: As coisas, diz Espinoza, não são como no-las apresenta a
imaginação, baseada no conhecimento empírico; mas como são apresentadas pela
razão. Logo a razão humana comanda o espetáculo, ele se refere à razão, como
nossa consciência, como a essência do “Ser”.
OS FILÓSOFOS (3)
Vamos à Georg Wilhelm
Friedrich Hegel: 1770-1831
26)PADC). Entendemos então que o que a Consciência faz é uma aparição para si mesma, e que o que lhe aparece é somente ela mesma, portanto, sua verdade. Com isso, temos que a Fenomenologia do Espírito, em contraposição à tradição filosófica anterior, é uma abordagem do fenômeno – mais propriamente, do saber fenomenal – não como uma simples aparência que não fornece a verdade da coisa, mas como algo essencial à verdade, como a verdade em sua forma manifesta. Ou melhor, como o primeiro passo na construção da verdade, já que esta, só é em sua totalidade, segundo Hegel. Embasado nessa necessidade do aparecer da verdade da Consciência, Hegel inicia a Introdução de sua obra criticando a própria necessidade de uma crítica do conhecimento, realizada pela tradição filosófica antecedente. Uma crítica do conhecimento, que, em geral, ora o toma como um instrumento para nos apoderarmos da verdade, ora como um meio para contempla - lá, apesar de parecer ser uma precaução sensata contra o erro, se faz desnecessária. Ao tomar o conhecimento como um “algo dado” (tanto faz se um instrumento ou um meio) para alcançar a verdade, ela pressupõe o conhecimento como uma representação, ou seja, como algo não natural à Consciência, mas sim diferente, separado dela e, por conseguinte, separado da verdade. Mas na abordagem hegeliana a verdade já está presente desde sempre no conhecimento. Segundo sua concepção do fenômeno como a forma manifesta da verdade (em seu modo mais “natural” de manifestação) da Consciência, o conhecimento só pode ser conhecimento da verdade, e ele ocorre de forma natural, pela necessidade própria que Consciência tem de se manifestar. Sendo assim, a crítica do conhecimento é um engano. O que era uma precaução contra o erro acaba se desvelando como o próprio erro. Essa precaução se traduz por um temer, por um desconfiar do movimento que a verdade realiza em seu aparecer; e esse é o verdadeiro erro. Esse movimento do aparecer da verdade é o movimento da construção da ciência. Essa é a ciência da verdade da consciência, pois, segundo Hegel, a verdadeira figura em que a verdade existe só pode ser no sistema científico.
Então...
Observe em Hegel, também logo
no início do texto: Entendemos então que o que a Consciência faz é uma
aparição para si mesma, e que o que lhe aparece é somente ela mesma, portanto,
sua verdade. Com isso, temos que a Fenomenologia do Espírito, em contraposição
à tradição filosófica anterior, é uma abordagem do fenômeno – mais
propriamente, do saber fenomenal – não como uma simples aparência, um “noumena”
ou abstração, que não nos fornece a verdade da coisa, mas como algo essencial à
verdade, como a verdade em sua forma manifesta. Ali fica expressa a posição da
consciência nos seres como uma personalidade à parte, e não como a essência do
“Ser”.
OS FILÓSOFOS (4)
Vamos à Edmund Russerl,
1859-1938
27)PADC). Russerl e o
resultado esperado do método fenomenológico. À fenomenologia
caberia, portanto, promover impetuosamente uma investigação rigorosa do imenso
campo da subjetividade transcendental. Movido por seu projeto filosófico,
Husserl anuncia-nos explicitamente – em A Ideia da Fenomenologia,
núcleo das "Cinco Lições" proferidas em abril-maio de 1907 – que, com
a fenomenologia, deparamo-nos com a proposta de uma "nova atitude" e
de um "novo método". A atitude fenomenológica consiste em uma atitude
reflexiva e analítica, a partir da qual se busca fundamentalmente elucidar,
determinar e distinguir o sentido íntimo das coisas, a coisa em sua
"doação originária", tal como se mostra à consciência. Trata-se de
descrevê-la enquanto objeto de pensamento. Analisar o seu sentido atualizado no
ato de pensar, explicitando intuitivamente as significações que se encontram
ali virtualmente implicadas em cogitos inatuais, bem como os seus
diferentes modos de aparecimento na própria consciência intencional. Explorar a
riqueza deste universo de significações que a coisa – enquanto
um cogitatum – nos revela no ato intencional é o que é próprio da
atitude fenomenológica, enquanto um "discernimento reflexivo" levado
a cabo com rigor. A especificidade de tal atitude faz da fenomenologia a
"ciência clarificadora" por excelência. Já o método fenomenológico
será, por sua vez, um método de evidenciação plena dos fenômenos. Também será,
para Husserl, o método especificamente filosófico, cuja estratégia maior
consiste, para o alcance de um grau máximo de evidência, no exercício da
suspensão de juízo em relação à posição de existência das coisas. Tal exercício
viabiliza, assim, a chamada "redução fenomenológica" e, com ela, a
recuperação das coisas em sua pura significação, tal como se revelam (ou se
mostram), enquanto objetos de pensamento, na consciência intencional.
Então...
Observe em Edmund Russerl,
como grande filósofo que foi, ele herdou de Brentano, o modo de tratar a
consciência como expressão ou exteriorização do conhecimento comum do
“sapiens”, no caso específico da fenomenologia, como coisa adquirida durante a
formação de sua personalidade, não como uma essência inata e transcendental,
mais, como a capacidade do pensante de conhecer e analisar os fenômenos. Isto
transparece, quando ele admite a consciência intencional. Não se tratando aqui,
do ato da “intenção”, natural nos pensantes, inclusive nos diversos animais
“ditos” superiores.
Deixemos os santíssimos filósofos
em sua santíssima paz, mas, antes disso, vamos a um “arrazoadozinho” final.
UM ARRAZOADOZINHO DE NADA
28)PADC). O moderno mundo
da filosofia cientificista, materialista e ateísta, na atualidade não trata a
consciência como a entidade maior do “Ser” que pensa! Esta mudança na filosofia
se deu com a ascensão do protestantismo e a consequente queda do poder da
igreja católica nas universidades no mundo, principalmente onde se passou a
ensinar filosofia, não mais sob a tutela de Roma, foi quando a filosofia
ateísta encontrou um caminho seguro para o materialismo viajar pelo mundo. A
partir do início da revolução industrial, em meados do século XVIII, na Europa,
quando o campesinato começou a se mudar para as cidades industriais em busca de
trabalho nas primeiras fábricas mecanizadas pelas máquinas a vapor, também,
tendo acesso ao conhecimento filosófico através dos livros, cada vez mais
populares. Para quem analisa essa mudança nos posicionamentos filosóficos dos
pensadores, a partir do século XVIII. Não há como não perceber este fato. É só
ver o crescimento do número de filósofos ateus, oriundos das universidades
particulares inclusive das católicas nas principais capitais europeias a partir
desse período! Neguem-no, o quanto quiserem e puderem.
OS "FINALMENTES"
SOBRE A CONSCIÊNCIA.
29)PADC). A neurociência e a
filosofia enfrentam grande dificuldade para conseguirem uma perfeita, ou mesmo,
uma razoável definição do que seja a consciência humana. Ao longo dos séculos
os filósofos têm dedicado boa parte de seu tempo tentando definir o que
seja a consciência. A maior dificuldade seria exatamente definir a consciência
como um fenômeno que ocorre no sistema físico neural, ou que, no mínimo
interaja com este sistema cerebral humano. Produzindo inclusive o pensamento,
as emoções, e principalmente a sensação do reconhecimento do "Eu"
individual existente em cada "Ser". Sempre vejo os animais como seres
conscientes, embora em graus evolutivos diferente. Comparando-os com o grau da
evolução da consciência humana, são bem diversos, e menos evoluídos. Não posso
entender um animal que interage com os humanos, sem possuir algum grau de
consciência. É interessante observar como os pensadores ateus, acusam os
pensadores Deístas, de praticarem o pampsiquismo, que eles chamam de doutrina.
Fora os falantes, ninguém pode crer que um outro animal possua consciência, por
mais rudimentar que seja esta consciência, que logo é classificado e acusado de
praticar a doutrina "pampsiquista". A burrice corre solta e
desembestada pelos rincões do planeta. As gerações se sucedem, e sempre se
sucederão e um dia chegarão ao fim, inclusive as gerações dos néscios! Um dia o
planeta se verá livre deles, mesmo que passe mais 4,6 bilhões de anos, eles
desaparecerão de minha vista, pois nesse tempo ainda estarei por aqui, mesmo
que nesse futuro de 4,6 bilhões de anos, estarei por aqui! mesmo que, como prevejo,
e não mais necessite falar, muito menos me alimentar da forma usual
d'agora! Crer que somente os animais falantes possuam consciência e
desenvolveram a fala, como se a fala fosse o único meio de comunicação entre os
seres vivos! Observem uma revoada de 300 mil andorinhas em perfeita sincronia,
se aquilo não for feito com comunicação entre os pássaros, é feitiçaria pura
nos céus da Paraíba. Sabemos que a linguagem entre os humanos, foi algo
essencial e indispensável para seu desenvolvimento. Mas a comunicação existe
entre todos os seres vivos, nalguns casos, extremamente diferentes da
comunicação dos humanos, mas, existe! Ora! Quem se comunica possui algum tipo
de consciência, que pode ser extremamente diferente da nossa, mas, a possui.
Quanto ao fato de uma espécie ter a “consciência de ser consciente”, com
lógica, pode-se debitar este poder cognitivo aqui na Terra, somente aos
humanos.
Por mais que eu tente,
Da Vinci não me abandona! Ou seria eu que não abandono Da Vinci e seus
enchedores de latrinas? Sei lá!
Edimilson Santos Silva Movér
Vitória da Conquista, Bahia,09/08/2019
Revisado na fazenda Chapéu de Couro,
em Maiquinique- Ba. 28/05/2021
77-99197 9768
PEQUENO ANTITRATADO DA CONSCIÊNCIA - ENSAIO (170)oks